Nesse conto, um segredo já foi revelado: o trauma de Paulo com o estupro. Vamos aproveitar porque tem mais surpresas por aí!
Edu19>Edu15, john *, Ru/Ruanito, Tay Cris e Perley - Ok. Valeu pelo feedback.
HPD - Idem à resposta de Edu19>Edu15. E em relação ao preconceito com o nordestino, devemos ignorar. Quem faz isso é animal irracional, então vamos nos mostrar melhores do que eles.
Leo I AM.. - Eu sei... A cicatriz emocional é gigante! Obrigado pelo feedback.
Oliveira Dan - Bebida em excesso sempre faz mal à sociedade. Isso é verdade, apesar de que nunca fui a uma boate na minha vida, eu sei que as boates são, em geral, espaço de caça/caçador sexual. É raro você encontrar um Homem com H maiúsculo (homem que pensa no amor e no respeito - homem pra casar) no meio da selva de sedução e sexo. Concordo com você em não fazer uma segunda temporada. Todos gostamos de um "felizes para todo o sempre", é a parte melhor da história (by filme Enchanted - Encantada). Eu, assim como muitos aqui, procuramos uma história para suspirar, para sentir um choquinho dentro da gente, aqueles momentos "own *-*", ou "lol" ou ">_<". Quero dizer, rir junto, chorar juntos, enraivecer juntos e imaginar isso acontecendo com a gente. Eu leio os contos e continuo fazendo isso quando encontro textos assim.
Fim do feedback
Segue mais um capítulo:Eu acordei com uma áurea negra em volta de mim. Sabia que teria de ver de novo o Bira, sabia que voltaria a lidar com aquelas imagens de novo, a cena da boate. Fiz a minha higiene e fui tomar meu café com a minha vó.
VÓ: Paulo, meu netinho, por que você está tão triste? Mal tocou no seu café da manhã.
EU: É impressão sua, vó. Tô um pouco triste sim, mas logo passa. E estou tomando o meu café da manhã.
Minha vó decidiu não falar nada naquele momento. Eu não tinha coragem de contar o que aconteceu na noite de ontem na Pheros. Então me arrumei e saí para o ponto de ônibus.
Na minha mente, eu estava com medo e com nojo de encarar o cara que me humilhou naquele ônibus. Mas não vou deixar de seguir a minha vida por causa de alguém. Não era justo eu fazer isso comigo, pois lutei tanto para consrguir a bolsa de estudo na faculdade; não seria justo para com a minha avó, que acreditou em mim quando os outros só desejava o meu mal devido à minha orientação sexual. Não... Não vou deixar que esse cara tire o pouco que tenho.
Logo avistei o ônibus chegando. A minha apreensão só fazia aumentar. Ele chegou e eu entrei no ônibus. Paguei a passagem e nem olhei pro cobrador. Eu quase não consigo fazer isso. Diferente das outras vezes, em que ia me sentar na cadeira com o cobrador e bater papo com ele, eu me afastei cada vez mais do local aonde estava sentado e achei um lugar na primeira fileira. Eu consegui escutar o Bira chamar o meu nome baixo, mas o ignorei e sentei ali, perto do Sávio. Doia menos ficar perto dele e da ninfeta do que perto do cara que me humilhou naquela boate.
Fiquei olhando para o trânsito, mas a minha mente estava desligada dali. Procurava estar mais longe possível daquele ônibus. O motorista me olhou algumas vezes e olhou em direção ao Bira. Ele fazia uma cara de pena talvez percebendo que tinha algo errado com a gente. Mas não se expressou sobre o caso. O clima estava pesado, com certeza!
Logo avistei o meu ponto e apertei o botão de parada obrigatória. Fiquei com curiosidade para ver como estava ele depois da boate. Talvez ele esteja bem, como se nada tivesse acontecido. Muitos bêbados não tem uma boa recordação que aconteceu enquanto estava sob o efeito do álcool. Mas olhei para o local do cobrador e vi o Bira de cabeça baixa, olhando para o chão. Completamente diferente do cara que estava na boate.
Meu coração estava muito machucado para perdoá-lo, então saltei do ônibus entrei na universidade. Mal entrei na sala a Hellen veio ao meu encontro. Ela veio com um ar de preocupação ao meu encontro.
HELLEN: Paulo. Que bom que você veio. Mil desculpas mesmo pelo que aconteceu ontem na boate. Eu fiquei tão entretida com a festa que me esqueçi de ficar ao teu lado. E aquilo aconteceu.
Assim que ela falou isso minhas lágrimas rolaram pelo meu rosto. Ao ver isso, ela ficou quieta depois que disse "Eu nunca mais vou abandonar-te! Nunca!"
Enxuguei minhas lágrimas e sentei no meu lugar e prestei atenção na aula. Só isso era importante pra mim, os meus estudos.
No horário do intervalo, me sento no mesmo lugar que ontem e comprei o mesmo lanche. Ao dar a primeira mordida no pastel, aqueles olhos brilhantes me olharam, mas acompanhados por um sorriso de cordialidade.
MICHAL: Bom dia Paulo.
EU: Bom dia Michal. Senta aqui comigo.
Ele se sentou ao meu lado e começou a me olhar nos meus olhos. Ele viu a minha tristeza e falou:
MICHAL: Paulo, o que aconteceu contigo? Por que seu semblante está tão choroso cara?
EU: Eu estou passando por uma situação constrangedora. - e contei o que aconteceu na boate.
MICHAL: Mas esse Bira é um idiota mesmo. Não ligue pra ele não. Você vai encontrar um amigo melhor do que ele.
EU: Eu sei Paulo. Mas as palavras dele me machucaram muito. Mas irei me recuperar.
MICHAL: Esse é o espírito cara. Agora vamos falar de coisa boa: bora falar da Techpix...
Ele e eu caímos na risada. Ele conseguiu me fazer rir no momento mais triste daqueles tempos. Comemos e ele me passou o endereço de sua casa, pois eu o encontraria lá para irmos ao shopping. Continuamos lanchando e conversando até que o horário do intervalo acaba e subimos para a sala de aula.
Eu estava caminhando em direção à escadaria para chegar ao terceiro andar quando vejo um rosto conhecido chegar até a portaria da faculdade. Era o Sávio. 'O que ele queria aqui?' disse em minha mente quando vejo o porteiro vindo até a minha direção.
PORTEIRO: Por favor, você é o Paulo?
EU: Sim, sou eu.
PORTEIRO: Tem uma pessoa chamada Sávio que deseja falar contigo.
O que ele quer falar comigo. Eu nem o conheço, apesar de ter ficado um tempo pagando pau pra ele. Nunca desenvolvemos nenhum tipo de amizade e agora ele está na faculdade e quer falar comigo? Vamos ver, então o que ele deseja.
Agradeci ao porteiro e fui até a portaria. Ele se aproximou de mim e disse que precisava falar comigo. Mas sobre o quê? E por quê? Vou descobrir ao sentar com ele na recepção da faculdade.
