Ela assumia a pose de alguém confiante, determinada e de quem não teme o que vem a seguir. Ele é doce, o sorriso é envergonhado e a beleza é tão natural quanto o seu intenso charme. Ela bebia o seu chá fumegante quando ele entrou determinado e pediu uma água.
Entreolharam-se de forma rápida e numa outra vez mobilizaram-se quando a beleza dela foi assumida por ele e a sensualidade dele a perpassou num arrepio de desejo. Não se falaram mas naquela tarde chuvosa e fria as suas vidas tiveram um sabor nunca antes reconhecido.
Saiu com a intensidade que entrara e não se ergueu a olhar para trás. Por outro lado, ela não se conteve, não pegou os seus pertences e correu na ânsia de poder ver aquele homem até que ele dobrasse a esquina no seu característico passo acelerado e excitante. A desilusão assombrou-lhe a mente quando não o avistou e percebeu que talvez aquele que podia chamar de dejá vu teria sido irreal.
Virou-se, tentou entrar quando ali estava ele, alto e de bom porte, paralelo a ela. Estremeceu mas não foi capaz de se desviar daquele olhar sombrio e hipnótico.
Sentiu-se a aliviar à medida que a ânsia e o sorriso se fazia crescer no rosto dele. Ele deteve-se e olhou-a, sem fôlego, passando o peso de uma perna para a outra. Ela guardou uma madeixa de cabelo atrás da orelha e ele sentiu-se erecto ao avistar o lóbulo da sua orelha tão bem desenhado.
Agarrou-a subitamente e aprisionou-a na ruela pobre e deserta que daria para as traseiras daquele café.
Foi audaz, curvou-se para a beijar. A frescura da sua água e o quente do chá dela fê-los ter a necessidade de se saciarem ali mesmo naquele misto de sensações e aventura.
Os rostos roçam-se um no outro e as respirações vão-se alterando. Ele agarra-lhe a anca, acaricia-lhe os seios e delicia-se com os mamilos já duros e despojados de prazer. Afasta-lhe ligeiramente as pernas e move a mão pelo corpo dela até encontrar aquele sexo molhado e prestes a entrar em combustão. Ela contorce-se e percorre o esterno dele com os dedos delicados. Puxam instintivamente os corpos um do outro e finalmente ela sente a ereção dele, soltando um pequeno gemido.
Ele toca-a cada vez mais descontrolado e ela já esqueceu o lugar onde se encontram e entregasse ao desconhecido. O sexo dele está gritante na mão dela e ali o sol se vai pondo. Beija-a no pescoço, e pela primeira vez fita-lhe o olhar não admirando particularmente a sua beleza mas o quente da vagina que lhe pede que não pare e que lhe corresponde em sucessivos gemidos abafados.
Ela não se contem, morde-lhe o lóbulo da orelha e ele puxa-lhe o cabelo para trás até ver os seios e beijá-los, trinca-lhe os mamilos e vê-la revirar os olhos de desejo. O baixo-ventre dela está em chamas, baixa-se e encontra com a boca o sexo dele. Beija-o fugazmente e começa a brincar com ele com a língua, sentindo-o cada vez crescer mais dentro da sua boca. Tremeu num primeiro orgasmo, e tocou-se...
Ele não a largou, puxou-a desajeitadamente para si, encostou-a fervorosamente contra a parede, beijou-a desalmadamente possuindo todo o sabor daquela boca e língua e penetrou-a ali mesmo até que ambos não aguentassem mais. Ela gritou calada e ele gemeu quando o seu sexo expeliu todo o desejo daquela tarde.
Ficaram ali por momentos, o mundo parado e o sexo dele ainda dentro dela. Expirou profundamente, ajeitou-se, beijou-lhe a mão, os lábios suavemente e inspecionou-lhe o rosto que ainda denunciava a ofegante respiração.
A noite já espreitava e o momento tinha sido intemporal. Ele pegou no casaco arrancado por ela e rumou a seu caminho. Ela viu-o dobrar a esquina e não olhou para trás. Ele bebeu um trago de água agora quente. Ela voltou a entrar no café, sentou-se no seu lugar cativo e desejou apenas, naquele momento, acabar aquele, agora frio, chá de ousadia e desejo!
PS: Este é o meu primeiro conto e por isso gostava de saber a vossa opinião. Obrigada pela vossa atenção e espero que tenha gostado!
