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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Pessoal, um aviso:
Me desculpem os erros de português, eu fico tão ansioso para saber o que vocês acharão dos novos capítulos que vou postando tão logo escrevo sem reler para corrigir os erros. Fico atualizando a página de 2 em 2 minutos para ler os comentários.
Obrigado a Todos.
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Os dois acompanhantes de Osvaldo tiveram um sobressalto. Percebi que ambos eram novatos ali, nunca tinham visto nenhum membro da família que era proprietária daquela mansão, só deviam saber o nome e por isso eu estar ali em carne e osso os assustava.
- Ninguém vai tentar impedir nada, Caio. - Falou cautelosamente Osvaldo. - Mas você entende que seu pai deu ordens bem rígidas a respeito da casa ficar fechada. Sou obrigado a comunicar a ele que você está querendo entrar.
- Fique a vontade. Vou esperar sentado na beira da piscina.
Haviam duas piscinas na casa, uma grande para adultos e uma infantil. Nenhuma possuía água. Mas o jardim ao redor de ambas era tão bem cuidados quanto as plantas em cima do muro. Enquanto esperava, peguei meu celular e pensei novamente em ligar para a Samia. Imaginei se o Roney não havia já contado a versão dele e envenenado ela completamente contra mim. Eu precisava me manter focado, então resolvi não ligar, já estava com pressão suficiente sobre mim.
Foi divertido ver o nervosismo do Osvaldo ao tentar falar com meu pai e não conseguir. Eu sabia que quando viajava ao exterior ele ficava incomunicável, entrando em contato apenas se achasse necessário. Eu sabia que ele ia fechar uma parceria com uma empresa francesa para fornecer tecnologia para algum produto, ouvi ele conversando sobre isso com o Carlos Jr., só não imaginava que implicaria em uma viajem.
- Escuta, Caio. - Falou Osvaldo. - Ainda seguido pelos 2 companheiros. - Eu não consegui falar com o seu Pai. Eu poderia ligar pro seu irmão?
O encarei friamente:
- Osvaldo, eu já estou achando isso uma palhaçada. O papai ainda vai, mas ligar para o Carlos significa o que? Que eu não tenho moral de nada nessa família. Que sou o último que deve ser consultado? Isso já deu para mim, você é um empregado, um seguidor de ordens, você manda até que não esteja presente ninguém que tenha mais poder que você. Para o seu governo, como membro da família eu estou na posição de seu chefe aqui. Então, a não ser que queira arranjar problemas realmente graves, você vai me dar as chaves da casa imediatamente.
- Mas o que você quer fazer la? O Dr. Carlos que mandou?
- O que eu vou fazer lá não é da sua conta. - Gritei assustando-o. - Eu não devo satisfações a você. Ponha-se no seu lugar e faça o que eu mando. - Pude perceber um olhar divertido entre os dois acompanhantes de Osvaldo, conhecendo ele, tinha certeza que aqueles coitados ouviam gritos muito piores dele que os que eu havia acabado de dar. Deviam estar se sentindo vingados.
- Eu não estou desobedecendo. Procure entender. - o nervosismo era notável em sua voz. - Em todo o caso, as chaves não estão aqui, ficam com o seu pai.
Porra. Eu não sabia se aquilo era verdade. Mas imaginei se não seria um blefe dele. Pois se meu pai tivesse autorizado minha entrada, eu deveria saber a verdade sobre onde estavam as chaves. Mas se não, eu não saberia. Acontece que eu nasci num ninho de cobras e cresci imune a todos os venenos delas. O Osvaldo era apenas um guarda-costas de serpentes, nunca entenderia o que é ser uma. Eu caminhei até ele em silêncio, peguei-o pelo colarinho bem de leve e o encarei:
- A próxima vez que você mentir para mim, será a última mentira que você contará como funcionário dessa família. Você entendeu isso?
Sem responder ele pôs a mão no bolso e me entregou as chaves. Abri um sorriso divertido:
- Muito bem, agora voltem aos seus postos. Que eu saiba vocês são pagos para guardar muros e não para ficarem me olhando com essa cara de pateta.
- Não acha melhor alguém ir com você? - Indagou Osvaldo Cauteloso. - A casa está fechada desde, bem, você sabe, pode haver algum perigo, algum bicho peçonhento.
- O único bicho peçonhento que me preocupa nessa propriedade é você. - Respondi ignorante. - Mas pensando bem. Você, apontei para o que parecia o mais novo dos três. Venha comigo.
Ele me seguiu enquanto Osvaldo e o outro retornaram à guarita. Era um segurança muito bonito. Bem moreno e tinha olhos castanhos enverdeados, parecia um quartzo verde, um lodo, muito bonito mesmo. Era bem malhado e usava cabelo no estilo militar, aparadíssimo.
- Qual o seu nome?
- Mário, Senhor. - Cruzes, que nome malfazejo.
- Não precisa me chamar de senhor. Pode me chamar de Caio.
- Sim, senhor. Quer dizer, certo.
Caminhamos até a entrada da varanda. Era uma construção linda em estilo renascentista, o que fazia com que parecesse bem mais antiga do que era. A mansão mais antiga da família era onde minha avó, mãe do meu pai, ainda morava, que era menor do que está, mas era como o castelo hereditário da família. Varandas corriam dois terços dos arredores da casa, e caminhar por elas foi tão emocionante que quase chorei. Mas não podia me distrair, precisava entrar e talvez meu tempo pudesse sofrer algum tipo de interferência.
- Mário, eu vou entrar e você aqui de prontidão, só entre se eu chamar.
- Sim senhor. Digo, sim Caio.
Impossível não rir da trapalhada dele.
Comecei minha busca. Na noite em que nos mudamos, lembro do Dr. Vasques, advogado de confiança da família, conversar a sós com meu pai no escritório. Eu ouvi vozes alteradas, houve uma espécie de discussão séria entre os dois. O advogado queria convencer meu pai a fazer alguma coisa que meu pai se recusava. Dentre as poucas frases que ouvi uma me marcou por anos.
- Esse testamento nunca será aberto Vasques, ele vai ser enterrado junto com essa casa.
O advogado nunca mais visitou meu pai depois disso. Quando ouvi aquelas palavras, soube que era algo sério, minha mãe deixou alguma coisa que meu pai se recusava a por em prática. Pesquisei e soube o que era um testamento. Apesar de ainda criança não ter percebido o óbvio, aos 16 já conseguia muito bem deduzir que se minha mãe deixou um testamento e meu pai não queria cumprir o mesmo, provavelmente esse testamento tinham coisas que desagradavam ele. E se desagravada a ele, eu teria um prazer cruel em realizar.
Haviam vários locais onde poderia estar. O escritório grande, o escritório da mamãe, o quarto deles. Eu teria um trabalhão. Ainda haviam quatro cofres na casa, três do papai e um da mamãe e podia estar dentro de um deles. Na verdade, era praticamente certo que estivesse dentro de um deles. Talvez dentro do da mamãe.
Estava subindo até o escritório dela, que ficava nos altos quando uma mão tocou meu ombro e quase morro de susto.
- Ai meu Deus, Mário. - Repreendi quando o reconheci. - Quase me mata do coração.
- Calma. - Falou ele nervoso. - Eu entrei para te avisar. O Osvaldo não te obedeceu, ele ligou pro teu irmão e ele está vindo para cá, ele estava sorrindo assim bem cruel. Acho que a coisa sujou pro seu lado.
Continua …