Pessoal,
Boa tarde!
Primeiramente, eu peço desculpas pelos atrasos. Fiquei muito tempo mesmo sem postar. Meu tempo tem ficado cada vez mais curto. Trabalho, namoro, viagens, saúde, tudo isso tem dificultado minha vida e a escrita dos contos, principalmente, quando o assunto é notebook estragando e eu perdendo alguns capítulos de todos os contos que escrevo, fora o trabalho.
Tentarei escrever o próximo o mais breve possível, mas sem marcar datas, já que estou muito enrolado.
Abraços e espero que curtam...
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Eu teria que ir à festa de inauguração da academia do Lucas. São coisas que sempre foram assim: minha mãe diz e eu, como bom filho que sou, cumpro. Não é que eu não tenha personalidade, ou força de vontade, ou qualquer coisa do tipo. Simplesmente, eu prefiro não discutir, afinal, apesar de não gostar do Lucas, o que de tão ruim poderia acontecer? Ele me humilhar na frente dos amiguinhos dele? Não. Isso poderia pegar mal para a imagem dele e da academia. Decidi que iria.
O sábado passou tranquilo. Li os livros que faltavam para completar toda a bibliografia indicada pelos professores das doze disciplinas que eu fazia. Assim, eu conseguiria me formar bem mais cedo, ou como uma carga horária fenomenal. Sempre tive esse hábito, de ler tudo antes para quando o professor for explicar eu já saber tudo. Quando deu, mais ou menos, vinte horas, já estava pronto. Uma roupa básica, camiseta branca com uma cruz preta na parte da frente, uma calça jeans preta desbotada e um tênis branco. Um anel e um cordão fino de prata. Para completar o look, o acessório principal e indispensável: meus óculos de 3º e 3º50” nos olhos direito e esquerdo, respectivamente. Não os abandono nunca. Porque não lentes? Só posso usar as rígidas e para quem as usa eu pergunto: como conseguem passar um dia com aquelas porcarias no olho parecendo que tem uma pedra ou terra nos olhos? Sem chance. Prefiro meus óculos mesmo.
Meu padrasto então me levou até a academia. Só para constar, já que não o fiz anteriormene, meu padrasto se chama Paulo. Daria para eu ir andando, mas tenho um pouco de medo. Sim, sou medroso. Apesar de não achar BH muito perigosa, contudo o Paulo me leva a todos os lugares que eu vou, quando eu vou, claro! Já que não gosto muito de sair para festas. É algo que ele, aparentemente, gosta de fazer. Ele e minha mãe são muito preocupados comigo, até mais que com meus irmãos.
Não demoramos muito a chegar até a academia, era há nove quadras de casa. O Paulo parou o carro em frente a escadaria que ia até uma grande porta de vidro. Despedi-me do meu padrasto e dei uma olhada em volta. O lugar era realmente bonito, tinha que admitir. Mas claro que seria, o pai do Lucas é dono de empreitera, alguns dos melhores arquitetos de BH trabalham para ele.
Algumas pessoas chegavam. Algumas eram normais, como eu. Outras, faziam o estilo marombeiros, daqueles que passam o dia inteiro na academia, com corpo estilo Hulk. Até acho bonito, mas não estava nem aí para eles. Ficaria uma ou duas horas e ligaria para meu padrasto me buscar. Até porque ele tem o hábito de não dormir quando eu saio, ficando assistindo TV até que eu volte.
A música que vinha de dentro da academia era alta, contudo animada. As luzes coloridas eram vistas do lado de fora, já que, praticamente, toda a fachada era de vidro reflexivo, vulgarmente chamado de espelhado. Mas com tanta luz multicolor, era possível velas piscando. Apenas as luzes, não as pessoas. Muita gente estava ali.
Saio do meu transe e subo as escadas. Olho para trás e vejo que o Paulo já foi embora. Continuo subindo até que alguém me intercepta. A pessoa está sorrindo para mim, estende a mão e me abraça:
_Oi, Rafinha, quanto tempo? - ele diz, enquanto eu fico sem entender o que está acontecendo. O abraço é forte. Quase me machuca, eu perco um pouco de ar.
Paro. Olho bem para aquele rosto. Não poderia ser. Eu sou alto, mas ele era bem mais alto que eu. Descobriria mais tarde que ele tem 1,97m. O corpo é escultural, braços fortes, grossos e marcados. Tórax avantajado e protuberante, pernas bem grossas e torneadas, abdomen marcado por debaixo da camiseta regata preta básica que ele usava. Os mesmos olhos vítreos e esverdeados como uma mata virgem, a pele alva, já um pouco avermelhada por causa, provavelmente, do álcool e do calor que estaria fazendo lá dentro. Os cabelos loiros e lisos estavam bem aparados, ficando levemente espetados. O jeans azul tradicional estava bem ajustado às suas pernas. Um tênis de marca cara prata e preto, um pouco grande demais para os pés normais, ao menos bem maior que o meu tênis.
_Já se esqueceu de mim, guri? – Era ele. Chamando-me de guri? Frente aos meus pais ele sempre me chamava assim: guri. Coisa lá do sul, onde ele nasceu, em Paranaguá, no Paraná.. Tenho que admitir, se eu não estava nem aí para os caras bombadinhos que estavam entrando na academia, a coisa mudou assim que eu reparei o Lucas de fato. Como ele havia mudado, ao menos por fora. O magricelo havia se tornado um deus grego, até Apollo teria inveja da figura imponente que estava à minha frente.
Fiz cara de caneca (vide vídeo no youtube “Cara de Caneca” com Ana Carolina), o Lucas me confidenciou isso tempos depois. Realmente, eu fiquei atônito. Ele estava, simplesmente, perfeito.
_Lu-lu-lucas? - Questionei sem muita certeza se era mesmo ele, apesar dos sinais que apontavam a ele, eu não conseguia acreditar que aquele cara magricelo havia se tornado um homem estupendo como o que se encontrava a minha frente sorrindo. E que sorriso, diga-se de passagem.
_Claro, que sou eu, guri! - Ele disse passando o braço sobre meus ombros. - Galera, esse é o Rafinha.
Ele estava me apresentado para os amigos dele como seu nós dois fôssemos amigos. Será que o tempo que ele passou em São Paulo o haviam feito esquecer tudo o que ele me fez? Eu estava confuso, principalmente por estar sendo abraçado por aquele amontoado de músculo já suado, mas com um aroma maravilhoso. Estavam com ele três caras super marombados, não tanto quanto ele, mas bem fortes, e ele me apresentou a cada um.
_Este é o André. - Disse apontando para um japinha de mais ou menos 1,70m, bem sarado, cabelos pretos e lisos com o mesmo corte que eu, a pele bem branca, mas não como a do Lucas, era um tom amarelado. - Este é o Flávio. - Que era um negrão do mesmo tamanho do Lucas e tão forte quanto. O mais engraçado era que, apesar do tamanho e, sem que achem que estou sendo preconceituoso, mas os caras negros, grandes e fortes metem medo em qualquer pessoa, mas o Flávio era diferente, ele tinha um sorriso bacana, brancão, enorme, um rosto quadrado, bem estruturado, maxiliar forte, cabelo raspado na máquina zero, olhos negros, super bonito o cara e muito simpático. De cara, entre os quatro à minha frente, ele foi o que mais me identifiquei. - E este é o Giovani. - O último era um cara moreno, um pouco mais baixo que e o Lucas e o Flávio, praticamente do mesmo tamanho que eu, a diferença? Corpo forte e massivo, uma barbara densa no rosto, olhos castanhos, cabelo liso curto com um topete meio fora de moda. Ele era mal encarado, ficou me olhando estranho por detrás do Lucas, mas como os demais estendeu sua mão pra mim e nos cumprimentamos.
_Vamos entrar. - Ele disse continuando a me abraçar. Era estranha a sensação: um corpo rígido e quente colado ao meu, a força empregada por ele deveria ser a mínima, mas era suficiente para me fazer ir aonde ele quisesse.
Entramos os cinco. De fato a estrutura predial era fenomenal, o hall era enorme e tinha duas escada simétricas que se encontravam no centro do segundo pavimento, eram curvas, largas, de aço inoxidável e granito preto. Grande parte do hall de entrada tinha o teto do segundo pavimento por teto, fazendo com que fosse extremamente arejado e ventilado. As paredes de vidro permitia que visse qualquer pessoa que passasse na rua. Haviam plantas que desciam do parapeito do segundo pavimento. O lugar estava maravilhoso.
Olhei um pouco aturdido, até que ele teve que se afastar.
_Alemão! Alemão! - Alguém o chamou, fazendo com que eu também olhasse na direção. Eles conversaram alguma coisa que não entendi, por causa da música alta e depois ele se voltou a mim, com o mesmo sorriso radiante da hora de minha chegada.
_Rafinha (de onde ele tirou esse tal de Rafinha? Que intimidade é essa? Mas não ia discutir com ele ali na festa dele), vou ali com meus amigos e volto já.
_Tá bom, Lucas. - Digo isso sem muito demonstrar que, apesar de estar na festa a contragosto, eu preferiria ficar ali com ele que com os amigos dele. Afinal, o assunto era só exercícios físicos e tals. Por sorte, assim que o Lucas saiu, o Giovani já se virou e foi pra longe sem falar nada.
_Liga não, Rafael. Ele é assim mesmo. - Disse-me o André todo gentil.
_Ah tá! - respondi meio sem graça.
_Pois é, moleque! Vamos balançar o esqueleto e aproveitar. - Disse todo animado o Flávio, já começando a se movimentar.
_Não, melhor não. - Disse ainda mais sem graça. - Eu prefiro não dançar.
_Ah! Sei... - Disse-me o negrão com um sorriso maroto no rosto. - Você não sabe é dançar, né? Todo estilo playboy intelectual como vive falando o Alemão pra todos os lados. - E deu uma risada forte que acredito ter sido bem alta se não fosse abafada pela música.
_Como assim, o Lucas vive falando de mim? - Eu questionei sem entender mesmo o que ele queria dizer.
_Nada não. - Ele ficou sério sem mais nem menos. - Melhor eu ficar calado e você ficar quieto em algum canto esperando o Alemão, longe de qualquer espertinho por aí, senão o Alemão pode perder a cabeça se alguém fizer alguma coisa com você, inclusive a gente. Falou! Rafael, não bebe nada, tá?
_Como assim? Owh! - Eu tentei falar, mas ele saiu apressadamente sem me dar respostas. Odeio ficar sem respostas. Estava num lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas. E pior! A única pessoa conhecida fez dos meus anos na escola um inferno!
Ainda ficaram perguntas tortas, como o medo deles de ficarem perto de mim, da reação do Lucas/Alemão, pq o Lucas me chama de Rafinha e os amigos dele não, já que comparado ao corpo deles eu sou, realmente, um diminutivo.
Espero que tenham gostado...
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