Voltei pra casa bastante aliviado aquela noite. Tudo tinha se resolvido. Dormi tranquilamente e no dia seguinte fui vê-lo em sua casa. Ficamos o dia inteiro vendo filme e comendo pipoca. Realmente a felicidade tinha voltado pra gente.
Um mês depois.
Chegou o dia da formatura da escola. Minha madrinha acabou sendo minha irmã Giselle. Tanto ela quanto eu estávamos lindos. Ela de vestido vermelho e eu de smolking. Par perfeito.
A festa começou. Primeiramente a apresentação dos alunos e todas aquelas burocracias que vocês já sabem. No momento da entrega dos diplomas eu fiz sucesso entre as garotas. Gritaram e aplaudiram, abri um sorriso pra foto e prossegui. O Dani que já tinha pego o diploma dele não gostou muito do assedio, mas não fez nada pra minha sorte.
A valsa foi um sucesso. Minha irmã dança muito bem e eu acabei me interagindo com ela, fizemos uma ótima dupla, deixando vários casais para trás. Dançamos perfeitamente.
A noite foi um sucesso. Mal podia esperar pra poder ver meu álbum e ver o DVD. Foi realmente perfeito.
...
Já estávamos em junho. Primeiro dia dos namorados que eu ia passar com o Dani. Comprei pra ele uma camiseta e ele me deu um tênis. Ele era muito fofo. Pensamos em contar pras nossas famílias, mas decidimos não fazer isso, ainda não estávamos preparados para tal situação.
Meu irmão já tinha completado 21 anos e ganhou uma moto dos meus pais. Ele estava nas nuvens. Era o que ele sempre queria, uma moto.
Certo dia a noite o telefone toca. Como eu estava mais próximo atendi.
- Alo?
- Boa noite, quem fala?
- Deseja falar com quem?
- É da casa do Lucas?
- Sim, quem deseja?
- Meu nome é Mônica eu falo do hospital publico, com quem eu falo?
- Leonardo, irmão do Lucas. O que aconteceu?
Todos olharam pra mim.
- Seu irmão deu entrada nesse hospital as oito e trinta e sete. Ele sofreu um acidente de moto e esta nesse momento passando por uma cirurgia devido a uma fratura no tornozelo. Precisamos que a família dele compareça no hospital com urgência.
- Não acredito! – comecei a suar frio. – Onde fica esse hospital?
- Hospital? – perguntou a minha mãe. – Lucas? O que aconteceu com ele?
- Ta OK. Estamos indo para aí. – nem me despedi e desliguei. Afundei no sofá. Estava em estado de choque.
- O que aconteceu Léo? – perguntou o meu pai.
Olhei pra todos e disse:
- Lucas sofreu um acidente de moto. Ta no hospital sendo operado. Quebrou o tornozelo. A gente tem que ir pra la agora!
Minha mãe entrou em estado de choque. Começou a chorar desesperadamente. Todos nos fomos pro hospital e ficamos esperando por noticias.
Assim que o medico saiu da sala de cirurgia foi falar conosco.
- Familiares do paciente Lucas?
- Exato – disse meu pai – Como ele esta?
- O estado dele é estável. Sofreu um acidente de moto, quebrou o tornozelo esquerdo e o fêmur direito. Teve uma leve fratura no braço direito. Fizemos uma cirurgia no tornozelo e já esta tudo sob controle. Quanto ao fêmur e ao braço é so ficar no gesso por aproximadamente quarenta e cinco dias. Tudo esta bem. Fiquem tranqüilos.
- Não acredito nisso – disse a minha mãe. – Que irresponsabilidade. Eu sabia que ele não podia ter uma moto, eu sabia.
- Agora não fique se lamentando Ivone. – disse meu pai.
- Como não José? Ele podia ter morrido.
- Mas não morreu. Foi um acidente. Pode acontecer com qualquer um. Ele esta no quarto e vocês podem vê-lo. Com licença.
Fomos pro quarto e ele estava dormindo. Com as duas pernas engessadas e com uma proteção no pescoço. Como aquilo estava acontecendo com meu irmão? Eu estava desolado. Logo ele!
Aos poucos ele foi acordando e viu que a gente estava lá.
- Francamente em senhor Lucas, francamente! Como você nos faz uma dessas meu filho? Você poderia ter morrido!
- Brigado pelo apoio viu mãe.
- Deixa o menino em paz Ivone! Ele precisa de nossa ajuda agora!
Minha mãe chorava inconsolavelmente.
- Como você ta se sentindo? – eu disse me aproximando dele.
- Com dor Léo. O que fizeram comigo?
- Operaram o seu tornozelo esquerdo. Você quebrou o fêmur direito e o braço direito também. O medico disse que você precisa ficar quarenta e cinco dias com gesso mas que não é nada grave. Só ficar em repouso.
- Quarenta e cinco dias em cima de uma cama? Eu vou morrer entediado!
- É o jeito! – disse meu pai.
- A gente te ajuda. – disse minha irmã.
- Valeu pela força galera. Pai preciso que ligue pro meu chefe e conte o que aconteceu.
- OK. Vou fazer isso amanha cedo.
- Tudo bem.
- Como que aconteceu o acidente Lucas? – perguntou o Rafael.
- O sinal abriu pra mim e um carro que estava parado no farol vermelho passou e me atropelou. Só me lembro disso.
- Que irresponsabilidade meu Deus! – disse a minha mãe.
- Mãe, a culpa não é minha ta bom? O sinal estava verde pra mim. Quem é irresponsável foi quem me atropelou.
- Nunca gostei de motos! – dizia ela.
- Mãe chega! Me deixa em paz! Eu to numa cama de hospital, precisando de seu apoio e você ainda fica me martirizando! Francamente!
- Ivone vem comigo, vamos tomar algo na cantina pra você se acalmar.
- Posso ir também pai? – perguntou a Giselle. – To com fome.
- Eu também to pai! – disse o Rafael.
- Venham todos, deixem seu irmão descansar.
- Léo, fica aqui. – disse o Lucas.
- Fico sim mano.
Eles saíram e nós ficamos a sós.
- Ta tudo bem mesmo Lu?
- Sim. Tirando as dores das pernas e do pescoço...
- Mas isso é normal mano. Você vai ficar bem. – comecei a fazer carinho no rosto dele. Doía ver ele na cama de um hospital sem poder se mexer, mas eu não podia fazer muita coisa.
- Brigado pela força. Sabia que podia contar com você.
- Não agradece. Irmãos são pra essas coisas.
Dei um beijo na bochecha dele. Ele sorriu e nos ficamos la, sem nada pra fazer, apenas um fazendo companhia pro outro.
- Quando será que eu volto pra casa?
- Acho que dentro de três dias mais ou menos?
- Ah ta. Vou ficar mimado meu. Vou comer na cama todo dia.
Eu ri.
- Espertinho.
- Léo, vão ter que dar banho em mim! – ele arregalou os olhos. – Ai que vergonha!
Eu ri de novo.
- Nesses momentos não tem que sentir vergonha mano.
- Ai mas eu tenho!
- O pai faz isso!
- Ah não, o pai não! Vou ficar constrangido!
- Então quem vai fazer isso? A mãe?
- Muito menos! Você!
- Eu? – arregalei meus olhos.
- Ah de você eu não sinto vergonha. Mas dos outros sim.
- Ai como você é chorão. Só complica as coisas.
Ele sorriu e ficou vermelhinho que nem um pimentão.
- Mas já que você tem mais intimidade comigo eu te ajudo nessa parte sim.
- Brigado mano! Eu te AMO!
Achei aquilo muito fofo da parte dele.
- Eu também amo você!
Dei mais um beijo na bochecha dele.
- Agora tenta dormir que eu vou comer porque to faminto.
- Ta bom. Até amanha então.
- Ate. Tchau.
Sai do quarto e encontrei minha família na cantina.
Comemos alguns lanches e voltamos ao quarto, ele já estava dormindo. Em menos de cinco minutos o medico que fizera a cirurgia dele entrou na sala.
- Bom, vejo que ele está dormindo. Isso é bom. Ele precisa descansar. Teve muita sorte, não aconteceu nada com a cabeça dele. Isso realmente é muito bom.
- Ele vai ficar com alguma sequela doutor? – perguntou meu irmão Rafael.
Achei estranho o interesse do Rafa. Ele não era de dar a mínima pra gente, mas pelo visto as coisas estavam mudando.
- De maneira alguma. Ele vai sair ileso desse acidente. Não tem nada de errado com as pernas nem com o braço. Só é preciso ter alguns cuidados. Mas ele vai tirar de letra.
- Quais são as recomendações? – perguntou a minha mãe.
- Primeiramente muito repouso. Não pode sair da cama a não ser que seja em uma cadeira de rodas devido ao fêmur. Ele precisa de repouso completo. Vai precisar de ajuda nas atividades como banho e locomoção.
Eu engoli em seco. Dar banho nele ia ser um sacrifício. Ver aquele monumento de homem pelado...
- Basicamente isso. Ele recebe alta em dois dias e tem que voltar aqui na quinta feira da outra semana pra retirar os pontos do tornozelo e trocar o gesso.
- Tudo bem doutor. Preciso que o senhor me dê um afastamento pra ele. Já que vai ser 45 dias no gesso ele vai ter que se afastar da empresa.
- 45 dias de gesso mais as seções de fisioterapia que fará para recuperar a força da perna e do braço. Vou dar três meses pra ele.
- Perfeito.
Com toda essa conversação ele acordou. Como ele era lindo!
- Ta se sentindo bem Lucas? – perguntou o médico.
- Meu pé dói demais doutor. E a minha coxa também.
- Isso é normal. É o efeito da anestesia que esta acabando. Vou pedir pra enfermeira trazer um analgésico. Mas fora isso alguma outra dor?
- Dói o meu ombro esquerdo.
- Seu ombro esquerdo? Mas não tem nada nele.
O medico se aproximou para examinar.
- Hum, são só alguns arranhados. Logo cicatriza. Mas de toda forma peço pra enfermeira fazer um curativo pra não arder. Algum de vocês precisa passar a noite com ele ate o dia amanhecer. Os enfermeiros de plantão estão numa cirurgia de ultima hora. Toda equipe medica esta na sala de cirurgia, uma complicação danada. Mas enfim, quem pode ficar com ele?
- Eu fico – disse a minha mãe.
- Não mãe! Você não!
- Porque não?
- Porque eu não tenho tanta intimidade com você.
- Pode deixar mãe, já conversei com ele sobre isso. Eu fico.
- Ai Lucas! Que bobeira meu filho! Eu sou a sua mãe!
- Por isso mesmo. Prefiro que o Lucas fique. Alem do mais a Letícia precisa de você.
- Bom se você prefere assim...
- Prefiro sim.
- Você fica Léo? – perguntou meu pai.
- Com certeza!
- Então está tudo resolvido – disse o medico – Com licença, vou pedir pra uma enfermeira da sala de cirurgia vir aqui te medicar. Eu cubro ela. Ate logo qualquer coisa me chame Lucas.
- Sim senhor.
Meus pais e meus irmãos se despediram dele e eu fiquei lá fazendo companhia. Sentei numa poltrona muito confortável do lado da cama dele e ficamos papeando.
Em mais ou menos quinze minutos uma enfermeira muito linda entrou na sala pra dar os analgésicos pra ele. Ela era morena bem clarinha, olhos mel, um busto enorme e os cabelos ruivos. Uma gata! Nos dois ficamos boquiabertos com ela.
- Bom senhor Lucas, aqui estão os remédios. Enquanto tiver aqui no hospital você vai tomá-los de seis em seis horas, quando for para casa será de oito em oito. Agora abra a boca.
Ele abriu e ela colocou um comprimido. Colocou um pouco de água na boca dele e ele engoliu.
- Muito bem, agora vou fazer um curativo em seu ombro. Consegue se sentar?
- Acho que sim. Mas preciso de ajuda.
Eu e a enfermeira gostosa, como Lucas a apelidou, o levantamos bem devagar. Ela fez um curativo no ombro dele rapidamente e depois saiu.
- Puta que enfermeira gostosa! – disse o Lucas. – Não quero mais sair daqui.
A gente riu.
- Realmente, muito gostosa! – disse eu.
- Pena que não vou ter uma enfermeira dessas la em casa.
- Como é?
- Ui. – ele riu. – Desculpa meu enfermeirozinho preferido. Mas ela é realmente uma deusa.
- Tudo bem seu mal agradecido. Vai ficar sozinho agora.
Eu me levantei e fui sentido a porta.
- Peraí mano, onde você vai?
- Dar um telefonema. Já volto.
- Ah ta, pensei que ia me abandonar.
- Relaxa. Já volto.
No meio de tanta correria esqueci de avisar ao Dani sobre o que tinha acontecido. Como já era três da manha ele provavelmente estaria dormindo. Mas resolvi ligar mesmo assim.
Ele atendeu com uma voz linda de quem estava dormindo. Contei tudo o que tinha acontecido e ele me deu todo o apoio do mundo. Falei pra ele ligar pra Aline logo de manha e pedisse pra ela me ligar pra mim falar com ela. Alguém ia ter que me substituir na banda. Infelizmente eu não ia poder participar no momento, em primeiro lugar a saúde do meu irmão.
Voltei pro quarto e ele já estava agoniado pensando que eu não ia voltar.
- Por que demorou tanto?
- Tava num telefonema!
- Com quem?
- Quer o CPF também? Tipo sanguíneo ou algo mais?
- Pode ser. – disse ele sorrindo.
- Era o Daniel seu curioso. Pedi pra ele fazer um favor pra mim.
- Que favor?
- Eita! Como você ta curioso hoje!
- Só um pouquinho.
- Pedi pra ele ligar pra Aline e pedir pra ela achar um substituto pra mim na banda.
- Puta mano! Sua banda! Esqueci disso! Ai mano, não pede pra substituírem você não! Vai pra sua banda que alguém cuida de mim.
- Nem pensar. Você disse que confia em mim e eu não vou te decepcionar. Já que você se sente a vontade comigo eu te ajudo nessa. Quando você melhorar eu volto pra banda sem nenhum problema.
- Ai mano, vou ficar com a consciência pesada agora.
- Relaxa! Em primeiro lugar a sua saúde.
- Você é demais cara!
- Que isso. Não faço nada alem da minha obrigação.
- Me deita? To cansado de ficar sentado.
- Ta.
Me aproximei dele e peguei ele por debaixo dos dois braços. Senti os pelinhos dele nas minhas mãos e aquilo me fez arrepiar.
Com um pouco de custo deitei ele e voltei pra minha poltrona.
- Ai Léo... Quero fazer xixi!
- Vixi! Peraí, vou perguntar pro medico como eu faço pra te ajudar. Já volto.
Sai e perguntei pra uma enfermeira que andava pelo corredor. Ela me disse que embaixo da cama tinha um recipiente para ser guardada a urina. Não entendi muito bem, mas como ela estava com pressa voltei pro quarto e olhei em baixo da cama dele. Encontrei um pote estranho. Peguei e mostrei pra ele. Era esquisito, tinha um tipo de um funil e em baixo era gordo. É difícil de explicar.
- Como eu vou mijar nisso?
- Boa pergunta.
Ficamos pensando. Depois de um tempo descobri como funcionava.
- Ah mano. Acho que entendi. Você coloca seu pinto aqui. – apontei pro “funil” do recipiente. – Aí a urina cai aqui em baixo. Só pode ser isso!
- Ai que horror. Prefiro fazer no banheiro.
- O médico não vai deixar você levantar. E você ta apertado, não vai conseguir dormir se não fizer xixi. Melhor fazer logo.
- Aff! Então tá né. Me vira de lado e tira meu lençol.
- Tá.
Devagar eu virei o corpo dele. Coloquei ele sob o ombro direito pois o esquerdo estava dolorido e provavelmente o machucaria. Tirei seu lençol por completo. Ele estava vestido só com uma cueca.
- Vai ter que fazer tudo por mim mano. Não consigo me mexer muito.
- Tudo bem.
Engoli em seco. Me aproximei dele e abaixei sua cueca. O pau pulou pra fora. Nunca tinha visto meu irmão pelado, aquela era a primeira vez. Olhei pra ele, ele estava vermelho e eu também. Mas era o único jeito.
Peguei o pinto dele bem devagar e coloquei no orifício do recipiente. Quando ficou completamente “encaixado” ele começou a urinar. Pude sentir o liquido quente adentrar o objeto de metal. Quando ele terminou pediu pra mim tirar. Imediatamente coloquei a cueca dele e o cobri com o lençol. Fui ao banheiro e joguei o xixi fora. Voltei e me sentei na poltrona.
- Brigado mano!
- Não agradeça eu já disse!
- Ai que vergonha! – ele ainda estava muito vermelho.
- Não fique. É o único jeito! E nos somos irmãos, então fica tranqüilo.
- É, essa é a única solução. Mas eu tenho vergonha sim.
- É só no começo. Depois acostuma.
Ele sorriu.
- Mano melhor você descansar – eu disse. – Eu também vou dormir. Qualquer coisa que precisar me chama.
- Ta bom. Boa noite Léo.
- Boa noite Lucas.
Coloquei os pés em cima da poltrona, com muito custo acabei adormecendo.
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