ABC do amor cap. 10

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 2997 palavras
Data: 11/11/2013 17:05:10
Última revisão: 28/11/2013 08:30:42

Quando descemos do ônibus perto da minha casa puxei o ar para dentro tentando reunir forças para enfrentar minha mãe. Que deveria estar uma fera.

― Amor! ― disse Paulo, baixo como sua respiração. Quando eu o ouvi dizer “amor” com aquela voz doce e suave por um minuto todos os problemas se esvaziaram de minha mente e só uma coisa eu conseguia pensar... em Paulo. Meu primo e agora meu namorado. Seus olhos calmos como os de um cão dorminhoco me olhavam fixos, vi o brilho do sol passar entre aqueles olhos redondos e um sorriso juvenil brotou dos lábios rosados de Paulo. Ele se aproximou de mim e com calma pegou minha mãe e a levou para sua cintura, ele vez o mesmo comigo. Ele havia me prendido como um bem valioso que ele jamais iria dividir. Eu também nunca iria dividir aqueles lábios que tocavam as costas das minhas mãos as roçando com carinho, ele me puxou ainda mais e eu percebi que quando mais perto dele eu ficava mais meu coração acelerava. ― Eu te amo ― disse ele, mergulhando seus lábios nos meus.

Eu senti o mundo rodar em nossa volta. O vento que passava por nós não era o suficiente. Sem mesmo o sol que brilhava sobre nossas cabeças não era suficiente para me tirar daquele sonho que eu vivia naquele momento. Finalmente eu posso dizer para os ventos ― estou vivendo ― não estou me guardando atrás de um muro escuro onde eu ficava sozinho.

― Paulo minha mãe ― eu sussurrei quando me afastei dos seus lábios. Quando Paulo tirou seu corpo do meu e o vento passou entre nós. Senti como se algo tivesse saindo de dentro de mim. Senti um vazio que só preenchi quando o puxei para mais um beijo. Arriscava perder tudo se alguém nos visse e contasse para minha mãe, mas a cada segundo Paulo se tornava uma parte de mim.

― Vamos ter cuidado ― ele disse, em um tom amargo e triste. Diego sentiu que Paulo também não queria se afastar dele.

― Eu quero ficar com você ― disse, pegando em sua nuca e puxando para perto de mim a distancia me fazia mal. Ele tinha que estar ao meu lado.

― Diego... Di amor ― ele conseguiu me segurar. ― Você ficou sozinho por muito tempo eu sei disso ― era verdade. Fazia-me falta não ter alguém com quem compartilhar esse sentimento tão forte que sentia dentro de mim. E isso o fazia especial, pois mesmo longe ele sabia o que me afligia. ― Agora quer aproveitar eu também quero, mas conheço sua mãe. Se ela ao menos pensar que estamos juntos ela vai me separar de você e não quero isso ― uma tristeza cobriu os olhos de Paulo. ― Então é melhor ter cuidado na frente de quem conhecemos que pode falar qualquer coisa para ela.

― Ta certo! ― disse olhando para ele com um sorriso tímido que sumiria por qualquer motivo. Essa ideia era tão real quando o amor que ele sentia por mim. ― Vamos ― disse levando a mão para pegar a dele que deu um sorriso que me lembrou da descrição.

No meio do quarteirão eu notei uma figura meramente familiar. Scott estava chegando com um garotão em seu carro caro. Os dois desceram do carro compartilhando um sorriso igual ao que eu dei para Paulo.

― Aquele é Matt eu o conheço ― disse Paulo, no ouvindo de Diego que olhou para os dois que andavam para dentro da grande casa de Scott. Matt tinha mais massa muscular que Diego e Paulo juntos, seus olhos japoneses e seu cabelo inteiramente liso o deixam com um ar de superioridade. ― Matt é gay. O irmão daquela menina que você não gosta também é?

― O irmão da Débora. Sim, eu já o vi com alguns garotos ano passado dentro do banheiro ele é um galinha ― comentou Diego parando um pouco e vendo os dois se abraçarem dentro da casa de Scott.

― Meu deus! ― exclamou Paulo boquiaberta ao ver o fabuloso beijo que Matt dera em Scott.

― Porque não podemos ser assim? ― questionou Diego voltando a caminhar

Quando chegamos a minha casa soube por que meu pai deixou Paulo dormir em meu quarto. O motivo era simples. Minha mãe o colocou para fora do quarto. Então o jeito foi ele ir para o quarto de hospedes, assim me dando total liberdade de dormir com Paulo meu primo querido. Todavia tínhamos que ficar de olho em minha mãe. Algo dentro de mim gritava com todas as forças que ela era uma ameaça real e, que poderia me separar de Paulo. Eu sabia que ela tinha o poder de fazer isso e com o casamento dos meus pais em crise meu pai com certeza iria ficar do lado dela, mesmo que contra sua vontade.

― Seu irresponsável! ― gritou minha mãe correndo da cozinha para a sala. Os olhos de Olivia mostravam a fúria que ela sentia pelo filho, suas mãos rápidas cortaram os ventos o atingido no rosto. Diego se virou para ela depois de fechar a porta. E o tapa o atingiu com toda a força o fazendo cambalear ― Você disse que iria chegar antes do almoço e já viu que horas são ― gritou ela depois do tapa.

Paulo segurou Diego em seus braços depois que eles se chocaram, ele analisou o rosto de Diego e viu as marcas dos dedos de Olivia inchar no rosto que ele beijara há pouco. Uma vontade de retribuir o tapa o tomou e o único jeito foi desvia o olhar agressivo para o chão. E rezar para ela não o mandar embora.

― Mãe eu perdi a hora ― explicou Diego, o mais rápido que pode para evitar outro tapa. Enquanto ele falava as lagrimas queimavam nos seus olhos, mas não seria hoje que ele iria chorar na frente dela. Ele se afastou de Paulo com um olhar indignado ― O pai me encontrou e...

― E não fez nada aquele inútil. Igual a você e as pessoas ao seu redor ― ela lançou um olhar direto para Paulo que não viu nada por estar de cabeça baixa, mas Diego viu tudo.

Diego levantou a mão e retribuiu ao tapa que sua mãe o dera e deu muitos outros a derrubando ele gritou “não fale assim com meu namorado”. O olhar de sua mãe saiu de raiva para nojo e desprezo. Ele então continuou dando tapas e socos na cabeça de sua mãe até ela desmaiar... Mas isso apenas passou na cabeça de Diego como em um filme. Na vida real ele apenas a olhava e tentava segurar as lagrimas.

― Eu vou para meu quarto ― ele disse, em um soluço que deixou uma lagrima cair. Paulo o seguiu em silêncio.

― E não saia dela porque não quero ver mais sua cara ― ela disse com desprezo. Jogar a raiva que sentia pelo marido em cima do filho era uma coisa que Olivia sabia fazer perfeitamente.

― Tudo bem ― disse Paulo, dando um beijo na cabeça de Diego assim que entraram no quarto. Ele fechou a porta depois se sentou ao lado de Diego o envolvendo em seus braços. ― Tudo bem, pode chorar... Eu vou sempre estar com você.

Diego soluçava e mastigava algumas palavras que não saíram inteiramente. Paulo estava sendo tudo que ele precisava e isso transformava sua pequena paixão em um grande amor. Amor que o estava tirando de todas essas dores.

― Paulo eu já sei o que tenho que fazer ― o disse depois de chorar no colo dele por meia hora. Paulo passou as costas das mãos nos olhos do primo e sorriso para ele, então Diego disse. ― Tenho que fugir... ― ele deu um pulo do colo do primo e ficou de pé em um piscar de olhos. ― Tenho que viver em outro lugar. Chega de sofrer injustamente.

― Mas Di para aonde você vai? ― perguntou Paulo, alarmado pulando da cama.

― Qualquer lugar. Vem comigo? Eu sei que não temos chances de ser feliz com nossos pais... E eu... Eu gosto de você.

― Diego eu quero muito ficar com mais que tudo nessa vida, mas eu nem terminei meus estudos e você ainda esta terminando os seus e... ― Paulo parou por um instante juntando argumentos para dizer o quando queria ficar com Diego, mas não desse jeito. Fugir de tudo só nos faria um mal maior depois. ― Não podemos ― ele concluiu buscando ter Diego novamente em seus braços.

― Então nunca vamos ser felizes ― disse Diego voltando a sentar no colo de Paulo. Ele ficou passando a mão sobre a barriga de Paulo por alguns minutos. Os olhos de Diego não choravam, mas ainda estavam tristes.

Paulo então tirou o pau para fora. Em uma tentativa de tirar o sofrimento do olhar de Diego. Isso deu certo por alguém tempo até Diego olhar para a porta e lembrar-se de tudo.

― Não fica assim Di ― falou Paulo com uma voz baixa. Ele tirou a camisa e a jogou para o lado depois vagarosamente tirou a bermuda jeans ficando apenas de cueca. Diego olhava diretamente para a cabeça rosada na sua frente. Ele não iria fazer nada a não ser olhar e passar as pontas dos dedos nas veias que destacavam o pênis de Paulo. Que gozou depois de se masturbou. Diego o levou para o banheiro para tomarem banho juntos. Depois dormiram pelados um do lado do outro. Paulo logo pegou no sono com a respiração quente de Diego em suas costas

No dia seguinte não se ouvia um barulho na casa dos Freitas. David e sua mãe dormiam como nunca. Os pássaros começaram a contar e David foi se despertando aos poucos. Lentamente ele se levantou e tomou seu banho. Quando saiu do chuveiro começou a pensar no que teria que fazer para o dia de hoje. Seus pensamentos estavam profundos e ele só saiu deles quando terminou de limpar a casa e de dar os remédios para sua mãe. Ele não contou nem iria contar os resultados dos exames para ela.

Pronto para ir a Jaqueline Carla ele parou na frente da janela e ficou esperando uma figura aparecer para lhe dar “bom dia”. Ele ficou de pé por dois minutos até ver algum passar de um lado do quarto em direção a alguns livros sobre uma pequena mesa. Depois que Ismael pegou os livros ele saiu do quarto como o vento.

David suspirou fundo e deixou algumas lagrimas caíram. Agora já era tarde de mais. Ismael já encontrara o que possivelmente seria sua namorada. E isso deixava David com raiva dele mesmo. Se lembrando do hospital e de Ismael se curvando para beijá-lo. Os lábios rosados e os cabelos vermelhos que mexeram com David de tal maneira que ele se apaixonou mesmo que sem querer. O pior de tudo era conviver com essa paixão vendo Ismael todos os dias sem poder falar nada. Do que realmente sentira.

― Eu nem me lembro do que fiz ― disse Eduarda empolgada, a propósito a única dos três amigos que estavam nos coredores do colégio esperando os alunos chegarem. David estava com o olhar distante fixo nos lados esperando alguém aparecer e Victoria parecia muito preocupada com alguma coisa que a deixou mais tímida do que de costume. ― Vocês estão me ouvindo? ― ela perguntou e, depois de olhar em volta balançou os ombros e sussurrou. ― Parece que não.

― Vocês conheceram um aluno ou parente de algum aluno chamado Scott? ― perguntou David, enfim quebrando o silencio mortal que pairou no corredor do colégio. Como esse era o primeiro ano que David pegara todas as turmas ele não conhecia todos os alunos como começou a conhecer neste ano. Então Scott era um mistério para ele. E talvez, só talvez minhas amigar soubesse algo sobre ele.

― Ele era aluno ― Eduarda respondeu, no mesmo segundo que ele perguntou sua voz mostrou que ela estava alegre por ter algo para conversarem. ― “O ALUNO”, lindo com um corpo malhado, um olhar que me matava sem falar que é rico ― Eduarda soltou o ar devagar e disse triste. ― Pena que é gay.

― Eduarda! ― disse Victoria perplexa pelas palavras que a despertaram de um longo transe.

― Não estou mentindo. Todos nós sabíamos que ele é gay só não dizíamos nada por causa do velho carrancudo. Mas que era a ele era.

― Mas porque quer saber David? ― perguntou Victoria depois de um tempo de silêncio.

― Ele estava no baile dos ex-alunos e acho que ele perdeu alguma coisa ― disse David se lembrando do anel que saiu dos dedos de Scott quando ele saiu correndo. ― Queria devolver.

― Perdeu o que? ― agora foi à vez de Eduarda perguntar curiosa como sempre.

― Isso ―David tirou o objeto redondo do bolso e mostrou para as amigas. Assim que cada uma o estudou com as mãos ele voltou o anel para o bolso. ― Acho que deve ter custado o preço da minha casa ― ele comentou olhando para os lados.

As duas seguiram os olhos de David e os três ficaram de cara fechada enquanto Eliane passava por eles no corredor. Sem olhar para os lados a megera entrou no banheiro feminino batendo a porta com certa hostilidade. Ela não estava bem, nunca estava àquela cara feia me deixava com raiva pelo simples fato de me olhar como se eu faço uma ameaça a ela.

― Vaca ― cochichou Eduarda quando o som ecoou nos corredores. ― Eu sei por que ela não foi ao baile. Querem saber?

― Você vai falar de qualquer jeito ― Victoria fez a observação com um malicioso sorriso.

― Ta ― ela fez uma expressão feia para a amiga depois tomou postura e disse cada palavra tão baixa que nem David e Victoria a ouviram direito. ― Ela está pegando um universitário e não é qualquer um... O bofe dela está cursando direito.

― Direito ― disse David para si mesmo e teve um lampejo da noite passada. Ismael segurando uma mulher em seus braços. ― Não... Não pode ser... Não mesmo ― ele olhou para os lados e percebeu que havia falado de mais e, agora as amigas o olhavam curiosas.

― O que não pode ser? ― averiguou Eduarda, desfazendo seu pequeno sorriso após pensar besteiras.

― Não nada tenho que ir para minha sala ― ele caminhou perdido pelos corredores.

Pelo menos uma vez Diego chegou no horário para a aula. Paulo pegou no pé dele desde cedo então não tinha como se atrasar. Gabriel deixou Paulo e Diego nos portões do colégio, depois seguiu para dentro sozinho.

― O que ele foi fazer? ― perguntou Paulo, pegando a mochila de Diego do carro a colocando nas costas.

― Não deu tempo de perguntar ― respondeu Diego com um sorriso para Paulo, que começou a andar, mas parou quando Diego o puxou pelo braço o encarando. ― Melhor assim podemos falar sobre irmos embora juntos.

― Di amor eu já disse que não temos como fugir. Vamos viver do que? ― Paulo se recordava da noite passado do que Diego o falara sobre ir embora e se casar com ele, mas no fundo Paulo sabia que Diego seria infeliz se fosse embora com ele. Sem nem mesmo começar a ter sonhos para um futuro de verdade.

― Não sei, mas quando se tem amor pode se fazer tudo ― respondeu Diego pegando no braço de Paulo o puxando como na tarde anterior.

― Di aqui não ― Paulo já sabia que Diego iria beija-lo. Isso não poderia acontecer ao a mãe do Di iria me separar dele. Aquela bruxa.

― Não tem ninguém vendo ― disse Diego em sua defesa segurando na cintura de Paulo. Eu quero ficar com ele e o que mais quero é que nos vejam, se isso acontecer nós vamos ter que fugir.

Os dois se olharam e olharam para os lados. Diego parou por um segundo quanto viu Heitor parado do outro lado do portão olhando para eles com uma expressão de repulsa. O olhar triste de Heitor encarou diretamente Paulo por alguns segundos. Diego sentiu um sentimento ruim se revisar em seu estomago.

― Bom dia primos ― disse Heitor com um sorriso triste no canto da boca o que ele queria dizer mesmo era “saia de perto dele Paulo o Diego é meu”, mas ele sabia que aquele não era o momento e o ano esta apenas começando e ele teria outras oportunidades. Heitor realmente começou a sentir algo por Diego, pena que para perceber isso ele teve que abandona-lo. Heitor caminhou para o pátio quando Mateus e Guilherme chegaram juntos e o cumprimentaram. Guilherme olhou para Diego em um relance depois abaixou a cabeça seguindo a capitão do time de futebol.

― Ele vai contar para alguém que nos viu ― Paulo ficou preocupado com que Heitor poderia fazer contra os dois, mas Diego o surpreendeu com sua segurança.

― Não vai... Tenho certeza ― disse ele por fim depois de ver Paulo hesitar um pouco. ― Onde estávamos? ― ele perguntou puxando o namorado para um beijo surpresa que pegou Paulo com a guarda baixa.

Diego sentiu os lábios de Paulo se apertar aos seus de uma forma rústica, quase os machucando. Mas isso não o fez parar ele continuou o beijo sentindo o primo se excitar a cada passada de mão.

― Diego!― Gabriel chamou Diego do outro lado do corredor.

Eles se separam o mais depressa possível e Paulo ficou olhando para o tio com um olhar tão preocupado que ele pensou que iria chorar por ter feito isso com Diego. Que pelo contrario sorria por dentro. Seu plano já estava sendo realizado ― agora é esperar para ver.

David correu na porta quando viu Ismael passar nas janelas ali perto. Logo ele estaria na frente de sua sala. “O que ele faz aqui”. Pensou ele se apoiando a porta que estava encostada. Eliane saiu do outro lado sem olhar para David. Mas ele sentiu que ela não gostou de vê-lo parado ali. Ela também encarava a frente. Quando Ismael apontou no meio do corredor ele se virou para trás e viu os dois olhando para ele. “Tomara que ele tenha vindo me ver”. Pensou David, quando Ismael caminhava para perto de sua sala e perto da sala de Eliane que ainda fitava fixa o ruivo se movendo no corredor.

Continua....

Obrigado por lerem e não deixem de comentar !!!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Yuri Satoru a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários