“Desde os 13 anos que comecei a sentir uma atração ligeiramente diferente da que sentia por raparigas, no entanto nessa altura nunca pensei que fosse homossexual. A revelação só veio aos 16 anos quando me apaixonei pela primeira vez, o conjunto de sentimentos que transbordavam na minha cabeça era inegável. Quem já passou por isso sabe como é, apetecia-me estar com aquela pessoa todos os dias, no entanto passou-se que os sentimentos não foram recíprocos e, mais do que risos houve choros, nunca chorei tanto por gostar de alguém…
Agora com 22 anos contínuo sozinho. Também aos 16 anos me assumi para os primeiros amigos e, atualmente, cerca de 10 pessoas sabem a contar com os meus pais. Sempre fui um rapaz bastante masculino, do género que deixa a barba sempre ligeiramente grande e que perde tempo em competições desportivas e que, por vezes, até tem algum sucesso. Não sou de deitar fora, isto é, posso não ser um modelo, mas também não sou de deitar fora. Pelo que não há grande surpresa que, as pessoas que sabem da minha orientação sexual, nomeadamente os meus amigos façam constantemente comentários como “nunca vais ter dificuldade em arranjar ninguém”, ou “tens quem quiseres”. No entanto com o decorrer da vida, pude averiguar que não é bem assim, já estou sozinho há algum tempo à espera que apareço o tal, no entanto parece que este recusa-se a aparecer. Será que estou destinado a ficar sozinho?”
O Paulo levantou os olhos ao nível do monitor do computador assim que acabou de escrever o seu novo texto para o seu blogue pessoal. Ele sempre teve muita dificuldade em se exprimir, pelo que esta tinha sido uma maneira que tinha conseguido se transmitir o que sentia e lhe ia na cabeça. Assim que releu o seu novo post, clicou em “concluído”. Ninguém sabia da existência deste blogue, nem os seus amigos, sentia receio do que estes pensariam se soubessem das coisas que lhe passavam pela cabeça, era um blogue absolutamente anónimo.
Assim que acabou de postar, desligou o computador e, apressadamente, colocou a mochila nas costas e saiu de casa a caminho da faculdade. Assim que chegou à faculdade, onde cursava engenharia, não pode deixar de pensar no seu poste, pois estava numa faculdade repleta de rapazes, onde o número de raparigas era extremamente baixo, como era possível que no meio de tantos rapazes não houvesse nenhum que lhe fosse destinado…
- Paulo! – chamou o André.
Paulo: Olá, não te tinha visto estava distraído.
André: Eu reparei, estavas a pensar nela, eu sei.
Paulo: É, mais ou menos isso, sabes como é.
André: Claro que sei, passo a vida a pensar nisso, bem vamos para a aula antes que cheguemos atrasados.
Enquanto iam para a aula o Paulo não pode deixar de pensar na conversa que acabara de ter, apesar de saber da sua orientação sexual, quando tinha ingressado na faculdade não tinha revelado a sua orientação a nenhum dos colegas, pois tinha receio de ser colocado de parte, uma vez que, frequentava engenharia eletrotécnica, um curso praticamente só de rapazes onde as piadas feitas sobre homossexuais eram constantes. Além disso, parecia que só havia espaço para conversar sobre mulheres. Por todas essas razões e, provavelmente, devido à falta de confiança em si mesmo, o Paulo tinha entrado nesta rotina teatral, onde fingia gostar de mulheres.
Assim que chegaram à aula, o Paulo e o André juntaram-se a um outro amigo – o Nuno. Era a primeira aula do segundo semestre, pelo que o Nuno informou que o professor estava a fazer grupos de trabalho para as aulas laboratoriais. Eram grupos de dois e, uma vez que no semestre passado o Paulo já tinha trabalho com o André, desta vez era a vez de o Nuno ficar com o André, de modo ao grupo não se sempre o mesmo. Deste modo cabia ao Paulo encontrar um elemento com quem trabalhar que, infelizmente, seria alguém que não conhecia.
A sala de aula estava cheia de rapazes que falavam uns com os outros a fim de formarem os grupos de trabalho, pelo que o Paulo olhou em redor procurando alguém que parecesse não ter ainda grupo e, foi então que o viu. Num dos cantos da sala estava um rapaz alto, com cerca de 1,80 metros, delgado, com o cabelo castanho claro e uma face que era difícil de esquecer. Ele vestia uma camisola que tinha algo escrito sobre ter sido produzida sem causar emissões de gases dióxido de carbono para a atmosfera, o que acabou de lhe chamar ainda mais a atenção, pois esta era a razão porque tinha escolhido engenharia eletrotécnica, para poder trabalhar em engenharias renováveis.
“Saiu-me a sorte grande” – pensou o Paulo, pois tinha acabado de encontrar não apenas alguém por quem se sentia fisicamente atraído, como possivelmente também defendiam ideias comuns, como a sustentabilidade. No entanto, demorou tempo de mais a tomar uma decisão e logo o outro rapaz arranjou um colega de grupo, tendo o Paulo de ficar com um dos rapazes que restava, um que tinha o ar de mandar os outros trabalhar e não fazer nada.
O dia correu naturalmente, o Paulo encontrou-se ainda com outros amigos, contudo, o rapaz que tinha visto anteriormente, quando se estavam a formar os grupos de trabalho não lhe saia da cabeça, pelo que quando chegou a casa não dispensou “bater uma”. Colocou um filme pornográfico no computador com dois homens musculados a “comerem-se”, literalmente. No entanto, não demorou muito até que os seus pensamentos se direccionassem para o outro rapaz. Há medida que se masturbava, o Paulo imaginava como seria beijá-lo, tocar-lhe no corpo, e mesmo chupá-lo, num belo sexo oral…Nota: Decidi começar a escrever novamente,no entanto há medida que ia escrevendo ia notando na falta de ausência de acontecimentos e conteúdos eróticos nesta história, pela que decidi torná-la apenas uma espécie de introdução.