Mais um...
ParteRafael continua a narrar (...)
Maria – primeiro, é meu filho. Segundo, sei usar armas muito bem, digamos que fui bem treinada em minha antiga carreira. Confiem em mim, não posso contar mais nada.
Leopoldo – preciso saber com quem vou trabalhar.
Eu – eu não! Basta saber que é a mãe do meu amado e o ama quanto eu. O resto é resto – falei com firmeza em minha voz. O Leopoldo concordou que esse não era o momento para perguntas.
Leopoldo – mesmo nessa área, o espaço é grande para achar uma caverna, ainda mais uma subterrânea, pode ser, inclusive uma antiga base de emergência para ataque e a entrada é uma porta pequena. O melhor é que esperemos até amanham.
Eu, Maria – Não!
Eu – amanhã será tarde. Temos que partir agora.
Leopoldo – entendo o que vocês estão sentindo, mas agora é muito escuro. Será difícil encontrarmos.
Maria – você tem razão, mas eu não posso esperar até amanhã!
Eu – eu tenho um modo de rastreá-lo nessa área.
Maria e Leopoldo – qual?
Eu – um feitiço. Encontrei na biblioteca como prepará-lo logo antes de receber a ligação da Maria.
Maria – você está de brincadeira?
Leopoldo – um feitiço... Porque não o usou logo de cara?
Eu – tem um curto alcance e eu só podia preparar um frasco, suficiente para uma vez, apenas.
Maria – que história é essa? Meu filho correndo perigo e vocês brincando?
Eu – não posso explicar tudo agora, você terá que confiar em mim.
Leopoldo – acredite, é melhor confiar.
Eu – já faz um tempo que conseguimos descobrir o que está atacando as pessoas. Não é uma pessoa e sim um monstro.
Maria – o que?
Eu – vamos de carro até o mais próximo que pudermos, depois seguiremos andando.
Maria – vocês acham que acreditarei que monstros são reais?
Minha paciência estava esgotando, então tirei a camiseta e abri minhas asas, que estavam completamente negras.
Maria – u...
Eu – no caminho explicaremos os detalhes, agora precisamos partir.
Fomos no carro do Dr. Leopoldo, pois ele havia dito que desde que falei sobre o monstro ela mandou preparar umas balas especiais, de prata ouro e cobre. No caminho contei o que sabia. A Maria ficou aterrorizada pelo que o filho estava se metendo, mas não falou nada que denunciasse seu atual desgosto por eu estar namorando ele.
Quando chegamos dei ao delegado um frasco com a mistura pura que é venenosa para a estringa. Ele a despejou nas balas e entregou algumas armas para a Maria e pegou outras. Não quis, agora ele pareceram notar a espada que eu carregava. Provavelmente pensaram que idiotice usar uma espada ao invés de arma, mas eu sabia no fundo de meus ossos que mais vale uma espada que nunca te deixará na mão do que uma arma que em algum momento falhará ou destruirá aquele que a carrega.
Prontos para irmos pelo escuro intenso da noite, quebrado apenas pela luz de nossas lanternas, preparei a poção. Joguei os fios de cabelo do Lucas e pronunciei algumas palavras para completar o feitiço. Assim que acabei de recitar o encantamento o vidro mudou de tonalidade e começou a puxar, como um imã atraído por outro. Seguimos, com a orientação da poção, por um longo caminho.
Finalmente chegamos perto da entrada de uma caverna. Na entrada estavam dois javalis. Imaginei que fosse esse o lugar, pois os bichinhos possuíam o meu tamanho e suas presas pareciam bem mais afiadas do que animais comuns.
Leopoldo – pegue Maria – ele deu a ela uma arma de longa distancia, havia outra consigo. Eles miraram. Um, dois, três... Os javalis estavam aparentemente mortos.
Eu – está muito fácil.
Aproximamo-nos e percebi uma sensação esquisita. Não sei exatamente como, mas podia sentir que havia muitos monstros por perto. Guardei a porção e puxei minha espada, não que eu soubesse usá-la perfeitamente, mas eu contava com um pouco de sorte. Os javalis mortos apodreciam em uma velocidade espantosa, de modo que ao adentrarmos a cavernas eles já estavam praticamente indistintos do solo. Comecei a ver Luz à frente, uma fogueira, podia ouvir varias vozes à frente. Atrás de mim estavam à mãe do Lucas, segurando firme uma escopeta e com uma segurança espantosa, e o Leopoldo mais atrás, com a expressão clara de medo. Paramos por um momento, pois havia uma porta antes de chegar ao salão de onde vinha a luz e as vozes...
Continua...