A noite passou calma. Amanda passou a noite com o menino que conheceu, voltando apenas para dormir. Eu e Vic assistimos televisão até pegarmos no sono.
Acordei desanimada, mas tinha que me renovar. Ia ser forte e vencer esse sentimento novo. Fui tomar café da manha, Victoria e Amanda me acompanharam. Peguei apenas um café forte. Estava tomando já minha segunda xícara vendo Bianca ao longe com os braços do menino ao seu redor.
- Você devia falar para ela o que sente. Melhor levar um fora do que ficar com isso na cabeça. - Vic me sussurrou - E disso eu tenho certeza.
Sorriu para mim.
- Falar o que? Que sinto amizade por ela, isso ela deve saber.
Victoria me olhou seria e acenou negativamente. Levantei-me para pegar mais uma xicara de café.
- Vai passar mal assim. - alguém diz baixinho próximo ao meu ouvido.
Me viro subitamente e encontro Bianca, tão próxima, nossa respiração quase trocada.
- Vou nada, tenho o estômago forte.
- Sei bem que tem. - da risada e antes que perceba meu sorriso se abre. - Podemos conversar depois?
- Claro, por que não poderíamos?
- Não sei.. - receiosa. - Me encontra daqui meia hora no jardim em frente ao alojamento.
- Claro.
Ela se afasta em direção ao seu parceiro. Viro todo o café, respiro fundo e me retiro.
Meia hora se passa e vou ao local combinado, ela já me espera. Ela faz que vai me abraçar mas antes que possa eu estendo minha mão que ela aperta sem jeito.
A conversa começa sem graça, até que faço uma brincadeira "quebrando o gelo". Nossa conversa flui fácil. Evito prestar atenção em seus lábios que parecem me chamar, seus lindos olhos verdes que me encantam, a forma como seu cabelo cai sobre eles e controlo a vontade de colocar-los no lugar.
Três dias se passam assim. Acordando, tomando café com minhas amigas e a encontrando, conversamos, perdendo o almoço, até o horário da janta onde ela vai se encontrar com seu companheiro. Por três noites eu fico no quarto assistindo televisão sozinha. Cada dia mais ela me encanta, cada dia mais esse sentimento cresce, cada dia fica mais difícil de resistir aos seus lábios.
No quarto dia, após a rotina na manhã e tarde, Victoria me agita para a festa. Cansada da monotonia e de autoflagelar meu psicológico, concordo em ir.
Coloco um vestido justo na cor turquesa até o meio das coxas, fiz uma maquiagem simples, lápis no olho, sombra escura e batom vermelho, um salto preto no pé.
- Vamos para a festa gata. - puxei Victoria e fomos.
A musica logo envolveu minha alma e me puxou para a pista como uma grande mão invisível. Vic chegava de tempos em tempos com um copo de bebida de origem e modo de conseguir desconhecida, aceitava sem perguntar. Dançando vi Bianca ao lado do menino me fitando, ignorei seu olhar com uma pontada no coração. A bebida me subia à cabeça e o efeito desejado, que seria esquecê-la, não foi alcançado. Quanto mais minha visão ficava turva mais meus sentimentos me invadiam.
Pensei em ir falar com Bianca, falar tudo que estava preso, me entregar. Dei um passo em sua direção. Outro. Outro. E então cai zonza e quase desacordada, sendo socorrida por Victoria