Minha historia 11 - penúltima

Um conto erótico de mamifero
Categoria: Homossexual
Contém 3748 palavras
Data: 05/11/2013 16:39:30

Oi Pessoal, sou eu novamente depois de tanto tempo. Preciso exorcizar este meu passado e além da terapia que faço a anos, contar aqui, protegido pelo anonimato tem me ajudado bastante. Obrigado pela atenção e comentário de todos.

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Passou mais alguns meses e Sr.Yuri e eu mantínhamos esta "relação" dominante/dominado com mais tranquilidade. Ele sabia que quando precisava eu estava ali para atender e eu sabia e aceitava meu lugar como brinquedo dele. A gente começou a sair e na rua ele me tratava como filho. Nas lojas, bares e locais públicos ele me tratava com carinho e atenção, como um pai mesmo. Ele me levava nas lojas e escolinha as roupas que ele queria, eu só precisava experimenta-las e se ele gostasse ele comprava. Tênis era a mesma coisa. Por sorte ele tinha bom gosto e só me dava coisa de marca. Dentro de casa mantínhamos a regra de andar sempre nú, inverno e verão, mas na rua saíamos bem arrumados, como uma família.

Um dia fomos ao cinema e na saída encontramos com o Zeca, aquele amigo dele, ele disse:

-ôpa, vocês por aqui, que surpresa!!! Estava bom o filme?

-Sim estava ótimo - respondeu o Sr. Yuri enquanto eu, que sabia meu lugar, abaixei a cabeça e fiquei olhando para o chão enquanto eles conversavam.

- Vamos comer alguma coisa disse? - o Zeca.

- Vamos respondeu Sr.Yuri, que tal uma pizza ?!

E assim fomos os 3 para a pizzaria que ficava dentro do shopping. Eles sentaram e quando eu fui me sentar o Sr.Yuri me pegou pelo braço e me puxou dizendo:

- Fica sentado aqui no chão do meu lado e não levanta por nada!

Ele nunca tinha feito nada assim em publico, sempre me tratava bem fora de casa. Nem pensei duas vezes e sentei no chão ao lado dele. Os dois ficaram conversando e escutei quando o Zeca perguntou:

- Então Yuri, você sabe quem chega amanhã ?

- Não estou sabendo- respondeu ele de forma seca e interrogativa.

- O Cassiano... esta voltando da Europa. Me ligou ontem. Disse que esta trabalhando por lá, que juntou uma boa grana e vem passar alguns dias aqui no Brasil. Disse que vai te procurar para acertar uma grana ai... não sei bem...

- O que mais que ele disse?? - perguntou Yuri super interessando.

- Perguntou pelo Jonas, se eu conhecia, se estava grande, se estava estudando... Alias, só falou no Jonas...

- É mesmo? o que mais? - perguntou Yuri afoito.

- Nada de importante, fiquei de pegar ele no aeroporto amanha a tarde. Queres ir junto?

- Amanhã não posso- disse o Yuri pensativo.

Para mim aquilo soava como música, eu sentia muita falta do Cassiano, apesar de tudo o que passei com Yuri ser parte culpa dele, ele havia me criado, eu o tinha como pai. Por outro lado não queria desapontar o Yuri.

Jantamos, digo, Cassiano e Yuri jantaram, eu comi um pedaço que Yuri me deu na boca como se eu fosse um cãozinho.

Do shopping até em casa Yuri não disse uma só palavra. Chegamos em casa e, como de costume, tirei nossas roupas e ele me disse:

- Pega uma cerveja pra mim e leva lá no meu quarto em cinco minutos... nem mais nem menos, cinco minutos.

Olhei para o relógio, já passava das 21horas, esperei 4 minutos peguei a cerveja e subi, para chegar lá no quarto dele no quinto minuto cravado.

Quando entrei no quarto a metade da cama estava cheia de objetos como chicotes de diversos formatos, cremes, cordas, algemas, varas de vários tipos, e o consolo negro. Aos pés da cama estava Sr.Yuri, ajoelhado, com uma venda nos olhos, e sentindo minha presença ele disse:

- Hoje é teu dia Jonas. Faça o que você sempre desejou fazer comigo. - Disse ele com uma voz fraca, temerosa, beirando o frágil.

Ver aquilo me subiu um fogo, uma coisa estranha tomou conta do meu corpo e sem pensar muito eu disse:

- Deita de bruços na cama.

E ele deitou rapidamente sem dizer uma só palavra.

Peguei a corda e amarrei rapidamente os pés dele aos pés da cama mantendo as pernas o mais abertas possível. Fiz o mesmo com as mãos e ele não dizia nada. Dele, só se ouvia a respiração. Em poucos minutos ele estava mobilizado, coloquei uma meia branca na boca dele e depois amordacei. Puxei o pau e o saco dele que estavam sob seu corpo, deixando-o bem a amostra.Subi na cama com o chicote mais fino que tinha e comecei a bater nas costas dele, nas pernas, pés, nuca, braços, e especialmente em seus testículos e na cabeça exposta do seu pau. Eu batia em uma velocidade tremenda, e com toda a força que eu tinha. Eu sentia como se um raio tivesse tomado conta do meu corpo e toda uma energia de revolta, de vingança tivesse se apoderado de mim de uma vez só. Eu via os vergões levantando na pele dele e ele se contorcendo como uma minhoca em chapa quente. Eu lembro que bati diversas vezes nas suas bolas e ele pulava na cama de dor. Enquanto eu batia nele as lagrimas começaram a rolar dos meus olhos, e aos poucos fui ficando cansado e perdendo as forças e não consegui mais chicotea-lo.

Ao mesmo tempo um sentimento de compaixão, de pena, revolta, sei lá, tomava conta de mim. Eu me deitei sobre ele e pude escutar o choro dele que era abafado pela meia que ocupava-lhe a boca. Ele chorava um choro manhoso, um choro de ressentimento, um choro de dor de perda. Fiquei deitado sobre ele sem dizer uma só palavra por muito tempo, talvez mais de uma hora, não lembro bem pois já faz muito tempo que isto ocorreu.

Depois disto eu levantei, desamarrei ele completamente, retirei a meia da boca dele e a venda sobre seus olhos. Ele virou de lado e eu me deitei ao lado dele, passando a mão em suas costas e suas feridas e dizendo:

- Calma... vai passar... calma...

E ele me olhava fixamente, um olhar fixo, distante, enquanto as lágrimas corriam pelo nariz dele até pingarem na cama. Ele se encolheu na cama em posição fetal e depois de muito tempo soluçando de tanto chorar pegou no sono. Guardei todas as coisas no devido lugar e desci para meu quarto ainda meio atônito com tudo o que acabar de acontecer. Eu na verdade não conseguia formular meus pensamentos. Aquilo parecia um filme que eu estava vendo, algo irreal, um verdadeiro sonho. Deitei na minha cama e fique olhando para o teto onde eu tinha colado algumas fotos minhas, de minha mãe, de Sr.Cassiano e uma de Junior e seu Clayton comigo jogando bola. Fixei meus olhos nos olhos da minha mãe que me olhava com um sorriso tão carinhoso e acalentador e depois de algum tempo também caí no sono. Um sono leve do qual acordei espantado pela hora, já eram quase 10 da manhã. Levantei e não ouvi movimento na casa. Subi no quarto do Sr.Yuri mas ele não estava lá então desci e chegando no escritório o encontrei escrevendo algo e com duas caixas de madeira todas trabalhadas, sobre a mesa.

- Bom dia Sr. Yuri - arrisquei.

- Prepare o café Jonas, já estou indo para a cozinha tomar - respondeu ele friamente.

Fui para a cozinha, e preparei o café e coloquei a mesa do jeito que ele gostava e me sentei, como de costume, no chão próximo a cadeira dele.

Ele entrou na cozinha trazendo as duas caixas. Largou tudo sobre a mesa, tomou seu café e comeu quase tudo o que tinha sobre a mesa. Depois ficou olhando para a porta da cozinha com um olhar distante por alguns minutos e em seguida me disse:

- Sente-se aqui comigo Jonas.

Minha vontade era de ficar sentado ali no chão mesmo. Aquela era minha zona de conforto. Eu não me sentia digno e com o direito de sentar na mesa com ele. Mas, por outro lado eu sabia que não devia contraria-lo ou questiona-lo. Eu devia era obedece-lo, portanto levantei e sentei na mesa, de frente para ele.

- Durante este tempo todo Jonas, você se tornou outra pessoa. Hoje você esta pronto!

- Pronto? - La vem ele com esta historia de pronto novamente- pensei.

- Eu vou te contar uma historia Jonas, algo que aconteceu a muito, muito tempo, na época em que eu estava na Marinha.

Fiquei curioso e me ajeitei na cadeira e, ousadamente, me servi um café enquanto ele falava;

- Na época da marinha, eu, Cassiano, Zeca, Flávio e até o pai daquele seu amiguinho Junior servimos juntos.

- Sr. Clayton ? Perguntei intrigado.

- Sim, mas na época nós o chamávamos pelo seu nome de guerra: Manente.

Manente, era o sobrenome dele e isto eu já sabia.

- Puxa, nunca pensei que vocês fossem amigos.

- Eu não disse que éramos amigo Jonas, eu só disse que servimos na Marinha juntos. - e Yuri continuou - Sempre tive este jeito mandão e logo que entrei na marinha me tornei o chefe da turma. Cassiano, Zeca e Flávio eram meus parceiros para aprontar sacanagens para os outros marujos e também nos ajudávamos mutuamente nas horas difíceis, e eram muitas.

Um dia, eu e o Cassiano estavamos de serviço , nós dois estavamos de guarda em uma das guaritas que tinha no quartel e nem lembro como entramos no assunto mas a verdade é que Cassiano se entregou para mim dentro da guarita.

- Não acredito, sério? - fiquei pasmo.

- Sim... deixe-me contar Jonas. - continuou ele - e assim, começamos a manter uma relação. Mas eu não me aceitava, queria ser um homem normal, com mulher,filhos estas coisa, porém eu tinha a maior tesão por ele. Como éramos todos muito amigos, foi inevitável que Zeca e Flávio descobrissem da historia e os dois também se entregaram a mim. Nós fazíamos festas, orgias tremendas, dento e fora dos muros do quartel da marinha. Até que um dia, o seu amigo Manente pegou eu e o Zeca de brincadeirinha dentro da guarita no meio da madrugada. Ele não aceitou aquilo e acabou contando para os demais colegas da companhia.

- Nossa!! - me surpreendi - estou realmente surpreso com tudo isto... E ai?

- Ai que uma noite, quando estavamos todos dormindo, os outros marinheiros pegaram nós quatro e nos levaram para o mato que tinha dentro da reserva e nos amarraram nas árvores. Nos humilharam... chamavam a gente de puto, viados, bateram na gente, bateram muito. Imagina Jonas, isto foi a quase 40 anos atrás. As coisas naquela época não são como hoje. Isto foi emEstas coisas de "maricas", como se dizia na época, não eram nem de perto permitido na vida civil, imagina nas forças armadas. Eles nos bateram, nos deixaram sem roupas e abusaram sexualmente da gente, colocando cabo de vassoura, chave de fenda, até revolver eles enfiaram no rabo do Cassiano.

- Sério ? Que horror !! Não dá para acreditar.

- E o pior é que foram embora e nos deixaram lá no meio do mato amarrados a noite toda. Só no dia seguinte, quase perto do meio dia é que Clayton apareceu, se dizendo arrependido e que não sabia que eles iriam fazer aquilo, nos soltou e nos deu água. A marinha nunca ficou oficialmente sabendo daquilo, apesar de que a gente sofreu muitas restrições por parte dos colegas e alguns superiores. Para eu chegar a tenente foi um sacrifício muito grande.

- Imagino, vocês devem ter ficado marcados ! - comentei curioso e ele respondeu:

- Sim, ficamos. Mas aquilo de alguma forma nos uniu mais ainda e uma noite, Cassiano apareceu com esta caixa - ele apontou para uma das caixas de madeira que estava sobre a mesa - e nos convenceu de que devíamos criar algo que nos mantivéssemos unidos para sempre e então - ele puxou a caixa e abrindo ela na minha frente completou - criamos estas tatuagens 总是一起 que em Chinês significa, "sempre juntos".

- Hummmm - Então era isto que queria dizer as tatuagens? Eu já havia reparado nelas, eu imaginava que era algo sobre a marinha, mas nunca imaginei que tivesse todo este significado. Que fosse algo tão sério.

- Foi isto Jonas e a ideia delas é de que a gente se mantenha sempre juntos haja o que houver, esteja onde estiver um sempre vai estar pronto para socorrer, a fazer qualquer coisa pelos outros.

- No fim é bonito esta historia, legal vocês terem isto... No dia que levaram vocês para o mato deve ter sido terrível, mas vocês se uniram e estão juntos até hoje...

- Então Jonas, a historia não termina ai... Eu gostaria de tatuar esta mesma tatuagem no teu peito, posso?.

Gelei. Como assim - pensei - eu não tive nada haver com esta coisa de marinha que aconteceu a quarenta anos...

- Sr. Yuri, eu não sei o que dizer, o senhor nunca me pediu nada sempre ordenou, não sei lhe dizer não.

- Não Jonas - desta vez eu não quero que você me obedeça, quero que você aceite pelo significado que tem esta tatuagem. "Sempre juntos" - lembra? Se você aceitar é como uma aliança de casamento, um pacto de sangue, algo para toda a vida Jonas. Você entrará para a nosso grupo e será um de nós... para sempre.

- Hummmm - posso pensar ? - perguntei.

- Não Jonas, você precisa decidir agora.

- E esta outra caixa o que tem dentro? - perguntei

Ele me olhou fixamente e respondeu:

- Para abrir esta segunda caixa Jonas, você tem de estar tatuado.

- Sim, Sr.. Yuri, mas o que você quer dizer com 'Será um de nós"? Eu não servi a marinha nem passei por estas coisas que vocês passaram, então...

- Jonas, você desconhece mas até hoje nós somos unidos e os três: Cassiano, Zeca e Flavio já passaram nas minhas mãos pelo mesmo que você tem passado. Deixa eu te explicar: Depois do que ocorreu na mata lá na marinha, eu me revoltei, eu não sei,... esta necessidade de ver o sofrimento alheio surgiu dentro de mim, é como uma vingança, e esta hoje é a minha forma de me relacionar. A todo momento eu lembro de tudo o que passamos naquela floresta. Quando estou te usando, é como se eu estivesse fazendo aquilo com um daqueles que me amarraram e enfiaram aquelas coisas dentro de mim. Cassiano, Zeca e Flávio também tem esta coisa dentro deles e tanto Zeca como Flávio também tem rapazes, nas casa deles, que lhes proporciona toda este prazer que você me proporciona. Assim como eu trouxe Zeca e Flávio aqui para se satisfazerem contigo eu também ja fui na cada de cada um deles e "brinquei" com os meninos deles.

- Sério? O Sr. Cassiano também?

- O Cassiano é um caso a parte Jonas, ele se apaixonou pela sua mãe e, segundo ele, ela satisfazia-o completamente. Ele não precisava usar ninguém... mas ele tinha necessidades diferentes.

- Como assim ?- indaguei.

- Você reparou que minha tatuagem é preta e a de Cassiano, Zeca e Flavio são brancas ?

- Sim, reparei.

- Então, é assim porque os três me serviam, assim como você eles eram, e ainda são, dominados por mim, por isto a cor diferente. É por isto eles usam a tatuagem branca e eu preta. Se eu ligar para qualquer um deles agora e disser "Venha!", em poucos minutos qualquer um deles estará aqui. Eles me devem respeito e obediência. Eles tem muita confiança em mim e fazem de tudo para que eu esteja satisfeito... sem restrição. Então, Cassiano, apesar de se sentir bem com sua mãe, sempre continuou me servindo. Por isto ele te deixou comigo quando foi para a Alemanha. Você é como uma extensão dele, você entrou aqui para substitui-lo enquanto ele ficava fora.

- Mas e aquela historia de dinheiro? O Sr. não disse que tinha pago a ele por mim ?

- A verdade não é bem esta Jonas, eu sei que te falei aquilo para simplificar mas a verdade é que ele não tinha dinheiro para viajar e eu emprestei uma grana para ele. Em troca ele me deixou você aqui, como garantia. Eu sabia que ele retornaria um dia para te ver, te buscar, não sei...

- Mas.... mas... Não estou entendendo? Ele esta voltando para me levar ? Vou com ele para a Europa?

- Não sei Jonas, isto é o que eu imagino que ele venha fazer. Por isto estou te oferecendo esta oportunidade para você se juntar a nós e assim ficaremos "Sempre juntos" - disse ele pegando a maquina de tatuar e tirando de dentro da caixa. - E então o que me diz?

Na hora aquilo deu um nó na minha cabeça eu não estava conseguindo juntar todas as peças.

- E esta outra caixa? - perguntei.

- Já disse Jonas, só se você se juntar a nós.

- Estou pensando Sr. Yuri. - falei enquanto tentava colocar tudo aquilo na minha cabeça e ordenar meus pensamentos. Mas isto significa que terei de servir a vocês pelo resto da minha vida? - perguntei.

- Sim Jonas, mas por outro lado você terá todo nosso apoio toda nossa ajuda pelo resto de nossas vidas.

- Além de mim mais alguém já recebeu esta tatuagem? - perguntei.

- Hoje cedo falei com Zeca e Flávio e eles também querem oferecer este beneficio para os rapazes que eles tem em casa. Nós estamos todos de acordo e eles devem estar propondo isto a eles neste momento também.

- E Cassiano?

- Não consegui falar com ele - deve estar voando para cá.

- Será que ele vai me levar com ele ? - perguntei esperançoso.

- E você iria Jonas ? - perguntou Yuri de imediatoFiquei sem resposta. Depois do que aconteceu ontem a noite, eu não sei realmente como vai ser daqui para a frente, então perguntei:

- Sr. Yuri, depois do que aconteceu ontem, eu não sei... até então eu é que... bem... eu não sei... eu não tenho esta necessidade de ver outra pessoa sofrendo, na verdade eu.. olha nem sei o que estou falando... Ontem a noite foi mais uma descarga por tudo o que passei. A gente precisa mesmo disto ? Desta violência? Será?

- Eu preciso Jonas... Eu preciso... Se você tivesse noção do quanto me faz bem descarregar esta raiva que sinto dentro de mim... Enquanto te bato, te machuco, eu sinto que a raiva por tudo aquilo que passei vai sumindo, vai passando. No dia seguinte, aquelas lembranças da noite na mata, das piadinhas que ouvimos depois, tudo aquilo vai me corroendo por dentro e a raiva vai voltando, vai me asfixiando e eu preciso de alguma forma descarregar.... e é por isto que você é importante para mim Jonas, você me devolve a paz por alguns instantes.... - me disse ele olhando nos meus olhos com um ar de quem implorava para que eu aceitasse ser tatuado.

- Eu entendo... ou melhor, não entendo... mas o Sr. sabe que eu me excito com tudo o que fazemos...

- Então escolha tinta branca - disse ele pegando o pote de tinta da caixa. Preta, você será servido por eles (Zéca, Flávio e até o Cassiano e eu te deixo em paz, tinta branca você me servirá e servirá a quem eu mandar, quando eu mandar, ou então nenhuma tatuagem e você segue seu destino longe da gente, você escolhe Jonas...

- Eu estou tão acostumado ao Sr. escolher tudo por mim, respondi.

- Mas desta vez a escolha tem de ser sua Jonas.

Peguei os dois potes de tinta na mão e olhando nos olhos do Sr. Yuri, aqueles olhos lindo que sentiam tanto prazer em ver minha carne se contorcer, seus olhos me fitavam com um olhar de esperança querendo buscar nos meus a resposta tão ansiada para esta pergunta. E eu não sabia o que dizer. Se eu não tatuasse estaria fora da turma, se tatuasse seria algo para o resto da vida. E a outra caixa, que surpresa traria? Podia ser uma armadilha e eu me fuder, na escolha.

- Então Jonas, como vai ser ?

- Por favor Sr.Yuri ... vamos deixar as coisas como estão....

- Não dá Jonas, hoje ou amanhã Cassiano vai aparecer e dai a proposta esta desfeita. Ou você entra para a turma agora ou segue teu caminho sei lá eu como...

- Mas eu só tenho 15 anos... - Eu pensava: e se Cassiano não vier, ou vier só para me visitar e não me levar embora. - Por outro lado eu já havia me acostumado com o Yuri e sabia como lidar com ele, e no fundo, bem no fundo aquelas SI's me deixavam com tesão também. O Sr.Yuri tinha mexido no meu interior, me fez ver a vida de outro angulo, onde o prazer esta na busca pelo prazer do outro. Se o Sr.Yuri tinha prazer, com o que fosse, aquilo para mim era de grande significado, eu me sentia importante, sem eu a vida dele não teria prazer... e a minha? Será que depois de tudo isto que passei eu iria conseguir sentir prazer de outra forma que não fosse pela dor, pelo sofrimento da minha carne? Porque meu pau levantava e permanecia ereto toda vez que ele me batia ou me machucava?

- Jonas eu não posso decidir por você mas estou mandando você me dar uma resposta agora, neste instante.- falou ele de forma imperativa.

Eu olhei para ele, olhei no fundo dos olhos, eu sabia que a decisão que eu tomasse naquele minuto seria algo que iria ecoar pelo resto da minha vida, e buscando a resposta no olhar dele os meus olhos se encheram de lágrimas e sustentando o olhar, com a mão eu peguei o pote de tinta branca e lhe entreguei, abaixando minha cabeça em sinal de respeito e gratidão.

Ele levantou, sorriu, passou a mão na minha cabeça, pegou uma pedaço de corda que tinha dentro da caixa e amarrou meus braços para trás, pegou de dentro da caixa uma corrente com um cadeado e como se fosse um colar, prendeu em volta do meu pescoço. Depois, ligou a máquina na tomada e começou a desenhar os símbolos junto ao meu mamilo esquerdo enquanto eu olhava firme para a frente, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, não só pela dor que o aparelho de tatuagem estava causando com aquelas agulhas sendo cravadas na minha pele, mas também pela incerteza que eu tinha sobre a decisão certa. Eu tinha somente 15 anos e fui obrigado a fazer uma escolha destas. Fazer parte do grupo, o que será que isto iria resultar? Agora as coisas iriam mudar? Fiquei pensando no meu futuro naquela casa e naquele grupo. Olhei para a segunda caixa, que ainda estava fechada, e me concentrei no barulho da máquina enquanto ele marcava meu couro como se faz com uma vaca.

(continua)....

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Comentários

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Oliveira, isto ocorreu a 32 anos atras. É bastante tempo e assim como o Sr.Yuri levou anos traumatizado pelo o que lhe ocorreu no tempo de Marinha, eu ainda estou trabalhando psicologicamente tudo o que passei e principalmente por tudo o que ainda não relatei. Já escrevi o capitulo final uma 3 vezes mas sempre apago e recomeço novamente. Não quero deixar nada de fora. Preciso contar para vocês o que realmente aconteceu e exorcizar esta culpa que carrego.

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Olá, meu amigo, te desejo força para continuar escrevendo, escrever é uma ótima terapia, mas além disso te desejo força para acreditar que muitas coisas podem ser mudadas em sua vida, saiba que o que importa é saldo positivo de momentos felizes e aprazíveis que você pode desfrutar da vida, e não regras impostas pela sociedade ou por outra pessoa. Faço psicologia e entendo que você parece estar numa espiral de comportamentos e só vê que pode ser feliz se seguir esta espiral, no entanto saiba que o mundo oferece inúmeras possibilidades. Um grande beijo, gostaria de conversar contigo, teria mais coisas para te falar, no entanto o comentário seria gigantesco. Desejo força e coragem pra ti, pra todos nós!

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e meu caro depois de tanto tempo vc reaparece com o final dessa historia magnifica, to me corroendo de curiosidade pelo final, o q sera q vc guarda nesse final? o q sera q tem na outra caixa? oq sera q o cassiano vai fazer? são tantas perguntas, nao demore a postar o final, nota 10 meu caro e aguardo ancioso esse final!!!

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Oliveira, obrigado pelo seu comentário. É sempre bom ouvir uma palavra de apoio e saber que a minha historia pessoal é de interesse de outos. Obrigado pela atenção meu amigo. olha, hoje estou com 45 anos, isto ocorreu a 30 anos atrás... Eu vou tentar terminar a historia ainda esta semana...

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\o\ que bom que você voltou. E não sei se fico triste porque falta apenas mais um capítulo para acabar a história, ou feliz porque vou saber como termina (e torço para que seja um final feliz, porque depois de tudo o que você passou, merece e muito ser feliz); Que tensa a história do Yuri, e não gostei de saber que o Cassiano sabia o que você iria passar... Confesso que mesmo não gostando dos gêners pertencentes a esta história, não consigo deixar de ler quando você posta... Não sei explicar, talvez seja porque não parece fantasiosa. E que pena que você escolheu a cor branca, e se tornou tão submisso às vontades do seu dono. Mesmo que gostasse, tive esperança até o fim do capítulo de que você iria se ver livre do "Sr. Yuri", mas enfim... Respeito ^^; Não demore pra voltar não, eu mal posso esperar pra saber como foi o final desta envolvente história. E se puder me responder: há quanto tempo isso tudo aconteceu?

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