Primeiro capitulo.
Já tinha virado rotina acordar às 9 da manhã com o barulho do despertador, gritando de um pesadelo da noite anterior, é com 22 anos nas costas ainda tinha pesadelo toda a noite com a fazenda em chamas. Mas levantei lembrei de tudo que havia conquistado e que tudo fora deixado para traz, era um sábado, 11 de fevereiro, dia do meu aniversario, me olhei no espelho e vi um homem, não era nenhum pouco parecido com aquele menino do interior paulista, morava em uma cobertura em copa cabana, tinha o carro que queria, tudo conquistado com muito suor, e bota suor nisso, como hoje todos os dias acordava cedo, 9 horas no Maximo, e corria duas horas na praia, voltava e não comia, tomava xeique para substituir a alimentação. Dormia um pouco acordava novamente e vamos para academia, era assim todos os dias.
Com quatro anos no ramo do sexo encontrei clientes fieis, não ia mais para as ruas, eles iam ate mim, e todos com horários marcados, também dançava em algumas boates do meio gls, faturava um 15 á 20 mil, por mês. Eu modéstia a parte fazia sucesso, com minha discrição todos me queriam claro que a beleza também importava, cada músculo do meu corpo era desenhado bonitinho, me privava de vários guloseimas para manter meu instrumento do trabalho. Minha bunda era firme e sempre depilada, do jeito certo que meus clientes adoravam, minha performance também não deixava a desejar.
Mesmo sendo meu aniversario, tinha que trabalhar, sai da academia naquele sábado e fui direto me encontrar com um cliente, pouco sabia sobre meus clientes, esse a única coisa que sabia era que coordenava uma igreja evangélica no centro, mas sei que comigo em quatro paredes parecia uma menininha sempre pedindo mais.
Foram 4 clientes e quando finalmente acabou estava exausto. Meu celular lotado de mensagens de um amigo meu.
Quando cheguei a boate que dançava, Caio meu amigo estava la. Ele era meu melhor amigo, o único que sabia o que eu fazia, o conheci logo que cheguei no rio. Ele era meigo e todo protetor, era a única pessoa que eu realmente amava.
Ele era publicitário e dono de uma das maiores agencia do rio, era gay mas tinha medo de assumir para família, era mais baixo que eu um pouco mais magro e não tão musculoso, seus olhos lembravam o de minha mãe, e seu cabelo era todo cacheado como um anjo.
Logo quando cheguei já o vi, ele segurava um buque enorme da rosas vermelhas perto do bar, quando me viu me aproximar abriu o sorriso que contagiava a todos ali por perto.
-ora ora ora, alguém será muito bem presenteado essa noite, que romântico loirinho. – dei nele um abraço bem apertado.
-seu besta, são para você, não é todo dia eu fazemos aniversario- dei um selinho nele como um bom amigo, ele sabia cada detalhe da minha vida, rosas vermelhas eram minhas preferidas.
-obrigado, vai assistir meu show hoje e depois vamos beber.
-fechado
Fui para o camarim, dei uma ultima olhada na minhas flores, e me arrumei para o show, usava apenas um boxer branca, um chapéu, gravata borboleta. Aprendi a dançar sozinho também, na verdade era mais exibir meu corpo do que dançar, mas mesmo sendo um caipira tinha um quadril bem solto.
Subir naquele palco era uma sensação indescritível, eu sei o quanto é errado querer que todos no salão te deseje, é até perigoso, mas era assim toda sexta e sábado, quando subia ao palco o salão parava, todos os homens queriam um pedaço de mim, aprendi com o tempo a gostar disso, todos estavam aos meus pés.
-belo show hoje em – Ângela uma amiga minha nos encontrou ao final perto do bar, ela não sabia do meu segredo, minha profissão, apenas pensava que eu era dançarino.
-Ângela, que bom que veio, e olha André. – Dei um abraço forte nos dois. Amigos eles eram sempre estavam ali, por isso tinha medo de como reagiriam se soubessem.
- Bom eu o Ju vamos no carro dele, vocês vão juntos?
- Pode ser caio. – e assim fomos.
A noite carioca sempre era agitada, bebemos a noite toda e no final caio foi dormi na minha casa.
- não acredito que o André inda ama aquele “Zé ninguém” do Felipe.
-Trouxa loirnho, já disse um milhão de vezes amor não existe. – entramos em casa ainda rindo das palhaçadas da noite, coloquei minhas flores em um jarro e fui pro quarto onde Caio já estava deitado na minha cama.
-Então você não acredita que eu te amo ju?
-você é diferente caio – dei um selinho nele tirei meus tênis e deitei em seu colo. - você é muito mais que um amigos, e meu tudo, lembro até hoje, u chegando na academia pela primeira vez e um menino magrelinho quase morto pela barra do supino reto – rimos bastante.
-é eu te devo uma.
-uma? Não lembra do seu ex namorado que quis fazer escândalo para seus pais? Quem quebrou a cara dele?
-você bêbado lembra de cada coisa. – demos boas gargalhadas. – você vai atender amanha?
-amanha é domingo lembra, dia da minha folga.
-posso dormir aqui então.
-pode não, deve. – adormecemos ali na mesma cama, bêbados.
O sonho daquela vez fora tão real, eu brincava com meu pai de carinho na sala enquanto minha mãe tentava assistir televisão, de repente surgira uma faísca, quando fui ver o que era, a casa inteira estava em chamas, minha mãe ardia no meio das labaredas, era horrível.
Acordei gritando e todo suado, chorava feito criança, nunca um pesadelo fora tão real.
-Hey ju se acalma. – caio me envolveu com seus braços e não me soltou ate eu normalizar. – outro pesadelo?
-é sempre aquele mesmo loiro.
-ta tudo bem ok? – ele olhou no fundo dos meus olhos e me transmitiu toda a sua calma- vai tomar um banho Junior, preparo nosso café.
A água sempre me faia bem, um banho quente me fez acalmar mais, fiquei tanto tempo no banho que na hora que sai, o café estava na mesa e caio estava no banheiro do corredor tomando banho, fui pro meu quarto pegar umas roupas para ele, estava apenas de toalha quando entrei no banheiro para entregar a roupa a ele.
-olha aqui umas roupas.
-ou você não bate não. –ate ele dizer aquilo não tinha reparado nele ali nu embaixo do chuveiro. Ele tinha uma beleza meiga, me transmitia pureza, ele corou e tentou esconder o seu membro, ri daquela cena toda – e você só de toalha ai?
-a caio não ah nada nesse banheiro que nos já não tenhamos visto. – sai do banheiro e fui me vestir para comer.
O café estava ótimo, caio sabia cada gosto meu, assim como eu os dele.
-uhm, um cliente meu me deu duas entradas pro jogo do Vasco semana que vem, não aceito não hem,
.- serio ju?
-haha eu e você loiro,
-sabe eu me importo com você ju, você e meu melhor amigo, é mais que um amigo, fico preocupado, não ta na hora de acabar com esse negocio de cliente, e sexo, e tudo tão solitário.
-caio de novo não.
-ju eu to falando serio, olha hoje cedo, e esse apartamento enorme, você sempre aqui sozinho.
- to bem assim loirinho, muito bem.
-bom que seja, minha mãe chamou você pra almoçar la hoje vamos?
-claro adoro as comidas da dona marluce.
Era ótimo passar esse tempo com o caio, e com sua família melhor ainda, era como pertencer a um lugar de novo. Mas no final do domingo era sempre a mesma coisa, ia ate o jardim de mancinho ouvia a família conversar em voz alta sabia que nunca me encaixaria naquele lugar.
Meu celular tocou, era um numero restrito com certeza algum cliente. Nunca atendia no domingo mas atendi aquela ligação.
-alo é do celular do Juliano.
-sim é ele mesmo.
- você esta disponível hoje? – pensei muito naquilo, todo o pesadelo o me sentir isolado da casa da família de caio me fez aceitar a proposta – sim.
- ótimo, daqui a 15 minutos no motel luna quarto 15 ok?
-ok. – sai sem me despedir, entrei no meu Eco Sport e sai para o hotel. Como de costume ao chegar no hotel desliguei o celular.
Em pé no quarto estava um adolescente, no Maximo 17 anos ele teria.
- Juliano?
-eu mesmo e você é?
- Kaique.
-kaique o que vai querer?
-bom eu...eu não sei?
-como assim não sabe? Você quer dar ou comer? Faço o que você quiser? É 300 para ambos.
-300 reais? – ele gaguejava com medo, tinha alguma coisa errada.
-olha guri não sou qualquer um não, e ainda por cima hoje nem atendo abri uma exceção para você...
-é que seria minha primeira vez, mas não tenho como pagar...melhor deixar quieto. - ele disse tudo numa voz bem de choro, parei para observar ele com mais calma, deveria ter um 1,80 cm, musculoso, boa pinta, vestia até camiseta de time de futebol, branquinho, cabelo liso escuro, boca carnuda e uma bunda deliciosa.
-e por que pagaria pela sua primeira vez? Moleque você e gato.
-é que bem sou hetero- não resisti e soltei uma gargalhada. Ele abaixou a cabeça e saiu andando em direção a porta – foi um erro desculp...- o segurei pelo braço juntei ele para bem perto.
-se você é heterossexual por que me ligou? – seu rosto estava bem perto do meu, minhas mãos o seguravam, ele ficou tenso, sua respiração ofegava.
-bem eu, não sei, vi seu anuncio na internet, e sei la, mas não tenho grana vou embora – ele tentou se soltar, mas alguma coisa me ascendeu naquele guri.
-bom meu preço para heteros é diferente. – falei numa voz bem safada, escorreguei minha mão ate sua coxa e sua bunda, juntei ele perto de mim. Havia uma regra que eu seguia de nunca beijar ninguém em serviço, mas com aquele moleque minha boca salivava para sentir seu gosto.
-mas mesmo assim eu não conseguiria pagar. – peguei em sua mão e a levei ate o meio de minhas coxas, meu membro já estava a ponto de bala, ele o segurou com toda a vontade de seu corpo.
-isso é culpa sua kaique, agora você paga. – o beijei, no começo ele me rejeitava, mas logo cedeu.
O pegava e sempre fazia estar perto de meu corpo, a cada beijo imaginava como seria bombar naquele moleque, o local apertado e quente que ele teria todo para mim, rasguei sua camisa em êxtase. Ele descia beijando meu pescoço e minha orelha, mordiscava cada parte do meu pescoço.
Mas de repente algo me fez para, uma coisa estranha percorreu meu corpo, tudo ficou girou e ficou preto a última coisa que me lembro foi de ver os olhos o cor de mel de kaique e apagar.