Acordei e deixei o Ricardo dormindo. Fiz minha higiêne e quando olhei, já era quase meio dia.
Fui fazer um café e levei um susto.
– bom dia gatão. – ele disse me abraçando por trás.
– caralho..que susto! Te machuquei?
– não, acho que não.
– senta aqui. Deixa eu ver.
Eu não sou acostumado a acordar com gente em casa e quando ele me abraçou eu dei uma cotovelada no rosto dele.
– que isso? Ta tentando me matar? Rsrs.
– desculpa, não foi por querer. Deixa eu dar um beijo que sarar rsrs.
– rsrs, pensou que fosse quem? Você sabia que eu estava aqui.
– ninguém, mas eu não sou acostumado a acordar e alguém vim me abraçar na cozinha rsrs. Eu sei que você está aqui, mas é só falta de costume mesmo. Com o tempo vai virar rotina.
– que doidera isso, você nunca se amarrou a ninguém não?
– não. Engraçado é que o Robson esses dias me passou um sermão. Ele disse pra eu sossegar meu faxo e me amarrar a alguém de vez.
– hum..sei.
Notei uma ponta de ciúmes e ele se sentou a mesa. Fui até ele e me agaixei apoiando os braços em suas pernas.
– o que foi?
– nada.
– rsrs. Olha pra mim.
– to olhando gatão.
– eu prometi que você não precisa se preocupar, não prometi?
– sim, palavra de homem.
– isso. Eu não sou moleque mais, mas você precisa confiar em mim e se acostunar com o Robson. Além de meu amigo, ele é meu chefe. E se te digo que dou minha palavra, pode confiar.
– tudo bem tiozinho rsrs.
– que isso garoto? Rsrs.
– rsrs, você está esquecendo de uma coisa. Não percebeu?
– rsrs, disso?
Me levantei e o beijei. Ele se entregava ao meu abraço e meus carinhos. O clima foi esquentando e pela primeira vez senti ele tocando meu membro. Abracei o Ricardo mais forte e intensifiquei o beijo. Ele colocou as mãos por dentro da minha cueca e massageava minha bunda.
– o que a gente vai fazer hoje? – ele disse entre um beijo e outro.
– eu preciso ir ao mercado, to sem nada em casa. Depois eu te levo em casa.
– quer me despachar já? rsrs.
– haha, claro que não. Você pega uma roupa e vem pra cá pra gente tomar banho.
– juntos?
– você quer?
– muito, to doido pra te ver peladão hahah.
– hahaha, realmente você de ingênuo não tem nada garoto.
– nem um pouco.
Me sentei e ele se sentou no meu colo de frente pra mim.
– tem alguma coisa me espetando aqui rsrs.
– você me atiçou dizendo que quer me ver pelado e ficou com essa mão boba no meu pau, queria o que? Acordou o bicho.
Ele se ajeitou no meu colo e encaixou a bunda no meu pau.
– ta querendo né garoto?
– e você não está?
– claro que to, mas só vai rolar quando você quiser mesmo.
– pra quem não vivia sem sexo, – me esperar é um gesto lindo.
– até lá, vou socando uma bronha hahah.
– safado.
- come alguma coisa pra gente ir. Vou trocar de roupa e a gente vai passar no banco antes. Eu preciso sacar um dinheiro.
– tudo bem gatão. Vai lá que eu te espero.
Fui pro banheiro e tomei um banho rápido, troquei de roupa e ele ainda estava na cozinha. Alguém ligou pra ele, ele falava no celular.
– era a sua mãe?
– meu pai.
– ta tudo bem?
– ta sim, a gente não se viu ontem, ele tava no plantão.
– ele é médico?
– sim. Neurocirurgião.
– muita responsabilidade. Vamos?
– me leva em casa antes? Eu quero ver meu pai e já pego a minha roupa, tomo um banho rapidinho, pode ser?
– claro, vamos.
Fomos pro meu carro e seguimos pra casa do Ricardo. Ele morava num condomío muito conhecido daqui e quando chegamos abaixei o vidro do lado do motorista e ele veio até a janela se identificar pro porteiro. A casa era grande e de uma arquiterura invejável. Na hora me veio as lembranças de casa. Tempos que eu ainda era aceito por ser hétero – era o que pensava meus pais.
– entra?
– acho melhor não.
– porque? Entra vai. Fica tranquilo, não vou dizer a eles que estamos juntos. É mais pra eles saberem quem você é.
– eles podem não gostar.
– que isso, eles são bem descolados. Na verdade eles ficaram mais descolados depois que eu me assumi. Acho que foi pra eu ficar mais a vontade em casa. Entra comigo Edu.
– senhor me proteja. Eu vou.
Ele me deu um selinho e sorriu feliz da vida. Eu estava uma pilha de nervos hahah.
Dei uma ajeitada no cabelo e entramos. Ele entrou gritando que havia chegado e eu não sabia onde enfiava minha cara.
– precisava anunciar?
– relaxa Edu rsrs.
Relaxa Edu, é fácil dizer. Eu estava até imaginando eles me olhando e pensando o quanto eu sou velho pra ele. Eu devia era ter saído correndo de lá.
Os pais do Rico estavam na cozinha e fomos até lá.
O Ricardo muito educadamente nos apresentou e confesso que quase desmaiei.
Ele disse que ia subir e pediu pra que eu o esperasse.
– vocês se conhecem a muito tempo? – disse o pai dele.
– pouco, um mês pra falar a verdade.
– você trabalha onde?
– sou Administrador e Gerente de uma boate GLS.
– ah é? A mesma que o Rico frequenta?
– sim, essa mesmo. Conhece?
– já levei ele lá muitas vezes e busquei. Entrei com ele uma vez, muito agradável.
– é o que mais nos preocupa. Tornar o ambiente agradável e o mais seguro possível, ainda mais com um público tão cheio de energia.
– você tem quantos anos? – disse a mãe dele.
– tenho 33.
– nossa, nem parece. Parece ter uns 27. – ela disse me oferecendo acento.
– obrigado. O Ricardo me disse o mesmo.
– e sua família é de onde?
– são de Maringá.
– pelo teu jeito vocês não se dão muito bem.
– não senhora. Pra falar a verdade desde os meus vinte e três anos que eu não falo com eles. Só com meus irmãos, mas é por celular. Eles vêm uma vez ao ano me vizitar.
– eu imagino que não deve ser fácil pra você. – disse o pai.
– não é não. Mas com o tempo a gente se acostuma e eu sou uma pessoa que faço amizade fácil, não só pelo meu local de trabalho, mas pelo meu jeito mesmo.
– amigos são importantes.
A gente conversava e confesso que fiquei impressionado com os pais do Ricardo. O pai dele me deixou bem a vontade. Mas a mãe do Rico era mais preocupada com o filho, mas me tratou com muito respeito.
Escutei alguém descer as escadas e surge um ser pequeno com um sorriso no rosto pulando nos braços do pai do Rico.
Era o pequeno Miguel, irmão de Ricardo. O menino era o xeroz do Rico, uma miniatura perfeita do irmão. O menino me olhava e soltou uma pêrola.
– oi, você é o namorado do Rico?
Se eu pudesse eu me enterrava alí mesmo no jardim.
– é sim filho, é o namorado do Rico. – disse a mãe não me deixando responder.
Eu sorri muito envergonhado e sem saber o que dizer. O Miguel desceu do colo do pai e veio se sentar ao meu lado.
– você joga video game?
– se eu jogo? Jogo sim.
– você tem video game em casa?
– tenho sim.
– a gente podia jogar né? O Rico joga comigo, mas ele não pode mais jogar por causa da faculdade. Vem um dia aqui pra gente jogar.
– prometo que venho. Assim que o Rico entrar em férias, se não for incomodar, eu venho.
– imagina, não será incômodo nenhum. – disse a mãe.
O nenino me enchia de perguntas e o Ricardo desceu com uma mochila.
– mãe, hoje eu não tenho aula e vou dormir na casa do Edu. A gente precisa organizar a despedida do Leonardo. Amanhã a tarde ele me trás.
Eu gelei. Ele me surpreendeu, danado. Era evidente que ele queria deixar claro minha posição de namorado aos pais dele. Namorado? Mas eu nem havia feito o pedido hahah, que seja. Eu já estava envolvido demais com toda a situação e com o Ricardo também.
– seu carro está pronto Rico, vou mandar buscar hoje. – disse o pai.
– tudo bem pai. Ah, o Edu tem 33 anos. Eu espero que vocês não se inconodem.
Isso, me mata de uma vez. Ele disse na maior naturalidade aos pais e eu fiquei vermelho na hora.
– ele disse filho. Você vai deixar de ver o Eduardo se não concordarmos? – disse a mãe.
– de jeito nenhum mãe. Eu mesmo não importo.
– então não nos importamos com essa diferença de idade. – ela disse e o beijou.
– vamos Edu?
– vamos sim, não está esquecendo nada?
– acho que não.
– cuida bem dele Eduardo e vão com Deus. – disse o pai.
– não se preocupem. Se eu resolver levar ele pra fora da cidade, eu peço pra ele avisar.
O Miguel veio me abraçar e me cobrou uma partida de video game. Prometi voltar e jogar com ele.
Nos despedimos e entramos no meu carro. Fechei a porta e apoiei a cabeça no volante.
– você ta bem?
– uhum.
– amor?
– fala amor.
– rsrs, olha pra mim homem.
Virei a cabeça e olhei pra ele. Ele estava com aquele sorriso lindo de orelha a orelha que me derreteu todinho.
– pare Edu, viu só? Eles nem te morderam rsrs.
– pior foi o seu irmão perguntando se eu era seu namorado.
– haha, moleque esperto. E você falou o que?
– nada né. Sua mãe se antecipou e disse que eu era sim seu namorado. Todo mundo alí já estava sabendo, menos eu kkkkk.
– hahaha, minha mãe é muito esperta também. Falando sério agora, o que a gente é?
– depois de hoje a gente já podia casar.
– que exagero Edu.
– exagero nada. Pensa bem. A gente dormiu junto no primeiro encontro e hoje já conheci seus pais e ganhei da sua mãe o título de namorado, não é pra qualquer bofe não meu amor.
– hahah, você ta tremendo. Um homem desse tamanho tremendo de nervoso.
– claro. Encarei a família inteira no segundo encontro e você ainda diz na maior naturalidade que vai dormir lá em casa, quase morri.
– kkkkk. Desculpa. Mas eu queria que eles soubesse sim, que estamos juntos. Desculpa pela mentira, eu disse que não ia falar nada, mas não aguentei.
–percebi, ta feliz?
– aham, e você?
– hahaha, cara de pau. Vai ter que me fazer muito carinho hoje pra eu voltar a meu estado normal.
– pode ser um carinho prazeiroso?
– deve!Pra eu poder esquecer de vez haha.
– que exagero.
– sabe que a melhor parte disso tudo foi ouvir você me chamando de amor.
– eu sei. E te ouvir me chamando também foi incrível. Ainda mais por ser o primeiro.
– você será o meu primeiro em tudo.
– quase tudo né, senhor safado?
– hahah, como se o senhor fosse santo né?
– não sou virgem se é isso que você queria saber.
– hahah, não perguntei nada. Vamos que eu ainda tenho que sacar um dinheiro.
– vamos sim gatão.
Rápido demais é pouco, a gente estava indo na velocidade da luz. Eu estava mais envolvido do que pensei que seria capaz.
A gente ainda tinha a tal festa pra organizar e ele foi comigo ao banco. Fiz um saquê e fomos almoçar num restaurante que eu costumava frequentar.
– esse restaurante é do pai do Leandro rsrs.
– ta brincando né?
– não. Você nunca viu o dono?
– não, acho que nunca. Faz tempo que eu frequento aqui, mas é só aos sábados e domingos.
– então, é do pai do meu melhor amigo. Mundo pequeno gatão.
– bota pequeno nisso. Vamos?
– vamos sim.
Saí do carro e abri a porta pra ele. Ele desceu e brincou dizendo que eu estava deixando claro quem era o macho da relação.
– não estou estabelecendo nada amor, apenas quis ser educado.
– eu sei. Só brinquei. E nem é preciso estabelecer nada mesmo. Eu sei muito bem qual é o meu lugar. E já fique sabendo, eu adoro.
– garoto, me deixou duro. Como quer que eu entre agora, de barraca armada?
– hahah, desculpa, não foi por querer. Mas espere baixar esse volume e a gente entra.
– é o jeito né.
Ficamos no lado de fora esperando minha rola baixar e entramos.
Enquanto almoçávamos resolvi pedir uma cerveja.
– você bebe muito? – ele disse.
– rsrs, não se preocupe. Eu não exagero nunca. Eu compro pra beber em casa e dura o mês inteiro uma caixa de latinhas.
– posso beber um pouco?
– pode sim, a gente toma só essa e vamos pra casa. Tem essa despedida pra organizar e eu já quero deixar pronto uma lista do que vamos precisar. Amanhã eu vou pra boate e peço tudo de lá.
– olha o pai do Leandro alí.
Ricardo nos apresentou e ficamos por mais meia hora. O pai do Leandro saiu e pedi a conta.
– deixa eu te ajudar a pagar Edu.
– nem pense nisso.
– tem certeza?
– absoluta.
Paguei a conta e fomos pro meu Ap. Ele foi pro quarto e vendo ele deixando suas coisas sobre a cama, me dei conta de como eu estava apaixonado e ele tão íntimo. Eu entregava a ele o meu coração, algo que nunca feito a ninguêm – era bom demais.
– o que você fica fazendo quando não trabalha?
– em casa mesmo. As vezes eu vou até a Galeria e fico vendo as esposições. Tenho um amigo que sempre expõe umas cerâmicas e vou lá ver. Muito dos quadros que tem foram comprados lá. Esse vaso por exemplo, ganhei dele.
– é um trabalho muito bonito. Os quadros também.
– qualquer dia desses eu te levo lá pra conhecer esse meu amigo, você vai gostar dele.
– vocês já ficaram?
– não, nunca. Ele é casado e trabalhou comigo no banco. Ele ainda trabalha lá, mas tem cerâmica como hobby.
– minha mãe gosta muito de cerâmicas.
– bom saber, já sei o que dar a ela na próxima vez que for a sua casa.
– amor, eu me adiantei e fiz a lista de tudo que vai precisar. Eu tinha esquecido em casa, por isso queria ir lá também, pelo menos adianta o teu serviço. Amanhã começa um congresso de Psicologia e eu tenho que ir, é na parte da tarde e a noite ainda tenho aula.
– que isso, vai me abandonar?
– claro que não. Meu carro tava com problema, mas já está pronto. Se você quiser, eu saio da facul e venho direto pra cá, pode ser?
– com certeza né, não quero meu garoto solto por aí não rsrs.
Peguei a lista que ele havia feito e coloquei na minha pasta. Ele tirou a camisa e o short ficando só de cueca boxer. Lindo é pouco. Meu garoto olhava-me com os olhos pidões.
– tire a tua roupa Edu e liga o ar.
– vem aqui.
Ele se levantou do sofá e veio com a mão na minha cintura. Senti meu corpo vibrar por inteiro e meu garoto se abaixou desabotoando meu jeans.
– sabe Edu? Te olhando daqui de baixo, teu corpo é mais tesudo ainda.
– te olhando daqui de cima, vejo que o meu garoto é mais esperto do que eu imaginava. Seu leke safado.
Ele tirou minha calça e subiu beijando minhas pernas. Meu pau já estava latejando de tanto tesão. Minha rola babava na medida que sentia ele subir com a boca. Era uma mistura de sentimentos jamais explorados por mim.
Houve tempos que eu fora disputado por homens de todos os tipos. Tempos que meu apetite em fuder ultrapassava a barreira do que seria considerado normal.
Meu apartamento exalava cheiro de macho. Muitas vezes no auge dos meus instintos eu chegava a levar dois caras pra casa, não mais que isso. Embora o prazer em fuder fosse gigante, nunca houveram mais que dois.
Por algumas vezes acordava de rola esfolada. Meu pau cansado dizia que eu havia exagerado na dose, eu ria sozinho. As vezes acordava com o bater da porta da sala. Era os putos indo embora, muitos deles nunca mais vi. Sexo apenas, mais nada.
Diferente de tudo que eu havia feito e sentido, eu via alí ajoelhado aos meus pés, o meu garoto. Diferente dos outros, ele era o leke com cara de homem, o leke tímido e safado que eu nutria um carinho jamais sentido.
– ta de rola babona já. – ele disse passando a ponta da língua sobre o tecido fino da cueca.
– é porque tenho um garoto tesudo.
Disse e ele cheirou meu pau. Fui ao delírio e gemi gostoso.
– venha.
– pra onde Edu?
– pra nossa cama. É lá o teu lugar, não aqui no chão. Pode parecer estranho pra você, mas não posso te tratar feito qualquer um.
– e eu não sou qualquer um, isso te garanto e asseguro. Quando marquei contigo no escritório pra tratar da despedida, fiquei caidinho de cara, não nego. Como já disse, sempre te via, mas de longe, mas nunca tive nenhuma pretenção, até esse dia. Você despertou em mim um sentimento novo. Antes eu só saíra com caras da minha idade, mas quando te vi de verdade, fiquei imaginando como seria estar com você, confesso, meu primeiro pensamento foi todo sexual, mas conversando contigo e te ouvindo nos primeiros dez minutos, eu te queria pra mim. Te queria me amando, desculpa, mas foi o que eu senti na hora.
– não peça desculpa, é recíproco. Te amar foi a única coisa que eu pensei em fazer. E garoto, eu te adoro.
– eu também te adoro, demais.
Levei o Ricardo pro quarto e pedi que ele se deitasse na cama.
– vai fazer o que Edu?
– ligar a nossa música.
– você é incrível.
– e você é perfeito.
Liguei o estéreo e ao som de Iris do Goo Goo Dolls, fui até eleContinua......
Mais uma vez obrigado pelos comentários e a todos que lêem, valeu mesmo.