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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que quem não leu A História de Caio – Prólogo de Daniel, que clique no meu nome e leia, é o último conto antes deste, pois ele é muito importante para acompanhar a história a partir daqui. Sem deixar de expressar meu agradecimento a todos que acompanham, comentam, votam, elogiam, criticam, se indignam, gostaria de agradecer especialmente àqueles que comentam conto a conto, alguns eu já fico esperando para ver como reagirão, como o LucasBH, Luucaas, o Geomateus, Gerfried, Otília Sabrina, Ru/ruanito, Jhoen Jhol, Aghata1986, Chicao02, AndersonM, e Crazynerd, só para citar alguns. De alguns me tornei leitor através dos comentários e agradeço especialmente também por isso, ontem parei de escrever para acompanhar o conto “Foi Difícil, Mas Deu Certo”.
Não podia deixar de agradecer ainda ao August0, pelo comentário enorme que eu adorei ler e por ter escolhido o meu conto para colocar seu primeiro comentário aqui no site, isso muito me honrou.
Acho que eu fico tão ansioso pelos comentários quanto vocês ficam pela continuação nos momentos mais tensos. Sem mais delongas, continuo a história.
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Peguei o celular e por ele mesmo diquei para a recepção. O porteiro de plantão atendeu eu autorizei o acesso do Yoh ato meu apartamento. Notei uma voz preocupada do outro lado, o porteiro deve ter percebido que havia algo estranho na minha voz, mas estava lidando há tempo suficiente com pessoas como as que moravam no meu prédio para entender que era melhor deixar que cuidassem de seus próprios problemas.
Quando o elevador abriu-se, eu ainda estava completamente nu. Eu tremia de frio pisando descalço no chão de granito escuro. Ouvi os passos entrando na sala e então me virei para olhar, estavam diante de mim o Yoh e o Daniel. Não sabia que ele tinha vindo junto com o Yoh.
O Yoh parecia esperar me ver naquele estado, ele apenas parou e observou tudo ao redor enquanto o Daniel correu até mim e me ajudou a vestir minha bermuda que estava jogada no chão e minha camisa.
- Cara, meu Deus. - Perguntou horrorizado enquanto permaneci mudo.- O que houve contigo? Quem fez isso contigo? Yoh?! - Perguntou ele voltando-se alterado emocionalmente para o amigo. - Quem fez isso com ele?
Yoh ignorou a pergunta de Daniel e caminhou até mim. Pegou no meu queixo e levantou meu rosto um pouco, encarando-me diretamente nos olhos:
- Foi seu irmão que fez isso?
Confirmei com o olhar.
- Porque? - Perguntou ele outra vez. O tom de voz dele me acalmava, parei de chorar um pouco e consegui responder.
- Ele tem fotos minhas. Com um ex-ficante. Fazendo sexo. Ele me obrigou para não mostrar a ninguém. Eu fiquei fora de mim. Ele me bateu e me estuprou e não consegui fazer nada. Acordei há pouco tempo.
- Daniel, vá com o Caio até o quarto dele e pegue as coisas que ele quiser levar. Faça isso o mais rápido que você puder. Eu vou verificar uma coisa na sala e na cozinha.
Daniel foi comigo até meu quarto. Chegou a elogiar o quarto e o apartamento, mas notando meu desconforto desconversou. Ele pegou minha mala de viajem e minha mochila e encheu de roupas e pertences pessoais. Pedi para ele tirar o HD do meu pc, pois continha muitas coisas minhas. Levei ainda a caixa de pedra e o testamento.
Quando voltamos para a sala o Yoh estava com um saco de pano nas mãos e havia algo dentro mas eu não fazia ideia de onde ele o tinha tirado, pois não estava com ele quando chegou. Aparentando uma surpreendente calma, diante do meu estado de choque e da ansiedade do Daniel, ele caminhou até nós e orientou:
- Daniel, leve o Yoh até o meu apartamento e fiquei com ele lá, logo eu chegarei.
- Você não vai com a gente porque?
- O irmão do Caio está dormindo no quarto. Preciso resolver uma coisa com ele.
- A gente devia matar esse filho da puta. - Falou Daniel, rispidamente.
- Daniel, o Caio precisa descansar. Isso é o mais importante agora, leve ele para meu apartamento imediatamente. Encontro vocês lá o mais rápido que eu puder.
De repente senti uma pontada de medo, o Carlos era forte e dominava artes marciais, eu não sabia se o Yoh conhecia alguma técnica de defesa pessoal ou algo do tipo. Ele não parecia do tipo que bateria em alguém, em todo o caso.
- Yoh, vamos embora com a gente. - Pedi.
- Vocês estão atrasando as coisas. - Falou ele com certa rispidez. - Daniel, agora!
O Daniel me segurou pelo braço e me conduziu para o elevador. Não resisti mas meu último ato foi advertir o Yohan.
- Yoh, ele é perigoso. - Falei choroso.
- Eu também sou! - Respondeu ele sorrindo enquanto as portas do elevador se fechavam entre nós.
Quando fiquei sozinho com o Daniel no elevador ele me abraçou, fiquei assustado mais correspondi.
- Eu nunca mais vou deixar ninguém te ferir. - Me disse.
- Desculpa te meter nisso. - Falei.
- Não tem que pedir desculpa de nada. Eu vou matar esse infeliz do teu irmão. A gente devia voltar lá em cima e matar ele.
Ele parou de falar ao ver que eu comecei a chorar novamente.
- Desculpa. - Falou me abraçando de novo. - Estou te fazendo lembrar daquilo.
O elevador pareceu levar muito tempo para chegar lá embaixo. O porteiro achou estranho a movimentação. Mas, assim como na ligação, não se intrometeu. O carro do Daniel estava parado exatamente em frente e ele colocou minhas coisas no porta-malas enquanto eu me acomodava no banco da frente.
Não trocamos uma palavra até o apartamento do Yohan, ao chegar lá, o Daniel parou também em frente do lado de fora, mas ele tinha a chave do portão de visitas. Entramos levando minhas coisas e notei que o carro do Yoh estava na garagem. Naquele momento estava ficando mais calmo e fiquei pensando no que seria da minha vida. Voltar para casa definitivamente não poderia naquele estado.
O Daniel me levou até o quarto do Yoh e me fez deitar. Eu disse que precisava de um banho. Ele entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Veio até mim e ficou tentando me ajudar a tirar a roupa.
- Dan, não precisa disso, eu tomo o banho sozinho, pode sair do quarto.
- Não vou deixar você sozinho por nada, Caio.
- Porque?
- O Yoh disse que você ia se matar. Não consigo me imaginar o mundo sem você nele.
Olhei para ele surpreso:
- Não estou te entendendo. Você está estranho, o que você quis dizer com …
Minha frase foi abafada por um beijo seco. Abrupto. Violento. Roubado.
- Eu te amo. - Falou ele descolando seus lábios dos meus. - Eu te quero como nunca quis alguém na minha vida toda. E morreria junto com você se não tivesse tido a oportunidade de te falar isso.
Continua …