Meus queridos, por favor, comentem, pois são os comentários de vocês que nos motivam. Eu agradeço sempre pelo enorme carinho e atenção. Um beijo grande e boa leitura...
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Malas prontas... E ele estava preparado para enfrentar os que o ofenderam!
- Vamos?
- Pé na estrada pai.
Ele ia olhando a paisagem pela janela do carro, ao mesmo tempo em que ia refletindo sobre a sua vida. Pensou um instante no Kadu, no quanto eles dois viveram momentos bons. Só que ele mesmo sabia que precisava voltar, pois era uma questão de honra, esfregar na cara de todos, que ele não era mais bobo. Que aquele Daniel medroso e que se calava diante de tudo, havia morrido! Nem o próprio Daniel acreditava na sua transformação. Não foi fácil, disso ele não tinha dúvidas... Mas agora, era ele quem estava por cima.
- Chegamos! – disse o pai dele, parando diante do portão da casa deles em São Paulo.
- Será que a Jéssica tá em casa?
- Bom... Este horário, ele já deve ter chegado do trabalho.
- Vocês entram primeiro, e depois eu entro logo em seguida.
- Sua irmã vai cair pra trás filho quando lhe ver.
- Eu sei mãe.
Eles entraram na casa, e o Daniel ficou emocionado. Não via a irmã há mais de dez meses.
- Jéssica! Jéssica! Você está em casa filha? – gritava a mãe de ambos.
- Oi mãe. Ela veio dos fundos da cozinha e se atirou nos braços da mãe e depois cumprimentou o pai.
- Ué? Cadê o Dan? Não veio com vocês?
- Surpresaa! – disse em ele voz embargada e trêmula.
- Ohhhh! Meu Deus! Me... Me... Como?
- Primeiro você me dá um abraço, e depois de conto tudo.
Eles se abraçaram, e ela não parava de tocá-lo. Estava incrédula, pasma, sem palavras.
- Dan você está com o corpo todo malhado. Olha esta pele... Como você conseguiu ficar assim?
- Muita força de vontade e um homem dos deuses que me fez este novo cara. – a última frase, ele disse baixinho ao ouvido dela.
Depois de muito tumulto, Daniel, enquanto arrumava suas roupas em seu quarto, contava cada detalha da sua mudança para irmã, que estava deitada na cama, atenta a tudo que ele dizia.
- E por que você não trouxe esse tal de Kadu?
- Jéssica... O Kadu tem a vida dele. E além do mais, nós não somos apaixonados um pelo outro. O que aconteceu foi apenas algo gostoso e bom entre a gente.
- Hummm... Esse meu irmão tá cada vez mais safado.
- Você nem vai acreditar no que vou te contar agora.
- O quê?
- Eu contei tudo para nossos pais.
- Mentira?!
- Hum, hum. E eles dois ficaram do meu lado. Agora eu não preciso esconder nem fingir nada.
- Ai que bom maninho... Isso me deixa ainda mais feliz!
- E por aqui? Como andam as coisas?
- Na mesma... Eu e o Pablo estamos brigados, e o seu amigo Leo não para de perguntar por você.
- Poxa... Eu sei que estou em dívida com ele. Não liguei uma única vez se quer... Mais é que para eu conseguir esta mudança toda, eu precisava ficar concentrado...
- Eu te entendo. Você está irreconhecível! Ainda não consigo acreditar...
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Daniel jantou com a família, e depois foi para o quarto ligar para o amigo.
- Alô!
- Dan? Cara, você está vivo? Poxa Dan, esqueceu de mim foi?
- Desculpa Leo. Eu sei que me afastei de você, mais foi por um bom motivo.
- Que motivo leva um amigo a não ligar mais para o outro?
- Você vai saber logo, mais, por favor... Me perdoa.
- Claro que te perdôo. Eu to com muitas saudades Dan...
- Eu também.
- Você não vai acreditar. Lembra daquela garota que não vai com a nossa cara?
- A Denise?
- Esta piriguete mesmo... Ela tá namorando o idiota do Ricardo.
- Sério?
- Desculpa Dan... Eu esqueci que você...
- Não precisa pedir desculpas. A vida deste cara não me interessa. E que ele seja feliz ao lado daquela garota. O que eu sentia antes, já está morto há muito tempo.
- Nossa, você mudou hein?
- Você não tem idéia o quanto!
- Você chegou a tempo de ir para a festa da turma que será num salão de festa maneiro. Terá DJ e muita cachaça!
- Eu não tô com cabeça pra festa Leo.
- A Turma toda vai estar lá Dan. Não precisa ficar com medo de comentários imbecis; eu vou estar do seu lado.
Daniel ficou pensando um pouco, do outro lado da linha... – Até que não é má idéia. Se a turma toda vai estar neste lugar, é o momento certo para eu aparecer também...
- Ok! Eu vou para esta festa Leo. E não precisa me defender não, pois eu já aprendi a fazer isso sozinho.
- Amigo você ta tão diferente. Seu jeito de falar...
- Quando vai ser esta festa?
- Semana que vem. Eu marco pra gente ir comprar uma roupa legal.
- Não precisa amigo. Me espera lá na festa, que eu vou chegar em ponto.
Daniel pegou o endereço do local do evento, e se jogou na cama rindo.
A semana passou muito rápida, e um dia antes de ele sair, foi ao shopping comprar uma roupa própria para o evento. Escolheu uma calça jeans skinny bem justa, e uma camisa gola V que destacava o seu peito malhado. Comprou uns acessórios, como: cinto, cordão e uma pulseira de couro.
- Aonde você vai assim tão gato meu filho?
- Vou numa festa da minha ex-turma mãe.
- Nem bem você chegou e já tem festa pra ir?
- Pois é dona Marli, seu filho vai arrasar hoje à noite.
- Vá com Deus e juízo hein?
- Pode deixar mãe. Beijo e fui.
Ele pegou um táxi e viu em seu relógio que estava atrasado. O motorista deu uma acelerada e meia hora depois ele chegou.
Um portão gigante estava aberto para entrada dos convidados. Todos os anos eles davam aquela festa de final de ano. A última que teve o Daniel não participou, com vergonha do corpo e do rosto.
Quando ele avistou o Leo, foi para o centro do salão, e os olhares se voltaram todos para ele. As pessoas ficaram confusas e pasmas. Os colegas dele murmuravam e faziam comentários, mais ninguém tinha a coragem de chegar até a ele.
- Não acredito no que eu estou vendo! – disse o Maurício boquiaberto.
- O que foi cara?
- Olha pra trás Ricardo.
Quando ele se virou para olhou, seus olhos se encontraram com os do Daniel. Parecia cena de novela. O Dan respirou fundo, enquanto era encarado por aquele par de olhos castanhos claros. Era evidente na cara dele que nunca deixou de amar o Ricardo, mesmo tendo sido humilhado... O outro por sua vez, ficou tão chocado, que estava sem ação.
- Dan é você? Nossa! – o Leo se jogou nos braços dele, o fazendo sair daquele transe. Mas o Ricardo ainda continuava olhando...
CONTINUA...