Antes de ler, por favor saibam que o conto é forte, não no sentido do sexo, mas sim por causa do personagem principal e seus "sentimentos". Alguns podem odiar, alguns podem adorar, isso fica ao seu critério. Já escrevi contos antes mas esse é o primeiro que eu publico aqui. Comentem, critiquem, elogiem, e sinceridade please. Conto com a ajuda de vocês pra escrever um bom contoo vento quase levou a árvore abaixo. meu celular tocou umas 20 vezes, mas eu não dei o trabalho de atender. deve ser minha mãe.
subir naquelas árvores de 20 metros de altura era facil, o díficil era descer delas. uma vez, pisei no galho errado e despenquei lá do alto. só parei 16 metros depois, todo arranhado e com cortes pelo corpo todo.
no caminho de casa resolvo atender o celular
"onde você tá menino?"
"por aí"
"vem pra casa já"
chego em casa, ouço os tradicionais "onde você tava???" "o que você tava fazendo???" , ignoro todos e entro pro meu quarto
é difícil escrever sobre você mesmo quando tudo que você escreve, diz ou faz parecem um maldito relato em primeira pessoa, mas não custa nada tentar
meu nome é.. ah, não importa, nem eu devo lembrar mais meu nome. tenho 15 anos. e sou frio. frio mesmo. mas não frio do tipo frio que você conhece normalmente. sou uma daquelas pessoas frias pra caralho. que não sentem porcaria nenhuma por ninguém e não tem sentimentos.
agora você pode dizer "ah, mas isso é impossível, todo mundo sente alguma coisa"
desde quando eu nasci, minha mãe já percebera que eu era diferente. quando nasci, hora que normalmente todo e qualquer bebê que acabou de nascer chora, eu não derramei sequer uma lágrima. em toda minha infância, eu nunca chorei. nem quando eu sentia fome quando bebê e ninguém trazia leite pra mim, nem quando um dos meus "amigos" pegava um dos brinquedos da minha mão. eu ficava lá, parado, sem reação alguma.
cresci cercado de psicólogos, psiquiatras, neurologistas e outros médicos de outras especialidades que tentavam descobrir porque eu fui um bebê tão quieto e porque eu era uma criança tão, digamos, "mortinha"
meu pai, que nunca foi muito com a minha cara, só pagava todos esses especialistas porque ele amava minha mãe, e ele fazia tudo que ela pedia. e como ela me amava mais que tudo, e preocupava muito comigo, ele não teve escolha a não ser pagar e ficar de boca calada
minha mãe, depois de receber diagnósticos de alguns especialistas que afirmavam que eu era um "caso sem solução", entrou em depressão quando eu tinha 7 anos. a partir daí, meu pai definitivamente declarou guerra a mim.
fui crescendo, e quando ia entrar pra escola, mudamos de cidade. com isso, os problemas aumentavam. eu, como não conseguia sentir nada por ninguém, não conseguia desenvolver uma relação de amizade facilmente, a não ser que a outra pessoa aturasse ter um amigo que não desse a mínima para seus sentimentos.
e assim se concretizou. dos 7 até os 12 anos, eu era o anti-social do colégio, o frio, o chato que não tinha amigos. apelidos? milhões. iam de forma de gelo até frigorífico da casa de carnes da esquina.
entre esse meio tempo, continuei sendo a cobaia de estudos dos especialistas. uma vez tive que viajar 500km pra ir em um psiquiatra que era dito como o melhor do estado. resultado: "desculpe-me senhora, mas não conseguimos identificar o problema do seu filho"
agora você pode se perguntar novamente, "mas como que você pode ter sido tão frio assim? deixar a mãe com depressão, fazer o pai gastar rios de dinheiro com médicos, e não se esforçar nem um pouco pra tentar melhorar? você não ama sua família não?"
não. porque pra amar alguém você tem que sentir algo por essa pessoa. e eu não sinto nada pelo meu pai. nem pela minha mãe. nem por ninguém.