- Mas que porra... (Eu)
- Caramba, me desculpa Dani. (Fernanda)
- Meu, será que tu nunca vai parar com essa mania de me acertar boladas não? Já tentou mirar em outra coisa? Na quadra do time adversário por exemplo? (Eu)
- Não foi de propósito sabia? E mesmo assim, meus lances tem efeito, são como remédio, sempre procuram as retardadas que não são capazes de aceitar um pedido de desculpa. (Fernanda)
- Ow, pega leve, já basta me fazer de alvo, vai ficar me chingando agora também? (Eu)
Fernanda já estava pronta para me dar uma resposta quando Pedro apareceu do nada e caminhou até ela, mas claro, não perdeu a chance de me fuzilar com os olhos.
- Fernanda, preciso falar contigo. (Pedro)
- Já está falando garoto, mas, felizmente eu não tenho nada pra falar contigo. (Fernanda)
- Quer dizer que depois que virou sapatão decidiu me esnobar? Sabia que eu to falado na escola toda? Meus amigos estão me zoando porque tu resolveu bancar a sapatão e nem se quer deu tempo de dar uma contigo. (Pedro)
- Cara, respeita a garota, que tipo de homem é você? É por essa atitudes que as garotas viram lésbicas. (Eu)
- Cala essa tua boca sapatão, tu precisa é de um homem de verdade pra voltar a ser mulher. (Pedro)
- E suponho que esse homem seria você? Pedro, já parou pra pensar que todas as garotas que tu comeu viraram lésbicas na minha mão? Você é um idiota, filinho de papai e é só por isso que pega a quantidade de mulher que pega. (Eu)
- Já chega né? Pedro, cai fora que temos treino. (Fernanda)
- Se eu fosse você olhava por onde anda e tomava muito cuidado. (Pedro)
Nem me dei o trabalho de responder, simplesmente dei as costas e voltei ao treino, mas a pancada tinha sido bem forte, então Manu me mandou pro chuveiro mais cedo. Quando terminei meu banho, boa parte do time de vôlei e futebol invadiram o vestiário. Me levantei e quando estava saindo esbarrei na menina dos olhos verdes e sua mochila caiu em mim, não foi preciso nem falar nada, caímos na risada na mesma hora. Lhe devolvi sua mochila e dei passagem, quando eu estava indo embora ela disse que precisava conversar comigo e eu disse que a esperaria na arvore. Minutos depois Fernanda apareceu, a escola já estava parcialmente deserta e logo a fechariam, então decidimos ir numa praça ali perto. Assim que sentamos ela começou:
- Olha Dani, eu queria te pedir desculpas, mas já aconteceram tantas coisas que eu nem sei por onde começar. (Fernanda)
- Que tal pelo começo? (Eu)
- Ai, deixa de ser insuportável. Ok então. Quero pedir desculpas por ter omitido tudo, pelas coisas que eu te falei, pelas coisas que o Pedro falou, enfim... Por tudo. (Fernanda)
- Porque isso agora? (Eu)
- Porque eu estou apaixonada por você e quero realmente tentar, e não aceito um não como resposta porque eu sei que você sente o mesmo por mim, só é orgulhosa demais pra assumir. (Fernanda)
- Como é a história? (Eu)
- Ah, cala a boca...
Com a velocidade da luz Fernanda se aproximou de mim e num impulso, me puxou pela nuca e me beijou. Aquele beijo foi tão perfeito, a boca dela tão carnuda e macia, um beijo que encaixa, que me fez desejar não parar de beijar nunca mais, um beijo de tirar fôlego mesmo. Perdi a noção de quanto tempo passamos ali até sermos interrompidas pelo toque do meu celular. Quase não acreditei quando olhei para o visor e vi que era minha mãe ligando pra falar qualquer merda desnecessária, logo agora era tinha que ligar? Então Fernanda olhou o relógio e confesso que nos assustamos quando vimos que já passava das 18h, precisávamos realmente ir pra casa. Me ofereci para leva-la ao ponto do ônibus, mas o infeliz resolveu aparecer poucos segundos antes de chegarmos ao ponto. Rapidamente ela me deu um beijo na bochecha, bem próximo ao cantinho do meu lábio e disse que esperaria minha ligação. Ainda fiquei ali alguns minutos digerindo tudo o que tinha acontecido, eu realmente estava apaixonada pela Fernanda, mas pela primeira vez me sentia completa e pra mim isso já bastava. Caminhei em direção ao ponto de ônibus (que não era o mesmo da Fernanda) e logo cheguei em casa. Minha coroa estava na sala, dei um beijo em sua cabeça e fui indo em direção ao meu quarto, mas meu sorriso me denunciou.
- Viu um passarinho verde minha filha? (Mãe)
- Não mãe, vi olhos verdes, boa noite. (Eu)
Coloquei o celular pra carregar e fui direto tomar meu banho, em seguida deitei em minha cama e tentei assistir um pouco do seriado, mas minha cabeça estava cheia demais. Desliguei tudo e peguei o celular, fui nos contatos e disquei a tecla F e foi ai que começou o dilema. Passei quase uma hora apertando o "Call" e cancelando a ligação em seguida até que de repente meu celular apita avisando que tinha chegado uma nova mensagem, abri.
"Como esperado você não ligou, mas tudo bem. Aposto que está nesse exato momento com a cabeça cheia, tentando assimilar o que aconteceu hoje e tentando se convencer de que não sente nada por mim. Boa noite Dani, nos vemos amanhã na escola"
Ao terminar de ler o sms meu coração batia mais acelerado que a escola de samba gaviões da fiel em dia de desfile, mas que garota mais prepotente. O pior é que ela tinha toda razão, eu que não queria admitir o obvio. Li e reli umas vinte vezes, ainda assim não respondi, coloquei o celular na cômoda ao lado e me virei pra dormir... Ou tentar.
AEEEEEEE, finalmente aconteceu o tão esperado beijo, kkkkkkk. Bom gente, mais um capitulo ai pra vocês, espero que gostem e comentem bastante /0/