- Débora????! O quê faz aqui? Como entrou?
- Ainda tenho a chave Bianca, você não trocou a fechadura. Aliás, nada no apartamento está diferente.
- Eu estou diferente. Quero que você saí daqui, agora! Que nunca mais chegue perto de mim! Entendeu? Se me ver na mesma calçada que você, atravessa a rua e finja que não me viu. Fui clara?
- Bianca, que saudades!
Débora parecia não ter ouvido nada do que Bianca disse, levantou do sofá a abraçando forte, tentando beijá-la.
- Garota me solta, ou vou te machucar.
- Ok. - Se afastou. - O quê houve contigo, Bia? Nunca me tratou assim antes.
- Claro, você era minha namorada. Corrigindo, você era uma aproveitadora disfarçada de namorada. Não é mesmo?! Shiiiu, você não vai falar nada agora, só escuta. Talvez você ainda saí daqui respirando. - Bianca se serviu de uma dose generosa de Wísky, puro. Deu uma golada, Débora muda, sentada de novo no sofá. - Quêm te trouxe de volta? Sei que não foi minha mãe, ela te deu dinheiro e uma bolsa de estudo "lá nos infernos" porque não te queria perto de mim, você nunca gostou muito de trabalhar e é esbanjadora, deve ter gastado o dinheiro que Dona Elizabete te deu rápido demais. Não voltou por arrependimento e amor, isso é óbvio.
- Foi seu pai, Aleck. Tá ok, já que meu teatro não cola com você, vou mandar a real. Sim, sua mãe me pagou muito bem pra te deixar. Não que eu não gostasse de você, sabe? É que não era amor, eu te usava pelo seu dinheiro e até que foi fácil.
Débora não teve como se livrar do tapa, foi rápido, bastante dolorido. Depois veria se ficou marcas, revidar agora, desnecessário.
- Nossa Bianca, mão pesada! - Acariciou o rosto agredido com um sorriso cínico no rosto, pois já havia apanhado de pessoas mais fortes.
- Você merece uma surra depois de falar tanta merda.
- Nem comecei minha querida, sua mamãe não é o anjo que você imagina, seu pai é "o cão chupando manga e tocando pandeiro". Pouco tempo depois que eu fui embora Aleck me telefonou perguntando de você, dai eu lhe disse que eu tava na Europa, contei que a gente tinha se separado. Ele me disse que ia volta pra casa e me queria aqui com você, mandou o dinheiro da passagem e um extra. Bom, aqui estou eu.
- Simples assim?
- Sim.
- Por quê Aleck faria uma coisa dessas?
- Porque ele achou que você ainda me amava, ele queria te ver feliz.
- Ah, pára! Eu não sou tão burra. Já começou a falar, agora termine. A verdade, fala a verdade uma vez na vida.
- Ok. O quê eu ganho com isso? Não aidiata me olhar com essa cara, preciso de alguma segurança financeira. Seu pai é um ex combatente de guerra, pra ele me matar e sumir com o corpo sem deixar vestígio não custa muito.
- Pode dizer, eu pago conforme eu achar que a informação valer.
- Ok. Olha, seu pai esteve sim em cativeiros de guerra. Pra fugir ele se amasiou de um soldado gay, esse rapaz ajudou ele fugir e iria fugir com seu pai, mas seu pai o matou quando saíram do quartel onde ele,estava sendo mantido como prisioneiro. Seu pai apenas o usou. Quando fugiu ficou pelo Afeganistão, sem dinheiro e comida, era obrigado a roubar. Em uma briga ele foi preso e ficou anos sendo escravo, até co.seguir fugir, dessa vez sem matar ninguém e levando consigo uma jóia valiosa da família a qual servia. Não tinha nenhuma notícia de vocês, muito menos ele queria. Foi pra casa do pai achando que sua vida voltaria a ser regada à muito luxo, com noites em Boates de strip tese, dias no clube de golfe e bailes sociais. Coitado! Seu avô, pai dele estava morto, deixando Aleck com uma dívida imensa. Ele fez um casamento de conveniêcia, teve uma filha. Cansado de uma vida pacata, pesquisou sobre a antiga família, te descobriu uma mina de ouro, hoje está aqui atrás de um quinhão. Quanto acha que vale esse informação?
- Uma passagem para a Europa e 50 mil Euros.
- Ótimo! Pra mim isso ainda vai acabar em tragédia e ei quero estar bem longe disso.
- Amanhã passe no escritório de manhã trabalhando, te darei a passagem e o dinheiro. Agora vai embora.
- Embora pra onde? Não tenho um real no bolso. Aliás olha a hora, não vou conseguir quarto em nenhum hotel.
Bianca olhou o relógio na parede, 01:15 horas.
- Eu bem que podia ficar aqui no quarto de hóspedes.
- Ok. Mas não tente dar uma de esperta, eu durmo armada.
- Medo de quê?
- Proteção. Foi um doa cansativo, vou para o quarto.
- Cadê meu beijinho de boa noite? - Bianca olhou para ela como se a exterminasse. - Calma, desculpa pela brincadeira. Obrigada por me deixar ficar.
Bianca entrou no quarto, trancando a porta.
- Puta que pariu! - Esbravejou Bianca ao entrar na banheira cheia de água. - Você não podia estar aqui Débora, não podia! Ainda mais agora que eu tenho a Júlia. Tenho? Você é outra fadada a me deixar quando o exame de DNA comprovar que Fernanda é sua mãe.
Impossível controlar as lágrimas, Bianca chorou enquanto terminava de se banhar. Vestiu um roupão de seda preto, admirando o contraste com seu tom de pele claro, enquanto penteava os cabelos em frente ao enorme espelho.
Em outros tempos estaria ela na balada atrás de alguma mulher para curtir uma noite de prazer momentâneo, hoje ela esperava uma maravilhosa noite de sono, nem que para isso tivesse que tomar muitos remédios.
Não foi preciso ingerir nada, se deitou, cobriu com um lençol, dormindo profundamente.
Sonhou com Júlia, estava sorrindo. Enquanto acordava teve uma sensação estranha de que havia alguém lhe chupando, abriu os olhos totalmente vendo Débora entre suas pernas, com a boca em sua buceta.