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Quando acabei do banho já era mais ou menos 2h da manhã, e encontrei o meu menino dormindo no sofá, tão lindo. Fiquei pensando que acontecesse o que acontecer, eu nunca iria fazê-lo chorar, nem sofrer. Queria estar com ele e cumprir o prometido, o faria feliz.
Dormi no outro sofá e acordei com algo gelado no rosto, levei um susto e percebi que era chantili. Era o Vini e o Marcelo fazendo as zoeiras deles, pra variar. Depois de acordar da melhor forma possível, lembrei-me que não tinha avisado meus pais que dormiria fora, logo corri pra pegar celular... Muitas ligações perdidas, alguém estava muito ferrado, e adivinhem, era eu. Já estava ferrado mesmo e não daria mais tempo pra ir aula, então fiquei para tomar café com todos.
- Tô só o bagaço, nem me lembro da gente voltando pra casa – Disse o Marcelo.
- Também né, vocês tomaram todas e mais algumas. Sobrou pra mim e pro marquinho ter que cuidar de vocês – falei.
- Pois é. Mas quando eu levantei ontem de noite vocês não estavam na casa, onde estavam? – Perguntou o Vini. Naquela hora o meu coração parou, acho que todos notaram minha reação, sorte que o Marcus tava lá pra responder.
- Ah, o trick disse que queria conhecer o condomínio, a gente deu uma volta e depois ficamos na praça conversando...
Ufaaa, moleque salvou a gente, mas o Vini não aparentou acreditar muito. Mas eles saberiam alguma hora, claro, se o pequenez me permitisse contar haha. Porque eu não tinha vergonha, por ele faria tais “sacrifícios”.
Eu terminei, me despedi de todos igualmente e fui para casa fazer o BO, enfrentar as feras. Chegando lá tive que escutar muito, que deveria dar noticias, que não era dono da minha vida, que eu não podia faltar aula, essas coisas que os pais adoram falar. Fui para o meu quarto e recebi uma SMS.
“E aí bom rapaz respeitador... Mentiroso, ainda tô com dor e vai pensando que não vai pagar por isso”. Era o meu menino, em seguida eu respondi:
“Você está me ameaçando por um acaso, bebê? Olha seu tamanho. E se você está falando, eu vou ter que cobrar...”.
“Que safado, onde eu fui me meter... Você vai ver só, não duvide. Tô em aula, depois te encontro na orla como sempre?”
Mandei confirmando o encontro e fui fazer umas coisas para o tempo passar rápido. Como eu morava perto da orla não precisaria me preocupar com o tempo. Quando deu 18h o horário dele sair, fui até a escola dele com a moto do meu irmão.
Fiquei naquela pose clichê de ator de malhação haha, encostado na moto com as pernas cruzadas e segurando o capacete. Quando ele me viu abriu um sorrisão e deu uma gargalhada, ele veio em minha direção, me abraçou e falou no meu ouvido “tá se achando o meu namorado é?”. Aí a ficha caiu, eu não era namorado dele mesmo, tinha que pensar em uma forma legal de pedi-lo em namoro, mas não era pra já, queria deixar rolar mais um pouco, ter uma convivência, conhecê-lo bem. Mas tinha certeza que queria ele ao meu lado.
Fomos até a orla, compramos sorvete e sentamos no NOSSO banco. Sim, era o nosso banco.
- Dá pra acreditar que eu cair na tua? Porque eu não tô acreditando – disse ele.
- É, impossível não cair, olha só pra mim. Quem não iria querer? – perguntei brincando, ele riu e eu o encarei.
- O que foi? – perguntou-me.
- Nada, é que realmente não dá pra acreditar que tu caiu na minha. Eu nunca pensei que tu fosse aceitar. Obrigado por essa chance.
- Eu resolvi tentar porque eu vi verdade nos teus olhos, vamos fazer isso dar certo juntos, tá bom? Como tu já disse, nós podemos.
Eu queria beijá-lo ali mesmo, mas ele iria ficar puto se fizesse, apenas lancei um beijo e uma piscada pra ele, que ficou corado e virou o rosto fazendo sinal negativo com a cabeça e rindo. Não demoramos lá, ele tinha que ir antes do irmão desconfiar, mas foi tarde demais, quando estava indo deixa-lo em sua casa, o Marcelo surgiu na orla.
- Hey, o que vocês tão fazendo aqui? Sozinhos? Não convidaram ninguém, pô.
- Eu vi o marquinho andando por aí e o chamei pra vir pra cá, coisa de momento mesmo, não foi planejado, foi mal – falei.
- É, já tava indo pra casa, mano – disse o Marcus.
- É hein? Sei... Então pode ir, vamos tomar uma Patrick?
- É... Tá bom, vamos sim, mas só uma porque tô de moto e não posso demorar também...
Marcus olhou pra mim com cara de “não conta, não agora”, virou-se e foi embora. Olhei para o Marcelo que olhava o irmão indo embora e depois me olhou com uma cara de duvida. Eu disse um “vamos?” e acompanhei ele até o quiosque.
Sentamos e pedimos uma cerveja. Marcelo já estava desconfiado, mas eu faria de tudo para ele não saber, não era o momento, teria que dar uma volta em tanto pra despistar ele.
- Você e meu irmão estão bem amigos, não é?
- É sim, ele é um cara maneiro, apesar da pouca idade. Vou ensinar pra ele o que tu não pode ensinar: pegar mulher haha – Estava tentando de tudo mesmo. Ele me olhou com uma cara que fez o meu sorriso sumir, e em seguida deu um riso e falou “vai tirando, vai...”. Depois disso pude respirar tranquilo, falamos de outros assuntos e acho que ele acreditou. Tomei duas com ele e fui para casa, dormir cedo pois teria aula no outro dia, antes de dormir ainda recebi uma sms do guri agradecendo por eu não ter contado, me desejando uma boa noite e que eu sonhasse com ele, aquilo me deixou com um sorriso bobo no rosto, coisa de apaixonado.
Pensara eu que com o Marcelo não teria problemas, pura ilusão, estavam quase para começar.
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Perguntaram se nós ainda estamos juntos... Bom, é complicado haha, vocês iram entender no final, aconteceram várias coisas conosco.
Por hoje esse é o ultimo, obrigado novamente para os que leem e desculpem-me pelos erros.
Abraços!