Capitulo doze.
Eu arrumava minhas ultimas malas pois os planos foram mantidos e eu Miguel iriamos nos mudar no dia seguinte. Dobrava um casaco de moletom vermelho me lembrando que foi Gabriel que me deu. Achei lindo quando ele chegou em casa com um embrulho prateado nos braços e um sorriso nos lábios. "É pra você" ele disse "Comprei com a minha mesada". Eu o abracei apertado sem nem ao menos ver o que era. Nossos pais nos davam vinte reais todas as semanas para fazermos o que bem entender dele. Ele poderia fazer o que quisesse com o dinheiro, mas ele escolheu guarda-lo por sete semanas para me comprar aquele casaco. Claro que ele não me disse quanto pagou pelo casaco, mas eu o vi numa loja dias antes de ganha-lo. Aquele tinha sido o primeiro presente que ele comprou para mim.
— Lembra de quando você foi dormir fora pela primeira vez? — minha mãe envolveu seus braços por trás de mim.
Eu tinha sete anos quando Danilo — amigo meu de Campinas — me chamou para dormir na casa dele. Eu comecei a chorar no meio da noite querendo voltar para casa a todo custo.
— E meu pai foi me buscar as três da manhã — sorri com a lembrança.
— Seu pai ficou muito irritado por ter de sair de casa tão tarde pra te buscar — ela ria e começava a chorar ao mesmo tempo — Depois que ele te trouxe você pediu para dormir conosco por que tinha medo. Eu lhe abracei e cantei pra você dormir. E agora você está indo embora.
— Pode deixar que não vou ligar no meio da noite para meu pai me buscar — eu respondi.
— Esse é o problema — ela disse — Você cresceu e esta indo embora. Não precisa mais de mim.
— Você ainda tem o Gabriel mãe e ele precisa de você mais do que eu precisei.
— Eu sei — Ela me deu um beijo no rosto — Só me promete que se um dia vo ê acordar com medo no meio da noite, você pode me ligar.
— Pode deixar que eu vou — respondi me virando para ela e a abraçando apertado.
Ficamos assim durante um tempo e depois ela foi embora me deixando sozinho. Coloquei o casaco vermelho na mala e me deitei para dormir.
Sonhei com Gabriel aos seis anos de idade. Ele brincava descalço na rua de barro junto com outras três crianças da idade dele enquanto eu jogava futebol com meus amigos. Eu via a cena do alto como em um filme e assim pude ver a cobra rastejar pela terra seca ao lado de meu irmão. Queria fazer algo, mas não podia. Não tinha braços, pernas ou qualquer outra parte do corpo. Tudo o que tinha era minha existência.
Gabriel corria e pisou no rabo da cobra que em um movimento super veloz, deu o bote o mordeu seu tornozelo.
...
— Gabriel! — acordei assustado aquela no meio da noite.
— Eu estou aqui — eu ouvi sua voz sussurrar ao meu lado.
Sentei na cama e olhei para meu irmão ao meu lado. Trajava seu short azul do pijama e uma camiseta preta.
— O que faz aqui? — perguntei com dificuldade. O buraco em meu peito ainda doía todas as vezes que eu o via.
— Eu estava com medo — sussurrou sem me olhar — Me sinto mais seguro com você.
— Vá para o seu quarto — eu disse lutando para não chorar — Não tem motivo para ter medo — Gabriel permaneceu em silencio e isso doeu um milhão de vezes mais do que se ele tivesse dito algo — Por favor vai embora!
— Não posso — sua voz era carregada de dor. Ele se sentou na cama e seu rosto ficou a cinco centímetros do meu.
Podia sentir seu doce hálito escapando por sua boca semi aberta assim como sua respiração lenta e ritmada. Seus olhos enegrecidos pela noite, eram mais profundos do que um lago de águas negras e eu me afogava neles. Mas era aos seus lábios que eu lutava para resistir. Eles pareciam me convidar a beija-los como uma sereia enfeitiça um marinheiro.
— Eu te amo — ele disse.
Aquelas palavras acabaram comigo e me fizeram mergulhar em seus lábios doces e incrivelmente quentes que queimavam meu corpo e minha alma. Suas mãos se emaranhavam em meus cabelos enquanto as minhas percorriam suas costas até chegar em suas nádegas e as apertarem fazendo Gabriel gemer.
— Não posso — eu disse entre um beijo e outro.
— Pode sim — Gabriel disse arfando.
Meu corpo não me obedecia. Enquanto minha mente gritava que não, eu despia meu irmão enquanto beijava todo o seu corpo bronzeado e delicioso. Ele me despia com o mesmo desejo louco de me possuir o mais rápido possível me fazendo gemer. Gabriel tirou meu pau do Short e começou a lambe-lo.
— Para — eu disse querendo que ele não me desse atenção.
E ele não deu. Continuou a me chupar cada vez mais rápido me fazendo gemer mais e mais. Ele parou de me chupar e me deu um beijo feroz e caloroso. Tirou o short e me deitou na cama com suavidade.
— Eu te amo tanto — ele disse.
Ele se sentou em meu colo e com a mão introduziu meu pau em seu cu. Coloquei a mão em suas pernas enquanto ele rebolava em cima de mim me arrancando espasmos de prazer. Continuou a rebolar e a gemer cada vez mais até que eu gozei em seu cu o fazendo gozar em minha barriga sem nem ao menos tocar em seu pau. Ele deitou em cima de mim e me beijou novamente.
— Não vá embora — ele pediu.
Eu queria dizer que ficaria e que viveríamos felizes juntos, mas não podia. O que houve esta noite foi um grande erro causado pela minha fraqueza. Não poderia deixar que meu irmão sofresse com um amor como o nosso.
— O que aconteceu hoje, nunca mai vai acontecer — Me levantei e fui para o banheiro tomar um banho frio.
Quando voltei para o meu quarto minha mala estava desarrumada e o casaco vermelho que ele me deu estava no chão ao lado da porta.
Arrumei tudo novamente e voltei a dormir. Acordei por volta das sete da manhã e troquei de roupa esperando por Miguel. Quando ele chegou as oito da manhã, meus pais se despediram de mim com muita choradeira e abraços de ambas as partes, mas Gabriel não veio. Ficou trancado no quarto a manhã inteira e minha mãe disse que ele estava muito triste.
Acho que foi melhor assim. Não queria ver seu rosto depois do que fizemos na noite anterior. Sabia que não suportaria vê-lo de coração partido novamente.
— Está pronto para a melhor época da sua vida? — Miguel perguntou quando eu entrei no carro que seu pai lhe deu no dia anterior.
— Você sabe que sim — menti.
Miguel arrancou com o carro e pelo retrovisor, eu vi minha antiga vida ser deixada para trásE esse foi o fim do primeiro ato (É o que eu diria se fosse uma peça rsrsrs).
Espero que tenham gostado de mais esse capitulo e aguardem pelo próximo. De agora em diante tudo vai ser diferente.
Peguei todos vocês desprevenidos quando revelei que o Miguel está apaixonado pelo Gabriel e adorei ver os comentários. Isso ainda vai dar uma merda (desculpem, mas essa é a palavra que expressa melhor o tamanho do problema).
Beijos e até o próximo.