Os dias foram passando rápido e logo minhas aulas na faculdade começaram, eu estava adorando o curso, afinal, eu sempre quis fazer Direito e tenho que reconhecer quer poder estudar tranquilamente na minha cidade em uma ótima universidade e com o apoio financeiro dos meus pais era uma mão na roda, dou graças a Deus por ter tido essa oportunidade pois muitos jovens tem que estudar e trabalhar e isso é muito puxado.
Na faculdade conheci muitas pessoas legais, mas a pessoa da qual fiquei mais próxima foi o Bernardo, ele tinha a mesma idade que eu e por coincidência morava perto da minha casa, era um cara muito bonito e inteligente e isso causou certo desconforto entre o Álvaro e eu. No inicio do semestre o Álvaro e o papai se revezavam para me levar e buscar na faculdade pois eu estudava a noite, mas com o passar do tempo passei a pegar carona com o Bernardo, pois era caminho para ele, isso não agradou ao Álvaro e eu achava que ele estava exagerando, que estava com ciúmes bobo o que nós levou a diversas brigas. Meu pai por diversas vezes se colocava ao lado do Álvaro me perguntando se eu gostaria que ele pegasse ou desse carona para alguma colega do trabalho todos os dias, eu sempre desconversava, dizia que uma coisa não tinha nada a ver com a outra.
Apesar das discussões nossa relação continuava sólida, nós nos amávamos muito e apesar de ficar triste pela minha amizade e proximidade com o Bernardo o Álvaro aceitou a situação. Eu gostava da amizade do Bernardo ele era sempre muito atencioso e prestativo, então mesmo sabendo que isso desagradava meu namorado eu levei minha amizade com ele adiante. Então em uma sexta feira quando eu estava saindo da faculdade, era o ultimo dia de aula do semestre e a semana de prova tinha sido bem exaustiva, eu comecei a pagar o preço pela minha burrice.
Bernardo: Fê, o que você acha de nós sairmos para comemorar o fim do semestre?
Eu: Humm... desculpa, Bernardo, mas eu estou muito cansada prefiro ir para casa, mas você pode ir com o pessoal eu pego um taxi.
Bernardo: Eu estava pensando em uma comemoração intima, Fê! Só nos dois!
Eu: Para de piada menino! Eu tenho namorado e você sabe disso!
Bernardo: Fala sério, gatinha! Aquele cara é um velhote, ele tem praticamente a idade do seu pai! Esquece ele vai, curti a sua vida comigo!
Eu: Desculpa, Bernardo, mas você para mim é apenas um amigo, eu amo meu namorado e vou curtir a minha vida inteira com ele!
Nesse momento ele me pegou de surpresa e me agarrou eu tentei me desvencilhar, mas foi inútil sua boca já estava na minha e ele me abraçava de uma forma que meus braços ficaram presos, eu não correspondia ao beijo, mas era quase impossível me soltar, meu coração deu um salto quando eu ouço a voz do meu pai.
Pai: Fernanda, o que está acontecendo aqui?
Na hora o Bernardo me soltou, eu o empurrei e me preparei para dar uma explicação ao meu pai, foi então que eu vi que ele não estava sozinho, mamãe, Dudu e o Álvaro estavam com ele, quando olhei para o Álvaro meu coração afundou, ele estava totalmente transtornado, seus olhos verdes estava cheios de lagrimas que ele lutava para não deixar cair.
Eu: Não é nada do que vocês estão pensando, eu juro!
Minha voz estava embargada, eu sentia uma enorme vontade de chorar, isso não podia estar acontecendo.
Pai: Fernanda, nós viemos aqui te fazer uma surpresa, queríamos te levar para sair e comemorar o final do seu primeiro semestre na faculdade, mas vejo que você já está se divertindo, minha filha!
Meu pai parecia decepcionado, minha mãe estava completamente muda, o Dudu olhava para mim como se eu fosse uma bruxa malvada e o Álvaro estava totalmente arrasado. Eu queria explicar o que tinha acontecido, respirei fundo, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa o Bernardo se adiantou.
Bernardo: Por favor, pessoal, para que tanto drama, vocês realmente acham que a filha de vocês deve ficar presa em um relacionamento com um homem que tem idade para ser o pai dela, por favor, ela é uma garota nova, bonita, inteligente, merece a oportunidade de viver novas experiências como todas as garotas da idade dela.
Eu tive vontade de matar esse idiota!
Eu: Cala a sua boca! Você me beijou sem eu esperar, eu não queria...
Bernardo: Ah Fernanda, por favor, você acha que eles vão acreditar nisso agora, a quanto tempo nos temos vindo e voltado juntos das aulas, você dispensou as caronas do seu pai e dele para vir comigo! Você acha que eles não desconfiaram? Se você quer saber eu aposto que essa surpresa de hoje tinha algum intuito oculto por trás!
Eu: Para com isso, nós não temos nada, eu só venho com você por que você me convenceu de que não teria problema, pois minha casa estava no caminho da sua e eu aceitei para que meu pai e o Álvaro não tivessem que se deslocar todos os dias sem necessidade.
Bernardo: Já chega, Fernanda, vamos ser sinceros, termina logo com esse teatrinho! Olha, nós estamos juntos sim, eu sei que deve ser um choque para vocês, principalmente para você Álvaro, mas você não achou realmente que ela ficaria com você para sempre não é?
O Álvaro virou as costas e saiu andando eu tentei ir atrás dele desesperada, eu não sei porque aquele filho da puta estava fazendo aquilo, mas eu não ia deixar ele me separar do Álvaro, não mesmo, eu lutei por aquilo, lutei muito e não ia perder agora. Mas antes que eu pudesse alcança-lo ele entrou dentro do carro e foi embora, eu queria morrer ali naquele momento. Então uma fúria que eu nunca senti antes se apoderou de mim, eu me virei e olhei para o Bernardo, ele estava rindo, eu nunca tinha tido tanta vontade de matar, eu avancei contra ele, dei tapas, arranhei a cara dele com minha unhas, eu estava enlouquecida, eu o acertava de todas as maneiras que eu conseguia.
Eu: DESGRAÇADO, VOCÊ VAI DESMENTIR ESSAS BARBARIDDADES QUE VOCÊ DISSE PARA O MEU NAMORADO OU EU VOU MATAR VOCÊ, EU VOU MATAR VOCÊ, EU TE ODEIOEU TE ODEIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!
Sentir que alguém me agarrava pelas costas tentando me separar do Bernardo, mas a raiva era tão grande que me segurar era uma tarefa bem difícil, eu queria bater nele, eu queria matar ele, eu queria me matar, sim eu estava com ódio de mim, como eu pude andar com esse cara quando o Álvaro estava sendo ferido por isso, como eu pude ser idiota ao ponto de troca as caronas do homem que eu amo, para ir e vir com esse maldito desgraçado. Enquanto eu era fortemente segurada o Bernardo entrou em seu carro e simplesmente foi embora, então eu já mais calma percebi que não era uma pessoa que me segurava, mas sim três, meu pai, minha mãe e o Dudu, que nessa altura do campeonato estava chorando bastante. Os braços do meu pai estavam todos arranhados e ele também tinha um arranhão no rosto.
Os três me agarravam forte tentando me acalmar, mas depois que a raiva foi embora, veio o desespero, eu tinha estragado tudo, eu tinha perdido tudo por egoísmo e criancice. Então quando essa terrível realidade me bateu eu chorei e gritei meu desespero alto e forte. Meus pais me tiraram dalí, como eles tinham vindo no carro do Álvaro, meu pai chamou um taxi e então eles me levaram para casa. O Dudu foi direto para cama com a ordem do meu pai, pude perceber pelo olhar dele que ele ainda estava magoado comigo.
Mãe: É melhor você ir dormir agora, minha filha, amanhã as coisas vão se acalmar!
Eu ainda chorava, mas silenciosamente.
Eu: Eu juro por Deus, juro por Deus, eu nunca tive nada com aquele cara, era só amizade para mim!
Pai: Nós percebemos que você não tinha nada com ele quando voou nele feito uma louca, Fernanda, nós acreditamos em você, mas infelizmente não somos nós que temos que acreditar! Eu te alertei diversas vezes, minha filha, você foi teimosa e egoísta, agora você vai ter que lidar com as consequências das suas escolhas.
Eu: Ele tem que me perdoar, eu não fiz nada, ele tem que acreditar em mim!
Mãe: Infelizmente isso não é tão fácil, docinho, o que ele viu, o que nós todos presenciamos... foi difícil para nós acreditarmos em você, imagina para ele! Fernanda, você sabe tudo pelo que ele teve que passar, a traição da Luana foi muito dolorosa para ele, muitas pessoas que passam por uma situação dessas não se refaz nunca, mas ele se refez, ele confiou em você, ele voltou a amar, mas a cena de hoje com certeza reabriu feridas antigas e trouxe novas feridas para ele querida!
Pai: Vai pra cama princesinha! Você vai precisar de toda a sua energia!
Eu: Eu não vou perder ele, eu não posso perder!
Pai: Então você vai ter que lutar, princesa, lutar muito!
Eu: Eu vou!
Eu fui para a cama, na verdade eu dormi muito pouco naquela noite, eu só conseguia pensar em encontrar o Álvaro e esclarecer toda aquela situação, mas minha luta estava apenas começando!
Essa fase é muito difícil para eu escrever, foram momentos muito tristes, mas contribuíram enormemente para que eu me tornasse quem sou hoje!
Obrigada por acompanharem, comentarem e votarem!
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Bjos e sorrisos!
