No caminho o Ricardo inventou de passar no shopping.
– agora?
– é rapidinho amor. Amanhã temos que arrumar tudo pra viajem, não vai dar tempo.
– tudo bem.
Deixei o carro no estacionamento e entramos.
– se importa se eu for ao banheiro antes?
– não Edu. Acho que já vou comprando, o que acha?
– seria bom. Vai na CK e pergunta pelo Adriano, diz que é o namorado do Eduardo da boate do Robson, ele é cliente nosso, vai te atender.
– rsrs, quase chorei agora.
– hahah, porque?
– ah, você me assumindo pros teus amigos.
– que isso, acha que vou dizer o que pra eles? – Esse aqui é o Ricardo meu amigo.
– verdade né?
– claro. Deixa eu ir que to quase fazendo aqui, da beijo.
– kkkkk, vai la.
Ele me deu um selinho e fui ao banheiro. Fiz xixi e quando fui quando saia do reservado dei de cara com o Ricardo
– ta fazendo o que aqui amor?
– rsrs, vim te esperar. Fiquei com vergonha de aparecer lá sozinho.
– haha, ta bom. Vamos lá.
Achei engraçado o jeito dele falar. Sua timidez me deixou mais ainda caidinho. Fomos até a CK e o Adriano estava atendendo, esperei.
Apresentei o garoto ao amigo e disse que queria underwear.
O Ricardo ficou escolhendo enquanto eu via uns jeans.
– prova as cuecas e me deixe ver.
– rsrs, não pode provar cabeção.
– ah, pare. Prova logo, você vai levar de qualquer jeito.
– tudo bem.
Peguei uns jeans e entrei no provador junto com ele.
– seu doido, que susto.
– rsrs, nem imagina o que está me passando pela cabeça. – disse e dei aquela apertada na rola.
– vindo de você, até imagino. – ele disse baixinho.
– olha aqui, to duro só de te ver com essa cueca chique. Vou levar os jeans e umas cuecas novas também. Ta precisando de mais alguma coisa amor?
– acho que não, só cuecas mesmo. Esse negócio de não poder provar é um saco. Se não ficar bom, nem posso devolver.
– também acho. Mas essas estão boas, prova as outras.
– ta.
Provamos as cuecas e pra nossa sorte ficaram boas. Levei os jeans e o Rico gostou de uma calça.
Fomos no caixa e o Ricardo tirou o cartão da carteira.
– guarda isso amor.
– ah sim, e vou pagar de que jeito?
– deixa que eu pago, presente.
– não amor, não é legal você pagar tudo.
– to dizendo que é presente, vai recusar um presente meu? Acha que não gosto de te mimar?
– tudo bem. Mas fico sem (graça.
– não fique, aceite e agradeça.
– rsrs, eu aceito os presentes e muito obrigado.
– rsrs, não por isso.
Paguei, e fomos pro Ap. Entramos e coloquei as compras no sofá. Nos sentamos e ele me abraçou.
– você se importa se eu dormir? – ele disse chupando meu pescoço.
– claro que não amor. Deite nu, vou fazer as reservas e ja vou ficar contigo.
– rsrs, tudo bem. Não demora.
O leke safado rebolou e saiu se despindo pelos cômodos, cômico. Liguei pra polsada, reservei um quarto pra três e verifiquei se havia atividades que o caçulinha pudesse fazer enquanto estivessemos lá.
Fui para o quarto e no caminho ia recolhendo cada peça de roupa deixada pelo leke safado, tênis, meias, calça, camisa pôlo e por último, uma boxer branca. Deixei suas roupas no puff do casal e me despi. Deitei e me cobri com o fino lençol chique.
– pensei que ia demorar.
– e deixar meu garoto sozinho? Não. Já fiz as reservas. Saímos quarta-feira bem cedo. Hoje quando formos pra casa da sua mãe, você vai com seu carro. Passamos na oficina de um amigo, já vai estar fechada, mas como ele me deve uns favores, vai abrir na boa. Peço uma revisão, o básico, meu carro é novo.
– que favores ele te deve?
– emprestei a ele um dinheiro. Pagamento a perder de vista, sem juros. Todo mês ele me paga um tanto, mas disse que cuidaria do carro quando eu precisasse. Imagine se ele pagasse o juros do banco? Lhe comeria as pernas, juros bancários são de morte amor.
– ele é solteiro?
– rsrs, casado com uma loira de farmácia moldada de silicone nas tetas e corpo esculpido por bisturi.
– ai credo kkkk, e porque do empréstimo?
– kkkkk, pra quem gosta é um prato cheio. Ele jogava.
– mas ele parou?
– parou, não joga mais não. Dorme, daqui a pouco a gente vai.
– vai dormir não?
– não, vou ler um pouco.
– rsrs, tudo bem meu tesudo intelectual.
– kkkkk, até isso agora?
– hahaha, vou dormir, não fique tarando minha bunda.
– ta. Vou tentar não me distrair com o rabão.
Impossível, ele virou de costas e arrebitou a bunda pro meu lado deixando o lençol cair acariciando sua pele. Liguei o ar e cobri seu corpo perfeito. Adorava sentir seu cheiro pela manhã. Mesmo ele suado, enfiava o nariz em sua nuca e sentia o cheiro de seu suor juvenil, descia com nariz pela sua espinha até suas nádegas. Me perdia ali mesmo. O Ricardo nunca foi de usar muito perfume, era raro, somente antitranspirante sem cheiro. Seu cheiro natural de menino quase homem me dominava. Hoje mudou, está mais forte, cheiro de homem maduro.
Me distraí com a leitura e já era cinco e meia. Passei a mão pelo seu corpo e acariciei seu rosto. Senti meu coração bater mais forte, como eu amava aquele garoto.
– que horas são Edu?
– cinco e trinta e cinco.
– já?
– sim amor. Descançou?
– uhum, vou tomar um banho.
– senta aqui em mim.
– quer fazer amor comigo agora? – ele disse sorrindo.
– rsrs, não. Quero sentir teu cheiro, te abraçar, te beijar.
Ele se levantou e sentou no meu colo me envolvendo em seus braços e pernas.
– fique assim, parado. – disse e apoiou a cabeça no meu ombro.
– você está bem mesmo?
– estou sim amor. Caramba, como eu te amo. Amo o teu corpo, teu cheiro, teu jeito moleque.
– eu também te amo demais. Estar contigo é muito bom, me sinto amado de verdade, seguro. Acho que essa diferença de idade ajuda, você é maduro o suficiente pra saber que não vale a pena se aventurar e perder o que te faz feliz, euzinho, seu leke safado e taradinho. Eu te faço feliz?
– kkkkk,claro que faz. E não se preocupe, nunca vou te decepcionar, ok?
– ok, quer tomar banho comigo?
– só se for agora. – me levantei com ele no colo e o levei ao banheiro.
Tomamos banho, trocamos de roupa e saimos cada um em seu carro. Parei na oficina e chamei o Evandro, ele morava em cima.
– fala Edu, quanto tempo.
– como anda as coisas?
– bem até demais. Bom que veio, vou te pagar adiantado o que te devo, pelo menos uns cinco meses. Quem é o garoto?
– meu companheiro.
– ta brincando? Perdeu o juízo?
– é gerente da minha vida agora? Era só o que faltava. Seguinte, preciso que faça uma revisão no carro. Vou viajar nessa quarta, bem cedo. Vou levar o Ricardo e o irmão caçula pra Matinhos. Véi, quebra essa pra mim?
– ta me tirando? Quebro sim, pode passar antes mesmo de abrir que te entrego o carro. Ah, o namoro com o garoto é sério?
– mais sério do que você imagina.
– poxa, felicidades. Fico feliz por você. Mas sobe comigo, vou te dar o dinheiro.
Pedi ao Ricardo que esperasse, ele me olhou desconfiado. Subi, peguei o dinheiro e entrei no carro.
– dirige. – ele disse e desceu.
Passei pro banco do motorista e ele entrou.
– o que teu amigo queria?
– me pagar adiantado o que me deve. Ainda falta dez parcelas. E não me olha com essa cara de desconfiado não.
– não estou desconfiado. Até porque, ele é feião.
– kkkkkk, garoto...garoto... só '
você pra me fazer rir.
Chegamos na casa do Rico e a Dona Marlene nos recebeu, como sempre, com um sorriso no rosto. O Miguel desceu as escadas e veio me abraçar. Disse a ele que tinhamos uma surpresa e o Fernando desceu dizendo que tinha uma notícia boa pro Ricardo.
– pai, posso ouvir agora ou tenho que esperar até o Natal? Hahah.
– quer saber?
– claro né pai.
– consegui um trabalho pra você, como assistente, no hospital. O rapaz que estava saiu e falei de você.
– hum, legal.
Senti o garoto meio chateado.
– só legal filho?
– é incrível, nossa. E tem a pós também, oww, show de bola. Mas então pai, o Edu queria pedir uma coisa.
– pode falar. – disse o Fernando me oferecendo assento.
Disse que queria levar o caçula com o Ricardo e eu na viajem e se eles permitiam. A Dona Marlene disse que por ela tudo bem.
– deixa pai? – disse o caçula ao pai suplicando.
– posso conversar contigo Eduardo?
– claro.
O Ricardo segurou minha mão e disse a ele que me esperasse na sala.
– porque Edu?
– rsrs, ele quer falar comigo, não com você. Me espera?
– rsrs, espero né.
Fomos pro escritório e me sentei. O Fernando me ofereceu wisk que recusei, mas agradeci.
– olha Eduardo...
– você me desculpa, mas deixa eu falar antes?
– a vontade.
– eu imagino o que você vai falar. Uma coisa sou eu vir aqui as vezes e outra coisa é o Miguel ficar conosco num quarto de hotel. Sei que você não é contra eu namorar seu filho e tem o maior respeito por mim e pelo Ricardo também. Mas sei também seus cuidados com o Miguel. Eu reservei um quarto numa pousada que eu conheço, com uma cama de casal e uma de solteiro. O Miguel dorme o Ricardo na cama maior. Eu não pensaria diferente, ele é criança, não é bobo, ele é esperto e sabe o que o Ricardo e eu representamos um para o outro, e não o desrespeitaria, mas mesmo assim é uma criança. De coração, me faria feliz se me confiasse seus filhos. Incluo o Ricardo também, ele é maior de idade, mas é seu filho tanto quanto o Miguel. Bom, é isso.
Ele tomou o wisk num gole só e eu me tremendo todo por dentro kkkk.
– tudo bem, e me desculpe se eu te onfendi.
– você não me ofendeu, juro, mas eu queria deixar claro que respeito sua família. Respeito muito Ricardo, principalnente. Me desculpa entrar nesse assunto, mas quando o seu filho foi na minha casa, pedi uma pizza e ofereci vinho a ele. Ele cochilou na minha cama assistindo tv. Mandei um sms pra sua esposa, como se fosse ele, pra avisar que estava tudo bem. Peguei minhas roupas e fui dormir no outro quarto. Ta entendendo onde eu quero chegar?
– entendo sim e te admiro.
– eu amo o Ricardo. Eu poderia ficar horas dizendo tudo que eu sinto por ele e ainda não seria o bastante. Acho que acabei rsrs.
– acho que me convenceu, leve o Miguel, o Ricardo tem cada ideia.
– rsrs, na verdade a ideia foi minha mesmo. Eu gosto do menino e sei o quanto ele ama o irmão. Prometo cuidar dos dois.
– tudo bem Edu, me convenceu. E me desculpa, sério, não quis te ofender.
– não se preocupe, você é pai, admiro a preocupação pelos seus. Não sei se um dia vou chegar a ter um herdeiro, mas se tiver, vou cuidar com a mesma dedicação e carinho que sente pelos seus.
Ele me puxou pra um abraço, me beijou as bochechas dizendo que o Ricardo estava feliz e era isso que importava.
Fomos pra sala de janta. O Ricardo na maior curiosidade queria saber sobre o que falávamos. Disse que espera até chegarmos em casa, ele rosnou kkkk. Se tem um coisa que o garoto não gostava, era ser contráriado.
O Fernando disse ao Miguel que subisse depois do jantar e arrumasse suas coisas. Disse que seria melhor mesmo ele já ir pro meu Ap, pois sairiamos na quarta bem cedo e que a terça-feira seria corrida.
Jantamos e o Miguel subiu com a mã para fazer as malas. O caçulinha desceu e trouxe consigo uma única mala.
– aprende com seu irmão Rico.
– ah, pare Edu rsrs.
– acho que isso da né Edu? A gente vai pra praia e vamos passar o dia todo só de short.
– da sim, aproveita e ensina seu irmão a arrumar suas coisas, ele é meio exagerado, sabe?
Rimos e o Ricardo fez beiço. Nos despedimos de todos, ouvi cada recomendação da dona Marlene e do Fernando e voltamos pro ApContinuaDesculpem a maldadezinha, mas não vou adiantar nada não kkkk, esperem, seus curiosos..Só adianto que...ah, deixa pra lá né?? Hahaha...
Muito obrigado pelos comentários... pelo que eu vejo nos relatos alheios, os autores agradecem a cada um que comenta, farei isso, não sei quando, mas farei.. Obrigado aos que leem e não comentam... valeu mesmo. Beijo grande.... :)