Meu estômago parecia estar cheio de borboletas, que pareciam ser feitas de gelo ao mesmo tempo, minhas pernas derrepente pareciam chumbo, o ar parou em meus pulmões, a cara de Alex era puro desespero e nervosismo, tudo parecia distante.
- Sim ! - falo bem alto.
Ele sorri e sua expressão muda instantaneamente para alívio e felicidade, ele me abraça forte, seus braços musculosos envolvendo meu corpo delicado, ele me dá vários selinhos enquanto sorri, sorrio também, beijo sua boca, abraço seu pescoço. Alex mudou muito, isso ainda me deixava com um pé atrás, ou será que foi eu que o conhecia pouco ? Que criei uma ideia totalmente diferente da realidade ?
- Lex eu preciso ir - digo me desvencilhando dos seus braços.
- Ah é verdade, vamos então - disse sorrindo.
Ficar com ele em um espaço pequeno como o elevador era um perigo, em todo o percurso ficamos abraçados, e conversando um no ouvido do outro. Chegando na garagem ele me conduziu até o carro e abriu a porta pra mim.
- Menos amor, não sou uma donzela indefesa.
- Ai Louis não quebra o romance - disse ele reclamando e rindo.
Ele entrou e dei um selinho nele.
- Desculpa, não gosto de melosidade. - olho em seus olhos.
- Então vai passar a gostar - ele me abraça - porque eu tô cheio de amor pra dar, e só pra você, canadensezinho. - ele beija minha bochecha.
Eu sentia um pouco de apreensão por ele dirigir sem carteira, aquele carro era da vó dele, se ela o pegasse dirigindo... A camisa cinza marcava seu peitoral, e me faz lembrar de que esse gato loiro sarado é meu namorado, sorrio de leve, ele colocou um ray-ban por causa do sol forte, e ficava mais gato ainda, eu olhava pros seus braços, seu pescoço, lembrei da noite passada e fiquei excitado, sacudi a cabeça afastando os pensamentos antes que o desejo de transar com ele me fizesse abocanhar seu pau enquanto ele dirigia...
- Alex, onde está sua vó ?
- Rio Grande do Sul, Gramado, pra ser mais exato, como você...
- Leticia, ela gostava de você e me deu informações.
- Ah... ela era doidinha por mim mesmo, não vai causar treta quando ela souber da gente não ? - diz ele olhando pra mim de relance.
- Não, ela disse que te esqueceu, e se ela tentar alguma coisa com você, eu corto a garganta dela. - sorrio.
- Nossa como você é cruel, tô até com medo de ficar no mesmo carro que você - diz ele num tom sarcástico.
- Shhh, deixa meu momento vilão, obrigado de nada.
- Adoro vilões - diz ele sorrindo e mordendo o lábio.
Chegando em frente à minha casa ele me passa seu número de celular e nos despedimos com um beijo molhado, desço do carro e olho pra trás antes de entrar, dou um sorriso e mando um beijo pra ele. Ele retribui e vai embora.
Ao entrar, minha mãe já aparece dizendo:
- Posso saber onde o senhor estava a noite toda ? Eu dou liberdade, sou uma mãe legal e você some do nada sem avisar e só volta agora !
- Mãe...
- A Bruna ficou preocupada e disse que você saiu da festa no meio da chuva depois de uma confusão entre você e uma menina !
- Mas mãe, deixa eu falar....
- Você acha que vai ser responsável assim ? E como fica meu coração de mãe ? E se acontecesse algo com você ?
Seguro seu rosto e olho nos seus olhos, e digo: Alex. Noite. Casa dele. Rolou. Namorando.
Ela calou a boca instantaneamente e abriu um sorriso.
- Alex e você namorando ? Me conta isso direito meu filho, depois de explicar (quase) tudo que rolou ela apenas assentiu e sorriu depois.
- Gente... Usaram camisinha né ?
- Sim mãe, até parece que não me conhece. Eu hein.
- Tem certeza ?
- Mãe !
Ela levantou as mãos em sinal de rendição enquanto tentava não rir. Beijo seu rosto e subo as escadas, enquanto subo ouço ela dizer: Traz ele aqui amanhã, pra almoçar com a gente, quero conhecer meu genro. "Tá" foi tudo o que eu disse.
Chegando no meu quarto eu me joguei em minha cama com um sorriso idiota no rosto, lembrando de seus toques.
Peguei o celular imediatamente e liguei pra Bruh contando tudo.
"MENTIRAAA, VOCÊ E ALEX ??"
"É, nem eu esperava, socorro"
" Ai Louie eu não confio muito nele não"
"Posso saber porque ?"
"Sei lá, ele era todo misterioso e te ignorava e agora te pediu em namoro"
" É que ele estava escondendo quem realmente era e tudo mais"
"Hum, pode ser"
Tava muito calor, e por não ter almoçado meu estômago começou a roncar, eu queria tomar banho e comer, mas a preguiça de descer pra comer era mais forte então desliguei e fui pro banheiro do meu quarto tomar banho, enquanto tirei a roupa e me olhei nu no espelho, vi o resultado da minha noite com Alex...
Marcas roxas de dedos na minha cintura, nas minhas coxas, costas, marcas de chupões no meu ombro, na minha bunda, e uma perto do pescoço, ai Alex...
Tomo banho tranquilamente, então uma sensação toma conta de mim, será que Alex realmente me ama ? Ou será algum tipo de plano ? Ou será que sou muito paranóico ? Sacudi a cabeça como sempre na tentativa de afastar os pensamentos, no banho, parecendo um maluco, ai que droga.
Saio do banho e desço e como biscoito de chocolate até não aguentar mais.
Assisto TV,e depois pego um dos meus livros e fico no jardim lendo na grama, então meu celular começa a tocar...
"Alô ?"
"Oi delícia"
Dou uma risada ao reconhecer o tom piadista do Alex.
"Oi palhaço"
Escuto uma risadinha do outro lado da linha.
"Como cê tá ? Tá fazendo o quê ?"
"Tô lendo e você ?"
"Hum, tô pensando em você, quero te ver, já tô com saudade"
"Menos amor"
"Menos por que ? Já quero te beijar, te abraçar, te pegar de jeito" ele ri.
"Ah, minha mãe te chamou pra almoçar com a gente amanhã, você vem ?"
"Vou sim, claro"
"Oba, aparece aqui por volta de 13:00, gatinho"
"Ok, miau"
Rimos, dois idiotas.
Entro e fico conversando com ele por telefone até que ele diz que vai para a academia.
" Ok, fica bem saradinho pra mim"
"Só pra você, pra você usar e abusar"
"Mas com certeza, beijos amor"
" Beijão, te amo"
Fico desenhando em meu quarto ao som de Bon Jovi, já eram umas 19 horas e eu entrei na internet e fiquei conversando com a galera da antiga escola. Quando olho para o relógio já são 22:37.
Minha mãe não me chamou para jantar, provavelmente porque sabe que se eu sentir fome sou capaz de me virar, a gente treina pra quando eu morar sozinho, mas acabei não jantando por falta de fome...
Fico escutando Avril Lavigne, Paramore, Imagine Dragons até às 00:00. Até que minha mãe entra pra me dar boa noite. E eu tomo um banho e visto a calça xadrez azul marinho, e a blusa branca que chamo de pijama, escovo os dentes, e quando já estou quase dormindo o celular toca.
"Alôôan ?"
"Oi canadensezinho, sou eu"
"Aleex cêê sabe que horas sãoo ? - falo grogue.
"1:32 ainda, desce aqui"
"O quêêê ?"
"Tô te esperando aqui no portão"
"Alex não, não, amanhã a gente se vê"
"Vem logo já tô esperando"
Ai... só ele mesmo, eu estava grogue então lavei o rosto, ou melhor, quase me afoguei na pia do banheiro.
Coloco minhas havainas e desço silenciosamente para não acordar meus pais, a porta do quarto deles estava fechada, o que me favoreceu, ainda bem. Desço as escadas o mais silencioso possível, eu não sou nada sútil então quase derrubei o vaso de planta no final da escada. Eu estava agindo como um gato, silencioso e furtivo, tirando o fato de que os gatos eram elegantes em fazerem isso, eu parecia um ladrão desajeitado. Abro o portão de madeira e ele sorri, ele estava vestindo uma camisa branca sem mangas, que marcava o peitoral, os braços dele despidos me acordaram instantaneamente, ele usava um short de ginástica preto.
- Alexander você sabe que horas são ? Eu já tava dormindo ! - quase grito com ele, mas lembrei da hora, a rua estava vazia e aquilo me arrepiou. Então ele me calou rapidamente com um beijo, seus braços me envolvendo, acariciando minha cintura, minhas mãos em seu rosto e nuca, eu adorava o jeito como ele me beijava, o jeito como me segurava em seus braços, eu adorava seu cabelo loiro bagunçado, seus olhos azuis profundos, seu corpo perfeito, sua personalidade, seu jeito engraçado e sério ao mesmo tempo, eu o adorava.
- Cala a boca, cê fala demais. - diz ele sorrindo.
- Entra, e faça silêncio, não quero acordar meus pais.
Ele entrou e eu fechei o portão cuidadosamente. Mal termino e ele já me agarra por trás, seus braços me apertando, me viro e o beijo, minhas mãos em seu peito, sinto a rigidez do músculo e seu coração martelar. Ele me beija suavemente, uma mão alisando meu rosto e outra em minha cintura.
- Já tava louco pra te ver - ele murmura entre o beijo.
- Meloso. - rebato.
- Eu sei que você gosta de ser amado e protejido. - diz ele mordendo meu lábio inferior.
- Tá tão na cara assim ? - rio de leve.
- Tá - ele sorri.
Ele me beija mais uma vez, agora mais forte, seus dedos por baixo da minha camisa em minhas costas, deslizando e me arrepiando, sua língua dançava com a minha, ele me agarrava agora, seus braços me envolvendo como se nunca fossem me deixar, minhas mãos deslizam por seus braços, aliso com a ponta dos dedos e sinto seus músculos firmes, beijá-lo era incrível, ele para subitamente e beija meu pescoço, sorrio, as mãos em seus ombros.
- Seu cheiroso - ele exclama.
Sorrio. E o abraço, meus braços em volta do seu pescoço, ele envolve minhas costas e aperta, me sinto inexplicavelmente bem, deito a cabeça em seu ombro, e ficamos assim, agarradinhos. Ele beijando e cheirando meu cabelo negro, eu o olho nos olhos, os meus verdes encontrando os seus azuis.
- Eu te amo Lex.
- Não mais que eu, senhor canadensezinho.
- Bem capaz.
Ele deu um sorriso sacana de lado.
E sentou na grama, me puxando, fico ajoelhado entre suas pernas e olhando em seus olhos. Ele me beija, selinhos demorados, sento ajoelhado em seu colo, ele me abraça e deita, apoio as mãos em seu peito, e beijo sua boca suavemente, chupando seus lábios.
- Tá tarde - digo a ele.
- É, o tempo voa quando a gente tá junto. - ele gira e corpo e fica por cima de mim.
Eu olho em seus olhos, ele nos meus. É tipo aquele momento de dizer "eu não sei viver sem você" ou "quero te fazer meu pra sempre", mas ao invés disso ele diz:
- Seus olhos são tão maneiros.
Me seguro pra não rir, ok, eles são maneiros mesmo, uma espécie de verde misturado com mel, mas eu não esperava isso.
- Eu sei - sorrio.
Aliso suas costas por cima da camisa, ele dá um sorriso de lado.
- Nem um pouco modesto né.
Beijo sua boca, as mãos em sua nuca, suas mãos alisando meu rosto.
Ele para o beijo com diversos selinhos, e se deita ao meu lado.
Ficamos olhando as estrelas naquela noite quente, até dar umas 2:30, o beijei e me despedi do meu namorado, meu loiro, meu, só meu, parecia sonho.
No dia seguinte acabei acordando tarde, mas ajudei minha mãe a fazer a lasanha para o almoço.
Quando tudo estava quase pronto fui tomar banho, lavei bastante o cabelo, passei tanto antitranspirante que devo ter feito um buraco na cama de ozônio, passei o perfume leve de baunilha e hidratante de canela. Vesti uma camiseta vermelha e uma bermuda preta. Pronto, simples e belo, do jeito que ele gostava.
Alex chegou por volta de 13:10, e quando abri a porta foi meio que um baque, ele estava usando uma camisa sem mangas roxa, com losangos cinza e lilás em detalhe, usava uma bermuda bege e tênis marrom, gato. Mas o mais fofo era seu cabelo, estava penteado de lado e seco, ele parecia um bebê. Com meu "awn" ele enrusbeceu.
Eu tava rezando pros meus pais gostarem dele, e ainda bem, minhas preces foram atendidas, de cara ele e meus pais se deram bem, o almoço foi ótimo, a lasanha estava maravilhosa, comemos tudo. Depois a sobremesa, eu havia feito brownie e mamãe comprou sorvete, nos deliciamos com um petit gateau.
Depois fomos para a jardim e sentamos nos bancos de madeira largos, rimos, conversamos, até que mamãe soltou sua deixa:
- Desculpa meninos, mas estou com aquela típica preguiça dominical, meu pai logo disse o mesmo e ambos foram fazer uma siesta.
Ficamos só nós dois no jardim, ele deitado com a cabeça em meu colo, eu alisando seu cabelo macio.
- Adorei seus pais mozi.
Mozi ? Ok né.
- Pelo visto eles te adoraram também. - bocejo.
- Ainda com sono por ontem ?
- Aham, só você mesmo pra fazer aquilo.
Ele sentou e me abraçou.
- Não dá pra ficar muito tempo sem você mô, te amo.
Sorrio. Além de lindo, fofo.
Fomos para o meu quarto, e de cara o ar condicionado nos refrescou, ele olhou em volta e parou na estante de livros.
- Nossa quantos livros, já leu todos ?
- Ainda não, só falta esses dois, apontei para o "Cidade das Almas Perdidas" e para o "Quem é você, Alasca ?"
Ele me beija, de leve e depois com mais urgência.
- Meu canadense, meu leitor.
Ele deitou em minha cama e tirou a camisa, apoiando os braços atrás da cabeça, deitei ao seu lado, e ele começa a questionar sobre meu apanhador de sonhos em cima da cama.
- Na cultura nativo americana, os apanhadores de sonhos, ou filtro de sonhos, afastam os sonhos ruins, ou seja, os pesadelos, as redes filtram a negatividade, as penas transmitem a positividade.
- Que lindo - ele diz surpreso.
Eu o puxo e o beijo, eu por cima, suas mãos em minha bunda.
- Alex !
- Que foi ? Só tô aproveitando meu namorado - ele ri.
- Safado - sorrio.
Ele pega minhas mãos e passa em seu corpo.
- Vai dizer que você não gosta de apreciar seu loirão ?! - ele ri.
- Gosto, ok, impossível não tocar nesse seu corpo lindo.
Ele ri e me beija no pescoço.
Deito ao seu lado novamente, de costas pra ele, tiro a camisa, ele me abraça, é uma sensação maravilhosa sentir sua pele na minha, ele beija minha nuca, viro pra ele, toco em seu peito forte, alisando seu rosto, ficamos nos olhando nos olhos por um tempão, o abraço e encosto em seu peito, ele me abraça e beija minha testa, e caio no sono rapidamente, durmo com meu amor, só que dessa vez, na minha cama.
