OBS: Verificamos três erros de escrita e um erro gravíssimo no conto anterior. As datas do futuro não coincidem com á do passado, e nem o grau de parentesco. Pedimos desculpas pelo o erro e agradecemos á todos pelos comentários e pelos votos.
O DIÁRIO DE JOE – PARTE 2
Ás mãos dele estavam cheias de sangue. Eu passei á mão na minha cabeça. Ai, eu não acredito, que eu estava pensando em ajudá-lo. Fui até dispensa da minha casa e peguei um recipiente de álcool e alguns algodões para poder limpar o corte. Voltei á sala e me aproximei dele. Ele me encarou fazendo uma careta de dor.
- Não me olhe assim. – Eu disse. – Você quase ma mata de pancadas á cinco dias atrás e depois aparece na minha casa me ameaçando e não queria que eu fizesse nada? Posso limpar?
Ele pareceu não gostar do que eu tinha falado, mas permitiu que eu limpasse o corte. Eu pedi que ele tirasse á camisa e assim ele fez. Eu nunca reparava o corpo de outro garoto, mas ele parecia malhar bastante ou praticar adrenalina todo segundo. Encharquei um algodão com álcool e comecei á passar no ferimento dele. Ele deu vários gemidos de dor. Ele fechou ás mãos e fazia força para suportar á dor enquanto sua cabeça estava escorada no sofá. Eu nunca tinha feito aquilo, então eu estava quase com vontade de vomitar ao ver o corte profundo e o sangue. Eu tive que usar no mínimo uns 12 algodões para limpar todo o sangue e o ferimento.
- Você precisa ir á farmácia, para eles fazerem um curativo para não infeccionar. – Eu disse.
Ele parecia ainda senti dor, e me encarava. Ele colocou sua camiseta novamente e eu fui jogar todos aqueles algodões sujos de sangue no lixo do banheiro e lavei bem á mão com água e sabonete. Quando voltei até a sala ele tentava andar, mas ainda estava mancando por causa do ferimento.
- Você não pode montar na moto e dirigir. – Eu disse. – É perigoso. Você está ferido.
- Se preocupando comigo Jeferson? – Ele perguntou. - Não deveria desejar minha morte em vez de me ajudar?
- É eu deveria. – Eu disse. – Álias não queria nem que você ainda estivesse aqui, mas eu não sou do tipo que deixa alguém morrer, portanto vou pedir ajuda de alguém para te levar á farmácia. A sua moto pode ficar aqui, mas depois venha buscá-la e suma.
Ele riu maliciosamente. Eu me aproximei dele e o ajudei á voltar á se sentar no sofá. Ele pegou o celular dele no bolso e fez uma cara feia ao ver algo, talvez uma mensagem.
- Se meu tio saber que você me esfaqueou, ele vai te matar. – Ele disse colocando o celular no bolso novamente. – Ele odeia viados, e ele está me enviando mensagens perguntando onde eu estou e mandando eu voltar logo. Como eu não posso dirigir então você vai ter de me levar para casa e ai aproveitar também para sofrer um bocado lá.
- Eu não vou te levar pra sua casa. – Eu disse. – E eu não sou viado, e se seu tio me matar, é bom que ele paguei o enterro e fique na cadeia por um bom tempo.
- Eu estou falando sério. –Ele disse. – Você não conhece meu tio e eu preciso ir pra casa logo se não ele vai mandar os garotos me procurarem e você não vai gostar de ver os garotos de novo, não é mesmo.
- Está querendo me ameaçar? – Eu perguntei. – Por que se for isso eu juro que chamo a policia pra você agora mesmo, você não vai poder andar muito mesmo então não poderá fugir. O que acha?
- Você não vai chamar á policia. – Ele disse me lançando um olhar perverso. – Você não teria coragem para isso.
- Há não? – Eu disse caminhando nervoso até o raque e tirando o telefone do gancho e mostrando para ele. – O que eu devo dizer aos policiais? Devo dizer que minha casa foi invadida e sem querer esfaqueei o bandido? Devo também mencionar que você me agrediu na rua?
Ele se levantou do sofá e veio andando até minha direção. Eu comecei a teclar o número da polícia e liguei. Ele chegou bem perto de mim e ficou me encarando. Ouvi uma mulher dizer “Serviço da polícia, Thalia, qual é o problema?”. Eu não respondi nada, então ele pegou o telefone da minha mão e colocou de volta no gancho. Ele me deixava com vontade de esfaqueá-lo de novo, mas ele se aproximou de mim e eu me preparei para empurrá-lo caso ele fosse me bater, mas ele segurou minhas mãos e me empurrou devagar conta a parede. Ele não estava com um olhar de raiva, mas sim de malicia. Ele estava com sua boca quase encostada na minha e eu podia sentir o perfume agradável dele.
- Você não teria coragem de me entregar para polícia. – Ele disse. – Não depois disso.
Ele me beijou. Eu queria lutar contra ele, mas ele estava me segurando muito forte contra a parede. Ele colocou uma das suas mãos na minha nuca e aquilo me amoleceu completamente deixando todo o peso do meu corpo sobre o corpo dele. Então ele parou e me encarou por alguns segundos. Eu fiquei imobilizado e sem saber o que fazer.
- Achei que você iria fazer o possível para não deixar eu te beijar. – Ele disse e sorriu maldoso. – Como eu disse, você é viado.
- Você também é! – Exclamei nervoso. – Por que fez isso?
- Por que eu quis. – Ele respondeu voltando á se sentar no sofá com dificuldade. O ferimento dele parecia sagrar um pouco ainda. – Não foi bom?
- Seu imbecil! – Eu exclamei indo em direção ao raque e pegando o telefone e então ataquei nele, mas ele desviou mesmo sentado. – Foi à pior coisa que já me aconteceu!
- Ou calma... – Ele riu. – Você é bem gentil em.
Queria esfaqueá-lo de novo, mas acho que ele teve sorte por que a campainha da minha casa tocou duas vezes seguida.
- Ai que bom. – Eu disse aliviado e indo em direção á porta para atender. – Tomara que seja á policia para te prender.
Ele tirou o sorriso do rosto. Abri á porta e fiquei tão feliz em ver o Eduardo ali. Ele me encarou preocupado.
- Joe, o que está acontecendo aqui? – Ele perguntou me encarando e olhando por trás do meu ombro para olhar dentro de casa. – Por que as sacolas de compras estão jogadas no chão e de quem é aquela moto?
- Pois é Edu adivinha que está aqui em casa. – E respondi maldosamente e alto para que Felipe pudesse ouvir também. – Que tal você ver por si próprio?
Ele me estranhou e então eu o deixei entrar. Edu foi até a sala e quando chegou lá, estava vazia. Eu olhei para o sofá que estava vazio e fiquei furioso. Corri até meu quarto e o Edu correu atrás de mim.
- Joe, o que ta acontecendo? – Ele perguntou quando chegamos ao quarto que estava vazio também.
- Que desgraçado! – Eu exclamei gritando alto. – Cadê você canalha?
Eu voltei á sala e depois fui á cozinha. Agora sim fiquei nervoso ao vê-lo devorando um pedaço de uma torta de queijo que eu havia comprado na padaria. Ele me encarou e sorriu.
- HUM... Foi você que fez essa torta? – Ele perguntou parecendo feliz em tirar uma com á minha cara. – Está muito boa.
Eduardo chegou até á cozinha e viu o Felipe e então me encarou.
- Joe... O que ele está fazendo aqui? – Edu perguntou sério.
- Olha só, é o garoto que me convidou para festa na casa dele aquele dia. – Disse Felipe se aproximando da gente. – A festa até que teria sido mais bacana, se o Jeferson não tivesse ido me perturbar.
- Olha, eu não fui te perturbar, você estava me encarando lembra? E ninguém nunca te ensinou que isso desrespeitoso? – Perguntei nervoso.
- Cale á boca Joe! – Exclamou Edu parecendo meio irritado também. – Só me diga o que ele está fazendo aqui.
- Ele veio aqui me bater. – Eu disse para irritar o Felipe. –E eu o esfaqueei.
- Cala essa boca seu mentiroso! – Exclamou Felipe parecendo estar com muita raiva. – Eu só vim aqui pegar o que você roubou de mim.
- Se você não tivesse ido me espancar na rua, eu não teria pegado sua faquinha de estimação. – Eu mencionei deixando ele mais nervoso ainda.
Eduardo se afastou de nós dois e parecia estar indo pegar o telefone que estava no chão. Eu me aproximei dele.
- O que você vai fazer? – Eu perguntei.
- Eu vou chamar a polícia, já que você não fez isso. – Ele respondeu discando o número da polícia, mas eu peguei o telefone dá mão dele, não sei por que.
- Não, Eu dou conta dele. – Eu disse.
- Pelo amor de deus Joe. – Disse Edu furioso. – Esse garoto te deu uma surra na rua e deixou você quase sem andar e você parece estar com pena dele. E ainda por cima ele vem á sua casa. Só falta ele ter vindo pro chá da tarde também.
- Seria bom. – Disse Felipe provocando Edu. – Estou com fome.
- Sério Joe, denuncie esse cara. – Disse Edu me encarando.
- Qual é o seu problema comigo? – Perguntou Felipe para Edu. – Eu nem fiz nada com você.
- Seu canalha, você deixou o Joe jogado no chão todo machucado, e ainda tem coragem de vir aqui na casa dele. – Disse Edu nervoso.
- Eu já disse que vim aqui pegar meu canivete que ele roubou, e ele me esfaqueou. Agora não posso ir embora, por causa do corte. – Disse Felipe nervoso. – Mas estou pouco me importando para isso. Vou é embora desse lugar agora mesmo.
-Sério? Você nem deveria ter vindo aqui. Já vai tarde! – Exclamou Eduardo.
Eu fiquei em silêncio. Uma parte minha queria que o Felipe fosse embora, e outra queria conhecê-lo melhor. Felipe caminhou até a porta ainda mancando, mas não tanto como antes e saiu. Eu fui até a porta olhar ele montar na moto.
- Ele vai acabar se matando na rua, e se isso não acontecer vai pegar uma infecção naquele corte caso não for logo fazer um curativo. – Eu disse.
- E daí Jeferson! – Exclamou Eduardo zangado. – Eu não acredito que você está se importando com ele. Aliás, eu nem to acreditando que você não ligou para á polícia quando ele chegou aqui.
Felipe ligou á moto e partiu veloz.
- Dá pra parar com isso! – Exclamei. – Eu podia cuidar dele sozinho e ele não me machucou. Aliás dava até para eu me tornar amigo dele se você não estivesse chegado e estragado tudo. Agora provavelmente ele vai trazer todos os colegas dele para me esmagar como bosta na calçada!
- Eu não to acreditando que você disse isso. – Falou Edu parecendo magoado e um pouco zangado. – Não ouvi isso.
Ele saiu de perto de mim e pareceu estar indo embora. Agora eu seria o vilão. Há que bacana. Eu o segui e pedi que ele me esperasse.
- Esperar pra que? – Perguntou Edu com á voz grossa. - E só informando que quando alguém está tentando te ajudar, o mínimo que você deveria fazer era agradecer. Agora se você quer se tornar amiguinho do cara que te deixou estirado no chão, problema é seu, pelo menos eu avisei.
Edu foi embora desaparecendo no final da rua. Eu estava bravo comigo mesmo. Eu tinha irritado meu melhor amigo, tinha levado um beijo de um cara que me bateu e concerteza eu teria que comprar mais ovos, já que os que comprei hoje deviam ter se estatelado no chão. Eu recolhi do chão as coisas que dava para usar ainda e as que não davam joguei fora. Passei á tarde toda limpando e arrumando a casa. Depois tomei um banho demorado, mas sempre se lembrando dele. Seu corpo tão próximo do meu e o beijo dele que parecia enfeitiçado, ou envenenado pode-se dizer, Mas o efeito havia sido fantástico. Quando sai do banho, coloquei uma roupa descente e fui assistir a um filme de terror que eu gostava, mas eu não conseguia me concentrar no filme. Peguei meu celular e disquei o número do Eduardo, queria que ele não atendesse por que eu estava me sentindo mal, mas eu precisava pedir desculpas por eu ter tratado ele daquele jeito.
- Oi. – Disse Edu atendendo a ligação. – O seu colega não quis falar com você?
- O Dudu para com isso. – Eu disse. – Desculpa por ter falado bravo com você. Olha obrigado por se preocupar comigo e tudo mais... Eu só queria tentar ser amigo dele.
- Tá legal, relaxa. – Ele disse. - Mas você devia tomar cuidado. Ele é um canalha e isso devia ser o suficiente para que você ficasse bem longe dele.
- Eu não sei por que você está tão preocupado assim. – Eu disse. Edu estava estranho na verdade. Era quase como se estivesse com ciúmes de mim. – Ele não me machucou Edu.
- Olha então você é quem sabe. – Ele disse com a voz um pouco grossa. – Mas se você me ligar pedindo ajuda por que ele te bateu ou algo parecido, eu juro que faço questão de bater em você também.
Edu desligou o celular na minha cara e isso me deixou nervoso. Naquela noite eu não liguei mais para ele. Então eu fiz uma janta só para mim mesmo e depois de comer, assisti uma série de TV e por fim fui para meu quarto dormir. A minha casa não era tão luxuosa e nem com mais de um andar, mas era grande. Eu gostava sempre de dormir de janela aberta por que eu adorava ficar olhando para fora para ver o céu. Aquele dia não estava calorento, então deixei apenas o ar da janela ventilando o quarto. No meio da noite acordei com uma mão me cutucando forte e posso jurar que esse foi o maior susto da minha vida. Eu me sentei na cama apavorado e já ia sair correndo, mas ele me segurou.
- Ei calma. – Ele disse. – Desculpa.
- Eu não acredito nisso. – Eu falei ainda com o coração acelerado. – O que você está fazendo aqui á essa hora Eduardo?
Ele me encarou meio sem graça.
- Eu sai de casa sem que meus pais percebessem para poder verificar se você estava bem. – Ele respondeu. – Eu te liguei mais de quarenta vezes e você não atendeu. Fiquei preocupado.
Eu olhei o visor do meu celular e havia 27 chamadas não atendidas dele.
- Ai mano você me assustou pra caramba. –Eu disse.
- Desculpa, mas eu toquei a campainha três vezes e você não atendeu. – Ele disse. – Ai eu verifiquei a sua janela e você tava dormindo, mas eu queria te contar uma coisa... Então eu pulei a janela.
- É claro que eu não atendi a porta, olha a hora. – Eu disse. Era 00h49min da madrugada. – O que você quer me contar? Não dava pra esperar?
- É que eu acho que o Felipe está te rondando. – Ele disse. – Eu só vim aqui ver se você estava bem, mas quando eu estava aqui na sua casa eu vi um carro estacionado do outro lado da rua na esquina. Pelo o que eu vi do motorista, parecia muito ser ele.
Meu corpo se esfriou. Mas que droga! Agora eu estava sendo vigiado de noiteContinua
Wont Power - Produções™ apresenta em parceria com Eduardo Sampaio e a Casa dos Contos ©, o mais novo conto de romance, recheado de conflitos. Um conto divertido, atraente e perigoso. Aproveitem.
Atenção: As partes continuativas podem ser postadas dentre 1 á 15 dias. Informamos que os erros de ortografia e gramatical são de inteira responsabilidade do roteirista. Em breve a empolgante continuação da leitura do Diário de Joe.
COMENTÁRIO DO AUTOR:
Dedico esse conto á dois grandes amigos meu. Dois amigos que eu considero meus irmãos. Para Ighor Alexs e Jonh Kleivers, meus anjos.