Aquela havia sido a maior surpresa até então, ainda bem que me surpreendia positivamente. Assim que ele revelou a sua nacionalidade pediu para ir ao banheiro, mostrei onde ficava e dei atenção à lasanha que estava no forno e quase pronta. Aproveitei para arrumar a mesa com os pratos, talheres e taças. Arrisquei-me em servir vinho na esperança dele gostar.
Não demorou muito ele voltou e disse para sentar-se logo à mesa que logo nos serviria. Ao sentar, ele mandou algo no celular e voltou sua atenção a mim.
- A lasanha está cheirando bem.
- Espero que esteja gostosa também.
- Isso vamos saber já já.
Não demorou muito e a lasanha ficou pronto. Retirei-a do forno e levei à mesa. Logo e servi.
- Espero que goste de vinho.
- Gosto sim. Na verdade, gosto muito.
- Ótimo. Então, você veio pra cá com quantos anos?
- Bom, eu nasci na Irlanda. Filho de irlandês com uma brasileira.
- Hummm... isso explica muita coisa.
- Como o quê? – me perguntou olhando nos olhos.
- Nada, pensei alto.
- Seria bom expressar esses pensamentos.
Eu me referia à bunda que era uma coisa de louco, mas eu não ia falar aquilo naquele momento. Apenas tive um momento impulsivo e deixei escapar sem querer.
- Seus pais se conheceram onde?
- Na Inglaterra, minha mãe estava lá em um intercâmbio e acabou se apaixonando. Acabou que ela arranjou um emprego por lá e ao invés de ficar um ano como previsto, ficou mais dois. E depois desse tempo eles se mudaram pra Irlanda e eu nasci.
- Linda história.
- A história só fica bonita depois do meu nascimento. – disse ele caindo na gargalhada.
- Nossa, então tá.
- Brincadeira.
- Continua.
- Então, meus pais foram morar com meus avós paternos e eu nasci no meio deles. Cresci ouvindo eles falando irlandês mas na escola nos é ensinado inglês também, as pessoas geralmente são bilíngues.
- Aham, já li sobre isso.
- Isso. E a minha mãe também falava em português comigo, quando criança ia aprendendo muito rápido e com facilidade. E aos cinco anos eu vim pela primeira vez aqui, foi quando minha mãe pela primeira vez que foi à Europa, teve condições de visitar a família.
- Que triste. Então você conheceu sua família materna.
- Sim e foi quando me apaixonei. Minha mãe disse que quando eu vi a praia eu queria sair correndo em direção ao mar de tão feliz. Por mais que eu tenha passado mal com mudança brusca de temperatura.
- Que fofo... imagino você correndo pelado na praia.
- Já está me imaginando pelado?
E mais uma vez eu havia falado demais.
- Desculpa. Eu não queria...
- Ok. Tudo bem.
Eu estava claramente envergonhado, estávamos quase no fim do jantar e ele colocou a mão direita sobre a minha mão esquerda. A mesa era de quatro cadeiras e eu estava ao “lado” dele.
- Hey, fica assim não. Eu entendi, nem foi nada demais.
- Desculpa, é que você deve estar chateado. Deveríamos estar falando sobre o comercial.
- Edu – saiu tão normal da boca dele. Na verdade, foi algo bom de se ouvir – você acha mesmo que em algum momento eu acreditei que isso era um jantar de negócios?
Eu e minha ingenuidade achando apenas que eu estava dando em cima dele.
- Se estivéssemos realmente falando de trabalho, nunca que eu teria falado sobre minha família, minha vida. Se eu estou aqui até agora é porque estou realmente interessado... em você. E te digo que eu quero e você?
Eu não consegui responder, pelo menos não com palavras. Apenas acenei que sim e ele ainda segurando a minha sobre a mesa, se aproximou de mim e encostou seus lábios nos meus. Logo senti o doce do vinho que vinha do seus lábios e hálito, a boca dele era macia. O selinho logo se desfez e nossa línguas invadiam calmamente nossas bocas. Não sei ao certo por quanto tempo durou mas havia sido incrível. Nos afastamos ofegantes e ele ainda segurava minha mão.
- Não está mais suando frio. – disse ao soltar minha mão.
- Você não precisa ir embora agora né?
- Não. E ainda tem muito vinho. – responder piscando pra mim.
ContinuaOlá, pessoal.
Obrigado, Ru/Ruanito, Edu19>Edu15, GeoMateus, sonhadora19, juh#juh por acompanharem.
Kklinhos, desculpa esse ser pequeno mas eu estava sem tempo. Foi o que consegui preparar. Espero escrever um pouco mais no próximo ;
Jhoen Jhol, ri com seu comentário hahahahaha Não sei se é superdotado não. Sim, ele é ruivo e bem branquinho. Sobre ele gostar do Brasil acho que já falei um pouco né? Mas depois falarei com mais calma e sim, estamos juntos até hoje. Mais lá pra frente eu falo em que ano isso aconteceu.
Abraços.