ENTRE HOMENS
CAPÍTULO XXII – PEÃO APAIXONADO
Os dias se passaram.
Taumaturgo a cada dia que se passava estava muito envolvido nas atividades da comunidade, organizando juntamente com Rita as atividades da escola e também procurava dar assistência social aos moradores locais com atividades de renda econômica.
Miguel e Humberto cuidavam das coisas da fazenda. Tocando todas as atividades rurais. Mesmo assim sempre entre uma atividade e outra, Miguel não parava de pensar no seu amado.
Nas horas que ficava descansando Miguel ficava encostado numa moreta próximo ao celeiro, com o seu chapéu de peão sobre a face. Humberto se aproxima pra tirar uma prosa com o seu companheiro de lida.
“Pensando em que peão?”
“Na vida, na vida que eu tenho aqui na fazenda.”
“Sei somente na fazenda, ou também em alguém em especial.”
“Hiiii, você sabe em que eu estou pensando. No seu irmão.”
“Você ama muito o Taumaturgo, né?”
“Se eu o amo, o Taumaturgo é a minha vida. Não sei mais viver sem ele.”
“Te confesso que quando soube de vocês achei muito esquisito dois homens se pegando. Ainda mais namorando. Sei lá ainda é uma coisa que tento mastigar, entender. Procuro entender porque se trata do meu irmão.”
“Humberto pra mim não foi fácil. Você sabe que no nosso meio somos sempre paquerados por mulheres gostosas. Homem que é homem no nosso meio tem que traçar um periquito. Mas no momento que comecei a sentir atração também por homem e quando me envolvi com um. A coisa mudou de figura. Sempre procurava ficar ora com mulher ora com homem. O tempo foi se passando e fui percebendo que estava me envolvendo mais com homens do que mulheres. Veja vem não estou querendo que mude de lado (risos).”
“Nem pretendo homem, estou muito bem com Rita. Realmente estou amando demais aquela mulher. Mas como eu disse eu procuro respeitar a opção sua e do meu irmão.”
“Sabe sinto um aperto no coração quando estou longe do Taumaturgo. Pra falar a verdade nem quando estou perto dele, parece que nem a presença dele é o suficiente para aplacar a saudade que eu sinto. Sabe tento me controlar. Você não sabe mais aquele cara às vezes procura colocar freios em mim, nos meus sentimentos.”
“Sei o que você está falando sinto muito falta da Rita. Falando neles o que eles estão aprontando?”
“Agora estão muito envolvidos com as atividades da escola. E o Taumaturgo resolveu agora fazer alguns trabalhos com os adultos. Estou sentindo falta do teu irmão. Agora ele só pensa neles e esqueceu-se de mim.”
“Para com isso Miguel isso é só um momento. Depois você vai ver que era apenas uma fase. Por que você não faz uma surpresa pra ele.”
“Será?”
“Claro, tenta fazer um momento romântico. Algo que deixe o meu irmãozinho na sua.”
“Verdade, você me deu uma boa ideia cunhadão (risos).”Na escola Monteiro Lobato.
Taumaturgo está conversando com alguns moradores quando repentinamente aparece André.
“Boa tarde! Incomodo?”
“Claro que não André. Mas o que devo a sua visita aqui nessas paragens?”
“Estava passando aqui próximo e resolvi dar uma passadinha aqui pra ver como andam os trabalhos. Estão falando maravilhas daqui da escola.”
Rita surge e começa a interagir com o grupo.
“Parabéns professora Rita. Você está realizando milagres aqui na região. Todos falam muito bem de você pela redondeza.”
“Obrigado, não sabia que a minha fama era tão grande assim.”
“Nada... o povo é muito cordial com todo mundo aqui. Mas todos estão falando muito bem de você. Até mesmo na fazendo que eu cuido, tem gente que fala de você.”
“Certo, vim aqui apenas pra tomar um ar, tenho que voltar pra sala. Sabe como são as crianças, são anjos sem asas (risos).”
Rita volta para junto das crianças e Taumaturgo começa a se despedir de todos, pois teria que voltar pra fazenda. Quando ele já estava de saída. André o pega pelo braço.
“Posso lhe convidar pra tomar uma cerveja comigo. Está muito quente.”
Taumaturgo apenas o olha de lado e se desvencilha dele.
“Espero que você não me entenda mal. Mais só saio acompanhado de Miguel, meu namorado.”
“Mas não podemos fazer isso somente nós dois. Afinal somos ou não somos amigos.”
“Sim somos amigos. Mais nunca me sentiria bem saindo sem ao menos avisar o Miguel. E também me sentiria melhor acompanhado dele.”
“Entendo... posso te fazer uma pergunta?”
“Pode sim, o que você viu naquele peão?”
“Como, aquele peão? Aquele peão é o homem que eu amo.”
“Você sendo herdeiro de tudo isso, você não acha que merecia coisa melhor?”
“Pelo visto você esta confundindo amizade com invasão de privacidade. Não lhe dei esse espaço para você questionar os meus sentimentos, e muito mais o amor que eu sinto por Miguel.”
“Desculpa, não era essa minha intenção. Mesmo assim fica em pé o convite para a gente se ver qualquer dia desses. Vou nessa então.”
André se aproximou do carro enquanto que Taumaturgo adentrava na escola. Ainda próximo do capô do carro, André esmurrar com força por causa do fora que havia levado.
“Hah, você ainda vai ser meu Taumaturgo. Eu vou tirar o Miguel do meu caminho, custe o que custa. O Miguel ainda vai pagar muito caro pelo o mal que ele me fez.”
André sai do espaço em disparada fazendo uma cortina de poeira pelo caminhoAmanhecendo na mansão de Pablo.
Alan começa se espreguiçar sobre a cama. Tateando com as mãos percebe que está sozinho na cama.
“Estranho o Pablo não dormiu aqui. Onde ele está?”
Alan se senta na cama vazia. Começa esfregar os olhos tentando acordar totalmente. Apenas os raios invadiam pelas brechas das cortinas da ampla janela do quarto.
“Bom vou tomar um banho.”
Olha para o relógio sobre a mesinha que fica próxima da cama e se espanta pelo horário que já estava marcando.
“Putz! Esta muito tarde. Caramba, cadê o Pablo?”
O modelo vai até o banheiro. Começa a tomar um banho bem refrescante. Abre a porta do box. Pega uma toalha branca próxima de si, sai do box e começa se enxugar diante do espelho. Para um pouco com os movimentos e olha fixamente para si no espelho que reflete sua imagem. Sente um vazio dentro si. Percebe que alguma coisa está fora do eixo. A própria relação com Pablo lhe deixa meio preocupado e inseguro. Continua se enxugando. Escova os seus dentes. E vai até a sala de jantar tomar o café. Chegando lá encontra com Pablo tomando café.
“Oi amor!” Fala isso lhe estalando um beijo no seu rosto.
“Oi gato... tome o seu café... estou atrasado tenho que ir até a agência.”
“Onde você dormiu? Acordei e você não estava dormindo comigo.”
“Eu fiquei até muito tarde com o pessoal. Vi que você estava com um sono tão tranquilo, resolvi dormir noutro quarto.”
“Você sabe que amo dormir com você.”
“Sei disso anjinho... Bom tenho que ir agora... Você vai ficar aqui?”
“Acho que vou dar uma malhada um pouco. Preciso expulsar essa preguiça.”
Pablo se levanta beija a testa de Alan e se despedi. Entra no seu carro e vai para a agência resolver problemas e administrar os loiros do lançamentoNuma academia do Rio de Janeiro.
Após realizar alguns exercícios de musculação Alan e Dadá ficam lado a lado fazendo uma corridinha na esteira.
“Nossa está muito quente aqui. Está parecendo uma sauna.” Falou Dadá reclamando do calor que fazia naquela tarde.
“Estava precisando malhar hoje. Estou me sentindo mais leve.”
“Estou te achando distante nesses últimos tempos. Está acontecendo alguma coisa com você?”
“Que nada... está tudo bem!” Respondeu Alan meio ofegante devido está correndo na esteira.
“Bom tenho que ir embora. Ainda vou passar na agencia para ver outros projetos.”
Os dois saem da esteira e se dirigem para um banho no vestuário. Lado a lado tomam banho. Dada continua reclamando do calor da tarde.
“Você não se cansa nunca Dadá?”
“Nunca... sabe que mente vazia é oficina do diabo. Preciso me ocupar.”
“Você não pensa em namorar? Ter um relacionamento? Casar?”
“Enquanto não aparecer ninguém que realmente valha a pena, prefiro ficar solteiro.”
“Ainda bem que eu encontrei o Pablo.”
“Tenha muito cuidado para não se machucar no relacionamento!”
“Por que você fala isso... você sabe alguma coisa a respeito do Pablo?”
“O que é isso nada, não sei de nada, apenas falei que não devemos nos entregar tão profundamente numa relação. Coração de estranho é terra que ninguém anda. Pense nisso.”Na agencia de modelos.
O mesmo rapaz que ora havia invadido a festa particular de Pablo na noite anterior voltou a agencia.
“Preciso falar com Pablo Scobar.” Falou o rapaz a secretaria de Pablo na recepção.
“O senhor Pablo está em reunião agora.”
“Sei que não é verdade.”
O rapaz se dirige para a porta na tentativa de adentrar bruscamente. Mas a secretaria tenta persuadi-lo do contrario ficando entre a porta e o rapaz.
“Por favor, não tente me impedir.”
O rapaz entre na sala de Pablo. A secretaria apenas tenta se desculpar pelos modos do rapaz.
“Senhor Pablo eu tentei impedi-lo. Mas ele não quis me escutar. Posso chamar os seguranças?”
“Não será preciso. Pode nos deixar a sós, por favor. Qualquer coisa eu entro em contato com a senhorita.” A secretaria os deixa a sós e fecha a porta.
Pablo se levanta de sua cadeira de presidente da agencia. Faz um gesto de convite para que o rapaz exaltado se sentasse.
“Não precisa fingir nada pra mim, Pablo.”
“Fingir o que Romeu. Ainda não sei o porquê de você ainda continuar me perseguindo?”
“Você não sabe... deixa de ser hipócrita. Você finge, pousa de senhor perfeição pra sociedade. Mas você não é nenhum santo. Você é o diabo em forma de gente.”
“Tudo o que eu podia fazer por você eu fiz, meu caro.”
“O que, você não fez nada por mim. Apenas me prejudicou.”
“Eu te dei um bom tratamento naquela clinica de reabilitação.”
“Você acabou com a minha vida. Transformou-me num drogado. Hoje sou um cara altamente dependente de drogas graças a você senhor Pablo.” Falou de forma que o seu semblante testemunhava um ódio mortal por Pablo.
“Para com isso rapaz, você não é e tão pouco é uma criança. Você sempre soube que fazia. Se você não foi capaz de lidar com tudo aquilo, não posso ser culpado.”
“Você é culpado sim. Você vive pra semear o mal na vida das pessoas. Você curti iludir as pessoas. Cria um mundo que não existe. Você vende uma fantasia. Eu tolo cai na sua. Pensava que pra fazer carreira tinha que me sujeitar a todas as suas vontades. E onde eu fui parar? Fui parar no fundo do poço.”
“Você quer dinheiro é isso pra ficar calado?”
“Não quero o seu dinheiro sujo. Tudo que vem de você é lixo. Você é uma ilusão que todos aplaudem sem saber realmente quem você é. Mas todos vão saber que eu vou botar a boca no mundo. Vou contar a todos quem é você.”
Romeu simplesmente deu as costas para Pablo que ficara sentado na sua cadeira, fechando violentamente a porta.
Pablo sabia que era preciso fazer alguma coisa. Algo tinha fugido do seu controle. O que o empresário irá fazer pra reverter tudo ao seu favor?
O empresário liga para alguém.
“Preciso de um favor seu urgente.”
“O que eu preciso fazer?”
“Quero que alguém cale a voz o mais rápido possível.”
“O serviço vai está feito antes que você diga mais alguma coisa.”
“Ok.”Na fazenda Paraíso.
‘Confessar
Sem medo de mentir
Que em você
Encontrei inspiração
Para escrever...
Você é pessoa que nem eu
Que sente amor
Mas não sabe muito bem
Como vai dizer...
Te dou o meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul...
Toda vez que for assoviar
A cor do trem
É da cor que alguém fizer
E você sonhar...
Não faz mal
Não ser compositor
Se o amor valeu
Eu empresto um verso meu
Prá você dizer...
Só me dará prazer
Se viajar contigo
Até nascer o sol
Seguindo no trem azul...
Te dou o meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul...
Vai lembrar
De um cara como eu
Que sente amor
Mas não sabe muito bem
Como vai dizer...
Só me dará prazer
Se viajar contigo
Até nascer o sol
Seguindo no trem azul
Uh! Uh! Uh!...
Te dou o meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul
Seguindo no trem azul...’
Taumaturgo chega a casa e tudo está muito silencioso. Todos tinham saído para um momento de lazer no bar. O silencio era morador inquietante que fazia que até um fio de cabelo ao cair se escutasse.
“Olá alguém em casa?”
O nosso anjo continuava sem saber o que estava acontecendo. Mesmo assim continuo o seu percurso na casa. Senta-se no sofá da sala, pois se sentia um pouco cansado da lida do dia junto aos moradores da comunidade.
“Queria saber onde todos foram? Será que não tem ninguém em casa? Cadê o meu peão lindo?... estou me sentindo tão sozinho hoje. Todos me abandonaram! Estranho!”
Taumaturgo se dirige até a cozinha pra tomar água. Chegando a cozinha, acende a lâmpada e ver que tem um bilhete no qual está escrito:
“Hei psiu, EU TE AMO!”
O nosso jovem apenas retribui o carinho expresso no papel com um sorriso largo, pois sabia que o seu amado nunca lhe esquecera. Resolve volta pelo mesmo caminho agora na direção do quarto. Mas quando passa pela sala nota outro bilhete posto na mesinha do centro que estava escrito:
“Continuo te amando para sempre!”
O coração de Taumaturgo estava ficando encantado pelos bilhetes encontrados. Resolveu ir em direção do quarto pra talvez encontrar Miguel lá. Pelo caminho pode perceber um caminho de pétalas de rosas que levavam até o seu quarto.
Abre a porta vagorasamente. O quarto se encontrava às escuras. Procura o interruptor até que o encontra. A lâmpada acende. Deixando a vista o ambiente todo preparado para lhe acolher. Velas de várias cores e aromáticas acesas. A cama esta toda ornada de pétalas de rolas. Sentado à beira da cama está Miguel que já o esperava.
“Morr você gostou da surpresa?”
“Se eu gostei? Eu amei, está tudo maravilhoso.”
“Morr eu te amo.”
Taumaturgo não segurou a alegria da surpresa que o seu amado lhe fizera e começou a chorar de alegria pelo momento que estava vivendo.
Miguel se aproxima de Taumaturgo, começa lhe enxugar as lágrimas que escorriam de seus olhos felizes.
“Morr o que houve?”
“Estou super feliz. Você realmente me encanta meu amorzão.”
Miguel deu um grande abraço em Taumaturgo. Depois de alguns minutos do amplexo demorado dos amantes. Miguel pediu que seu Anjo sentasse na cama.
“Morr feche os olhos.”
“Fechar os olhos!”
“Sim Morr, confia em mim!”
Prontamente o amado fechou os olhos. Miguel foi até um assento que se encontrava no banheiro do quarto e trouxe um boque de flores vermelhas.
“Morr agora você pode abrir os olhos.”
Quando Taumaturgo abriu os olhos se deparou com o buque que o seu peão havia trazido pra ele.
“Eu não mereço o teu amor.”
“Não fale isso meu Anjo, você é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço nesse mundo. Eu que não sei se realmente mereço está do seu lado.”
Antes mesmo que Miguel concluísse sua negativa. Taumaturgo roubo-lhe um beijo, colocando o buque as costas do peão na hora da troca de carícias.
Miguel pede que o seu amado novamente feche os olhos. Prontamente Taumaturgo o faz. Mesmo assim Miguel fala:
“Morr não vale tem que fechar os olhos. Morr é surpresa.”
Miguel apaga a luz do quarto deixando apenas na penumbra. Vai até o som que estava próximo de si, liga-o. Ele se aproxima de seu Anjo e o toma pela mão levantando-o da cama.
“Concede-me uma dança meu Anjo?”
“Claro meu peão.”
Os dois começam a dançar uma música romântica que fazia fundo musical para o casal apaixonado.
‘You think that I can't live without your love
You'll see,
You think I can't go on another day.
You think I have nothing
Without you by my side,
You'll see
Somehow, some way
You think that I can never laugh again
You'll see,
You think that you destroyed my faith in love.
You think after all you've done
I'll never find my way back home,
You'll see
Somehow, someday
All by myself
I don't need anyone at all
I know I'll survive
I know I'll stay alive,
All on my own
I don't need anyone this time
It will be mine
No one can take it from me
You'll see
You think that you are strong, but you are weak
You'll see,
It takes more strength to cry, admit defeat.
I have truth on my side,
You only have deceit
You'll see, somehow, someday
All by myself
I don't need anyone at all
I know I'll survive
I know I'll stay alive,
I'll stand on my own
I won't need anyone this time
It will be mine
No one can take it from me
You'll see
You'll see, you'll see
You'll see, mmmm, mmmm.’
Continua...