PARTE II
3 ANOS DEPOIS:
Faltava um dia para que meu coração se inundasse de amor novamente, faltavam apenas um dia para que todos os meus sonhos perdidos e levados por aquele carro Land Rover voltem a brilhar em minha mente. Não estou falando que Lucca era um sonho, muito pelo contrario; ele era um belo efeito da realidade, o efeito do amor. Lucca ainda brilha na minha imaginação, ele ainda aparece em todos os lugares, até nesse marshmallow que eu acabei de espetar em uma vareta e queimar nas chamas alaranjadas da fogueira.
Era uma noite perfeita para acampar e comer marshmallows. A lua pálida pintava todo o parque natural de branco, desde as grandes montanhas que se impõem como gigantes no horizonte, até os pássaros escondidos por entre as sombras das arvores.
Um sorriso cresceu em meu rosto enquanto colocava aquele pedaço branco e fofo de açúcar e glicose nas labaredas da fogueira. Nas ultimas semanas fiquei muito sorridente, também, quem não ficaria feliz ao se lembrar que seu primeiro e único amor, voltaria à brilhar tão perto de onde você dorme?
A mãe de Lucca estava conosco, ela era uma das velhas mais detestáveis de todas, não que ela quisesse ser, mas ela é do tipo de pessoa que dá muita importância para problemas pequenos, e aquilo as vezes me dá nojo. O fato de saber que ela vai morrer dando importância ao transito, dando importância as crianças que riam na rua enquanto ela tentava dormir ou até mesmo dando importância a um simples trote me causava repugnância.
-Caique, tem uma coisa que eu vou te pedir antes que o Lucca chegue de viajem...
Ela se dispôs ao meu lado, deslizando no tronco de madeira gigantesco que ficava em formato de circulo em volta da fogueira.
-Pode falar sra. Malvino.
-Quando o Lucca voltar, não tente o empurrar para seus braços, tá?- ela tinha um sorriso preto, um rosto caído e rugas que mais pareciam bolsas de gordura em baixo dos olhos.
-Do que esta falando?
-Você e Lucca andavam fazendo alguma coisa escondidos por essa floresta- ela apoiou o queixo na mão- eu não sou burra, Caique. Eu via o sorriso no rosto do meu filho sempre que ele dizia que ia andar de skate com você, ou quando dizia que iria no cinema com você, ou quando dizia que faria qualquer coisa com você... Eu não ligo MESMO para o que tenham sido essas coisas, mas Lucca, convenhamos que essas atividades não eram nada saudáveis... Você mesmo viu o que ele fez quando disse que ficaria longe de você, ele socava a parede e se batia no chão como um louco! E convenhamos novamente que você tem câncer! Se você morrer o que será da alma do meu filho?
-Esta pedindo para eu não conversar com Lucca?
-Não não, de jeito nenhum- disse ela dando ombros, pegando uma cerveja, dando um gole e voltando ao assunto- estou falando para parar com essas "atividades" que vocês fazem, não quero que meu filho se mate quando você morrer!
Durante a noite escura uma ideia surgiu na minha mente, uma ideia que poderia ser tão escura e suja quanto a escuridão que rodeava minha cama. Tive a ideia de deixar de amar Lucca. Esse era o único jeito segundo a sra. Hurst, e era isso que ia fazer amanha quando o visse, deixaria de ama-lo.
No dia seguinte o sol brilhava tão quente e vibrante que até poderia queimar a pele branca dos habitantes daquele frezzer gigante que se chamava Monte Reis. Aquele calor não me vinha a mente desde o ano passado, quando os termômetros marcaram 30 graus na cidade.
Na frente da casa dos Malvinno estava tendo quase uma festa de boas vindas, se esse não era o nome. Balões coloridos cheios de hélio presa as cadeiras na frente da casa, comidas saborosas arrumadas em cima de uma mesa lustrosa de madeira, e umas 30 pessoas que tinham todas o sobrenome (Malvino), eram os parentes dele, as tias e tios arrumavam a festa quando o carro cinza parou na frente do gramado. Todos deram risadas e brigaram com um tal de "tio Fernando", que parecia ser o motorista que trouxe Lucca do aeroporto até em casa.
Lucca saiu do carro. Seus olhos ainda brilhavam como safiras dançando ao sol. Fiquei abismado ; ele não cresceu nem um centímetro desde a ultima vez que o vi indo embora no Land Rover, à não ser pelo cabelo dourado que agora estava na testa -agora que cresceram, pude analisar que aquele liso na verdade era ondulado-
Naquele momento tudo ficou borrado, desde as palmeiras que balançavam forte com a força do vento até as crianças que corriam para abraçar o garoto, só ele parecia brilhar naquela imagem. Também, como poderia aquela visão não ser épica? O garoto saia esbanjando toda sua beleza por entre os familiares. Finalmente eu havia recordado o quanto aquele garoto era importante para mim, não só por causa de seu sorriso que contagiava todos a sua volta levando ondas de alegria que inundavam seus corpos, mas pelo seu jeito de andar, aquele jeito que ninguém consegue copiar.
Minha vontade era de pega-lo e beija-lo com toda a força até suas bochechas sangrarem. Minha vontade era de arranca-lo daquele leito onde a atmosfera era tranquila e rasga-lo na metade, trazendo mais emoção para a vida daquele formoso garoto.
Ele virou para mim de ante de toda a multidão, e sorriu, mas não foi um sorriso de boas vindas, foi um sorriso que inundou meu corpo com uma vontade de correr e morde-lo, de arrancar sua pele e comer para que assim ele permaneça comigo para sempre.
Oh Lucca, eu te amo. Eu não quero te perder nunca mais! Por que tudo que eu faço, tudo que eu fiz e tudo que eu farei é para você! Eu poderia ter desistido de viver a tempos com o simples ato de parar de tomar os remédios, mas não... eu preferi te esperar, Lucca. Eu preferi esperar o momento em que você voltaria e me jogaria contra a parede com suas ironias, me socaria com a sua ambição e me chutaria com seu afeto. Que me deixasse te pegar e gritar com você, esperei o momento em que você permitiria que eu entrasse novamente em seus portões, que entrasse em você como fizemos quando tirei sua castidade para sempre!
Parecia que o garoto lia minha mente, ele esperou sentado no lado de fora, até que todos entrassem em casa. Se virou para mim e balançou o dedo me chamando. Eu estava louco para sentir sua pele contra a minha. Sentir seu cheiro invadir meus pulmões fazendo eu me esquecer que dentro dele também havia sangue.
Envolvi meus braços em volta de seus quadris, ele era mais leve que aparentava, levantei-o enquanto girava com ele pelo jardim.
-Você sentiu saudades de mim!- ele disse com um sorriso que recheava toda a bochecha.
Ainda não havia perdido a obsessão por atenção que o preenchia dos pés a cabeça.
-Senti sim!
Senti sim, Lucca. Eu senti sua falta como uma vitima sente uma faca enfiada no meio de seu peito, não à deixando respirar direito, não à deixando pensar direito e não à deixando nem VIVER direito! Porque você é minha vida, Lucca!
Aquele atrito de dois corpos ardentes. Aquele sorriso em sua boca. Aquelas duas covinhas que espetavam suas bochechas. Tudo, absolutamente tudo nele me estimulava.
Caímos no gramado úmido. Rolamos na pequena encosta, quando paramos já não víamos as janelas da casa, nem eles podiam nos ver. Nossos lábios estavam quase se tocando. Por breves momento perdi totalmente a noção do mundo, me perdi em seus olhos. Sua respiração jogava o perfume que a tempos eu não sentia, aquele mesmo cheiro de baunilha. Nossos corpos em contato. Estava com um pedaço de grama agarrado com fios de saliva em seu lábio superior. Eu quase o beijei, por instantes eu não me importava mais de ter dito que não o amava, nossas bocas estavam quase se encontrando, eu quase podia sentir o gosto de mel de seus lábios -aquele gosto que apenas ele tinha-. Me segurei para não beija-lo, parando o movimento do beijo, sentia sua respiração tocar a minha.
-O que houve?
Ele perguntou olhando minha alma pelos olhos.
-Não posso, Lucca.
-O que? Como assim não pode- agarrou meus braços e me forçou a um beijo, tocou meus lábios o melando de saliva.
-NÃO POSSO, CARALHO!
O empurrei com a maior força que pude, ele bateu a cabeça no chão e com murmúrios puxados para o choro perguntou:
-Por que não quer?
Suas pernas tentavam envolver as minhas, que lutavam para que ele não conseguisse.
-Eu falei que não gostava de você, Lucca. Não falei?
-Falou. mas eu não dou importância!- Ele tentou novamente um beijo, o empurrei com mais força no chão- E eu sei que você não estava falando serio...- ele começou a choramingar.
-Lucca, me esculta, eu não te quero!
Eu estava mentindo. Eu queria ele, eu amava ele, mas não podia te-lo! Tudo que sei fazer é trazer sofrimento para as pessoas, convenhamos, um garoto com câncer já não é uma historia muito triste para se viver? Eu o amava e era por isso que não queria deixa-lo triste quando o dia que eu for embora chegar. Eu podia viver disfarçando meu amor ou podia simplesmente deixar de ama-lo.
-Por que você esta falando isso, ein?- falou com lagrimas nos olhos- se você não me quer por que esta em cima de mim? Por que esta tão perto da minha boca?
Ele havia colocado a mão nas minhas calças. Eu exigia que ele entendesse que tudo havia acabado entre nós, foi por isso que soquei seu rosto. Soquei tão forte que pude ouvir o baque de sua cabeça no gramado.
Ele chorava, agora com um olho roxo. Se soltou das minhas mãos e foi cambaleando até se encostar em uma arvore.
-Você não era assim!
-Eu mudei! Só quero sua amizade, Lucca. Me entenda.
-E eu quero seu amor. Apenas seu total amor!- ele deu um salto tão alto sobre mim que me derrubou ao chão.
Ele estava de pé e eu deitado na grama verde escura.
-Não tente fingir que não me quer, Caique. Eu sei que você me ama.
Amo sim, sempre amei mas não posso te amar mais!
-Não amo, Lucca. EU NÃO TE AMO! E sua mãe o que vai pensar de nós?
-Amo quando você grita comigo- ele se agachou e colocou seu rosto bem próximo ao meu. Mordeu meu Lóbulo e sussurrou no meu ouvido- minha mãe não tem nada haver com nosso amor, Ca.
-Eu estou gostando de outra pessoa.
Disse tentando o tira-lo de cima de mim.
-O que?- ele olhou para mim serio, agora suas pernas tremiam -Caique, você não sabe mentir! Eu sei que me quer.
-Lucca, acho melhor voltarmos para o almoço, já devem estar sentido falta de mim.
-Eles esperaram três anos para me verem e mesmo assim não foram me visitar. Saudades é a ultima coisa que esse povo falso um dia pode sentir. Agora você, Caique. Você sente falta de mim! Eu vejo pelos seus olhos.
-É serio, Lucca. Temos que voltar meu amigo.
-Amigo? AMIGOS NÃO SE ROLAM NO CHÃO DO GRAMADO E NO FIM SE BEIJAM! Você e eu não somos amigos, somos namorados!
-Não, Lucca...
Eu lutava contra suas palavras que sugavam cada gota do meu sangue.
-Vem comigo, quero te mostrar uma coisa no meu quarto.
Ele pegou meu braço e me guiou. Subimos calados. Ninguem percebeu que Lucca estava com o olho roxo, mas também poderiam achar que os olhos roxos vieram nas bagagens da inglaterra.
-Oh Lucca, como você cresceu- uma velha de cabelos ruivos se colocou à sua frente para beija-lo a bochecha.
-Legal vó, agora me dá licença que eu tenho que ir para meu quarto.
-Meu deus que garoto lindo ele tá, quantos anos, Luquinha?- perguntou uma moça que tinha seus 32 anos mas se vestia feito uma decrépita.
Ri no mesmo instante que ela falou Luquinha, é hilario o poder que nossos familiares tem de nos constranger na frente dos companheiro.
-20 tia Alzira, me dá licença que eu tenho que ir para o quarto rapidinho.
Os rostos estavam divididos por toda a casa, todos se juntavam em varias rodinhas particulares no qual o assunto era a vida alheia dos outros. Poucos falavam sobre coisas dignas, como o amor. As velhas davam risadas agudas.
Até que finalmente chegamos ao quarto de Lucca. Ele trancou a porta e me jogou na cama, procurou alguma coisa em um baú velho onde a chave ele guardava na carteira. Achou algo que parecia uma DVD enrolado em um papel toalha.
-Esse daqui é o primeiro filme que assistimos juntos.
-A Origem?
-Você se lembra? - ele sorriu enquanto apertava o DVD em suas mãos, quase quebrando-o.
-Mas é claro, foi paixão a primeira vista com esse filminho aê...
-Filminho? Esse filme é o melhor!
-Desculpa, foi paixão a primeira vista nesse FILMÃO!- rimos.
Lucca sentou na cama e se aproximou de mim dando leves pulos que sacudiram as molas todas.
-Ca, eu vou ter que ir para faculdade ano que vem... E eu não vou aguentar ficar longe de você! Faz a prova comigo? Quero muito estudar com você.
Ele se deitou na cama, usando as minhas pernas cruzadas de travesseiro.
-Ca, eu nunca mais quero ficar longe de você.- ele agarrou minha perna esquerda, a abraçando como se fosse um bebê- e eu sei que você não aguentaria viver sem eu!
-Eu não acabei o ensino médio, eu já te disse que quando descobrimos o câncer minha mãe me tirou da escola.
-A julgar pela quantidade de livros que você já leu, és muito mais inteligente que a maioria dos cabeça oca que estão na faculdade. Ca, você só precisa fazer uma outra prova de qualificação do ensino médio e depois fazer a do curso que ira fazer.
-Vamos tentar então... se eu passar vou estudar com você!
-Só que a faculdade não é na ilha... é no continente, vamos alugar um apartamento lá perto. Já até sei qual é... três dormitórios, vista ampla para a cidade e o melhor: tem paredes a prova de som, para quando a gente estiver transando ninguém escutar.
-LUCCA, QUANTAS VEZES TENHO QUE FALAR QUE TERMINAMOS?
-Calma, Ca, eu entendi só estava brincando...
Fomos os dois no mesmo dia apresentar nossa ideia da faculdade para nossas mães.
-Eu juro, mãe, que eu vou ajudar o Lucca nos deveres para arrumar a casa e tudo mais.
-Não sei não viu...- Minha mãe estava aflita.
-Não seja chata Mariane- a mãe de Lucca galhofeava- deixe os garotos morarem juntos, o que é que tem? Melhor que morar com um marginalzinho que não conhecemos, certo?
-Tá certo então- ela parecia apreensiva-, mas vê se estuda para passar nessa prova.
E foi isso mesmo que fizemos, estudamos dias inteiros, um ao lado do outro. Eu era bom em artes e literatura, já Lucca, era ótimo em matemática e (melhor que eu) em literatura e ciências exatas.
Nosso time era invensivel, passamos ambos na faculdade. Lucca em primeiro lugar em direito e eu em decimo nono em arquitetura, muito bom para quem parou de estudar no meio do ensino médio.
No dia da despedida o céu chorava suas gotas d'agua com ferocidade no chão de barro vermelho. As palmeiras e pinheiros se inclinavam quase que deitando ao chão com a força do vento.
Minha mãe chorava enquanto deslizava as rodinhas da maleta azul-esverdeado no chão da sala até meus pés.
-...E não se esquece de ligar para mim todos os dias, falando se esta bem, se tão te tratando bem na faculdade.- ela limpava as lagrimas com papel-toalha.
-Mãe, relaxa. Eu vou ligar todo o dia.
-O carro que seu pai deixou já esta no seu apartamento, filho. Toma cuidado para não deixar ninguém roubar ele PELO AMOR DE DEUS! Não bate aquele carro e cuidado com os cruzamentos, na cidade grande eles amam correr.
-Mãe, eu sei... eu estou apto a dirigir, tirei minha carteira a 2 meses atrás...
A carona estava gritando lá de fora. Era hora de ir embora, de ir finalmente para a faculdade.
Abracei minha mãe, senti seus seios guardados na camiseta rosa contra meus peitos. Ela chorava muito de cinco em cinco segundos levava a toalhinha ao rosto, para limpar as gotas que escorriam.
-Tchau, mãe.
-Tchau meu amor. Juízo, ein? Não vai fazer nenhuma bobeira na cidade.
Assim que abri a porta foi recebido por fortes gotas que desciam rasgando do céu. Corri para não me molhar, dando leves passos no barro vermelho para não escorregar. Entrei no carro rapidamente cumprimentando Lucca e o motorista. A viajem inteira permaneci olhando para a janela. Não pude deixar de notar que todas as casas estavam enfeitadas para o natal que seria daqui a cinco dias. As luzinhas brilhantes piscavam com um ofuscamento causado pelas chuva.
Ao chegar no aeroporto, não era surpresa o voou foi adiado para madrugada por conta da forte chuva. Eu e Lucca compramos café e sanduíches em uma lojinha dentro do aeroporto. Lá dentro estava tão silencioso, o cheiro de café fartava meus pulmões.
-Sabe... eu sempre soube que você seria advogado- afirmei-, você sempre conseguiu o que queria. Seus casos são em 100 % vitoriosos.
-99% na verdade- acrescentou.
-O que você não havia conseguido?
-Você.
Nossas bocas se calaram, o silencio entre nós foi tanto que podíamos ouvir a moça colocando o café no outro lado do balcão.
-Você foi a unica coisa que eu ainda não conquistei, e pelo jeito nem vou conquistar.
Mordi o pão.
-E nem vai conseguir Luc, a não ser que eu esteja drogado- rimos
-Tudo bem, eu já aceitei isso, Ca. Eu entendi de uma vez por todas que com a gente é só amizade- ele aproximou a boca da minha orelha e sussurrou bem baixinho- eu estou bem sendo seu amigo. Eu gosto de ser seu amigo, Ca.
Ouvimos a mulher no auto falante "O VÔO DAS 17:30 ESTA PRONTO PARA SAIR, ULTIMA CHAMADA!"
-Eita, é o nosso voo, Ca.
-Vamos indo então.
Lucca deixou a metade do pão no prato, e se dirigiu até o avião. Lucca nunca comia toda a comida, ele era lento nisso. Já eu, parecia mais um monstro magro que só sabia comer.
Entramos no avião onde havia varias fileiras de poltronas altamente confortáveis, cada coluna tinha dois lugares, o meu e o de Lucca eram coladinhas. Lá fora a chuva ainda castigava a cidade porém com mais calma.
Quando o avião estava começando a entrar nas alturas meu folego não estava mais bem. Estava respirando forçado ou na maioria das vezes nem respirava.
-O que esta acontecendo?
-A pressão- disse com dificuldade- esta acabando com meus pulmões.
Lucca olhou nas minhas órbitas castanhas e se deitou no meu peito, mexendo sua mãe incessantemente naquilo que podemos chamar de cafune.
-Não precisa ficar nervoso, Ca. Eu estou aqui com você...
Foi como magica, meu pulmão não estava tão pesado assim, agora respirava normalmente. Só neste instante eu pude parar para perceber o quão lindo é a paisagem pela janela a fora. Haviam grande luzes de cidades que daqui de cima não passavam de luzinhas de natal pressas a um corpo cheio de curvas que eram os montes e montanhas lá em baixo.
Senti Lucca se ajeitando enquanto ainda estava abraçado a mim.
Coloquei o nariz nos dourados cabelos de Lucca, sentindo o cheiro de baunilha que eu havia me apaixonado pela primeira vez. Passei a mão em seus fios o tirando-os da frente de seu olho, agora eu vi que Lucca havia adormecido com as mãos em volta do meu dorço, me abraçando, beijei sua testa e uma lagrima caiu do meu rosto. Sem motivos, ela apenas caiu. Acho que ela me tentava me avisar do fim trágico que essa historia poderia se tornar se eu me entregasse a eleNotas: Pessoal pedindo spoilers por comentário hahaha, não posso falar, me perdoem.