A vida, minha mestra - capítulo 2

Um conto erótico de SamucaB
Categoria: Homossexual
Contém 1243 palavras
Data: 22/09/2013 18:33:21
Assuntos: Gay, Homossexual, REAL, Romance

Finalmente larguei a faculdade de Direito e comecei Arquitetura. A cada dia eu me apaixonava mais pelo curso e pala área e tinha a certeza de que era aquilo que eu queria para a minha vida. Como todos devem imaginar na faculdade de Arquitetura tem muitos gays, mas muitos mesmo, mas também muitos heteros e mulheres. Por ser tão comum gays na área, não existia preconceito lá, e a convivência tanto com professores como com os arquitetos em formação era ótima.

Meu pai, como já devem ter percebido, era um poço, o mais fundo que existe, de preconceito. Ele é extremamente machista, e por causa disso, eu era muito reprimido. Eu, desde minha adolescência sabia de minha condição homossexual, mas me policiava ao máximo pra não transparecer isso por medo de meu pai. Na faculdade eu conseguia ser eu. Todos sabiam que eu era gay, e era bastante respeitado e querido por muitos. Eu não era de se jogar fora, realmente era um cara bonitinho, e isso me rendia alguns paqueras, alunos dos mais diversos cursos (no nosso bloco tinham os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design e as Engenharias e bem próximo, o bloco de Comunicação Social).

Apesar disso, eu não era de ficar com um e com outro. Eu tinha medo de viver minhas paixões e ser descoberto poro meus pais, mas também porque eu não queria perder o foco do curso. Às vezes rolava alguma festinha e eram nelas que eu ficava com algum carinha.

Passaram-se quatro anos desde que eu comecei a faculdade. Estava no oitavo período. Eu não parava na faculdade, faltava muito, pois me dividia entre cursos de língua estrangeira, estágio e trabalhos da própria faculdade. Tínhamos voltado das férias, era o inicio do oitavo período, e na primeira semana eu não apareci para nenhuma aula. Eu estava viajando a “trabalho”, por isso não tive como ir. Finalmente na segunda semana de aulas eu apareci na faculdade e foi aquele auê todo com meus amigos.

-Samucaaaa!!! – gritou Lorena ao me ver, vindo correndo me abraçar.

-Cala a boca, mulher! Uma hora dessas da manhã e tuu gritando desse jeito. Que alegria besta é essa?

-Deve ter dado o fim de semana todinho, por isso tá assim – falou Arnon, me abraçando.

-Já o Samuca deve estar em falta. O humor dele diz tudo, né?!

-Cala a boca, Douglas. Sou você não que vive vadio. To muito bem, obrigado.

-A senhora só vive no luxo, agora, né?!

-Claro, mulher. – falei para Lorena – enquanto vocês dão, eu trabalho.

-E pega o chefe.

-Como você é idiota, Clara! Kkk

-Cooooomo assim, que eu não estou sabendo de nada? (Lorena)

-Vocês acham mesmo que essa bicha tava viajando a trabalho?! Ela tá é de caso com o dono do ateliê.

-Cala a boca, Clara kkk

Clara estudava comigo e estagiávamos no mesmo ateliê de Arquitetura, ou seja, ela sabia dos meus podres da faculdade e do escritório. Realmente eu estava ficando com meu chefe, melhor, namorando. Ele era muito bem sucedido como Arquiteto, e seu nome era Rodrigo, e tinha 28 anos. Ele gay assumido e um gostoso, por sinal. Ele era noivo de um cara, mas terminou tudo ao descobrir que estava sendo traído. Já solteiro, certa vez cheguei ao escritório mais cedo, apesar de estagiário, eu era um dos poucos que tinham a chave de lá. Qual não foi minha surpresa ao chegar lá e dar de cara com o Rodrigo. Ele disse que chegou mais cedo para terminar um projeto, pois teria reunião com o cliente e me chamou para um café. Estávamos só nós dois, o escritório só abria as 9h30min da manhã e era ainda 8 horas, mais ou menos. Conversa vai, conversa vem, ele pergunta:

-Você não namora, não, Samuel?

- hahaha Que nada, tenho nem tempo pra isso.

-Huum. Me desculpa a indiscrição, mas você é gay, né?! Eu sempre achei e certa vez ouvi uma conversa sua com Clara, mas também vivem tão colados...

-Ela é uma fofa, mas é minha amiga apenas. Mas não se preocupe não tá sendo invasivo, não. Eu sou gay sim – respondi e ri.

-E sua família sabe?

-Não, não. Tipo, minha mãe com certeza sabe, mas nunca disse nada. O problema é meu pai que é muito machista, preconceituoso.

-Sei como é. Mas é assim mesmo com a maioria. Existe muita ignorância das pessoas a cerca desse assunto. Acham que ser gay é viver em festas, saindo com um e com outro e dar tooooda aquela pinta. Mas nós sabemos que não é assim. Quer dizer, nós sabemos que não é SÓ isso kkkkk Veja só nós dois. Trabalhamos e muito, damos um duro danado desde a faculdade, Arquitetura não é fácil.

Mas enfim, com o tempo você se sentirá confortável em contar pra eles e eles mais cedo ou mais tarde saberão entender. Mas então, mudando de assunto, amanhã (quinta-feira) estarei viajando para Recife e depois Natal e só voltarei no sábado da próxima semana. Tenho umas reuniões com clientes e vou acertar alguns detalhes da filial de Recife que tá pra abrir, né?! Eu queria saber se você não quer me acompanhar, adoraria que você fosse comigo. Você é um dos melhores aqui, sem duvidas, e isso seria muito bom pra você.

-Nossa, Rodrigo, claro que eu vou. Pra mim é uma ótima oportunidade.

-Sim, uma ótima oportunidade – disse isso me encarando com um sorriso safado no rosto que me fez ficar vermelho de vergonha.

Conversamos mais um pouco e quando eu fui saindo pra começar meu trabalho, e ele me chamou novamente:

-Samuel!

-Oi?!

-É... Eu queria... Nada não, pode ir.

Eu dei um sorriso, ele retribuiu timidamente e voltamos ao trabalho. Eu fui pro ateliê e ele pra sala particular dele. Depois de alguns minutos, ele foi até onde eu estava, no entanto, eu estava tão concentrado debruçado sobre a prancheta que nem o percebi ao meu lado, até que ele me chama. Voltei-me para ele e, quando me levantei, ele simplesmente me puxou para junto do seu corpo e me beijou. Eu fiquei bestificado. Eu não esperava por aquilo. Fiquei um pouco desconfiado devido a conversa que tivemos a pouco, mas ele era meu chefe, dono do escritório onde eu trabalhava, e um dos mais requisitados profissionais no Estado. Eu jamais imaginaria que rolaria algo de fato entre ele e eu. Eu me entreguei ao beijo dele. Foi ótimo. Meu coração disparou e pude perceber, de tão colado que estávamos, que o dele também. Simplesmente esquecemos onde estávamos e, ainda nos beijando, ele me guiou até uma mesa e, me erguendo, me pôs sentado sobre a mesa, se encaixando entre minhas pernas que envolveram sua cintura. Perdemos a noção do tempo e ignoramos o fato de que a qualquer momento alguém poderia chegar e nos surpreender naquele ato. E foi o que aconteceu. Estavamos nos amassos, ele beijava minha boca, mordia meu pescoço, meu queixo, metia a língua na minha orelha, meu corpo aquecia, o dele nem se fala, e eu gemia em seu ouvido, até que Clara entra no ateliê e nos flagra. Rodrigo rapidamente saiu do meio das minhas pernas e eu pulei da mesa, ambos passando a mão na boca, limpando e totalmente envergonhados.

-Ai, meu Deus! Desculpa, gente, desculpas, eu...

Rodrigo resolveu agir como se nada tivesse acontecido e disse:

-Bom gente, vamos trabalhar, que temos muito o que fazer. Bom dia, Clara – sorriu e saiu rumo a sua sala.

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