Um amor duplamente proibido (parte 81)

Um conto erótico de H. C.
Categoria: Homossexual
Contém 1050 palavras
Data: 02/12/2013 07:03:54

Aqui está mais um fragmento. É bem verdade que os sonhos do Lucas costumam acontecer e isso tem seu lado bom e ruim. Mais a frente na história ele vai descobrir uma coisa assombrosa, mas só lá na frente. Espero que agrade. Ao conto!

Parte 81

“eu estava em uma sala escura e fria. Mexia meus braços tentando tocar em algo, mas parecia que era o puro vazio, nem mesmo meus pés tocavam o chão. Uma luz acendeu-se sobre um garoto em frente a um espelho triplo, maior que ele mesmo, mostrando seu corpo seminu de três ângulos. Ele estava de costa, mas eu o reconhecia. Rafael abriu suas asas calmamente, seus olhos fixos em sua imagem central, um reflexo de sua asa branca reluzente e a negra intensa e, mesmo no sonho, eu podia sentir a energia que elas emanavam. Quando olhei para os reflexos dos outros espelhos me deparei com pessoas completamente diferentes de meu anjo, embora tenham a mesma forma física. Ao lado escuro eu via um Rafael com olhos verdes tempestuosos, uma expressão indecifrável e as asas negras bem abertas, ele me causava sofrimento, de algum modo eu sentia todas as emoções ruis me assolando, sentia coisas que nunca pensei que poderia sentir, sentia que meu coração iria parar a qualquer momento e eu morreria ali, no frio, talvez meu pai descrevesse isso como uma profunda depressão. Desviei meus olhos para a outra imagem, no lado oposto. Esta era completamente diferente à outra. Suas azas eram brancas como as nuvens mais puras e pareciam ter uma luz própria, sua expressão era doce e serena, seus olhos azuis bem intensos passavam-me uma sensação morna e acolhedora, meu corpo estava mergulhado em uma paz absoluto, acreditei que nada poderia me ferir, nada poderia me machucar, eu estava absolutamente feliz só por estar na presença daquela imagem. De repente eu ouvi um barulho, um barulho que foi ficando mais forte, até que consegui lembrar-me de onde deveria estar vindo.”

Rafael – acorda amor. O despertador já esta tocando, hora de ir para a escola – disse beijando meu ombro e levantando em seguida.

Como de costume, ele abriu suas asas parara se espreguiçar, deixando elas bem abertas por um tempo, mostrando suas costas e toda a beleza do seu corpo. Eu costumava sentir um súbito desejo de agarrá-lo e fazer amor até não conseguir mais respirar, mas neste momento eu apenas conseguia me lembrar do sonho, daquelas duas pessoas do espelho. Minha mete lembrava claramente de suas expressões opostas que, de algum modo macabro, assemelhavam-se ao Rafael.

Afastei essas ideias escuras e voltei-me para a realidade, acompanhei meu amado num banho cheio de carinho. Infelizmente não pude deixar de medir suas ações e ver se havia algum traço daqueles sujeitos do espelho. Acabamos o banho, nos arrumamos e descemos direto até a cozinha, qual não foi minha surpresa quando vi a Carol lutando com a cafeteira. Percebi que ela havia preparado um café simples, mas agradável. Fomos para a sala de jantar e comemos, rindo e conversando sobre besteiras. Depois fomos para a escola.

Já estávamos sentados, esperando o professor chegar, quando notei que a Letícia e o Bernardo ainda não haviam chegado. Neste momento lembrei-me do motivo de a Carol e o Alex terem ido passar o final de semana em casa, lembrei de tudo o que estava acontecendo ultimamente, dos desaparecimentos, das mortes do monstrinho que provavelmente estava fazendo essas coisas. Senti um leve enjoo.

Rafael – o que você tem? – ele disse tocando em meu braço. Seus olhos poderiam estar encobertos por óculos escuros, mas eu sabia a expressão que ele deveria estar fazendo.

Eu – nada, somente um enjoo, mas já está passando.

O dia de aula andava normalmente, nenhum estresse ou menção do desaparecimento da diretora. No intervalo pegamos alguma coisa para comer na lanchonete e fomos para a entrada do bosque. Quem via de fora poderia pensar que é arriscado, bem, não é uma mentira, mas não é completamente verdade afinal tínhamos adagas e o Rafael, além do mais o dia era ensolarado e não acredito que o monstro fosse aparecer nessas condições.

Carol – eu sei que deveríamos ter discutido isso antes, quer dizer, na segurança da casa do Rafael, porém acabei não lembrando, na verdade, eu não estava nem minimamente preocupada, afinal estávamos protegidos e, sinceramente algo naquele lugar me fazia ficar em paz. Enfim, temos que decidir o que vamos fazer a respeito.

Alex – se a Carol está se dando ao trabalho de fazer esse discurso, acho que a coisa é séria mesmo.

Carol – é claro que é!

Eu – mas o que podemos fazer?

Carol – por mais perigoso que possa ser, acho que devemos caçar a criatura.

Rafael – isso está fora de questão.

Eu – por quê?

Rafael – será arriscado, e é bem provável que um de nós saia machucado, ou pior.

Alex – existem riscos, mas acho que deveríamos pensar a respeito, pois se não fizemos nada, pelo menos mais uma pessoa vai desaparecer.

Carol – sem contar o fato de que isso vai voltar a acontecer daqui a alguns anos e de novo até que alguém faça algo.

Eu – eles têm razão, não podemos simplesmente tapar nossos olhos, pois da próxima vez pode ser um parente ou amigo.

Alex – se vocês decidirem ter filhos será muito arriscado criá-lo por aqui.

Carol – e não adianta fugir, pois pelo que tenho visto ultimamente, em todo lugar a algo a temer.

Rafael – vocês podem ter razão, mas falaremos disso mais tarde, agora é melhor que voltemos para a classe.

Encerramos a conversa, afinal o sinal já estava para tocar. Voltamos para sala e as aulas prosseguiram. Eu não deixei de pensar nem por um instante em como isso era complicado, esse mundo era cheio de perigos. Bem, como já falei para mim mesmo tantas vezes, “um problema de cada vez”. Agora o da vez era a consulta do Rafael...

Continua...

Muita coisa ainda vai acontecer, muita dor e alegria. Quero acabar de escrever antes do fim do ano, por isso é bem provável que eu publique a história em dias seguido (as vezes). Me digam, vocês acham que o Rafael pode falar algo comprometedor ao pai do Lucas? Bem... Comentem, critiquem e exponham seu ponto de vista. Ao final, não deixem de atribuir uma nota e até a próxima!

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Comentários

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Eu acho que o fael n vai mentir mas tbm acho que n vai acontecer nada de serio na consulta.

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O problema seria se o Rafael contasse o que é ao pai do Lucas, ah e eu achei muita doideira eles planejarem caçar o monstro o/ com certeza algum deles é a outra vítima ... Bom, que bom que postará em dias seguidos, assim fica melhor para acompanhar :)

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Acho que sim. Já que ele é espontaneo. Ah cara cada vez melhor.

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