Darkness of Love - Chapter 14: Without You
Na noite da transformação de Eric eu havia passado à noite inteira com ele. Houve um momento em que o sono me venceu e eu me encostei no tronco de uma árvore. Ele se deitou ao meu lado e eu usei seu corpo como travesseiro. Dormi e acordei sendo carregado por Eric já humano, seu corpo estava quente.
-Bom dia. Ele sorriu, o sol começara a nascer.
-Oi. Dei um beijo em seu ombro.
-Você ficou o tempo todo comigo.
-Acho que foi o contrário.
-Dorme de novo, vou te levar pra casa.
-Sabe que horas são?
-Provavelmente umas 6:30.
-Está cedo, me põe no chão.
-Não quer que eu te leve?
-Não eu estou bem. Ele me colocou no chão, e só então percebi que ele estava de cueca, uma box preta. -Você está semi-nu. Eu levei a mão a boca em uma risada.
-Caius me disse que era bom eu ter uma roupa pra quando eu voltasse ao normal, minha roupa foi destruída na transformação, mas tinha deixado minha mochila com Caius.
-E você carrega uma cueca na mochila?
-È, depois do treino a gente sempre toma banho então...
-Entendi.
-Quer ir, pra casa?
-Não, quero ficar aqui um pouco.
-Se importa de ir em casa comigo, pra que eu vista uma roupa?
-Na verdade não.
-Então sobe. Ele virou pra que eu subisse em suas costas. Eu me aproximei dele e apertei sua bunda antes de pular em suas costas.
-Hey. Ele falou rindo.
-Ta muito gostosinho só de cueca, não resisti. Beijei sua bochecha.
-Preparado?
-Sempre.
Ele correu entre as árvores com sua super-rapidez. Eu esperava não haver ninguém na floresta, o que pensariam se vissem Eric só de cueca e eu de pijama e sendo carregado por ele? Coisas boas não seriam. Ele saiu da floresta e correu do quintal do vizinho até sua casa. O mais rápido possível, a aquela altura já havia gente na rua, mas passávamos tão rápido por elas que ficariam confusas por não saber o que era, ele pulava cercas e passava por gramados alheios. Eric parou no quintal de sua casa.
-Espera aqui, não demoro. Ele disse e logo em seguida pulou na janela do seu quarto. Era incrível como ele conseguia pular alto. Depois de um tempo ele voltou vestido.
-Agora eu que estou em trajes vergonhosos. Falei enquanto ele me colocava em suas costas de novo.
-Eu gosto de ver você de pijama. Ele correu de volta a floresta e quando já estávamos cercados de árvores ele parou de correr e começou a andar novamente.
-Aonde vamos?. Perguntei.
-Na casa de Caius.
-E onde ele foi afinal?
-Deve ter ido pra casa, a minha mochila estava numa pedra ao lado onde estávamos, Caius deve ter deixado lá. Eric voltou a correr. Paramos na porta de Caius e Eric bateu na porta.
-Olá. Caius abriu.
-Você não dorme?. Eu perguntei.
-Raramente. Caius respondeu. –Preciso conversar com vocês, então entrem. Caius disse dando espaço para que entrássemos. Entramos e Eric me pos no chão.
-Sobre o que quer falar?. Eric perguntou ao meu lado.
-Sentem-se. Nos sentamos. –Como já expliquei a você Eric vai entrar no cio. Caius disse se referindo a mim. –E um lobisomem no cio é perigoso, na hora do sexo ele pode machucar seu companheiro por estar sem controle, ainda mais Eric que é um lobisomem sem experiência.
-E aonde quer chegar?. Eric perguntou colocando o braço em meu ombro.
-Vai ter que se afastar de Diego pelo tempo do cio.
-O que? Não posso. E quem vai ficar com ele?
-Ele não está correndo perigo nenhum que eu saiba, Daniel está morto, o seu rejeitar da proposta é só seu extinto protetor se prevalecendo, você tem que entender que vocês fazerem a ligação com você no cio é perigoso, é melhor fazer isso em uma hora em que você esteja normal.
-E pra onde eu vou? E como vou sumir sem avisar pra minha mãe?
-Eu te levo pra algum lugar, e o que vai com sua mãe é seu problema, é isso ou machucar Diego.
-E pra onde vai me levar?
-Para o território de Cassandra, lá você pode treinar com a alcatéia dela, e isso vai fazer com que sua mente não pense tanto em Diego.
-Eu não quero ir.
-A decisão é sua, e as conseqüências também. Só estou tentando ajudar Eric.
-Eu não gostei dessa história de ir treinar com Cassandra. Me pronunciei.
-Não vai ter só Cassandra lá, e ela não vai fazer nada contra Eric.
-Quem garante?
-Eu não vou te trair. Eric disse me olhando.
-Eu sei, é só que não gosto de Cassandra.
-Eu já disse, a escolha é de Eric. Caius disse.
-Se for pra não te machucar, eu vou. Eric me abraçou.
-Então ta. Falei sem muita vontade.
-E quando começa o cio?. Eric perguntou.
-Provavelmente daqui a um dia. Caius cruzou os braços.
-O que vou falar pra minha mãe?
-Conte a verdade.
-Eu não posso falar pra minha mãe que sou um lobisomem, ela iria pirar.
-Você tem que inventar algo.
-Vou ver o que faço.
-E tem mais uma coisa que quero contar a vocês.
-O que?. Eric perguntou.
-Vou criar uma alcatéia.
-O que como assim?
-Eu vou criar lobisomens.
-Você vai sair por aí mordendo as pessoas? Não mesmo.
-Eu sou o alfa dessa região, preciso proteger meu território, e não posso fazer só, minha proposta de você se juntar a mim ainda está de pé.
-Não quero me juntar a você, você não pode sair por aí transformando as pessoas Caius.
-Eu darei a opção de escolher.
-Eu vou fazer o máximo pra impedir. Eric disse se levantando e ficando de frente com Caius, os olhos de Eric ficaram amarelos e o de Caius vermelhos e amos rosnaram.
-Hey calma os dois. Talvez aquilo não fosse muito inteligente, mas sim eu me coloquei no meio de dois lobisomens raivosos. –Eric ele disse que vai deixá-los escolherem, então se escolherem ser transformados é uma problema deles.
-Mas eles não vão saber o que é ser um de nós. Eric me olhou.
-Deixe pra lá, Caius precisa de uma alcatéia.
-Se você quer ficar só o problema é seu. Caius fuzilou Eric e ele rosnou novamente.
-Parem. Gritei.
-Vamos embora. Eric me puxou. Ele me colocou nas costas e me levou para casa.
-Te vejo mais tarde, na escola?. Perguntei quando Eric me colocou no chão, nós estávamos no meu quarto.
-Não sei, tenho que pensar. Ele disse de costas pra mim.
-Você está com raiva de mim?
-Porque você o defendeu?
-Porque ele quer uma alcatéia então deixe-o ter, não se meta, ele nos ajudou tanto, não vamos interferir em sua vida.
-Mas pessoas iram ser transformadas, os caçadores não vão gostar disso.
-Deixe que ele se vire com isso, agora vamos ficar juntos enquanto você não vai pra longe.
-Eu não quero ir, mas também não quero te machucar.
-Eu sei que não vai me machucar. Falei beijando sua nuca.
-Mas eu ainda não sei me controlar direito, e esse eu te morder?
-Eu confio em você.
-È melhor fazermos quando eu não estiver no cio.
-Ok, eu entendo.
-Vou pra casa, vou ter que contar tudo pra minha mãe.
-Eu posso te ajudar. Falei o virando de frente pra mim e o abraçando.
-Quero fazer isso só. Ele disse me dando um beijo.
-Tudo bem, qualquer coisa me avisa.
-Ta bom, mais tarde nos vemos. Ele saiu pela janela. O sol já dominava o céu.
Decidi me arrumar e descer para fazer o café. Minha tia acordou e conversamos um pouco e tomamos café, fui para a escola de ônibus, eu já não falava direito com Jason e Brittany. Cheguei na escola e só vi Luna. As aulas se passaram devagar e pesarosas. No almoço, ficamos só eu, Luna e David. Na aula de química me sentei com Luna e expliquei tudo pra ela.
-Você pode ficar lá em casa. Ela disse misturando alguma solução.
-Porque?. Perguntei.
-Assim não vai sentir tanta falta de Eric, e minha mãe gosta de você, ela não se importará.
-Tem certeza?
-Sim, se despeça de Eric hoje e amanhã leve sua mala pra minha casa.
-Obrigado Luna. Abracei-a.
-Estou tão ansiosa, podemos ficar conversando até tarde. Ela falou com felicidade.
Saí da escola, e fui direto para casa. Expliquei tudo para minha tia enquanto fazíamos o jantar e ela achou estranho, mas concordou de eu passar a semana na casa da Luna. Nós jantamos e eu fui para o meu quarto. Decidi arrumar uma bolsa com minhas coisas. Quando Eric pulou minha janela com uma cara de poucos amigos.
-O que foi?. Perguntei.
-Eu contei a ela e me mostrei semi-transformado. Ele disse se sentando na cama e encarando o chão, eu me sentei ao seu lado e segurei sua mão.
-E o que Elena disse?
-Ela foi para o quarto e trancou a porta, ela ficou com medo de mim.
-Você contou tudo?
-Sim até de você ser meu companheiro, ela ouviu quieta e quando mostrei a ela a semi-transformação ela tocou meu rosto e foi para o quarto.
-Não se preocupe amor, ela está chocada, eu também fiquei.
-Mas você não saiu correndo.
-Eu estava com a perna quebrada. Forcei um sorriso. –Dê um tempo pra ela, ela é as mãe, não vai deixar de ama-lo.
-Eu sei. Ele disse me olhando. Hoje é nosso último dia juntos até que vá né?
-Infelizmente.
-Mas não vou embora, é só por uma semana.
-Vai ter que voltar a falar com Caius.
-Eu sei.
-Fique longe de Cassandra. Falei sério.
-Pode deixar.
-Se ela tentar algo eu a mato.
-Como?
-Não sei, mas faço.
-Que ciumento. Ele sorriu fraco.
-Te amo. Falei sentando no colo dele e beijando sua bochecha.
-Também te amo. Ele disse me beijando. –Vai ficar só a semana toda?
-Não, vou ficar na casa da Luna, ela me chamou.
-È bom, assim não ficará só.
-Mesmo que você esteja longe, vai estar em meu coração Eric.
-Cara, isso foi muito gay.
-Eu sei. Nós rimos.
Eric passou a noite comigo. No dia seguinte depois da escola ele estava atrás da escola, na entrada da floresta, Caius estava com ele, e eu estava com Luna.
-Adeus. Abracei ele o mais forte que pude e beijei seu pescoço.
-Eu não vou embora. Ele riu, e me abraçou de volta.
-Mas vou sentir sua falta.
-Eu também. Ele disse me beijando.
-E como eu disse, fique longe da Cassandra.
-Eu sei.
-Te amo.
-Te amo. Ele me abraçou de novo.
-Adeus Caius. Eu disse enquanto Eric ia pra perto dele. Ele apenas assentiu.
Ver Eric se afastando por entre as árvores me deu um aperto enorme no coração.
-Eric. Gritei e corri até ele.
O que foi?. Ele perguntou confuso.
-Te amo, eu sei que eu já disse, mas quero ter certeza de que isso está bem claro.
-Está claro desde o dia em que você passou a noite comigo enquanto eu estava transformado e no dia em que tirou aquela flecha de mim com o maior medo de me machucar. Eu também te amo.
Eu dei um beijo demorado nele, e em seguida ele beijou minha testa e seguiu seu caminho. Ele olhou pra trás já a alguns metros e eu mandei um beijo, ele fingiu pegar no ar e guardar no coração, eu sorri.
Voltei para Luna.
-Ah que fofo. Luna disse com um sorriso simples.
-È horrível saber que vou ficar tanto tempo longe dele.
-È normal isso, um lobisomem jamais fica muito tempo longe de seu companheiro.
-Uma semana é muito tempo.
-Talvez ele volte antes.
-Caius não iria deixar. Falei acompanhando Luna até o ponto.
Nós fomos para sua casa. Eu havia deixado minha mala lá quando Eric foi me buscar para ir para a escola. Nós chegamos e ela logo me puxou para seu quarto.
-Onde vou dormir?. Perguntei me sentando na cama.
-Na cama. Ela disse sorridente.
-E você?
-Na cama.
-Mas Luna, é uma cama de solteiro.
-Mas tem outra cama. Ao dizer ela pronunciou algumas palavras e em seguida a cama onde eu estava se afastou e se duplicou, ao lado da cama apareceu uma cópia da mesma.
-Fantástico.
-Feitiço de duplicação.
-Onde está sua mãe?
-Foi buscar Arabella.
-Quem?
-Minha prima, ela vai passar três dias aqui para que possamos fazer um sabbath.
-O que é um sabatth?
-Um ritual para a concretização de uma bruxa, na verdade existem vários tipos de sabbath, mas o que você tem que saber é que Lua cheia é magia negra e Lua Nova é magia branca.
-Quem vai se concretizar?
-Eu.
-Vai mudar alguma coisa?
-Claro, quando uma bruxa faz dezesseis anos ela é invocada pela Lua, aos ser invocada ela pode ir para a Luz ou para as Trevas.
-E você vai para Luz né?
-Eu não escolho, é a Lua quem escolhe, eu quando falo Lua não digo o satélite natural, digo as forças que ela traz a uma bruxa..
-E se você for para as trevas?
-Vou me tornar uma vadia venenosa.
-Não posso te perder. Disse levantando e abraçando a.
-Não irá, minha avó disse que se eu estivesse indo para as trevas eu saberia, e acredite não estou sentindo nada.
-Que bom. Disse secando as lágrimas que caíram um pouco antes.
-Nunca tive um amigo de verdade que nem você.
-Eu também não.
-Quer fazer um pacto?
-Como assim?
-Unir nossos laços além do normal, um pacto sela uma amizade.
-Sim, quero fazer.
-Então venha.
Luna me puxou pelo corredor e desceu as escadas, passou pela sala e depois a cozinha, ela parou na no escritório e puxou um livro da estante e uma porta se abriu no chão mostrando escadas que desciam para algum lugar. Ela me fez descer. Ao descer havia um corredor escuro. –Incendium. Luna conjurou e tochas nas paredes se ascenderam. Nós seguimos pelo grande corredor e entramos numa sala enorme, cheia de prateleiras com livros, como numa biblioteca, havia um sofá e uma estátua de uma mulher alisando seus cabelos. E na parede havia um quadro com uma lua crescente. E no alto da sala havia um enorme lustre de cristal que iluminava toda a sala.
-Aqui é lindo e assustador. Falei admirando tudo.
-Uma bruxa jamais pode mostrar seu local de aprendizado a um humano, mas como você não é humano, não há problemas. Ela disse, abrindo um armário e pegando algumas coisas.
-Eu não sou humano?
-Um companheiro de lobisomem não é humano.
-E o que o faz com que eu não seja humano?
-Não sei, mas aqui tem alguns livros sobre lobisomens, você pode lê-los.
-Obrigado.
-Agora sente-se aqui. Ela colocou duas almofadas uma frente a outra e acendeu uma vela. Pegou uma adaga de prata que no cabo era uma cobra, fez um corte na palma da mão.
-Agora sua vez. Ela me ofereceu a adaga.
-Eu vou ter que me cortar?. Falei esfregando a mão.
-Deixa de ser medroso, um lobisomem quebrou sua perna e você está vivo, é só um cortezinho, e anda logo senão me sangue vai cair no chão.
-Mas a pior é sempre a atual. Falei pegando a adaga e fazendo um corte rápido de mais ou menos quatro centímetros na palma da mão, o corte ardeu.
-Vamos juntar as mãos. Ela juntou sua mão cortada com a minha.
-E agora?
-Repita comigo: “Aestuat ignis aeternus matrimonium, quod solidum aqua humectat caeli et terrae spiratis. Aliquam fit cum virtute luna.” Ela disse pausadamente e eu repeti. Ao terminar de dizer as palavras juntos, um choque passou pelo meu braço, eu tentei tirar a mão da de Luna, mas estava grudada.
-Calma. Ela disse de olhos fechados. –Pronto o pacto está feito.
-Agora sou oficialmente seu melhor amigo? Falei tirando a mão da sua e olhando a própria, não havia mais nenhum corte na minha mão, nem mesmo sangue.
-È. Luna disse sorrindo.
Luna me mostrou alguns livros de lobisomens, com imagens tão mentirosas, algumas tinha uma fera de pé com chifres e tudo mais. O lobo em que Eric se transformava era como um lobo normal, só era maior, e quando ele estava semi-transformado, ele tinha olhos dourados, presas expostas, e olhos um pouco mais fechados, e claro suas orelhas pontudas. Ele não tinha pelos pelo corpo todo, isso era tão clichê. Talvez Luna acredita-se que um lobisomem transformado fosse daquele jeito, afinal ela nunca viu um em tal situação.
-Minha mãe chegou. Ela falou me puxando de volta, para o escritório. A segui até a sala e lá estava sua mãe, com cabelos loiro claro como os de Luna, rugas suaves, magra e 1,70 de altura, olhos azuis e sorriso simpático. Com ela estava uma mulher com o cabelo ruivo e curto penteado pra trás, corpo belo e bem desenhado, ela usava óculos escuros e usava um vestido preto deslumbrante e sensual, que caía bem em seu corpo e se arrastava no chão, ela usava botas pretas que iam até o joelho. Ela tinha uma pose de superioridade e sensualidade, aparentava uns vinte anos.
-Olá priminha. Ela abraçou Luna com tanta artificialidade que me deu nojo.
“Diego, não confie nela, ela é das trevas” Ouvi uma voz na minha cabeça, o que e de onde vinha essa voz? Pensei comigo. “Sou eu Luna, agora que fizemos o pacto, estamos ligados, posso conversar com você por pensamento e você comigo, não se assuste, depois te explico”
-Olá Arabella. Luna deu um sorrisinho.
-Como está querida?. A mulher se deslumbrou passando a mão no busto.
-Bem.
-Preparada para a invocação?
-Sim, vou para a luz, e não me tornarei uma cobra peçonhenta que nem você.
-Mas quanto veneno, não trate sua prima assim.
-Tanto faz, esse é meu amigo Diego. Luna me apresentou bufante.
-Olá querido. Ela sorriu.
-Agora vá caçar o que fazer porque não estou a fim de ficar em sua presença cobrabella.
-Então ta, vou a bares maravilhosos e lá terá homens maravilhosos, você poderia ir comigo e trocar essa sua roupinha cafona.
-Suma. Luna gritou. Arabella riu alto e pesarosamente, e sumiu em furação de fumaça negra.
-Ual, ela é intensa né?. Perguntei a Mãe de Luna.
-Nunca me meto na briga das duas porque isso já acontece a anos. A mãe de Luna disse cansada. –Vou me deitar, Arabella provavelmente não volta hoje, estou cansada, preciso de paz.
-Mas mãe, são seis horas da tarde. Luna disse.
-Estou cansada Luna, só me chame se for urgente. Azealia disse subindo as escadas.
-Então. Luna me olhou.
-Mas que coisa foi essa de falar por pensamento?. Perguntei me sentando no sofá.
-È uma coisa do pacto de sangue.
-Agora você vai ouvir meus pensamentos?
-Não né, nós vamos poder nos comunicar quando quisermos, mas em silencio, é só você se concentrar e imaginar que está falando comigo e pronto, só vai acontecer se você quiser.
-Tem mais alguma coisa?
-Não, além da ligação do nosso sangue e poder conversar por pensamento não tem nada, alias tem sim, por causa desse pacto não há jeito de eu ir para as trevas, agora sou ligada a sua alma pura, isso interfere em toda minha invocação.
-È bom te ajudar nisso.
Luna e eu passamos a noite conversando, no dia seguinte era sábado mesmo, não tínhamos aula.
No domingo seria a invocação de Luna, junto com seu aniversário. A casa de Luna lotou de pessoas excêntricas e divertidas, tinha uma senhora de mais ou menos setenta anos com o cabelo lilás, era Velma, a bisavó de Luna, ela já tinha trezentos e cinqüenta anos. Sim, bem peculiar, fora os outros familiares diferentes.
As dez fomos todos para uma clareira na floresta, onde houve uma espécie de ritual.
A avó de Luna conjurou algumas palavras em latim e Luna repetiu, ela estava com um vestido lindo, era preto com várias camadas e alguns detalhes roxos, ela estava com uma sombra preta nos olhos e cabelos soltos, ela estava linda.
- Que agora essa bruxa pura e crescente seja invocada com o esplendor do brilho da lua. A avó de Luna gritou. Um raio atingiu bem onde Luna estava, eu fiquei com medo, pois eu estava a uns seis metros de Luna, e os outros familiares também. –Agora faça um conjuro Luna. A avó disse.
-Tana tuttela tue’est. Os olhos de Luna mudaram de cor, um era azul brilhante e o outro era vermelho escarlate. A cor era diferente da dos lobisomens.
-Meu deus. A avó de Luna levou a mão a boca, e todos ficaram surpresos com aquilo. Eu basicamente não estava entendendo nada.
-Eu me sinto mais forte. Luna disse encarando as próprias mãos.
-Eu nunca vi isso. A avó sibilou.
-Luna é uma mestiça. Arabella saiu por entre as pessoas.
-Como assim?. Luna questionou.
-Você é metade luz metade trevas querida.
-Então vou ser vadia que nem você?
-Não garota tola, você sendo mestiça é mais poderosa que todos nós aqui juntos. Arabella revirou os olhos.
-Inveja priminha?. Luna fez uma reverencia.
-Claro que não, tenho meus dons, também sou boa.
-Uma sirena não carrega sangue bom em suas veias. Eu pensei comigo, então Arabella era uma sirena, segundo Luna eram bruxas com o poder de persuasão.
-Tanto faz. Arabella revirou os olhos. –Agora que essa reuniãozinha patética acabou, eu vou embora, adeus família. Arabella sumiu em sua fumaça negra.
Voltamos para a casa de Luna e comemoramos sua invocação, eu mal falava com Luna, porque as pessoas a saudavam o tempo todo. Depois que todos foram embora eu e Luna subimos para o quarto dela e ela se despiu do vestido.
-Apesar de lindo, isso aqui pesa. Ela disse vestindo uma camisola com um gato roxo na frente.
-Eu fiquei surpreso com tudo. Falei bobo.
-Graças a você não sou das trevas.
-Eu? Porque?
-O pacto fez com que eu fosse invocada mestiça, se não houvesse pacto eu teria ido para as trevas.
-Meu deus, então você realmente poderia ser tornar uma vadia que nem Arabella.
-Eu disse, quando eu e Arabella éramos crianças, éramos melhores amigas, mas ela sentiu que estava indo para as trevas, e dois dias antes da sua invocação ela fugiu com medo do que iria se tornar, E enfim, a lua a invocou para as trevas, e ela se tornou um monstro.
Eu e Luna ficamos acordados até tarde conversando e ela explicando mais coisas sobre invocações e diferentes tipos de conjuradores.
Eu passei a semana na casa de Luna, e quando estava na sala de aprendizagem com Luna, lia o máximo sobre lobisomens que podia, e quando falava sobre o companheiro, era sempre taxado de frágil, indefeso e dependente da proteção do lobisomem, mas eu odiava isso, era tão padrão em todos os livros. Eu não sabia como, mas iria mudar tudo isso
.
A semana toda eu ia para a escola com Luna e voltava. Sexta decidi voltar para casa, Luna pediu pra que eu ficasse, mas eu preferi ir para casa, ela disse que me obrigaria a voltar mais vezes.
Cheguei em casa e todos estavam lá, até mesmo Alan, estava na hora do jantas, mas eu já tinha jantado na casa de Luna, a comida da mãe dela era maravilhosa.
-Boa noite. Alan disse a mim.
-Boa noite. Eu disse educado e não tão frio.
-Como foi com Luna?. Minha tia perguntou.
-Òtimo. Respondi.
-Vai jantar?
-Não, já jantei na casa da Luna.
-Que bom. Minha tia voltou a comer. No cômodo havia somente barulho de garfos contra os pratos. E eu apenas olhando, aquilo era meio constrangedor.
-Alan?. O chamei.
-Sim?. Ela disse após limpar a boca com o guardanapo.
-Eu quero me tornar um caçador. Falei rápido e sério.
-Mas que maravilha. Ele esboçou felicidade. Minha tia me encarava confusa Jason e Brittany também. –E o que o fez mudar de idéia? Brigou com seu namorado e agora quer mata-lo?. Ele disse dando risada.
-Na verdade não, Eric ainda é meu namorado, mas como companheiro dele, estou cansado de ser tão indefeso, quero poder me defender, por mais que Eric não seja um lobisomem ruim, existem lobisomens maus.
-Tem certeza querido?. Minha tia perguntou.
-Sim tia Eliza, mas por eu me tornar um caçador não significa que você vai poder tocar em Eric. Falei em referindo a Alan.
-Tudo bem. Ele admitiu.
-E quando começa o treino?
-Hoje. Ele disse se levantando da mesa. –Me acompanhe, e continuem sem mim, por favor. Ele se referiu aos que continuava na mesa.
Eu o acompanhei. Ele desceu as escadas para o porão e abriu a porta secreta onde havia a sala de armas. Eu fingiria não saber de nada, apenas o segui com o semblante sério. Ele abriu a porta onde havia as armas. –Primeiramente, escolha uma dessas. Ele apontou para as armas. Fitei uma por uma sem pressa, mas uma me chamou a atenção. O arco.
-Quero essa. Apontei.
-Boa escolha, espero que seja bom em pontaria. Ele disse abrindo um armário com a chave um aljava com flechas e roupas, ele me entregou tudo em uma pilha.
-Espero que estas te sirvam, vistas as e me encontre lá fora em dez minutos, nós iremos para um local mais apropriado para treino. Assenti e fui para meu quarto trocar de roupa. A roupa era uma calça preta justa, uma blusa preta de manga comprida lisa, uma jaqueta de couro preta e um par de botas/coturnos com bico de ferro. Me aprontei, peguei a aljava e coloquei a alça atravessada sobre o peito, deixando a aljava nas costas. Peguei o arco e desci. Alan me esperava na porta do carro de braços cruzados, com expressão serena.
-Vamos?. Ele perguntou.
-Sim. Eu disse sério.
No caminho eu fiquei imaginando o que Eric iria achar de tudo, e Caius que detesta caçadores? E nossa como estava com saudades de Eric. Alan parou o carro em um lugar cheio de árvores e pedras e desceu do carro e eu o acompanhei. Ele pegou uma flecha da aljava e passou o dedo em sua ponta.
-Essas flechas são próprias para deixar um lobisomem indefeso, a ponta delas são feitas de prata fundidas com acônito, uma flor extremamente prejudicial a lobisomens, e quando estão no corpo de um, ele nao pode se curar enquanto ela não for retirada, prata queima a pele deles, e a prata mais acônito deixa o sentido deles mais fracos. Agora teste sua pontaria.
-Ok. Falei pegando uma flecha e apontando a uma árvore. A primeira tentativa foi um fracasso, a flecha nem saiu do arco, a segunda, o cabo da flecha bateu na minha cara, Alan se divertia com minhas tentativas e ria de todas, e eu acabava rindo junto. Após inúmeras tentativas eu consegui atirar uma flecha que passou longe da árvore que eu via como alvo.
-Relaxe e se concentre. Alan falou do meu lado. Eu respirei fundo e puxei a flecha no cordão, soltei o ar. –Imagina que seu namorado está em perigo, e só você pode salva-lo, se você errar a flecha ele morre. Me concentrei na idéia e atirei, a flecha passou longe da árvore desejada. –Você o deixou morrer.
-Ai isso é difícil, acho que uma metralhadora seria mais fácil. Eu falei rendido.
-Se concentre, é difícil no começo, mas você consegue. Puxei outra flecha da aljava e a apontei para a arvore, e me concentrei em Eric em perigo, a soltei e ela foi certeira na árvore. Alan sorriu e eu comemorei com um sorriso. – Muito bem, agora faça de novo até obter, mais acertos do que erros.
Passei a noite e a madrugada inteira com Alan na floresta, ele me ensinou tudo sobre como pegar um lobisomem ou o ferir, e eu treinei tudo o que pude com arco, até o dia seguinte minha mira estava impecável, e Alan disse que eu havia nascido para aquilo; acho difícil pois como nasci como um companheiro, ter sangue de caçador era difícil, mas eu não era ruim, na verdade eu era bom, e estava me situando melhor com Alan, ele era um bom professor.
Agora eu era oficialmente um caçador de lobisomensMas que capítulo hein?
Eu pensei seriamente em dividir em dois porque ficou gigante, mas decido não fazer.
Agora as minhas perguntinhas rotineiras.
Pergunta Um: Sentiram falta do Eric? E o que acharam da despedida?
Pergunta Dois: O que acharam de Arabella?
Pergunta Três: Invocação da Luna?
Pergunta Quatro: E o pacto?
È gente Dii resolveu ser caçador, Arabella não é personagem fixo, e Luan poder conversar com Diego por telepatia foi uma coisa inventada de ultima hora, “cêis gostou” Haha
Ontem conversei com o Amante de Séries no Facebook e ele é uma pessoa maravilhosa e dei alguns spoilers para ele, porque ele foi o único a me adicionar, por exemplo, ele sabia que Eric ia se afastar no cio. Otilia Sabrina, a cena do Diego com Eric transformado foi lindo não? E sim Eric como lobo completo e semi-transformado é uma coisa muito fofa, dona Otilia Sabrina quero que me adicione no Face ok? Faço questão de te ter, pra noix bater um papo Haha. Hogu seu desejo de ter mais Luna foi atendida, parecia que você sabia de tudo, você é vidente? Rsrs, E sim bruxos/conjuradores não nasce do dia pra noite. Ru/Ruanito o que seria hora do bluf bluf? Não entendi... Haha. Aos que não respondi por não haver questões ou opiniões mais aprofundadas obrigado pelos comentários e volte sempre.
Sei que acharam que ia haver sexo neste capítulo, só que não, e se tivesse Diego morreria, é sério gente, Caius explicou não foi?. E Eric volta no próximo capítulo, e com algumas novidades ou não, não darei spoilers, ficarão curiosos.
Até a próxima.
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