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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Eu criei uma mania de não gostar muito de visitas. O principal motivo disto é que minha condição faz com que eu receba com constância visitas pedindo favores. Não que eu não goste de atendê-las, mas associei visitas com a interrupção de momentos de paz, prazer e etc.
Naquele dia eu ia receber uma visita que tirou o meu sono até na noite anterior, porque eu sabia que o favor que me pediria seria uma coisa realmente complicada. E sinceramente eu temia o momento inevitável em que eu teria que fazer aquilo, porque provavelmente outra pessoa não seria capaz.
Não marquei qualquer atividade para aquela tarde. No horário combinado, prepa
rei um chá de erva cidreira eu mesmo e fiquei esperando. Ela não se atrasaria, não era de seu feitio.
Ela me liga e diz que está embaixo do meu prédio, digo que ela pode subir a aciono o controle que faz o portão abrir. Deixei a porta aberta e ela entra sem cerimônias, mas não senta, fica de pé esperando. Era uma senhora de 37 anos, mas naquele dia certamente parecia ter mais de 40, ela aparentemente havia envelhecido uns 10 anos desde a última vez que a vi.
- Por favor, Liana, sente-se. - Falei apontando uma das cadeiras da minha pequena mesa de jantar. - Preciso ser sincero e dizer que já te vi em melhor estado.
- Você sabe o que está acabando comigo. Eu não aguento mais estar perdendo o meu filho dessa forma. Você já devia ter feito alguma coisa há muito tempo.
- Eu fiz.
- Me dizer para me afastar? Foi o pior conselho que você já deu a alguém. Ele só tem ficado pior desde então, e eu estou apenas sobrevivendo.
- O Daniel precisava sentir o peso das decisões dele. Ele já nem me ouvia mais também, você sabe. Internar ele ou algo do tipo só iria fazer com que ele odiasse você e a mim.
- Pelo menos ele não correria risco de vida.
- Mas ele não esta correndo risco de vida nenhum.
- Você tem certeza?
- Absoluta. Ele está passando apenas por coisas que precisa passar. Eu vejo que ele sairá disso e terá um relacionamento saudável com uma pessoa normal.
- Uma mulher?
- Não sei, conhecendo bem ele. Acho que não.
- Mas ele gosta de mulher. Você mesmo me confirmou isso.
- Eu também gosto, Liana. Mas mulheres são bem menos suportáveis num relacionamento do que homens. Acho que eu e o Daniel temos isso em comum. Apesar de gostarmos de mulher, elas sempre são nossa última opção.
- Eu não vim aqui falar disso. Você sabe que eu já aceitei isso. Eu aceitei tudo. Menos essa loucura de relacionamentos com drogados em que ele se meteu. Eu não sei mais o que fazer. Estou a ponto de enlouquecer e você é a única pessoa que pode ajudar. Se você não aceitar me ajudar eu não sei mais o que farei. Eu não sei se eu suporto.
- Eu acho que suporta sim. Mas olhe. Eu te entendo e sei que está no seu limite. Quero deixar bem claro que o Daniel sairia dessa sozinho. Eu acredito muito nele. Apesar dele ter tão pouca fé em si mesmo. Eu vou até Curitiba e vou trazer ele de volta. Mas não estou fazendo isso por ele, e sim por você. O paciente aqui é você.
- Você dá sua palavra de que traz ele de volta?
- Dou.
- Obrigado. Yoh.
(FIM)
