Assim que abriu a porta recebeu a pancada, o soco a fez cair dentro do banheiro. Não conseguiu se defender dos golpes, o taco de baisebol acertou violentamente sua perna, quebrando o osso com fratura exposta.
- Diga à sua amiga que isso é só o começo, se ela insistir em se meter onde não é chamada.
Deixaram Marieta com a perna quebrada, o nariz praticamente,quebrado, o homem com ela amarrado e espancado na cama. Dez minutos depois o socorro chegou, levando-os para o hospital.
No hospital Marieta contatou a amiga, ela dormia depois da noite foda que teve com Antônia. Ligou o rádio do carro para se manter informada enquanto ia para o hospital, o noticiário informava um incêndio em uma propriedade rural.
- A casa da Marieta!
- Meu Deus, essa vai ser barra! Melhor não falar nada sobre nós à ela, pelo menos não agora.
- Sem problemas, Naqua. Afinal, foi só uma transa.
A insensibilidade que Antônia se referiu à noite delas soou frio, mas a prioridade agora era Marieta.
Chegando ao hospital, Marieta deu o recado à Naqua:
- Mandaram você sair do caminho deles, tenho quase certeza que são as pessoas da sua matéria. Ainda acha que vai encontrar seu amigo vivo?
- Não sei. Marieta, seu sítio... Ele...
- Fala logo, Na.
- Ele foi queimado, não sobrou nada. - Disse Antônia.
- Antônia! Quanta insensibilidade!
- Naqua, a notícia é a mesma, contada com delicadeza ou não.
Marieta desabou em lágrimas sendo amparada por Naqua, Antônia saiu para buscar um café, o clima estava tenso e ela ainda sentia o efeito do álcool em seu corpo.
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Assim que amanheceu Marieta teve alta do hospital, indo a delegacia. Foi obrigada por Naqua.
Chegou lá sendo empurrada pela amiga na cadeira de rodas, Antônia ficou no carro, não tinha nada haver com isso, palavras da mesma.
- O quê houve, Marieta? - Perguntou o delegado, Marcos.
- Quase mataram minha amiga essa madrugada.
- Calma, Naqua. Me explique melhor, Marieta.
- Estava com um amigo quando fomos atacados. Meu sítio foi queimado criminosamente.
- Vamos por parte, como diria o exquartejador. Desculpe, a piada sem graça. Sobre o incêndio, fui informado pelos bombeiros e já abri uma investigação para saber se foi um incêndio criminoso ou se foi causas naturais.
- O nariz e a perna de Marieta quebrados também são causas naturais? Que absurdo!
- Naqua, é melhor a senhorita se controlar ou serei obrigado a prendê-la por desacato à autoridade. Tenho feito tudo que está ao meu alcance para encontrar seu ex-namorado, infelizmente não obte nenhuma informação que nos leve até ele. Tenha paciência, por favor. Marieta, o seu caso, há versões divergêntes. O dono do motel em que você estava com seu "amigo" ao serem atacados, afirma ter sido um assalto, listou vários objetos roubados. O homem que estava com você suspeita que o ataque foi represália por dívidas de jogos mário pagas e você.... Bem você não disse suas suspeitas, mas sua amiga acha que foi algo para atingí-la.
- Sim delegado Marcos, Naqua está com a razão.
- No momento ninguém está com a razão. Assine o B.O e espere o decorrer das investigações.
Naqua saiu da delegacia mais furiosa do que entrou, lamentando ter que deixar a amiga aos cuidados de Antônia enquanto viajaria à trabalho. Por experiência própria viu do que ela é capaz para ter o que deseja, durante o sexo quase a axficiou puxando um lençol no pescoço dela.
As deixou na casa de Antônia, a dona entrou primeiro, Naqua ajudou Marieta descer e se sentar na cadeira de rodas.
- Tem certeza que prefere ficar com essa moça? Pode pagar alguém para cuidar de você.
- Cuidar de mim onde? Meu único lugar de paz tinha virado palco de guerra e agora virou cinzas. Relaxa, Antônia parece ser assim, diamos estranha, mas ela nunca me faria mal.
- Qualquer coisa me liga, venho correndo.
- Vou sentir saudades amiga. - Abraçou Naqua. - Nos vêmos em uma semana, boa viagem.
Antônia sorriu maliciosamente ao ver a despedida, teria Marieta em sua casa aos seus cuidados por uma semana. Faria valer a pena, de um jeito ou de outra.