Quando já estava de saída, Matheus vem até mim, segura meu braço e me arrasta pra uma sala vazia.
Eu - O quê?
Matheus - Quero ter uma conversinha com você.
Eu - Ok. Sobre o que?
Matheus - Quero saber o que você que transformou meu amigo num viado?
Eu - Eu não tenho tempo pra isso.
Matheus - Agora eu entendo, isso foi tudo parte de um plano pra humilhar o Caio, não foi?
Eu - Eu não espalhei essas fotos. Eu gosto do Caio de verdade.
Matheus - Você me enoja!
Eu - Por que isso te incomoda tanto? A não ser que...
Digo sorrindo.
Matheus - O que você esta tentando dizer?
Apenas sorrio e saio andando.
Matheus - Não me der as costas viado!
Ele me puxa e me dá um soco no rosto, me fazendo cair e ficar inconsciente.
Acordo alguns segundos depois com o Lipe me sacudindo.
Eu - Lipe? O que você esta fazendo aqui?
Felipe - Eu vi você e o Matheus entrando aqui e achei estranho. O que houve? Me diz!
Eu - Ele me acusou de ter transformado Caio em um viado. Te armado isso tudo pra humilha-lo. Eu provoquei ele e ele me deu um soco.
Felipe - Aquele filho da puta! Eu vou matar aquele desgraçado! Melhor, vou ligar pra polícia. Ele te agrediu, isso não vai ficar assim.
Ele fala já pegando o celular.
Eu - Não. Você não vai fazer nada. Eu lidar com isso sozinho... Ai!
Ele estava pressionando o machucado com um lenço.
Felipe - Calma. Seu lábio esta sangrando. Vamos até a enfermaria.
Eu - Não precisa.
Felipe - Fim de papo. Você vem e pronto!
Vou com ele. Quando chegamos a enfermaria, faço ele voltar pra classe.
Depois que falei com enfermeira, decidi voltar pra classe. Queria resolver essa historia com o Matheus ainda hoje.
Dani - Que foi isso no seu rosto?
Ela fala surpresa.
Eu - Nada... Eu cai...
Thiago - Caiu no punho de alguém? Fala a verdade Celo.
Conto pra eles o que aconteceu.
Matheus fica me olhando cheio de raiva.
Depois que o sinal do fim da aula toca, espero o sala ficar vazia e vou falar com ele.
Eu - Escuta aqui idiota. Ninguém faz outra pessoa virar gay!
Matheus - Ele era hetero antes de te conhecer.
Eu - O Felipe me encontrou desacordado, hoje mais cedo, ele queira que eu ligasse pra policia.
Matheus - Por que você não o fez?
Eu - Eu vou... Se ouvir você fazendo algum comentário preconceituoso...
Matheus - Sobre o Caio? Ou sobre você?
Eu - Eu não me importo com o que você ou qualquer outro desses idiotas pensam de mim... Mas cara, o Caio é teu amigo...
Matheus - Deixa eu repetir o que disse antes. Vocês me dão nojo!
Agora eu, dou um soco em seu rosto.
Eu - Agora quando perguntarem o que houve que seu rosto, fala que um viado fez isso!
Disse e sai da classe.
Fui pra casa.
Sabe, apesar do Matheus ser um idiota e ter me batido, me senti mal pelo que fiz. Aquele não sou eu. Não resolvo meus problemas com socos e chutes. Mas ele realmente me tirou do serio!
Pela tarde, como aparentemente não tenho um pingo de amor próprio, vou na casa do Caio de novo.
Quando ele abre a porta, eu entro de uma vez.
Caio - O que? Que diabos você quer aqui?
Eu - Eu tô muito preocupado contigo...
Caio - Que foi isso no seu rosto?
Ele fala preocupado. Colocando a mão sobre o machucado.
Eu - Não foi nada...
Caio - Quem te fez isso?
Eu - ...
Caio - Quem foi? Reponde.
Eu - Matheus...
Caio - Não acredito que ele... Ele deve tá me odiando, assim como todos.
Eu - Ninguém te odeia Caio.
Caio - Você viu todos eles rindo de mim...
Ele abaixa a cabeça.
Eu - Você sabe que não fui eu que espalhei aquelas fotos, não sabe?
Caio - Se não foi você, quem foi?
Eu - Eu não sei... Mas acredita em mim. Não foi eu!
Caio - Só você e eu tínhamos...
Ele fala arregalando os olhos e corre até o quarto. Vou atras dele.
Caio - Cadê? Cadê?
Ele fala revirando a mochila.
Caio - Não tá aqui.
Eu fico calado. Ele vem até mim e me abraça.
Caio - Me perdoa. Eu não deveria ter duvidado de você.
Eu - Esquece isso. Mas em diz, que é que tem acesso as suas coisas?
Caio - Ninguém mexe nas minhas coisas.... Mas no dia que você me deu a foto, foi o dia daquele seminário que o professor passou, o Matheus e o Felipe pegaram no meu caderno...
Eu - Você acha que foi um deles? Mas o Felipe não faria uma coisa dessas.
Caio - Não? Não mesmo? Ele me odeia Marcelo.
Eu - Não. Não. Ele não faria... Faria? Pode ter sido o Matheus.
Caio - O Matheus é impulsivo, se ele soubesse sobre nós, ele teria vindo falar comigo pessoalmente.
"Eu sei que não foi você... Eu sei."
Lembro das palavras dele e da reação que ele teve quando ele soube que Caio e eu não estávamos juntos.
Eu - Eu tenho que ir... Depois passo aqui.
Caio - Ok.
Eu - Fica bem Caio. Lembra que ninguém te odeia. Eu não te odeio.
Falo me aproximando dele pra beija-lo, mas ele se afasta.
Caio - Não Celo, nos não podemos ficar juntos.
Não falo nada. Só saio do ap dele.
Quê que meu deu? Nós não estamos mais juntos. Foi eu quem terminei com ele. Mas ver ele daquele jeito, tão triste, tão vulnerável. Me deu uma vontade tão grande de abraça-lo, de protege-lo.
Depois resolveria como ficaria meu lance com o Caio. Agora tenho que ir falar com o Felipe.
Vou até seu ap, toco a campainha, bato na porta, chamo por ele, mas parece que ele não esta em casa. Então vou embora.
Durante o caminho de volta, vejo Matheus e grito seu nome. Ele olha pra mim e continua andando.
Corro atras dele.
Eu - Hey cara, espera!
Matheus - Sai fora!
Eu - Espera...
Matheus - Que foi? Quer me bater de novo?
Eu - Não. Na verdade eu quero me desculpar. Eu não deveria ter feito aquilo, por mais que você tenha me socado também. Você pode me perdoar?
Falo estendendo a mão pra ele, mas ele ignora e continua andando.
Eu - Você trata todo gay que você conhece assim?
Matheus - Não, só você... Agora o Caio também.
Eu - Você realmente acha que foi eu que fiz ele virar gay?
Matheus - Acho! Acho sim! Ele e eu costumávamos sair pra conhecer garotas juntos. Conheço essa cara minha vida toda e nem sabia que ele joga no outro time.
Eu - Bem, acho que você não é tão esperto quanto pensa que é...
Matheus - Não! Você se jogou nele, confundiu ele...
Eu - Não cara, eu não fiz nada disso.
Matheus - Claro que...
Eu - Me escuta. Sua amizade significa muito pro Caio. Ele tem muito medo de perde-la.
Matheus - Você esta dizendo que ele tá afim de mim agora?
Eu - Não idiota, não! Tô dizendo que ele odeia a forma como todos descobriram. Ele acha que todos estão odiando ele.
Matheus - Eu não odeio ele...
Eu - Então fala isso pra ele. Leva seus amigos pra falarem com ele. O fato dele ser gay não vai mudar em nada a relação de vocês. Ele continua o mesmo.
Ele fica serio, acho que entendeu o que eu falei.
Ele estende a mão pra mim.
Matheus - Eu vou falar com ele mais tarde... É... Desculpa aí pelo soco.
Eu - Me desculpa também.
Digo apertando sua mão.
Continua.
Muito obrigado pelos comentários de todos vocês. Grande abraço e até a próxima...
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