Olhei para o espelho, se ele tivesse me dado oportunidade eu lhe contaria o motivo, mais nem deixar eu me explicar ele deixou. Sequei a lagrima que escorreu, se Eduardo quer que seja assim, assim será.
.
Já estava quase na hora do almoço, Carlla não tinha me feito mais perguntas relacionadas ao acontecido de manhã. Como ela iria sair de licença maternidade hoje, eu entraria em seu lugar então ela me explicou mais uma vez como funcionava os horários, papeladas e etc.
- Carlla, não querendo ser indiscreto. Mais você pode me dizer se o Sr. Welbourne é casado? – Perguntei com um aperto no coração.
- Não, ele nunca firmou-se em um relacionamento serio.- Ela ficou pensativa – Mais ele tem uma filhinha.
- Uma filha? – Arregalei os olhos.
- Sim, uma menina de 6 anos. Muito linda. – Sorriu.- Ela é adotada, o Sr. Welbourne conseguiu adota-la a dois anos. É uma garotinha muito simpática.
Sorri aliviado. Mesmo que mais cedo ele tenha me tratado com tanta grosseria meus sentimentos ainda continuam acessos. Só não iria mostra-lo, eu ainda o amo.
- Você entrou hoje na empresa, mais parece ser um homem decente. – Ela passou a mão no meu rosto, e olhou para o seu relógio. – Vou indo, se não me atraso para a ultrassonografia.
- Você já sabe o sexo? – Passei a mão em sua barriga.
- É um menino. – Ela pegou a bolsa em cima da mesa me abraçou e foi em direção ao elevador. – Não se esqueça de conferir a assinatura dos responsáveis.
- Pode deixar, se cuida Carlla. – O elevador abriu as portas e ela entrou.
- Boa sorte!- Carlla disse e as portas se fecharam.
Sentei-me e murmurei baixinho somente para mim.
- Isso mesmo, vou precisar de muita sorte.
Liguei o computador e revisei alguns relatórios que estavam incompletos, eu os completei e mandei por e-mail para a secretaria do andar onde funcionava o setor da xerox. Carla fez questão de deixar os e-mails de todos os setores do prédio anotado em um caderninho Rosa Pink. Estava distraído terminando de analisar o 10° relatório de uma indústria que fornecia alimentos para a empresa quando o interfone tocou.
“Ligue para a escola da minha filha, e avise que vou me atrasar para pega-la”
“Ok, Sr. Welb...”
Ele desligou na minha cara, respirei fundo e procurei no pequeno caderno o numero dessa maldita escola.
Avisei que o “Sr. Welbourne” iria se atrasar, e depois desliguei. Apoie meu rosto nas mãos e minha cabeça deu uma pontada fortíssima me fazendo fechar os olhos com força. Olhei para a tela do computador, faltava poucos minutos para dar a hora do meu almoço finalmente.
.
Desliguei o computador e Bati novamente na porta de vidro fumê e entrei sem esperar resposta. Eduardo estava sentado em sua cadeira virado para a janela.
- Ainda vai precisar de meus serviços? – Me encostei-me à porta.
- Não... – Sua voz estava longe. – Pode ir almoçar, já está no seu horário.
- Com licença. – Fechei a porta, peguei a minha pasta e entrei no elevador. Apertando o térreo.