- Vocês tão mesmo namorando? Pergunta outra garota que estuda com a gente.
- Estamos. Wanderson responde mostrando o anel no meu dedo e no dele.
- Mas você não gostava de mulher? Minha vontade era de xingá-la, mas deixei ele responder.
- Gostar eu até gostava, mas eu amo mesmo é o Celo.
- Isso você não me falou, no dia que nós ficamos.
Eu deixo eles dois conversando e vou para a quadra com Sarah.
- O que aconteceu você não ia lanchar com Wanderson? Sarah pergunta.
- Eu vou, to esperando aquela menina parar de achar que me contar que ficou com ele vai fazer e agente terminar.
Ela ri. Antes de chegar a quadra Wanderson me puxa pelo braço.
- Serio que você vai brigar comigo por causa daquela garota?
- Claro que não.
- Então por que você saiu daquele jeito da sala.
- Pra ela pensar que sim.
- Por isso que eu te amo.
- Serio? Só por isso?
- Claro... Que não. Ele diz e me da um beija.
- Você sabe que se a Sueli (A inspetora) vê a gente, nós vamos pra diretoria, né?
- Com você eu vou pra qualquer lugar.
- No momento eu só quero lanchar mesmo.
Ele ri e nós seguimos em direção a lanchonete da escola. Compramos o lanche e voltamos para a sala de aula.
- Você ficou mesmo com aquela garota?
- Pra que você quer falar disso agora?
- Só quero saber quem você pegou ou não.
- Eu te conto se você me contar também.
- Ta bom, começa.
- Ok. Tem a Sabrina, a Larissa, a Carolina, a Paola...
Ele deve ter falado uns vinte nomes ou mais.
- Agora é a sua vez.
- Não me lembro direito...
- Para Marcelo, você tem que falar.
- Ta. O Lucas do terceiro ano, o Gustavo do primeiro, o Rafael também do terceiro...
- Meu primo? (Adorei ele ter me interrompido, não queria falar sobre garotos que eu já tinha ficado).
- Não sei. Ele é seu primo?
- Um loirinho?
- É.
- Ele é meu primo. Não sabia que ele era gay.
- Se ele é gay eu não sei, mas que ele tem uma pegada...
- Marcelo?!
- O que foi?
- Vai ficar falando assim de outro homem na minha frente?
- E qual é o problema?
- Nenhum, mas quando uma piriguete sentar na minha mesa não reclama, ta.
- Isso já é outra história, queridinho.
- Ué, mas não era você que não estava com ciúmes?
- Isso não é ciúme.
- É o que então?
- É...
- Não fala nada, só me beija.
Ele diz aproximando o rosto e me beija. Nesse momento Carla entra na sala.
- Licença. Ela diz.
- Oi! Eu digo afastando Wanderson de mim.
- Desculpa interromper, mas é que a diretora ta chamando todos lá na quadra.
- Ta a gente já vai. Eu respondo meio sem graça.
- Por que você ficou assim?
- Eu... Não queria que ela visse.
- Marcelo a gente ta namorando, uma hora ela ia ver a gente junto.
- Você não entende. Vamos?
- Vamos. Ele disse passando pela porta.
Andamos em direção a quadra, quando chegamos à diretora estava falando sobre as provas que começariam no dia seguinte. Ao acabar o recado voltamos para a sala, eu volto para o meu lugar e Wanderson para o dele. O resto da aula ocorreu normalmente, exceto na hora da saída quando uma garota estava abraçada com meu namorado no portão.
- Quem é aquela... Garota? Pergunto no caminho de casa.
- Aquela garota é minha prima, a irmã do Rafael, não precisa ficar com ciúme.
- Quantas vezes eu vou ter que repetir que eu não sou ciumento.
- Ta bom, vamos fazer assim: você dorme lá em casa e eu finjo que acredito nisso.
- Ótima idéia, mas hoje minha mãe vai jantar na casa do Biel e eu vou ter que ir.
- Fica comigo, sua mãe vai sozinha.
- Eu queria, mas minha mãe vai me obrigar ir.
- E se eu pedir?
- Não sei, tenta, mas acho difícil.
Nós entramos e Wanderson vai falar com minha mãe e o que para mim não era surpresa ele não me deixou ficar.
Fui para o jantar fiquei a maior parte dele conversando com o Bielsemanas se passaramJá estávamos nas férias de julho.
Acordo com nenhuma vontade de levantar, mas mesmo assim levanto. Desço, vou a cozinha e encontro a Deborah.
- Parabéns! Sua mãe disse que vai te dar seu presente quando chegar.
- Brigado. Ela já foi trabalhar?
- Já. E outra coisa sua avó mandou você ir na casa dela.
- O que ela quer?
- Ela só ligou e disse pra te avisar, quando você acordasse.
- Só vou tomar um banho e já to indo. Digo seguindo em direção ao banheiro.
Me arrumo e saio.
- Vó?! Digo abrindo a porta.
- Surpresa! Gritam minha família e alguns amigos que estavam espalhados pela sala da minha avó.
Todos começam a cantar Parabéns Pra Você e eu quase morro de vergonha como em todos os meus aniversários. Todos me cumprimentam, tava até divertido, mas eu tava sentindo falta de uma coisa. Do Wanderson.
- Mãe, cadê o Wanderson?
- Ele disse que chegaria mais tarde. Acho que tinha um jogo.
- Ah, ta. Respondo meio desanimado.