Acaba que não fizemos nada naquele dia, ficamos o dia todo amassando barro no parque aquático da cidade, e a noite iriamos ficar em casa mesmo para dormir, e repor energias para a festa de final de ano, mas fomos convidados pelo pessoal que ficou conosco na praia a irmos a uma festa chamada Paradise, eu fui o primeiro a animar, tudo que queria era sair de casa, como diz o Will um dos amigos do Fred – Sair a rua e permitir que as pessoas me vejam, para que possam dormir bem a noite, mais ou menos isso. Fomos a festa, compramos bebida como sempre fazemos e ficamos por ali interagindo e dançando, eu fui conhecer os outros ambientes com minha irmã já que o Fred estava sentado cansado, segundo informação que ele mesmo passou, andamos de um lado ao outro, e fomos para parte externa, estava rolando um baile funk, já ficamos por ali mesmo...
Não foi muito tempo minha irmã e eu já subimos na cabine do DJ e ficamos conversando com o pessoal, e tirando foto, as vezes o Fred até briga comigo, ele fala que sou muito entrosado, mas de fato eu sou mesmo e vejo isso como uma qualidade, comigo não tem barreira, chegou e me falou oi, já temos assunto para conversar por horas, sou muito de boa nesse aspecto adoro conhecer gente. E parece coisa de imã estávamos dançando e eu olho para pista e vejo o filho de uma puta da praia conversando com o Frederico na pista, eu já de imediato desci e fui de encontro aos dois, cheguei sem rodeios e me apresentei, tirando o Frederico dali, em nenhum momento fui grosseiro com o cara, se bem que minha vontade era de matar ele, mas provavelmente apanharia já que estava muito bêbado...
Sou da teoria que se uma pessoa quer ficar contigo e você da o fora, ela tem que cair fora, se mesmo assim ela continuar voltando é porque algo ficou mal entendido, sendo assim ficou uma brecha pra ela voltar e insistir novamente, levei o Fred arrastado pelo braço a um lugar mais calmo e falei a real pra ele, que era pra ele dar um jeito de esse cara sumir, porque eu não era moleque e tomaria outras medidas se ele não parasse de insistir, é ruim brigar com ele, porque os olhos dele enchem de lagrimas, mas era preciso eu me impor, acabamos por nos afastar no decorrer da festa eu entrei para o lounge, onde tocava eletro music e ele ficou sentado em um puff o resto da madrugada, vez ou outra eu o olhava de longe, fiquei chateado por ter brigado com ele, mas não voltaria atras para me desculpar, eu já estava de saco cheio daquele cara, e acho que a bebida, só piorava meu comportamento...
Por volta de oito da manhã, ele foi falar comigo, queria ir embora, já estava muito cansado segundo ele, eu entreguei a chave do carro e falei que ele poderia ir, não chegamos a nos olhar, quando ele saiu para o estacionamento eu fiquei arrependido e fui atras, como vi que o André iria junto com ele fiquei mais tranquilo e voltei para a festa, deixei os dois irem junto, isso daria um tempo pra ele pensar melhor sobre tudo, eu admito que sou bem ciumento, na verdade sou muito ciumento mesmo, tenho que me controlar para não extrapolar as vezes, chegamos na pousada as 11:00 ele estava dormindo no quarto, eu fiz bastante barulho ate me arrumar pra dormir, não porque queria, e sim porque estava muito bêbado e esbarrava nas coisas, mas ele não acordava de maneira nenhuma, estava em um sono bem pesado, e a forma como dormia me deixava meio triste, estava bem encolhido na cama.
Me levantei as três, tomei banho e fui comer alguma coisa, ficamos enrolando nas dependências da pousada um tempo e voltei ao quarto novamente as 17:00 procurei pelo Fred e ele não mais estava no quarto fiquei com medo de ele ter ido embora pra casa, mas as roupas dele ainda estavam todas no guarda-roupas, sendo assim ele não tinha me abandonado sozinho, ainda procurei ele um tempo mais não encontrei, quando voltei ao quarto já quase as 21:00 encontrei ele deitado desenhando, estava concentrado ao ponto de não me ver entrar, me deitei por cima dele, e fiquei procurando alguma forma de me desculpar, eu aprendi a sempre me colocar como errado em nossas brigas isso garante que elas acabem, e ele não fique magoado comigo. Só que nessa época eu ainda não sabia disso e mesmo me colocando como errado ele ficou bravo comigo, fiquei deitado ao lado dele olhando ele desenhar, esperando que ele me olhasse nos olhos, fui salvo pelo André que entrou no quarto nos chamando para conhecer um local gay da cidade, me apressei em responder...
– Logo hoje André? Acho que o Môrr não vai querer ir ele esta bravo comigo por conta do nosso desentendimento de ontem.
Quando ele esta bravo sempre arqueia a sobrancelha direita e fala em tom de braveza comigo, dessa vez ele mal me esperou fechar a boca e falou – Responda apenas por você Marcelo, porque eu irei sim sair com os meninos. Entrou no banheiro batendo a porta o André sacando o clima de tensão saiu do quarto e eu fiquei na cama esperando ele sair do banho já que tinha trancado a porta para eu não entrar, é difícil admitir isso mas eu nunca ganho uma das nossas brigas, eu sempre corro atras dele, e essa foi mais uma dessas vezes, sai do banheiro ele estava todo arrumado se olhando no espelho, impecável como sempre, eu abri o guarda-roupas e fiquei olhando pra ele, dei uma coçada na cabeça e tive que engolir todo meu orgulho e perguntar...
– Môrr!? Eu sei que ainda esta bravo comigo, mas o que eu vou usar pra gente sair hoje!?
Pode parecer frescura mas quando ele me respondeu frio eu comecei a chorar, não por ele ter sido frio comigo, mas por ter achado que fiz burrada, eu tinha a mania de sempre falar o que não deveria, ou fazer o que não podia, e sempre cometia burradas, eu pensei que essa era mais uma dessas vezes, e chorei de raiva de mim mesmo, fiquei de cabeça baixa, e tentando buscar uma resposta para o que ele tinha me falado, a única coisa que consegui dizer foi...
– Eu me preocupo em escolher errado e acabar te passando vergonha quando sairmos, sabe que não sou bom em escolher minhas roupas, se fosse um terno tudo bem, porque é fácil escolher, mas casual eu não sei, me ajuda aqui não fica bravo comigo não.
Ele me abraçou por trás e me virei pra ele, ainda com os olhos vermelhos, ele me perguntou se eu chorava eu disse que não, mas que já estava com vontade, fizemos as pazes trocamos uns beijos e ele escolheu a roupa que eu usaria, e finalmente fomos a boate, era uma festa que nem lembro o nome, mas na entrada ganhávamos pulseiras, duas uma pra identificação e outra para você presentear a pessoa com quem queria ficar na festa, se ela também quisesse era só beijar, bem pratico evita o embaraço do dialogo, a cantada é a pior parte da paquera, voltando a historia a festa rolando e o Fred tomando tequila junto a minha irmã e primas, ele fica bem sexual quando toma tequila, e aquela calça já estava me deixando com ciumes, pois a bunda dele ficava muito marcada, e os marmanjos olhando pra ele, como um leão olha a presa, e me segurando pra não fazer burrada...
Enquanto o Môrr dançava na minha frente um cara veio e colocou uma pulseira no meu braço, e veio pra me beijar eu impedi ele com os braços e ele ainda ficou em cima de mim insistindo, passando a mão no meu pau, e eu tirando, a sorte é que o Fred estava bêbado, olhava tudo rindo, quando finalmente dispensei o cara eu pensei que o Fred iria vir nervoso, mas não ele veio dançando e se esfregando em mim sem nem dar bola para o cara, estávamos abraçados quando ele sente um puxão no braço quando ele olha tinha uma pulseira no braço dele com numero de telefone meu sangue ferveu e ele falou todo rindo, achando aquilo uma comédia...
– Esta vendo Marcelo estamos empatados, também ganhei uma, e a minha ainda veio com numero de telefone.
– A minha não veio porque ele queria me dar uns pegas no banheiro, disse que se eu quisesse conhecer um homem de verdade bastava ir ao banheiro, e que deixasse meu boneco de prateleira aqui.
– Aquele cara falou isso mesmo?
– Falou.
– Meu Deus, quanta classe.
Rimos do ocorrido e ele foi ao bar pegar alguma coisa que não me lembro bem o que era, quando voltou veio com outra pulseira e balançando o braço pra me mostrar, e ficou tirando sarro comigo por eu ter ganho apenas uma, mas eu iria me vingar, mais tarde naquela noite ocorreu um show com drag queen, e dentre os participantes que ela chamou eu dei um jeito de chamarem ele, essa foi minha vingança. Ele subiu no palco e tudo que ela perguntava ele respondia e ela fazia uma piada em cima, ele era o que mais ria considerando que estava muito bêbado, coitado na disputa de dança no que eles chamam de bate cabelo, ele ficou girando a cabeça e quando parou acabou caindo no chão de tão bêbado, provavelmente ficou tonto, ficou sentado rindo e se levantou ficando novamente de pé, o ultimo foi funk, e modéstia a parte o Môrr deu show na dança, ou na passividade não sei bem diferenciar... hehehe
No final como o premio era um drink ele desistiu dizendo que poderia dar para o outro rapaz que ele só queria participar mesmo, todos ficaram gritando Diva, em uma especie de coro organizado quando ele voltou a mesa tinha outra pulseira no braço, já inteiravam três, e eu ainda só com uma mas tudo bem, o meu primo André tinha meia duzia de pulseiras no braço, o Fred ainda deu uma bronca nele pois na época ele tinha namorado que era muito conhecido nosso, só que nem sabíamos ainda... Ficamos mais algumas horas na boate enrolando e eu procurando alguma forma de intimidar os outros caras e deixar claro que eramos namorados, é tenso ir a clubes gays quando se namora, ainda mais no inicio da relação agora já controlamos bem isso, antes era foda, fomos a pousada eu fui tomar banho e tirei a barba, eu raramente fico sem barba, raramente mesmo essa foi a primeira vez que o Fred me viu sem... Voltei ao quarto de pau duro e fomos para uma sessão interativa de sexo, aproveitando que ele estava bêbado e iria me deixar fazer o me desse na telha
