A História de Caio - Parte 28

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1463 palavras
Data: 16/07/2013 18:28:46
Última revisão: 14/08/2013 00:49:45
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:

http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html

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Eu fiquei completamente sem chão com aquela atitude dele. Ele era um cara muito bonito e atencioso, em qualquer outra situação eu teria ficado feliz de saber que alguém como ele estava gostando de mim. Mas o Daniel era diferente, eu tinha acabado de passar por uma situação extremamente traumática e minhas lembranças dele me ofendendo ainda eram fortes demais. Meu instinto me fez empurrá-lo:

- Você ficou maluco? Eu acabei de ser violentado, gritei aos prantos.

Ele passou a estampar uma cara extremamente arrependida. Puxou o próprios cabelos com raiva.

- Puta que pariu. Eu sou um imbecil. Eu faço tudo errado. - Falou chorando também. - Eu te quero desde que te vi pela primeira vez, eu tive raiva desse sentimento. Eu só estou querendo consertar a merda que eu fiz mas as coisas só ficam mais difícil. Me perdoa cara, me perdoa.

- Não precisa chorar, Dan. - Falei, me acalmando e acalmando ele. - Muito estranho te ver assim. Tão abalado.

- Cara, você precisa dormir, entra no banheiro, vou ficar aqui fora, deixa a porta destrancada, se demorar demais eu vou entrar.

Foi engraçado ver toda a preocupação dele, mas era compreensível. Eu quase tentei me matar, e se tivesse tentado, certamente conseguiria. Não havia como sobreviver a um pulo do 16º andar. Sai pelado do banheiro e pude observar as marcas no meu corpo. O Carlos havia dado cintadas por toda as minhas costas e minhas coxas também. O Daniel ficou surpreso de eu sair nu, então pegou a toalha que tinha colocado na porta do banheiro e me enxugou.

Foi muito gostosa a sensação de ser enxugado por ele. Foi o primeiro momento que tive prazer em algo depois dos momentos terríveis que havia passado. Ele foi super carinhoso, nem reconheci o Daniel antipático de outrora. Depois de me enxugar me deitou na cama e ficou do meu lado até que dormi.

Acordei ouvindo vozes conversando alto na cozinha. Reconheci que eram de Yoh e Daniel. Acordei com o corpo ainda dolorido e notei que as coisas ao redor estavam exatamente como quando me deitei, então nenhum deles dormiu no quarto. Eu tinha recuperado bastante minhas forças e minha sanidade. E foi então que me toquei de uma coisa muito séria: o Daniel havia se declarado para mim. Quando ele chegou no colégio, para mim era um sonho de consumo. Um moreno lindo com um sorriso de derreter o coração. Mas ele fez eu criar tanto abuso da cara dele, que aquela declaração de amor me parecia agora uma coisa bizarra. Como alguém que ama trata o outro tão mal. Ele podia ter me dito a hora que quisesse, era só ter sido um cara normal, era só ter sido minimamente agradável.

Quanto mais eu rezava, mas assombrações me apareciam, ainda mais aquela situação para eu resolver. Eu queria muito ter alguma coisa com o Yoh, não era amor, mas ele era um cara ótimo, eu poderia desenvolver um sentimento por ele. Não tive uma atração à primeira vista como tive pelo Daniel, mas ele era do tipo que nos envolvia aos poucos e se tornava de repente uma pessoa indispensável em nossas vidas. E o Daniel era o melhor amigo dele. Acho que eu acabaria perdendo os dois de uma vez só. A amizade deles era muito bonita, não fazia sentido eu me meter no meio e quebrar a harmonia entre os dois. Todos esses pensamentos misturavam-se com minha preocupação com a chegada do meu pai. O que ele faria quando retornasse. Será que o Carlos já o teria avisado de alguma coisa? Mas acima de tudo isso estava uma situação mais urgente. O que o Yoh havia feito quando ficou sozinho na minha casa. Pelas vozes na cozinha, soube que ele estava bem e respirei aliviado.

Peguei uma roupa na minha mala, me vesti e fui até a cozinha. Os dois emudeceram quando me viram.

- Você está bem? - Perguntaram praticamente em uníssono.

- Estou. - Falei sorrindo. - Vocês fazem uma ótima dupla. Yoh, Dan, obrigado aos dois por tudo. Yoh, que fiquei preocupado.

- Falei para ficar tranquilo. - Ele respondeu sorrindo. - Não vi sinal algum de ferimentos nele, então aparentemente não havia tido briga. - Tenho algo para você. - Falou apontando a mesa de jantar e notei que o saco preto que ele carregava na mão na noite anterior estava em cima dela.

Sentei na mesa e abri. Dentro estavam as fotos que o Carlos tinha de mim.

- Ele tem arquivos digitais. - Falei

- Mas não é provável que ele mostre a alguém. Eu apaguei do notebook dele e também do celular. Existem formas de recuperar, claro, mas não creio que ele faça algo do tipo.

- Isso não importa Yoh. - Falei. - Digo, agradeço o que você fez, de verdade. Mas eu não quero mais que isso seja um peso nas minhas costas. Eu nunca teria paz enquanto vivesse tentando esconder de todo mundo o que eu sou. Eu vou me assumir.

Os dois me olharam surpresos. O Daniel. Me olhou com um brilho estranho no olhar.

- Está falando do Colégio? Se for eu me assumo também.

O Yoh olhou estranho para ele e pelo olhar percebi que ele não havia falado nada sobre a declaração que me fez.

- Não é necessário, Dan. E não vou escrever na minha testa, EU SOU GAY. Eu apenas não vou mais ficar fingindo disso.

- Você vai à escola hoje? - Indagou Yohan.

- To querendo ir não. - Falou Daniel.

- Não perguntei a você, turista.- Riu Yoh. - Você deve ir de qualquer forma, não pode gazear aula assim não. Tô falando com o Caio.

- Quero ir sim, queria falar com a Samia. Ver como o Roney está, talvez ele tenha se acalmado mais.

- O Daniel te leva ao colégio.

- Yoh, tem mais uma coisa. - Contei a ele sobre o testamento de minha mãe. Ele ficou impressionado com toda a história. E o Daniel achou tudo muito engraçado.

- Deixe esse testamento comigo, quando você voltar do colégio te digo alguma coisa. Você traz ele Dan?

- Trago. Já que o precioso neto não tem motorista. - Zombou ele lembrando da história de minha avó.

- Bobo. - Falei dando um soco de leve no ombro dele.

Peguei o testamento e entreguei a ele. Quando estava de saída, ele pediu para esperarmos um pouco e perguntou.

- Caio, eu esperei você tocar no assunto, por mim não insistiria. Mas não consigo deixar as coisas assim. Você não quer denunciar seu irmão por estupro? Ainda podíamos ir numa delegacia, fazer exames, a violência é bem recente. Infelizmente ontem eu estava mais preocupado com sua saúde do que com isso, senão teria levado você em choque mesmo para denunciar.

- Não Yoh. Por favor, eu não quero envolver a polícia nisso. - Em diversas situações pensei em denunciar aquela situação. Aquela oportunidade foi única e eu deixei passar. - Seria muito humilhante todo mundo saber que eu fui estuprado. E quando souberem que eu sou gay, vão me olhar com aquela mesma cara do Carlos, achando que eu curto ser forçado a sexo, que eu gostei de tudo e estou fingindo. Ele será punido de outra forma.

- Quanto a isso acho que ele já foi punido. Mas também torço para que seja mais ainda. - Falou ele.

- O que você fez com ele?

- Nada demais, um pequeno corretivo. Você não acha que ele ia simplesmente me deixar apagar tudo de bom grado não é?

Mas como, digo, ele é … - Ele fez uma cara de quem diz que é melhor eu não saber e eu me calei.

- Vambora mano. - Chamou o Daniel impaciente.

Sai com ele. Enquanto descíamos as escadas ele praguejou:

- Eu fiquei puto com o Yoh. Foi dar uma surra no cara e não me chamou.

- Eu não acredito que ele tenha batido no Carlos. O Carlos é bem forte.

- O Yoh é cheio de truques. Eu não queria me meter na frente dele.

- Mas se meteu não é? Falei quando estávamos entrando no seu carro.

- Esta falando do que eu te disse ontem?

- É.

- Hum. Isso é diferente. Eu vou falar ainda com ele.

- E não falou porque?

- Porque quero uma resposta tua.

- Que resposta.

- Você me deixa lutar por você? Se deixar, eu farei tudo que puder para provar que te amo e te conquistar pra mim. Se não, eu aceito e vou procurar partir para outra.

- Tem certeza que aceita se eu disser não?

- Não vou aceitar. Mas vou respeitar.

- E quando você quer essa resposta?

- O Yoh é meu melhor amigo, não posso enganar ele muito tempo, eu quero uma resposta definitiva até chegar no colégio. Se você não responder nada eu simplesmente vou desistir. - Falou ele dando a partida no carro.

Continua …

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Comentários

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tipo tô achando que o yoh, pegou o carlos de jeito e filmou tudo...ai o ameaçou da mesma forma que o carlos fez com o caio...

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Curioso com o que aconteceu com o Carlos... E o Yoh é muito misterioso. O Daniel parece mais claro e isso chama mais atenção. Continua logo, parabéns

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Ah,acho que a vergonha e o medo fazem com que não denuncie seu irmão.

Seu irmão merece ser capado e ser estuprado na cadeia.

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é incrível como não consigo parar de ler seus contos... passou parte do dia imaginando os problemas de Caio... vc é muito bom com as palavras, a trama de sua história é algo fora do comum!! abração e mais uma vez parabéns!

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Eu estou achando maravilhoso!! Preciso saber, pois estou curiosissima.... O Yho fez o q com o Carlos?!? Espero q ele fique com o Yho!!!!

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