Capítulo Trinta e Um
ESTUPRO________________________________________
F
ritz foi embora e eu entrei pelo portão. De longe vi que a porta da casa estava aberta. Meu pai estava sentado na cozinha.
- boa noite pai – falei, mas ele não respondeu.
eu fui em direção ás escadas e ouvi ele chorando. Eu então larguei minha mochila e fui até ele.
- pai, está tudo bem?
Ele olhou pra mim. Estava até babando de tão bêbado.
- tudo bem? Olha o que você fez comigo. – falou ele.
Me afastei dele e fiquei de longe vendo ele se levantar tonto. Ele já não era o homem que eu admirava. Estava com a barba grande, sujo, o cabelo desgrenhado, não era o homem que eu admirava, mas era o único homem nesse mundo que me amava incondicionalmente. Eu não iria desistir dele tão fácil.
- pai... você quer ir amanhã comigo ao médico? Só para ver se está tudo bem – falei.
- e você? – perguntou ele – que tal ir junto para ver se ele cura essa viadagem sua? – ele disse isso dando um passo – você demorou a chegar hoje? Estava aonde? Estava dando seu rabo por ai? Eu sei o que você faz quando não está aqui, diz que vai trabalhar, mas dá o rabo até para os cachorros dessa cidade. Você é uma puta vagabunda e merece é pau nesse rabo seu.
Aquelas palavras foram em cortando. Não acreditava que ele estava dizendo aquelas coisa pra mim.
- não fala isso pai. – falei quase chorando – você me machuca dizendo essas coisas.
Ele se aproximou de mim e eu me afastei.
- vou pro meu quarto – falei me virando.
- não vira as costas pra mim moleque – falou ele me derrubando no chão e ficando em cima de mim.
- me larga pai – falei me contorcendo.
- vai levar no rabo. – falou ele abaixando a calça e tirando o pênis duro da calça.
- não se preocupa, ele vai ficar duro por um bom tempo. O remédio que Charley me dava realmente funciona bem. Eu sentia a baba deve cair na minha nuca
- PAAAAAI! PAAAI ME LARGA. – gritei desesperado. Eu batia as pernas e tentava socar o estomago dele com o cotovelo, mas ele era forte e conseguiu me segurar.
- SOCORRO! – gritei. Eu mesmo tempo que gritei ouvi um raio alto e logo em seguida um trovão. A chuva caiu com tudo no telhado.
Ele então desceu minha calça e colocou o pau bem na entrada e enfiou de uma vez. Eu gritei de dor. Minhas pernas ficaram moles e eu quase desmaiei de dor. Eu tentava me soltar, mas não conseguia. Estava doendo muito. Ele começou um vai e vem e eu senti algo escorrendo da minha bunda. Era sangue. Eu estava agonizando de dor e arrastei as unhas tão forte tentando sair de baixo dele que duas unhas de cada mão arrancaram na hora.
Meu corpo todo tremia e dor. Eu continuava lutando, mas confesso que eu começava a fraquejar. O sangue que saia da minha bunda escorreu e passou pelo meu rosto. Sangrava muito. Eu gritava por socorro, mas a chuva abafava o som. Então meu pai de repente gritou forte e enfiou com mais força no fundo.
- para pai! Por favor – falei já fraco. Não conseguia me mover.
Ele então tirou o pau da minha bunda e se ajoelhou no meu rosto. Vi que seu pau estava vermelho sujo de sangue. Ele começou a se masturbar e em seguida senti os jatos de porra no meu rosto. Um deles entrou na minha boca. Estava muito cansado ou machucado para revidar. Ele cambaleou de um lado para o outro e caiu de costas para o lado esquerdo.
Ele ofegava. Eu olhei para ele e ele estava de olhos fechados. Ofegante. Eu então usei minhas últimas forças para me levantar. Tudo doía, ardia como fogo dentro de mim. Eu me arrastei até a ponta da escada e usei o corrimão para me levantar. Eu comecei a chorar e eu subi as escadas degrau por degrau. Eu olhei para trás e ele ainda estava lá deitado e havia uma mancha de sangue enorme no chão e esse sangue estava no pênis do meu pai.
Eu subi vagarosamente e fui andando para meu quarto quase arrastando minhas pernas. Eu não aguentava mais de dor, estava com ódio de mim mesmo, com nojo no meu corpo e do toque de qualquer ser humano. Eu apenas sentei na minha cama e fiquei lá chorando. Bem devagar eu me deitei e me cobri. Não tive coragem de ligar para ninguém. Minha vontade era de morrer, mas nem isso eu conseguia. Eu fechei os olhos e fiquei chorando tentando dormir e depois de um tempo consegui.
Como se conta para uma pessoa que você foi estuprado pelo próprio pai? Essa é uma pergunta que não nos ensinam na escola, ou no trabalho, ou em qualquer outro lugar.
Acordei com o sol brilhando no meu rosto. Olhei para o relógio e o mesmo marcava 09h40min. Por um momento eu não me lembrava de nada, até que me mexi e senti algo molhando e gelado no meu corpo. Coloquei vagarosamente a mão para trás e esfreguei no meu ânus e trouxe ele molhado de vermelho.
Então me levantei devagar e vi a cama cheia de sangue. Eu fui para o banheiro, tirei minha roupa e fui para o Box. Eu abri o chuveiro e água quente caiu no meu corpo. Eu peguei o sabonete e me lavei. Agora não doía tanto, só quando a água caia e passava lá atrás. Eu gemia de dor enquanto esfregava e lavava o sangue. Um pouco estava seco então precisei esfregar, mas não sangrava mais.
Eu sai do banheiro enrolado na toalha e me sequei. Eu vesti uma roupa limpa e depois encarei a cama por um bom tempo. Eu peguei o lençol o cobertor e enrolei-os e joguei pela janela do corredor. Eles caíram atrás da casa. Eu andava devagar porque estava assado. Eu voltei para o quarto e peguei o colchão e levei até o corredor e joguei pela janela do corredor.
Fui até a ponta da escada e desci. A poça de sangue ainda estava lá e meu pai bêbado estava lá do mesmo jeito, com as calças abaixadas. Quando o vi meus olhos encheram de água e eu passei direto e peguei álcool na cozinha e fui até atrás da casa e puxei tudo para o fundo e joguei o álcool. Peguei um fosforo, risquei e joguei fazendo uma fogueira enorme.
Voltei para dentro e subi as escadas e peguei minha roupa suja e levei para baixo. Chegando lá eu larguei a roupa no chão e fui até meu pai e tirei a roupa dele e levei junto com a minha e joguei na fogueira. Eu voltei até lá e arrastei meu pai para fora da sujeira e enrolei o carpete sujo de sangue e joguei no fogo que ardia em chamas flamejantes.
Meu pai se contorceu quando eu empurrei tentando acordá-lo.
- Mike... O que aconteceu. – falou ele com a voz rouca.
- vamos pai, vou te dar um banho – falei ajudando ele a se levantar. Nós subimos as escadas vagarosamente e de lá ouvi meu celular tocando. Eu apenas ignorei e continuamos a subir.
Nós fomos até o banheiro do quarto dele e eu o coloquei na banheira e abri as torneiras enchendo ela com água quente. Eu comecei a esfrega-lo e duas vezes tive que rapidamente segurar a cabeça dele fora da banheira porque ele vomitava.
Eu o lavei todo e depois que troque ia água duas vezes eu o ajudei a ficar de pé. Eu o enxuguei e o ajudei a se sentar na cama.
- minha cabeça está doendo – falou ele.
- eu vou pegar um remédio para o senhor – falei pegando uma cueca e uma bermuda para ele.
Ele se sentou na cama e eu vesti a cueca e depois a bermuda.
- deita na cama, eu vou trazer algo para você beber.
Fui até lá em baixo e peguei uma jarra de água e remédio para dor de cabeça, aspirinas e levei para o quarto. Eu entreguei uma aspirina no copo e ele bebeu e em seguida ele tomou um remédio contra a dor de cabeça.
- eu vou lá em baixo e já volto.
- ele apenas fechou os olhos e eu fechei as cortinas e liguei o ar condicionado.
Fechei a porta do quarto e desci. Eu limpei o chão e fui até lá fora e a fogueira já tinha queimado tudo. Eu apenas varri as cinzar e coloquei em sacos de lixo. Eu fui até meu quarto e peguei meu celular. Tinha umas 20 chamadas perdidas. Eu então retornei apenas para Adam.
- bom dia – falou Adam.
- bom dia – falei.
- Mike você não apareceu hoje.
- sinto muito Adam, eu amanheci muito mal e agora que eu melhorei é que estou ligando.
- você está bem?
- estou sim.
- quer que eu peça para Fritz ir ai?
- não precisa, eu só estou com muita dor de cabeça e dor na garganta, estou tomando um remédio e fiz um chá, amanhã eu devo estar melhor.
- tudo bem, mas se não estiver se sentindo bem, não precisa vir amanhã.
- obrigado... Adam... você me faz um favor?
- sim Mike.
- não conta para ninguém que estou doente, se alguém perguntar apenas diga que eu tinha um compromisso e não pude ir hoje.
- ok – falou ele.
- obrigado.
- melhoras – falou ele desligando o celular.
Sai do meu quarto e desci as escadas e fui até a despensa e peguei um balde e subi as escadas e levei ao quarto do meu pai. Eu abri a porta e ele estava de olhos fechados. Eu coloquei o balde no chão ao lado da cama.
- pai se precisar vomitar eu trouxe o balde.
- trás uma bebida pra mim – falou ele – vou me sentir melhor.
- não – falei.
Retirei minha chinela e dei a volta na cama e me deitei ao lado dele e deitei a cabeça no peito dele.
- se quiser beber, vai ter que se levantar e pra fazer isso vai ter que me tirar de cima de você. Você já bebeu o suficiente pai.
- foi apenas uma semana. – falou ele.
- já faz mês pai.
- um mês? E meu trabalho… e você...
- não se preocupa com o trabalho pai, se preocupe com você ficar limpo.
- tudo bem – falou ele.
Ele então rapidamente se virou para o lado e puxou o balde vomitou nele. Eu me levantei e peguei um pacote de lenços humedecidos e coloquei no criado mudo ao lado dele. Eu voltei a me deitar junto dele.
- minha cabeça está estourando – falou ele se sentando e colocando um copo com água e bebendo.
- deita e dorme pai, vai melhorar.
Ele se deitou e fechou os olhos e logo ouvi ele roncando. Eu não queria dormir, mas estava muito cansado e acabei pegando no sono.
Acordei de repente sentindo uma leve dor na coluna. Eu me levantei assustado. Meu pai não estava mais deitado. Eu então olhei para o quarto e meu pai não estava em nenhum lugar.
- pai? – falei saindo do quarto.
Eu desci as escadas e ele estava sentado na cozinha tomando algo.
- o que é isso? – perguntei me aproximando.
- café – falou ele tomando um gole. – estou tomando café em um copo de plástico porque não encontrei nenhum.
- porque o senhor não dormiu?
- mais? Meu corpo está até doendo de tanto dormir.
- quantas horas?
- olha lá fora – falou meu pai sinalizando para a janela.
Estava escuro e silencioso lá fora.
- quantas horas? – perguntei indo até o relógio no micro-ondas. o relógio digital marcava 05:30 da madrugada.
Tinha dormido o dia inteiro e a noite inteira. Eu então senti um vazio no estômago estava morto de fome.
- o que aconteceu com a janela? Aonde está a televisão? O carpete? Os copos.
- você quebrou tudo – falei ficando em pé.
- eu? – perguntou meu pai.
- sim. – falei.
Ele então olhou fixamente pra mim e viu meu olho um pouco roxo.
- quem te machucou no olho? Que tem bateu.
Ele se levantou e olhou mais de perto e logo pegou minhas mãos e viu os curativos que eu tinha feito para minhas unhas arrancadas.
- Mike... quem.. .quem fez isso com você?
Eu não respondi nada e apenas fiquei calado e ele simplesmente entendeu.
- Mike... eu... me perdoa... eu nunca-ca...
- esquece – falei. – o que aconteceu, aconteceu.
Ele se sentou abatido.
- eu estava triste com... com o que tinha acontecido e bebi um pouco.
- você bebeu durante um mês pai e esse foi o pior mês da minha vida.
O senhor me bateu, quebrou tudo dentro da casa.
- me... perdoa – falou ele começando a chorar.
- não chora – falei me aproximando e abraçando ele. Ele apertou o rosto no meu peito.
Apertei os lábios e começaram a escorrer lágrimas do meu rosto. Meu pai nunca iria saber o que fez comigo dois dias atrás. Agora eu sei que não deveria ter contado sobre Charley, se eu contar sobre o estupro ele voltaria a beber.
- eu perdoo – falei abraçando ele. – eu aguentei tudo o que você fez porque eu sei que se fosse ao contrário o senhor faria o mesmo por mim.
Ele me abraçou mais forte e não me soltou.
- me promete que nunca mais vai beber.
- prometo – falou ele se levantando e me abraçando. Eu passei os dedos nos olhos e limpei as lágrimas dele.
- me promete outra coisa? Eu vou procurar um psicólogo e vou pagar para você vê-lo duas vezes por semana. – a verdade é que também iria ver o psicólogo porque eu tinha medo do que o estupro faria a mim á longo prazo.
- tudo bem – falou ele – você vai trabalhar hoje?
- acho que vou ficar em casa com o senhor.
- não precisa, vai.
- o senhor não via ficar trancado dentro de casa. Quer saber, eu vou te dar o meu cartão e você vai comprar tudo o que está faltando. A TV, talheres...
- não posso aceitar – falou ele.
- pai, o senhor não precisa ser sempre o “homem da casa”. Deixe algumas responsabilidades comigo.
- ok – falou ele.
Entreguei o meu cartão do banco com a senha e logo fui me arrumar para ir ao trabalho. Antes de sair fui me despedir dele. Eu peguei minha carteira e entreguei dinheiro para ele.
- pai, usa para colocar combustível no seu carro e quase ia me esquecendo, amanhã vai ter uma festa na casa do Adam e quero que o senhor vá comigo.
- tudo bem – falou ele pegando o dinheiro. Eu vi que ele ficou sem graça. Eu conhecia meu pai, aquilo era pior do que ser abusado, era como tirar a masculinidade dele.
Ele estava sentado no balcão da cozinha e eu alisei as costas dele.
- não fica triste, eu sou seu filho. É obrigação minha cuidar do meu pai quando ele precisa de mim.
- tudo bem – falou ele – tenha um bom trabalho. – falou ele me dando um beijo no rosto.
Então fui para o trabalho.