Antes de continuar a historia eu quero abrir um parênteses e contar uma coisa que aconteceu, os meninos e eu decidimos ir a uma casa noturna aqui da cidade onde houve um show do Cleu Dibá e Rafael pois bem, saímos todo mundo bonitinho e homenzinho de casa, na casa noturna decidimos ir para área vip o que nem é novidade, estávamos dançando humildezinhos e a bebida fazendo efeito, minha corrente sanguínea ia lutando para se adaptar a quantidade de álcool que entrava, na madrugava eu já estava mais do que bêbado o show já tinha terminado e o dj fazia o possível para comandar a pista sem muito sucesso, meu celular é bem mais eficiente que ele o que me deixa frustrado, enfim... Em certo momento da noite, eu fui descer para ir ao banheiro e nessa decida, eu esbarrei em um cara, e o cidadão me deu uma encochada.
O Rafael viu a cena e entendeu o que havia acontecido, nem se manisfestou, desci fui ao toilette e na volta fui parado por uma mulher na porta do banheiro e a cidadã veio me falando um monte de merda que alem de eu ser viado ficava dando de cima dos homens dos outros, a sorte é que ela falava ao pé do meu ouvido, ninguém estava ouvindo aquela asneira tamanhã, eu já fui ficando nervosa, mas tentei explicar pra ela, que tudo foi um mal entendido, que se eu havia feito isso não tinha visto e que me desculpasse, que isso jamais voltaria a acontecer até mesmo porque eu sou comprometido, mas nada adiantava, ela queria conversar fiado e me torrar a paciência, eu já estava pra dar na cara dela, quando o Gustavo veio passando e viu mais ou menos a cena, ele começou a discutir com ela e as coisas foram se acalourando...
– Minha querida, se tem uma coisa que não precisamos é de uma escândalo, é melhor sair daqui e seguir seu caminho, até porque galinha eu mato é torcendo o pescoço.
Resultado foi que ela saiu falando que eramos um bando de escandalosos que não curtia viado justamente por isso, quando subimos para a área vip o namorado dela ainda continuou me olhando, e pra variar deu uma risadinha de canto de boca, é um filho da puta mesmo se eu fosse solteiro, iria chupar ele no banheiro pra ela ver como a vida funciona, mas não. Eu não posso fazer isso porque tenho namorado e amo ele, e também a virilha dele, mas em outros tempos, meu povo, meu povo... Faria um estrago com aquele corpo dele, ou ele faria no meu? Enfim... a sentença não importa muito, o que é relevante é o resultado, agora voltarei minha historia, fomos para chopperia onde tem o rapaz do caixa com sua mala maravilhosa, sonhei com ele varias vezes.
Nos sentamos na mesa e fomos pedir nossas porções, e como se Cuiabá tivesse apenas mil habitantes e apenas um bar, encontramos mais um familiar do Rafael, dessa vez foi a tia dele irmã da mãe dele, gordinha e estranha, depois de muito tempo que estávamos na chopperia ela veio a nossa mesa, o Rafael já tinha avisado que ela estava lá eu nem olhei pra não correr o risco de ela achar que olhei pra ela, mas ela veio a nossa mesa, cumprimentou o sobrinho exigindo que ele tomasse benção dela, e ficou me olhando calada, detalhe eu estava ao lado do Rafael usando uma camisa de listras preta com branco, calça jeans azul escuro, e sapato, todo menino, bem masculino, depois de um tempo calada ela me olha e com aquela cara de monstra e sobrancelha arqueada me diz...
– Fiz um juízo muito errado de sua pessoa, até parece um homem quando olho, mas com certeza é uma tentação para meu sobrinho, e uma provação para nossa família, saiba que não aprovo esse tipo de pecado e oro todas as noites para que meu sobrinho acorde para realidade de Jesus.
– Boa noite, para senhora também, agora se puder nos dar licença.
Ela arregalou os olhos me chamando de grosseiro, e pior disse que estava sendo educada comigo, e que meu comportamento expressava bem o que eu era por dentro, me chamou de vazio, graças a Deus o som é bem alto no ambiente, ninguém ouviu o que ela me disse, e melhor ainda foi que o pessoal que estava com ela na mesa também nem me olhou fiquei muito feliz com isso, seria uma merda se o resto da mesa fosse pregar a palavra de Deus, e exigir meu afastamento do sobrinho deles, quando foram embora o Rafael mais uma vez ficou todo abatido, e calado, e lá vou eu trabalhar na campanha dele, para levantar a moral do meu homem, a família dele estava me cansando e muito, queria arranjar uma forma de me livrar daquela gente, e me falaram que matar jamais seria uma opção, apesar de eu conhecer pessoas que fazem esses serviços por um preço bem, mas bem justo mesmo.
O balsamo milagroso da família era meu pai, o meu progenitor magnânimo, eu sempre lembrava ele de tudo que meu pai havia falado aquilo servia para melhorar os ânimos a Gustavo como sempre queria bater nos parentes do Rafael e o pior é que ele falava pro Rafael tudo que iria fazer com a família dele, ele nunca apelava sempre concordava com tudo e ria das piadas da viada estranha, e só pra constar o Gustavo se tornou um cão de grande porte em uma coleira, se passar perto ele late que é uma beleza, mas nunca passa disso esta mais fiel que eu, ou seja, muito fiel mesmo mas em pensamentos continua a mesma vadia suja de sempre, ficamos até madrugada no bar e o Rafael nem me deixou ir ao caixa pagar, ele mesmo foi pagar porque o Gustavo soltou na mesa que nosso garçom estava usando uma calça bem justa que deixava tudo em alto relevo.
Bastou isso pra ele nunca mais me deixar ir ao caixa passar meu cartão quando os atendentes são homens, é uma droga mesmo, quero morrer com isso, mas adoro os ciumes dele, me sinto valorizado, pensando por esse lado acho que nunca me deixará ir ao balé, nem sozinho, muito menos acompanhado dele, aquelas calças marcam tudo, fomos para minha casa, e na nossa transa decidi fazer alguma coisa diferente pra ver se ele deixava, mas não rolou muito, tentei passar um dedo na bunda dele, o dedo do meio, mas ele ficou meio bravo e me disse pra parar pois não curtia aquele tipo de coisa que tinha um limite para o que eu poderia fazer, eu fiquei na minha antes que aquela conversa se arrastasse por mais tempo, e se transformasse em uma briga, e voltamos aos nossos postos de origem, naquela época ele iria viajar para um congresso de economia, e eu ficaria sozinho em Cuiabá, ao invés de eu ficar morrendo de ciumes, foi ele quem ficou me torrando paciência falando que era pra eu me comportar enquanto estivesse fora, e blá, blá blá.
E sim foi meu pai quem pagou para ele ir a esse congresso, eu sempre achei ótimo toda a ajuda que meu pai oferecia ao Rafael, ser rejeitado pela família é muito ruim, e de certa forma a culpa daquele efeito em cadeia era minha, mesmo sem querer eu fui responsável por isso, tudo por conta de um cartão que enviei para ele na pascoa, então era ótimo, e o destino sempre me ajuda e me prega peças, no dia em que ele viajou minha mãe ligou estava na minha casa e queria falar comigo, fiquei totalmente surpreso, voltei do aeroporto e fui reunir com minha mãe, o intrigante é que com o Gustavo o tratamento não havia mudado ainda continuava sendo o Guga, o menino lindo que ela tanto amava, já eu era a ovelha negra, a decepção, o que foi pelo caminho errado, não sei se comentei isso, mas tenho um irmão fisioterapeuta e ela nunca falou nada disso pra ele, tenho certeza que meu irmão irá ler esse conto (Aloka) rsrs.
Em minha casa ela me mandou fazer um café para ela tomar, e enquanto eu fazia, ela iniciou seu discurso inflamado e cheio de julgamentos, me falou que meu pai já havia contado a ela que eu estava namorando, e que pior o rapaz estava morando comigo, porque ele havia sido deserdado pela família, segundo palavras de minha própria mãe, ela tentou de todas as formas explicar para meu pai, que aquilo não era um problema nosso, que já tinham um filho que dava problemas demais, no caso era eu. Falou que tinha ido com a intenção de conhecer esse rapaz e ver se realmente deixaria ele continuar morando comigo, ou se tomaria alguma outra decisão eu ouvindo tudo calado sem dizer nenhuma palavra, minha mãe tem a péssima mania de conversar arqueando a sobrancelha eu detesto isso, pois vende uma imagem arrogante que me deixa completamente irritado.
– Matheus meu filho, esse comportamento é completamente inapropriado, sabe muito bem o que penso, esse curso que esta fazendo não é pra você, está nele apenas para protestar quanto sua sexualidade, o que é inaceitável, precisa mudar seus conceitos antes que seja tarde e todos saibam desse desvio de comportamento.
– Mãe, para com isso meu pai também é arquiteto e é seu marido, muito macho por sinal, não tem nada haver o curso com minha condição sexual, precisa melhorar e muito, poxa vida mãe já estamos nessa frescura a muito tempo até quando vai ficar com isso?
– O Seu pai é de outros tempos meu querido, de tempos em que homens eram homens, mas enfim decida você, o que fazer com sua vida, não vou interferir, de todo modo já te vi estou aqui em Cuiabá apenas em escala, estou indo para outro destino, meu Taxi estava vindo, vamos ficar lá fora esperando comigo.
Ela já havia combinado com o taxista pra buscar ela na minha casa, e não me disse para onde estava indo, ela tinha a intenção de ver o Rafael e torrar a paciência dele, graças a Deus ela não conseguiu, o viagem que veio em boa hora, ficamos na porta conversando o Gustavo, minha mãe e eu, ela conversando com o Gustavo perguntando sobre o curso, sobre o que ele queria fazer quando se formasse se iria trabalhar com nossos pais na empresa, e tudo mais, como se o curso fosse uma ótima pedida para ele, mas comigo a conversa era outra, nem preocupava com aquilo se passasse um carro na rua tocando born this way dançaria, pra mostrar que estava pouco me fudendo para o que minha mãe falava, sei que é muito feio falar isso... Mas era exatamente o que eu queria fazer, sei que ela vai mudar, se não mudar farei o que disse, a instituição vai ser batizada com o nome dela...