Combinei de conversar com ele as cinco horas da tarde, mas ele começou a me ligar as 13:00 perguntando se já poderia ir, pois queria muito mesmo conversar comigo e esclarecer tudo, fui irredutível e não aceitei antes do horário combinado ele ainda me telefonou uma três vezes pedindo para ir a minha casa, só que para infelicidade dele minha resposta foi a mesma, no horário combinado ele entrou em casa e eu fui direto ao ponto sem muitos rodeios na verdade eu nem bem esperei ele se sentar...
– Rafael, eu pensei muito sobre os últimos acontecimentos e eu sinceramente quero terminar contigo, estou meio inseguro quanto o rumo que esse relacionamento esta tomando, estamos a quase um ano juntos e esse sentimento nessa altura do campeonato não é muito bom, sendo assim acho que seria o melhor pra nós dois o afastamento.
– Eu sei que fui um idiota, que não deveria ter dito o que disse, mas por favor terminar o namoro comigo é uma atitude muito extrema, eu gosto muito de você Amor, não faça isso comigo não, o que quer que eu faça deve haver um jeito de continuarmos juntos, e porque quer terminar?
– Eu sinceramente acho que você esta me traindo, e se eu descobrir que esta mesmo fazendo isso Rafael, nem sei o que seria capaz de fazer, pois apostei muitas fichas na gente, e brincar com os meus sentimentos dessa forma seria muita sacanagem da sua parte.
– Não estou te traindo não Amor, nem pensei nisso, eu só tinha uma vontade e compartilhei, me perdoa, eu juro que nem quero mais fazer esse tipo de coisa, me perdoa. Passei por muita coisa pra estar contigo, não termina comigo não.
– Cara eu estou desconfiado, e se tem uma coisa que eu odeio é esse sentimento de desconfiança fico nervoso só de imaginar você me traindo com alguém, e tem ainda aquele cara da sua sala, que se bobear ele ataca mesmo, não sei o que pensar.
– Quer que eu tranque meu curso por um semestre para não estudarmos mais juntos, não gostaria de fazer isso, mais se for pra provar que não tenho nada com esse cara eu faço, só pensa melhor sobre a gente não faça isso não Matheus.
Ele ia falando e eu via as lagrimas se formarem em seus olhos, nunca suportei ver homem chorando, pra mim isso demonstra fraqueza e não gosto de homens fracos, falei pro Rafael engolir o choro e ir para casa dele, que nossa conversa estava encerrada, ele fechou a cara e se levantou dando um soco na parede da sala quando estava saindo da minha casa, o barulho do soco ecoou pela casa toda, ai sim eu gostei, até me arrepiei, homem tem que ser exatamente daquela forma nervoso e irredutível, chororo e melancolia não me atraem em nada, depois que ele saiu fiquei em casa com a sensação de dever cumprido, falei tudo que precisava falar sem guardar nada pra mim, acho que a melhor forma de se resolver as coisas é assim, se deixa algum assunto sem ser abordado esta sujeito a se magoar.
No domingo não falei mais com o Rafael, desliguei meu telefone pra não me sentir tentado a atender quando ele telefonasse, era uma atitude necessária, naquela época a ideia de terminar com ele não me assombrava, na verdade eu já imaginava as possibilidades que o fim do nosso namoro me traria, mesmo com a Gustavo namorando ela continuaria sendo a minha parceira de crime, a diferença é que, quem atenderia passaria a ser apenas eu, na Segunda-feira de manha na faculdade, entrei pelo portão B, nem topei com o Rafael na entrada da faculdade, e foi bem tranquilo pra ser sincero, mudando um pouco de assunto... Alguém me perguntou se na minha sala tinha mais homossexuais, tinha sim... Mais três gays, dois deles viviam batendo de frente comigo e com o Gustavo o que gerava muito conflito, sempre tinha uns afrontes nas apresentações de trabalhos e seminários, era uma coisa horrorosa.
O terceiro namorava um rapaz que fazia moda que tínhamos uma completa admiração, o namorado dele era o tipo de gay que todos adorariam ser, sempre com roupas de marca, muito educado, bonito, um moreno lindo e o que mais impressionava era a cara de homem mesmo sendo um aluno do curso de Moda, o namorado dele que estudava conosco era a bichinha nerd da sala sempre sentada na frente estudando, pouco conversava só quando necessário mesmo, mas era uma gracinha, seu nome é Alvaro, o Gustavo e eu a chamamos de Mascotinho e ela sabe, saímos algumas vezes juntos e todos encontros foram agradabilíssimos... Ele sabia que o Gustavo e eu eramos gays já os outros desconfiavam.
Voltando ao tema, quando saia da sala pra almoçar a viada colega de sala do Rafael me parou no corredor me puxando pelo braço dizendo que queria conversar comigo, achei aquilo muito desaforo já fiquei com vontade de dar nela, ela veio me dizer que o Rafael falou com ele na sala que queria sair do time de futebol, e era pra ela ficar longe dele, pois as brincadeiras tinha trazido muitos problemas, ele pensava até em trancar o curso, e falou ainda que era pra viada evitar falar com ele, finalmente ele tinha tomado uma atitude a respeito daquele cidadão, eu disse a viada que nada tinha feito ou falado, e que se o Rafael havia falado aquelas coisas pra ele era sinal que finalmente notou o quão prejudicial era a amizade dele, mas ela não abaixava a cabeça.
Apontando o dedo pra mim, me disse que era melhor eu contornar o que tinha dito, pois a amizade do Rafael era muito importante pra ele, e eu estava me metendo em um assunto que nem sabia direito o que era, fiquei com uma raiva daquela bicha, a única coisa que falei pra ele, é que seria melhor pra todo mundo se ele arranjasse outro homem pra perseguir que naquela universidade era o que mais tinha, e sai de perto daquele cara, ele me dava um certo medo, tinha aquela cara de psicopata, desci as escadas e o Rafael já me esperava com aquele sorriso inocente que sempre tinha no rosto, fiquei ao seu lado e fomos caminhando sem dizer nada um para o outro, apenas desfrutando da companhia.
No Refeitório ele novamente me disse que não tinha feito nada, que havia pedido para o cara dar um tempo com as investidas e brincadeiras, que havia saído do time de futebol, e pra ser sincero, eu acho que ele não havia me traído mesmo, o problema era que ele tinha uma base familiar ruim onde o Maxismo era empregado como algo normal, sendo assim era isso que ele conhecia, entendia e pior encarava como sendo certo, mas antes de dizer que iria aceitar as desculpas dele eu decidi torturar mais um pouco, ele falou tudo que tinha pra falar e ficou ali esperando uma resposta minha eu nada disse apenas fiquei calado, ele ficou de punho serrado na mesa e almoçou calado, porem bufando de raiva, não me incomodava ver ele nervoso ele merecia esse castigo e muito mais por ter me irritado da forma que irritou, sou muito paciente a sorte dele era essa.
Saímos do refeitório e fomos para minha casa, tivemos uma curta conversa sobre os eventos e falei que daquela vez eu iria relevar, mas que era pra ele nunca mais cair em outra daquela, pois seria a ultima, depois desse dialogo é obvio que fomos pra cama fazer um sexo de reconciliação né, dei linda pra ele, eu acho que não disse isso, eu nunca cobrei sexo oral em mim da parte do Rafael, ele tentou fazer alguma vezes, mas infelizmente não foi muito bom, não sei o que ele faz, que roça os dentes na cabeça do pau da gente e doí, doí muito por sinal, sei que não é por mal, tudo culpa da mãe dele, se tivesse deixado o menino chupar manga direto do pé quando era pequeno, iria chupar melhor que eu na fase adulta, mas ela monstra do jeito que era privou o menino até disso.
Por isso que ficávamos apenas no cunete mesmo, e nada de oral em mim, mas ele tinha tanta coisa positiva que me dava e dá tesão que o oral se tornava apenas um detalhe meu prazer ainda era o mesmo, logico que uma chupadinha ajuda, mas sempre me virei muito bem com o material que tenho, depois de umas duas seguidas, eu já estava todo realizado na cama, muido e ele foi tomar banho, voltou todo masculino com aquele cabelo molhado que conferia um charme todo particular, se sentou na cama ao meu lado, e depois de um tempo calado, me disse que havia pensado muito e tinha decidido que assumiria a família dele que era gay, e posteriormente me apresentaria como seu namorado, já íamos completar um ano de namoro e ele sabia que não tinha mais volta, ele gostava era de mim mesmo, e se apresentasse sua condição sexual a família logo a pressão por um relacionamento hétero acabaria...
– Se eu fosse você não faria isso por agora não tem muito o que decidir ainda, e pensar também, como mesmo disse depende do dinheiro de sua família e como ela é bem conservadora correria o risco de perder esse suporte o que colocaria sua formação em risco, acho melhor pensar sobre isso.
– Esta com medo de ser apresentado a minha mãe? Ela não vai te bater pode ficar tranquilo, eu sei que vai ser difícil de eles aceitarem, talvez nem aceitem, mas eu quero me livrar logo dessa coisa que tenho vivido, duas vidas eu não gosto disso, eu também quero fazer isso por você, quero te mostrar que não tenho vergonha da gente.
– Não faça isso por mim Rafael, faça por você, não se posicione de forma opositora a sua família agora, espere se formar não falta muito, depois que tiver como se manter ai pode chutar o balde, eu estarei aqui a seu lado, mas por enquanto acho melhor não.
É logico que eu não queira que ele me apresentasse a sua família naquele momento, ainda eramos universitários, os dois dependentes e conforme fosse a reação da família dele, isso poderia gerar uma bola de neve que acertaria a minha família lá em Goias e por mais que meu pai me de um suporte emocional, com minha mãe ele pouco tem influencia, sendo assim era melhor esperarmos mais um tempo antes de exteriorizar nosso relacionamento...
