- Me chama só de Edu.
- Intimidade demais.
Saí de perto dele. Ainda tava chateado pela fofoca que ele havia feito pro Léo. Pra quem não lembra, ele havia contado pro Léo que a gente tinha ficado, de forma grosseira e o Léo ficou com raiva de mim.
Fiquei conversando com algumas pessoas do trabalho enquanto Léo fazia o papel de dono de casa. Até que Denise se aproximou e pediu pra conversar a sós comigo. Chamei ela pra ir pro quarto e ela começou:
- Lucas, eu nem sei se devo te pedir isso, mas preciso.
- O que foi?
- É o Edu. Tô muito preocupada com ele.
- Continua.
- Já faz alguns meses que eu nem tenho dormido direito, mas tô evitando contar pros nossos pais até porque eu me sinto muito culpada.
- Denise, você tá me assustando. O que houve?
- O Edu tá usando cocaína.
Fiquei bem preocupado. Meus preconceitos sobre drogas na época era grande e eu já imaginava ele jogado na rua, super viciado e a família destruída. Enfim... Derramei meu preconceito nela:
- Dê, o que você vai fazer?
- Eu já tentei conversar com ele, mas ele foge do assunto.
- Será que vai ter que internar?
- Será, Lucas? Tomara que não. E meus pais?
- O Eduardo não precisava disso.
- Lucas, conversa com ele pra mim? Eu não sei como lidar com isso.
Como se eu soubesse. Ela acreditou que eu conseguiria ajudar simplesmente pelo fato de fazer psicologia... Coisas de amigos (até hoje é assim kkk).
- Tá, eu falo. Pede pra ele vir aqui?
Ela acenou que sim e foi chama-lo. Fiquei lá no quarto imaginando o que falaria pra ele. Não demorou muito e ele entrou de cabeça baixa. Acho que ele não sabia do que se tratava, pois chegou pedindo desculpas:
- Lucas, me desculpa por ter contado pro Léo. Foi sem querer...
- Não, não foi sem querer. Você foi lá no apartamento pra fazer isso mesmo. Mas não é sobre isso que eu quero falar com você.
- Mas eu preciso que me perdoe. Eu gosto de você demais e é muito ruim saber que você me odeia.
- Eu não te odeio. Só fiquei chateado. Esquece isso.
- Obrigado.
- Não precisa agradecer. Edu, a Denise me procurou pra contar que você tá se envolvendo com drogas.
Ele ficou sério e eu também. Era uma conversa séria e eu precisava manter uma postura.
- Ela não tinha nada que ter falado.
- Ela é minha amiga e tá preocupada com o irmão irresponsável dela.
- Não preciso de mais ninguém pra me dar sermão.
Ele ameaçou se levantar da cama, mas eu o toquei e ele se manteve sentado.
- Edu, eu só quero o seu bem assim como sua irmã. Por que você tá fazendo isso, cara?
- Quer saber mesmo?
Ele começou a falar alto e se levantou. Eu me levantei surpreso com sua reação rápida e ele emendou:
- É por sua causa. Porque eu não consigo parar de pensar em você e é só quando eu cheiro que meu pensamento muda.
- Eu nem sei o que dizer.
- Lucas, eu nem sei o que eu vi em você. Você é um burro. Eu queria você do meu lado, mas você prefere ficar com esse cara.
- Eduardo, não é assim que se resolve as coisas.
- Fodas. É o que tem dado certo.
- Por quanto tempo tem dado certo? Dez minutos?
- Já é alguma coisa.
- Você não é mais criança, Edu. É maior de idade já e tá na hora de crescer, afinal você é um homem. O que seus pais vão pensar disso?
- Não sei. Eu também penso neles, mas eu não consigo resolver sozinho.
- E por que você não pede ajuda?
- Lucas, me ajuda?
Ele começou a chorar e se encolheu na cama, depois de ter sentado de novo. Me aproximei dele percebendo que ele realmente queria minha ajuda (sou ingênuo mesmo hahaha).
- Como eu posso te ajudar?
- Assim.
Ele me puxou pra um beijo e eu nem deu tempo de nada. Não que eu quisesse beijá-lo, mas se quisesse nem daria. O Léo abriu a porta na hora que ele me puxou e foi falando antes de ver a cena:
- Ainda bem que te achei...
Quando ele me viu, nossos olhos se encontraram e ele já lacrimejava. E o Eduardo lá sem fazer nem falar nada.
Crise a vista.
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Pessoal, não consigo postar tão rápido como antes devido a minha volta das férias. Por conta disso, não consigo agradecer a todos que comentam, mas prometo postar mais rápido. Valeu mesmo e abração a todos! :)