Geo Mateus muito obrigado, Trick muito obrigado, espero que gostem e continuem lendo e comentando, abraços.
Eu tinha ido buscar o Jairo, no colégio por que depois que ele aprendeu em braile ele voltou para escola regular, para antiga escola dele, o cara veio reclamando o caminho inteiro, ele tinha completado catorze anos, já tinha se passado seis meses, ele já tinha jogado comida longe, já tinha me mandado ir embora, e eu engoli tudo.
Mas quando agente chegou em casa, eu não agüentava mais, quando ele jogou a mochila no sofá reclamando de não sei o que, eu parei bem na frente dele e desabafei – Olha Jairo, eu to tentando ser um irmão perfeito, eu estou fazendo tudo que você quer, eu passo, lavo, cozinho e arrumo, e ainda estou trabalhando na empresa do pai, eu to me desdobrando em mil, fora que você é um fresco, não como isso, não como aquilo, cuidado com o sabão, ai meu Deus!
Tudo bem você está cego, eu entendo que deve ser difícil, mas eu não tenho culpa, e assim como você eu perdi meus pais, eu estou tentando ser um bom irmão, eu quero que você se sinta bem, quero cuidar de você, você é tudo que tenho, você meu irmão, mas eu não vou deixar mais você ficar me punindo por alguma coisa que eu não tenho culpa, eu estou aqui para você Jairo, mas eu quero viver em paz, e só isso que eu estou te pedindo.
As lagrimas escorriam do rosto dele e eu continuei – Meu eu estou sofrendo tanto quanto você, eu sei que dói mas nós dois juntos podemos superara.
Eu nem dei chance para ele falar nada, peguei minha jaqueta, e fui em direção a porta, ele virou na minha direção – Onde você vai?
Eu abri a porta, e fiquei de costa para ele – Seu almoço vai chegar, e tem salada de fruta na geladeira, você sabe melhor que eu onde está cada coisa nessa casa, eu volto para o jantar.
Eu bati a porta, nem desci pelo elevador desci pelas escadas, pequei minha moto e fui para um bar que eu costumava ir quando eu brigava com meu pai, e foi ai que eu percebi, ele me tratava daquela forma, por que eu sempre fazia isso eu sempre fugia, eu nunca estava com ele, e quando eu estava era brigando, ele nunca viu meu melhor, ele sempre me viu indo embora, ele sempre me viu desistindo.
Eu sai do bar, com uma latinha de cerveja na mão, e comecei a vagar, encontrei uns amigos, ri conversei, me distrai, vivi, coisa que eu não fazia, eu só fazia ver TV, trabalhar, limpar, passar e arrumar, eu estava igual minha mãe.
Mas ai um dos meus amigos o Mateus, me olhou – E seu irmão, como ele está?
Eu olhei para ele, segurei no ombro dele – Me enlouquecendo, mas está retomando ávida dentro do possível.
Meu amigo me afastou dos outros, me olhou nós olhos – Cara lembra quando agente tinha 15 e eu engravidei a Silvinha, eu pensava em desistir, mas você fez agente ver que tinha jeito, hoje eu sou feliz e tenho um filho que é perfeito, agora é minha vez de retribuir o favor, cara volta para casa cuida do seu irmão por que um só tem o outro e você tem que entender que ele está só com medo, há e aproveitando que você voltou, eu enrolei a Silvinha o Maximo que deu, mas eu vou casar com ela e eu quero que você seja meu padrinho, aceita?
Eu com os olhos cheios d’água olhei para ele – Obrigado, eu aceito sim!
Ele sorriu me abraçou – Vou mandar o convite.
Voltei para casa, meu irmão estava dormindo, deve ter almoçado e ido dormir, eu tomei um banho, coloquei a minha cueca, sentei no sofá, liguei a TV e comecei a ver um filme um daqueles que nem tem história, só explosão tiro porrada e bomba.
Eu estava lá vendo o filme, foi ai que eu tomei um susto enorme, meu irmão veio perto de mim – Cara me acordou, mas que bom que você voltou, pensei que ia embora.
Eu olhei para ele – Você não vai se livrar tão fácil assim de mim!
Ele riu sentou no sofá e deitou a cabeça na minha perna, acho que esse era o jeito de pedir desculpas, eu continuei vendo o filme, fiquei fazendo cafuné nele e nós dois pegamos no sono.
Continua....