Será que meu coração estaria dividido? A hipótese surgiu abalando todas as minhas estruturas, como podia o jogo virar me deixando daquele jeito? Como será que tudo isso terminaria? Muitas perguntas sondavam minha mente não me fazendo esquecer as escolhas complicadas que meu coração fazia. Alexandre com seu medo de assumir nossa relação talvez tenha despertado isso, ou tudo o que um dia estava reprimido e desabrochado assim que Gustavo me pegou no jardim da escola. Eram muitas coisas na minha cabeça combinado com a culpa e o arrependimento de estar sendo tão baixo com o Alexandre o traindo sempre que as lembranças de Gustavo tocando meu corpo faziam meu coração disparar. Estava em meu quarto deitado no chão comendo um pote de sorvete sabor morango, pensava na merda que deveria ter raciocinado antes de ter errado. Estava entretido nos pedaços de morando que estavam naquele sorvete (ou seria um iogurte) até baterem na porta do meu minúsculo quarto, era uma visita pois o povo lá em casa derrubava a porta antes de gritar “To entrando”. Olhei pra porta todo estatolado no chão esperando ser a Júlia e entra pela porta a única pessoa que queria distância, Gustavo com um sorriso vendo eu naquela posição incomum no chão me deixou totalmente envergonhado, será que não se podia deitar no chão de seu próprio barraco?
Ele estava muito gostoso com aquela camisa regata e aquela bermuda que destacava seu dote que pelo volume me deixava entretido pelo simples ato de olhar, tentei tirar aquele pensamento da minha mente quando me levantei desesperadamente totalmente envergonhado. Ele não segurou o riso e logo perguntou:
-Cadê o Vitor e o Flávio? – Ele perguntava sobre meus irmãos que eu não sabia e nem queria saber onde aqueles demônios deveriam estar.
-Não sei, devem ter saído pro campinho... – Sempre ia no campinho ver os gatinhos jogarem bola sem camisa, era uma boa desculpa dizer que levaria meu irmão mais novo pro campinho pois me preocupava com ele, sempre pegava antes de dizer que era gay.
-E você sabe quando eles vão voltar? – Ele me olhava “daquele jeito”, era o mesmo olhar daquele dia no jardim. Algo que não deveria acontecer estava prestes a ocorrer naquele lugar. Eu prometi pra mim mesmo naquele momento que não me entregaria aquele cara gostoso a minha frente com muita força de vontade movi meu corpo pra mais longe dele pegando o pote de sorvete/iogurte vazio, passei ao lado daquele garoto que fazia meu sangue fervilhar dizendo:
-Não sei... Acho que umas oito horas eles já estão aqui... – Respondi a caminho da cozinha, movi meus olhos disfarçadamente para o relógio, lá marcava seis e meia.
-Vou esperar eles chegarem então... – O sorriso espalhou-se naquele rosto me deixando mais nervoso. Tentei manter a calma na voz e respondi jogando o pote vazio no lixo:
-Faça o que você quiser... – Passei ao seu lado dando um fim a minha recente promessa. Ele pegou minha cintura e me pressionou no armário sacrificando minha boca selvagemente com aqueles lábios suculentos. Meus pensamentos e minha vontade própria não foram maiores que aquele instinto de ceder, correspondia aquele beijo gostoso. Gustavo era mais jovem e menor que Alexandre mas isso não tirava o mérito dele pois ele era muito gostoso, apertava os músculos de seu corpo com muito prazer ele retirava suspiros e gemidos com muita facilidade. Caminhávamos nos beijando até o sofá onde nos deitamos e tudo naquele sofá esquentou ainda mais, sentia os músculos de seu abdomem rente ao meu corpo suas mãos por ondem passavam deixavam minha pele arrepiada. Sentia seu membro na minha perna e aquilo me deixou louco de tesão, eu abocanhou meu pescoço arrancando mais suspiros e gemidos me fazendo revirar os olhos. Olhei pro lado me assustando por aquele par de olhos verdes me fitarem com ódio e repudia, Alexandre me fez pular do sofá ainda com Gustavo encima de mim não havia como me esconder, não havia mais como mentir pois tudo o que eu temia estava prestes a acontecer. Ele virou as costas e foi embora batendo a porta com toda a força fazendo a casa inteira estrondar, com Gustavo encima de mim eu me desesperei sai daquele sofá querendo falar com Alexandre mas meu braço é puxado me restringindo de sair e correr atrás do homem que eu amava. Olhei pra janela vendo o carro prata luxuoso ir embora a toda a velocidade fazendo meus olhos transbordarem, me libertei dos braços de Gustavo com total fúria. Ele não percebeu que aquilo era de verdade pois quando me viu naquele estado se assustou, eu naquele momento fiquei maluco e comecei a gritar com o Gustavo:
-Viu o que você fez... Por sua causa eu perdi o meu... – Eu me lembrei que não éramos namorados e aquilo me fez sentir ainda pior pois acabou-se uma relação que mal havia se iniciado.
-O seu o que? Ele era seu namorado? Quando eu te pego de jeito você não se lembra dele. Agora vai jogar a culpa em mim é? – Estávamos na sala e eu peguei um copo de vidro que estava encima da mesinha e arremessei na parede espalhando os cacos pelo cômodo.
-Vai embora e nunca mais aparece na minha frente... – Meu olhar tomado pela fúria o fez acatar a minha ordem e sair bufando de raiva. Estava sozinho e naquele momento minhas lágrimas saíam como enxurrada dos meus olhos, me sentia acabado e Gustavo estava certo em tudo o que havia dito. Eu novamente estava errado e aquele erro me custou os dois homens que eu gostava, muita burrice minha deixar tudo acontecer e naquele momento o que me restou era lamentar.