Cap.13
Senti uma pena incrível do Mariano. Ele só queria amar.
- Meus pais me deixam aqui sozinho quase o dia todo, minha rotina é muito monótona. E eu fico muito alegre quando o Flávio vem aqui. Ele é a única pessoa que me alegra. Quando vejo vocês dois demostrando amor, eu tenho inveja- ele olhou nos meus olhos, os seus estavam vermelhos- apenas queria alguém que me desse amor, assim como ele dá pra você. Você não sabe o tanto de tristeza que eu passo aqui- ele estava chorando descompassadamente.
- Calma, você vai encontrar alguém, eu estou aqui, calma. Vou ser seu amigo, não vou deixar você aqui sozinho Mariano, mas calma- ele me abraçou e chorou como um louco. Percebi que ele sofria muito ali sozinho.
- Eu não quero que você fique com pena de mim- parece que o lado grosseiro dele insistia em falar.
- Caralho Mariano, eu estou te oferecendo amizade, e você vem ser grosseiro comigo. Eu ein. Vou embora que é melhor
- Não, não- ele me puxou quando tentei sair- me desculpa, não me deixa aqui sozinho por favor- ele me abraçou novamente. Parecia que fazia meses que ele não recebia uma demonstração de carinho, como um abraço. Eu retribui o abraço, pra ver se ele parava de chorar. Só quem já sentiu a solidão e a falta de amor sabe o quanto é ruim. Depois de alguns minutos ele me soltou- eu prometo que vou tentar ser menos grosso.
- Acho bom. Vamos jogar um pouco amigo- seus olhos brilharam ao ouvir esta palavra, amigo.
- Amigo...
- Sim, amigo- o puxei pro sofá e começamos a jogar. De uma hora pra outra parecia que eu tinha outro garoto na minha frente, o mesmo Mariano em aparência, mas um garoto doce, gentil e delicado. Não era mais o grosseiro, fútil e estupido que tratava mal a maioria das pessoas. Quando o Flavinho chegou, estávamos rindo feito duas crianças.
- Você viu aquela manobra que eu fiz
- Aquilo não era manobra, você simplesmente acabou com o carro- foi quando ouvi a porta abrir
- Nossa, o que houve, Mariano gentil, aleluia- ele se ajoelhou na nossa frente e levantou as mãos pra cima.
- Obra minha- falei olhando para os seus olhos
- É, agora somos amigos
- Posso saber o que você fez Edu
- Segredo nosso- rimos. Depois de toda aquela choradeira, ali estava o verdadeiro Mariano, que só tinha se escondido depois de passar por momentos tristes, e depois de muito tempo de solidão.
Os dias foram passando...
Eu e Mariano fomos ficando cada vez mais amigos. Andávamos em trio, eu, ele e o Flávio. Saíamos sozinhos, ele passou a frequentar minha casa, minha mãe ficou amiga dele também. Enfim, Mariano deixou de ser sozinho. Dia 31/12, ele estava lá, em casa. Não só ele, mas Flávio, e os outros amigos, para comemorar o ano novo.
- Nossa Mariano, achei que você não viria
- Claro que eu vim. O Ano novo na minha casa é muito chato, e ai eu vim pra cá, tenho certeza que vai ser muito mais animado. O cheiro de comida lá fora tá grande.
- Mamãe que está correndo pela casa, cozinhando. Uau, to vendo um gatinho na minha frente- falei isso na maior amizade, rindo. Realmente ele estava lindo- você é o amigo mais bonito que eu tenho. Agora me ajuda a escolher minha roupa, tem um monte de coisas nesse closet e eu ainda não decidi.
Escolhemos um look parecido com esse (http://modaparausar.files.wordpress.com/zinco_1.jpg). Eu achei bem legal e meio diferente, e sem o boné, mas bonito. Logo me olhei no espelho
- Uau, você devia ser estilista Mariano, tem muito bom gosto- ele não respondeu nada- Mariano, hello- bati palma no ouvido dele- para de babar- vi ele ficar vermelho.
- Vamos lá fora, ver se mais alguém já chegou.
Saímos e só vi minha mãe correndo.
- Parem de ficar me olhando, os dois e venham me ajudar- seguimos ela e começamos a ajudar na cozinha. Logo algumas pessoas chegaram. Até que chegou o Flávio.
- Oi amor- ele me abraçou por trás- feliz ano novo
- Feliz Ano novo Flavinho- dei um selinho nele, e olhei pro Mariano, que olhava fixamente pra nós dois. Estranho. Logo fomos pra sala, lá estava algumas pessoas. Fui cumprimentando todo mundo. Quase todo mundo de branco. Liguei o XBOX e o kinect. E adivinha o jogo que o Mariano sacou do bolso, DanceMasters.
- Quero ver alguém ser melhor do que eu.
- Eu vou tentar- puxei ele e comecei a dançar. Depois de nós três, ele foi melhor.
- Não falei que eu era melhor, ninguém me ganha nisso- ele falou
- Tem gingado pra caramba.
- Já nasci dançando amor- rimos os três
As pessoas foram chegando e logo foi se aproximando a meia noite.
- Falta 10 minutos pra 00h00, Edu- Mariano dizia
- Vamos lá pra cima, de lá vamos ter uma ótima visão dos fogos- logo fomos subindo lá pra cima, em direção ao andar mais alto do prédio. Lá, tinha muita gente, olhando pra beira da praia, que estava lotada.
- Quais são seus desejos pra o próximo ano Flavinho- perguntei olhando pra ele
- Que nós dois continuemos juntos e felizes, que nós tenhamos sucesso por muitos e muitos anos. Que nada nos separe- sorri ao ouvir tudo isso e dei um selinho.
- E você Mariano
- Encontrar um amor igual ao seu- cheguei mais perto do seu ouvido
- Você vai encontrar, tenho certeza.
Logo começou a contagem regressiva.
- 10,9,8,7,6,5,4,3,2,1- começou a barulhada- uhu, Feliz Ano Novo pessoal- começou os abraços, e os desejos. Por último abracei o Mariano.
- Feliz ano novo Mariano
- Feliz ano novo amor
Continua
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