Espero que vocês esteja gostando de minha trama. Aqui vai mais um capítulo. Boa leitura.
ParteLucas retoma a narrativa (...)
O meu Rafael veio me salvar, senti quando ele chegou e ouvi o grito dele, este me deixou apavorado. Mas o desejo de ter meu amado perto era maior que esse medo. Quando senti a segurança relativa de seus braços adormeci profundamente.
Não sei quanto tempo passei dormindo. Sei apenas que acordei na cama do Rafael, vi que era dia e reparei, também, que alguém estava no banheiro. Tentei levantar mais uma forte tontura me fez cair no sono outra vez. Quando voltei à consciência o Rafael estava falando com alguém. Logo percebi que era meu pai. Eles não perceberão que eu estava acordado.
João – o funeral da Madalena foi hoje, amanhã será a da Maria – ele falou com um grande pesar em sua voz.
Rafael – como eu vou falar para ele isso?
João – você terá que dizer assim que possível... Se quiser eu dou a noticia.
Rafael – não, eu faço isso.
João – vou comer alguma coisa e daqui a pouco vou embora – disse saindo do quarto.
Eu – há quanto tempo estou dormindo? – falei com a voz embargada.
Rafael – amor... Três dias – disse se aproximando, mas eu não queria os braços dele, queria minha mãe.
Eu – quem morreu?
Rafael – a sua mãe, a madalena e o Leopoldo – falou desviando seus olhos do meu.
Não pude deixar de conter as lagrimas, elas vieram rápido e intensamente. Ele tentou me abraçar novamente, mas eu estava com raiva. Todo mundo que eu amava estava morrendo. Nesse momento me perguntei se era compensador ficar com o Rafael a custo de todo o resto. Sim, em algum momento outra coisa seria atraída pelo por ele e o meu pai poderia ser a próxima vítima, ou os meus amigos.
Decidi que voltaria para casa, para ver o enterro de minha mãe. Falei para o Rafael não vir, pois o pior já havia passado. No caminho meu pai evitou falar, disse uma coisa ou outra, apenas. Chegando a casa fui tomar um banho, longo e calmante.
Refleti os acontecimentos, minha mãe morta? Minha amiga querida? Por quê? Eu amava o Rafael tanto, mas será que valia realmente a pena?
Os questionamentos bombardeavam minha cabeça e as lágrimas corriam por meu rosto, misturadas a água do chuveiro. Acabei o banho e fui dormir. Acordei antes de o despertador tocar, rolei na cama a noite inteira e apenas consegui dar alguns cochilos. De manhã eu me arrumei para o velório, o dia estava meio nublado, mas não parecia que ia chover.
Durante o enterro o padre falava algumas coisas sobre minha mãe. Enquanto ele “rezava” pensei... Como ela morreu? Puxei o máximo de lembranças até que a imagem da silueta dela, lançando bombas, vinha à mente. Ela estava com o Rafael, pensando bem o Dr. Leopoldo também estava lá. Voltei meus pensamentos para as lembranças de minha mãe, um ódio subia pelo meu corpo, eu culpava o Rafael, mas eu sabia lá no fundo do meu coração que o culpado era eu.
O enterro acabou, porém resolvi ficar mais um pouco. Meu pai foi embora, afinal nossa casa era dobrando a esquina. Depois de um tempo, um homem de óculos escuros redondos, careca e de chapéu circular, começou a falar comigo. Eu tinha certeza que já o conhecia, não me lembrava de onde.
Desconhecido – sua mãe era uma mulher maravilhosa. Ela te amava, e aquela outra garota também.
Eu – é mesmo – por algum motivo que eu não me preocupei no momento eu estava confiando no cara.
Desconhecido – seria tão bom se as coisas tivessem sido diferentes – falou com um tom de saudosismo.
Pensei no Rafael e em como seria bom nunca ter encontrado com ele, seria ótimo ter continuado em minha cidade ou mesmo estudado em outra escola. Eu queria isso tanto que até chegava a doer. Se eu pudesse escolher, nunca teria cruzado o olhar com o dele, pois agora eu o amava e nada me afastaria dele, pois isso me mataria. Mesmo que todos ao redor morram, eu não posso mais viver sem ele.
Desconhecido – e se eu dissesse que é possível voltar e refazer o passado?
Eu – seria tão bom – falei ainda perdido em meus pensamentos.
Desconhecido – então você deseja nunca ter conhecido o Rafael?
Eu – é... Eu desejo nunca ter conhecido o Rafael – depois de dizer isso eu pensei que não era verdade, eu adorava meu Rafael e o Amor dele é a melhor coisa que já me aconteceu.
Desconhecido – então que assim seja...
Eu vi os olhos dele brilhando em azul atrás dos óculos e percebi tarde de mais que fiz uma besteira. Ele estalou os dedos e tudo rodou... Rodou... Rodou. O mundo perdeu suas tonalidades até não restar cor alguma... Eu estava morto? Perdi-me em um profundo sono, ao qual eu temia nunca acordar.
Fim...?
Vocês devem estar se perguntando o que ouve com a estringa, os planos dos "inimigos" do Lucas para separa-lo do Rafael, o que a mãe do Lucas era no passado. Vocês devem estar imaginando como o Rafael derrotou todos aqueles monstros (bem, essa é fácil, aquelas criaturas da caverna eram mensageiros dos grupos de seres, algo que só num futuro ficará claro). Eu posso não ser um bom narrador, mas acredito que contei todos os fatos do melhor jeito, afinal minha memória é bem fraca e um sonho é facilmente esquecido. Caso vocês queiram saber se esse é realmente o fim, bem, não é. Ainda vai acontecer muita coisa com o Lucas e o Rafael, embora suas vidas mudem de rumo, eu ainda lembro de muitos eventos que merecem ser contados. Todavia, apenas contarei o resto (2ª temporada) se vocês quiserem. Caso queiram, começarei assim que possível, muito provavelmente lá pelo final de janeiro... Deixem seus comentários, críticas, devaneios e desejos. Beijos e até, talvez, uma próxima vez.