Almoçamos e fomos juntos para o banheiro. Pensei que íamos tomar banho ao mesmo tempo, mas ele ficou esperando do lado de fora eu terminar. Era um banheiro grande, mas não tinha sequer azulejos, era no tijolo nu mesmo. Me lavei bem e percebi que haviam poucas marcas na minha bunda das chicotadas. Eu estava ficando endurecido, consegui até agir normal com o Bill, era a melhor política a se usar com alguém como ele.
Sai do banheiro enrolado na toalha e o Thor estava impaciente do lado de fora.
- Não era pra tirar o couro não. Bastava um banho simples. - Riu ele.
Apenas ri e fui para o quarto da gente. Me enxuguei e dei uma boa olhada nas roupas novas. Eram 3 calças, 8 camisas, 4 bermudas e 12 cuecas, havia também dois pares de tênis e dois de sandálias. Tudo de marcas boas e conhecidas. Nem sei como eles verificaram meu número mas por cima vi que tudo dava em mim. Peguei uma cueca branca e vesti, coloquei uma bermuda preta e uma cueca igualmente preta. Estava admirando o interessante contraste nas minhas roupas quando o Thor entrou.
- Caramba, tu tá gato viu? - Elogiou.
Fiquei meio envergonhado.
- Obrigado.
- É sério, tu é bem bonito mesmo, tu saiu de que buraco?
Contei a ele a história do meu pai italiano e enquanto ele se arrumava, ficamos comentando da minha vida de forma geral. Meu padrasto, cujo medo parecia algo tão distante hoje. A Nicole, que há dois dias eu achava que era a salvação da minha vida.
Ele usou uma bermuda vermelha e uma cueca branca também.
- Pega, toma isso aqui. - Falou me oferecendo uma pílula azul.
- Que é isso? - Perguntei.
- Viagra.
- Viagra?
- É cara, tem cliente que só vai no viagra mesmo. Toma logo um pra não passar vergonha depois.
- Acho que não vou tomar isso não.
- É isso ou cheirar pó. Tu quer cheirar pó?
- Também não.
- Então engole essa porra de viagra.
- Thor, não quero ficar me drogando não, não tenho vício nenhum.
- Isso daqui não vicia não. Tem que ter alguma coisa pra aguentar a noite. Os outros todos cheiram pó. Eu não cheiro, porque o Bill vende e é só mais uma forma da gente dever até a alma pra ele.
- Tudo bem, me da o viagra. O Bill que repassa os viagra também?
- É, mas é mais barato cheirar pó toda noite.
- Depois te pago esse viu? - Prometi.
- Fica por conta. - Riu ele. - Presente de batizado de fogo. Sei que é uma bosta tudo isso, mas vamos nos animar né?
- É. - Falei retribuindo o sorriso.
Ele entregou o comprimido e um copo de água de uma garrafa que mantinha no quarto. Virei e tomei. Seja o que Deus quisesse.
- E agora, a gente faz o que?
- Agora a gente vai pro sala de escolha. É uma sala que a gente fica lá arrumado e tem um vidro onde a galera que vem vê a gente mas a gente não vê ninguém. Tem TV e internet, revistas essas coisas. A gente fica lá até as 18:00, após as 18:00 a gente pode esperar cliente aqui no quarto mesmo que alguém chama, mas é melhor ficar por lá, para não se sujar, aqui é tudo sujo.
Seguimos para a casa grande. Entramos pela cozinha. O Gildo não estava, Ele me guiou por um corredor que era trancado por uma porta, mas ela estava apenas encostada. Era meio escuro, mas no final havia uma outra porta maior e vi que lá estava iluminado. Quando abrimos, os outros já estavam lá. O Rafa estava apenas de cueca e o Lipe também. O Beto usava uma calça jeans comum e uma camiseta, não parecia ter caprichado muito no visual.
- Tá quase atrasado Thor. - Falou Rafa. O Beto acenou para mim com a mão e o Lipe nem olhou na minha cara.
- E aí, Dee, preparado? - Perguntou beto sentando do meu lado.
- Um pouco nervoso. - Confessei.
- Isso é fácil resolver. - Falou ele puxando meu rosto e me beijando na boca.
Foi tão de surpresa que o empurrei. Ele se assustou também.
- Qual é, Dee? Só queria te fazer relaxar.
- Deixa o Dee quieto, porra. Ele já passou por merda demais desde que chegou aqui. - Falou o Thor, ele parecia com muita raiva.
- Não acredito que tu tá com ciúme Thor. - Riu Beto. - Olha, a gente nota que rola um clima entre vocês. Eu até apoio, mas não podem ter ciúme do corpo um do outro. Tem cara que vai fazer coisa pior com o Dee que dar um beijo na boca dele.
- Não tá rolando clima nenhum não porra. - Falou Thor virando a cara e indo sentar junto com o Rafa.
- Beto, tá rolando nada não cara. A gente só se entendeu. - Expliquei, mas sem segurança nenhuma na voz.
- Sei. - Riu ele. - Desculpa aí o beijo roubado.
- Tudo bem. - Ri.
Nesse momento o Bill entra na sala, traz uma máquina fotográfica digital na mão.
- Dee, filhinho. Esqueci de tirar tuas fotos pro catálogo. Posa aí para mim.
Foram quase 15 minutos de cliques. Ele me fez tirar foto em pé, deitado, sentado, de costas, de frente. Me fez tirar a roupa ali mesmo, fotografou minha bunda e meu pau e só então ficou satisfeito.
Quando ele saiu, fui até o Thor. Para aliviar a tensão, abracei ele pelas costas sentando ao seu lado no sofá.
- Obrigado por tudo, viu amigo? - Falei.
- Relaxa, Dee. - Riu ele.
“THOR, CLIENTE PARA VOCẼ FILHINHO, QUARTO 7” : ouvi um sistema de som. Então percebi que o Bill estava em algum lugar com um microfone e poderia falar de lá para ouvirmos na sala. O Thor levantou, sorriu para o vidro e saiu.
- Você sempre dá um sorrisinho para o vidro quando é escolhido, viu Dee? O cliente está do outro lado te olhando. - Ensinou Rafa.
- Agora que o Thor saiu, você é só meu, gatinho. - Falou beto me dando uma encoxada sentado. Senti seu pau duro.
- Beto, para macho. - Pedi.
- Tô querendo parar não. Quero fazer ciúme ao Thor e...
“DEE E LIPE, OS DOIS PARA O QUARTO CINCO, VÃO FICAR COM O MESMO CLIENTE. ANTES DE IR, DEEM UM BEIJO NA BOCA BEM APAIXONADO PARA O CLIENTE VER”.
Gelei.
Continua.
P.S: Logo logo outro capítulo.
