Ian chega rápido em minha casa.
Ele me abraça e fala:
Ian - Você tá bem? Parece um pouco abatido.
Eu - Na verdade, não tô nada bem. Mas fala aí, o que você tem pra me falar?
Ian - Nada disso. Quero saber o que esta acontecendo.
Eu - Depois eu digo.
Ian - Agora!
Eu - Ok.
Vamos até o sofá e ele senta em frente a mim.
Eu - Eu voltei com o Bernardo...
Ele fez uma expressão triste, que não pude compreender.
Eu - ... Até aí tudo perfeito. O problema foi que o Gustavo falou com o pai do Bê e contou sobre nosso relacionamento. Dai ele apareceu e fez a maior confusão, me deu um soco, tratou o Bê super mal...
Ian - Como ele tá?
Eu - Tá mal né. Ele me pediu pra deixa-lo só um pouco.
Ian - Eu sinto muito por ele.
Eu - Eu também... Agora é sua vez. Sobre o que quer falar?
Ian - Nada importante. Não quero te encher com minhas besteiras.
Eu - Para Ian, nada que vem de você é besteira pra mim.
Ian - Não, serio. Quando tudo isso que esta acontecendo com você passar, nós falamos sobre isso, pode ser?
Eu - Se é assim que você quer. Por mim tudo bem.
Ian - É melhor. Assim posso pensar melhor no que estou sentindo.
Eu - Hãn?
Ian - Nada, esquece. Apesar de tudo fico contente de saber que você e o Bernardo voltaram...
Disse forçando um sorriso.
Ian - Vou ter que ir agora.
Eu - Mas você acabou de chegar...
Ian - Lembrei de algo que tenho que fazer. Não posso em atrasar. Tchau. (Disse me abraçando e me dando um beijo na testa)
Eu - Me liga se precisar da algo.
Ian - Pode deixar.
Pela tarde volto a casa do Bê.
Ele atende a porta, muito triste.
Eu - Como você tá amor?
Bernardo - Na mesma... (Fala me abraçando)
Eu - Vai ficar tudo bem...
Bernardo - Não vai Sonny, ele me odeia!
Eu - Claro que não Bê! Ele é teu pai, ele sempre vai te amar.
Bernardo - Ele não quer nem falar comigo. Tentei ligar pra ele varias vezes, mas ele não me atende.
Eu - Dá um tempo pra ele, tenho certeza que ele vai te procurar...
Bernardo - Eu ainda tenho você, que é tudo que me importa. (Disse tentando sorrir)
Conheço o Bê, ele tá tentando se fazer de forte, mas sei que esta arrasado. Aqueles olhos não conseguem esconder a dor que ele esta sentindo.
Vamos pro seu quarto e deitamos na cama.Fico fazendo cafuné na cabeça dele, até que ele adormece.
Quando ele dorme, pego seu celular e procuro o numero do telefone de seu pai. Quando acho, eu vou pra sala e o ligo.
Eu - Posso falar com o seu André?
André - É ele. Quem esta falando?
Eu - Sonny. Namor... Amigo do seu filho. Nos encontramos hoje pela manha.
André - Sei, o viado que virou a cabeça do meu filho. O que você quer?
Eu - Preciso falar com o senhor.
André - Isso não vai acontecer...
Eu - Por favor... Pelo bem do Bernardo.
André - Tudo bem. Pelo meu filho.
Ele me passa i endereço do hotel em que esta ospedado.
André - Me encontre daqui a duas horas
Eu - Eu estarei aí.
Ele desliga o telefone na minha cara.
Volto até o quarto e fico o admirando dormindo. Tão lindo, parece um anjo de tão perfeito. Queria tanto poder ajuda-lo. Fazer que seu pai o aceite, nos aceite.
Deixo um recado pra ele ao lado da cama, informando que tinha saído, mas que depois voltava.
Pego um cobertor, o cubro, dou um beijo em sua testa e saio.
Vou até o hotel em que seu André esta hospedado. Vou até a recepção e falo com a moça que estava lá.
Eu - Vim ver o hospede do quartoPode subir, ele avisou que esperava visita.
Eu - Obrigado.
Vou até lá muito nervoso e bati na porta. Ele vem me atender.
André - Você veio mesmo.
Eu - Posso entrar?
André - Pode. Você tem exatos 15 minutos pra dizer o que quer.
Foi direto ao ponto. Sem rodeios.
Eu - Até quando você vai ficar tratando seu filho assim? Ele esta sofrendo muito com seu desprezo. Que tipo de pai faz uma coisa dessas?
André - Vou trata-lo assim até ele deixar essa história de ser viado de lado.
Eu - Não é "essa história", não é uma escolha nossa. Não escolhemos sofrer preconceito da nossa família, das pessoas que acreditávamos ser nossos amigos apenas por que gostando de sofrer. Você como pai dele, deveria apóia-lo, deveria fazê-lo se sentir amado e não trata-lo com desprezo.
André - Eu nunca vou aceitar isso. Nunca! Não foi isso que sonhei pro meu filho. Sempre quis vê-lo casado, com uma mulher decente. Eu quero netos. Então não me peça pra apoiar isso.
Eu - Você só esta pensando em você, no que VOCÊ quer. E o Bernardo? Não liga pro que ele quer?
André - Eu quero o melhor pro meu filho. E essa coisa que vocês dois tem esta longe de ser o melhor pra ele. Me diz uma coisa garoto, como seu pai reagiu depois que você contou que é viado?
Eu - Meu pai morreu antes que eu tivesse a chance de conta-lo...
André - Homem de sorte! Morreu sem saber a vergonha que o filho é.
Eu - Diferente de você, meu pai era um homem de verdade. Tenho certeza de que ele me entenderia...
André - Engano seu rapaz. Nenhum pai quer isso pra um filho.
Eu - Pode até ser verdade, mas os pais de verdade não iriam julgar seus filhos, ficariam do lado deles, não importando a opção sexual deles.
André - Se foi só pra falar essas merdas, que você veio aqui, pode se retirar.
Eu - Não entendo como alguém tão maravilhoso quanto o Bernardo pode ser filho de alguém como você. É melhor você por na sua cabeça. Eu amo seu filho e ele me ama! Nada do que você fizer vai nos afastar.
André - Veremos quanto tempo ele vai agüentar ficar sem a família dele. Logo ele, que sempre foi apegado conosco. Vamos ver quanto tempo seu "amor" vai ser o suficiente.
Eu - Você não presta.
André - Meu conselho é, termine com ele, esquecer você vai ser muito menos doloroso que esquecer a família...
Saio do quarto, o deixando falando só .
Continua.
Gads1, Luukinha, dalia_florzinha, ofpm, Ru/Ruanito, Thiiiputra, agatha1986, neneu. Beijão amores.
Vou tentar portar outro ainda hoje.
Até mais.