Parte 1 – Travessia - Narrado por Christian
Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedra, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Já não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedra, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
http://letras.mus.br/ivan-lins/_____________________________________________________________________________________________________
Todos me conhecem mas nunca falei de mim mesmo. Sou Cristófer Almeida, estudante finalista de engenharia da Universidade Federal do Amazonas. Sou conhecido como Christian e minha família tem um bom poder aquisitivo, embora os negócios não tenham ido muito bem ultimamente. Tenho 25 anos, sou branco, alto, malhado. Sempre fui jiujiteiro e marrento, homofóbico e um gay enrustidíssimo. Minha vida começou a desmoronar quando eu comecei a usar drogas e meus pais me tiraram a mesada e pegaram pesado comigo. Ferrei-me de vez quando conhecida um cara louco e obsessivo chamado Chefia, ou seja, Yuri Jatobá. Ele me fez fazer coisas terríveis e eu era uma presa fácil dele, que me chantageava com me dando drogas e dinheiro.
Fiquei em suas mãos por muitos meses, mas o que me salvou foi uma paixão que eu desenvolvi por um hétero lindo chamado Matheus Albuquerque. Caramba aquele cara era meu sonho de vida. Ele era cheinho, alto, cabelos e olhos castanhos, peludinho, super másculo, nerd e muito pegador. Toda vez que eu via Matheus meu coração acelerava. No início tinha raiva dele, mas depois passei a segui-lo e a admirá-lo secretamente.
Ele era amigo de um cara super gente fina chamado Danilo. Eu tinha uma rixa com o Dan por ele sempre ser o defensor dos fracos e oprimido e dizia na minha cara que eu era um gay enrustido. Ele, ao contrário de mim, era assumido e admirado por todos. A Chefia Yuri passou a me dar uma missão quase impossível, ou seja, eu deveria separar o trio de amigos, Danilo, Patrícia e Matheus. Bolamos um trote pra fazer Danilo brigar comigo, Matheus e Danilo brigariam com minha turma e eu conquistaria a fofinha carente. Eles rachariam e se separariam, ficando Danilo sozinho e a mercê das loucuras de Yuri. Mas, deu tudo errado, pois Patrícia e Matheus descobriram-se apaixonados um pelo outro e ficaram ainda mais juntos do amigo.
Na verdade não entendia por que A Chefia queria aquilo, só obedecia cegamente, tudo por grana e droga. Tratei de contratar a irmã de Patrícia pra me ajudar a separar o casal e fizemos várias armações, mas nada resolveu. Eles sempre faziam as pazes e o trio não se desgrudava, até que Yuri mandou eu matar atropelado o Matheus. Eu fiz o que ele disse, mas não totalmente e ele ficou louco de raiva de mim. Depois que Matheus perdeu a memória eu deveria me fingir de amigo dele e tentar separar de novo o trio, influenciando-o para o mal. Mas a verdade era que seu caráter nunca mudou, nem mesmo seu amor por Patrícia e Danilo, tendo como resultado disso, eles nunca se separaram de fato. A Chefia queria acabar com minha vida por causa disso e eu tive que fugir pra bem longe dele a fim de proteger minha vida.
Contei a verdade para Matheus, só não disse quem era a Chefia. Minha mãe me mandou pra uma clínica em São Paulo e passei vários meses por lá. Estava limpo das drogas até aquele momento e tinha acabado de retornar à cidade. Eu ainda tinha medo de Yuri, mas não podia ficar me escondendo a vida toda. Naquele dia fui ao shopping com minha mãe. Ela não desgrudava de mim. Lá na clínica eu iniciei um tratamento psicológico e acabei contando pra minha mãe sobre o fato de eu ser gay. Pasmem, ela já sabia há muito tempo e me deu muito carinho e proteção. Meu pai não poderia saber, já que era um homofóbico assumido.
No shopping eu tive uma surpresa. Vi Patrícia com uma barriga enorme acompanhada de uma senhora, que eu intuí que fosse sua sogra. Elas iam de loja em loja comprar roupas pros bebês, sim, já sabia que ela estava grávida de gêmeos. Confesso que tinha uma simpatia por Patrícia e a achei linda com aquela barrigona. Falei pra minha mãe que eu tinha sentido um frio na barriga, especialmente por saber que ali estavam também os filhos do cara que não saía da minha cabeça. Matheus seria pai de gêmeos e eu fui tomado por um sentimento de carinho pelas crianças e por Patrícia. Passei a segui-la e a observá-la de longe. Minha mãe entrou numa loja de bolsas e ficou escolhendo alguma e eu do lado de fora só observava Patrícia.
Uma coisa que me deixou intrigado é que vi Patrícia sendo seguida na surdina por sua irmã Taíssa, que também estava vestida de grávida, sendo que eu sabia que a mesma não podia engravidar. As segui e uma por uma entrou no banheiro feminino. Disfarçadamente tentei abrir a porta e percebi que estava trancada. Corri e invadi a loja onde a sogra de Paty estava e falei tudo pra ela, que mesmo assustada saiu correndo pra lá comigo.
_______________________________________________________________________________________________
Do lado de dentro do banheiro
Patrícia gritou “Que susto Taíssa! Você está andando por aí vestida de grávida? Minha mãe sabe que você está andando por aí desse jeito?”.
Ela a olhava com uma cara totalmente transtornada para a outra “Eu estou grávida Patrícia e você tem algo que é meu. Eu vim aqui te procurar e você vai ter que devolver meus filhos”.
Patrícia se assustou, mas não se intimidou “Você está louca? Eu vou embora antes que eu tenha uma crise nervosa. Eu não posso me aborrecer”. Ela foi direto pra porta e a outra parou na frente dela dizendo “Devolve meus filhos Patrícia. Esses bebês são meus e do Matheus”.
Patrícia a empurrou “Sai daqui sua louca. Vou contar tudo pros nossos pais”. Taíssa começou a gritar “Você vai devolver meus bebês! Você fica com o Matheus, mas os bebês são meus”. Ela tirou um bisturi e apontou pra irmã que muito assustada se esquivou.
Taíssa partiu pra cima da irmã, mas caiu, pois recebeu uma rasteira da outra. Ela cortou de leve o vestido de Patrícia e segurou suas pernas. Patrícia pisou em sua mão e a outra largou o bisturi. A grávida jogou pro outro lado e puxou o cabelo da outra “Olha aqui sua louca, não estou mais nem aí se você é minha irmã. Você vai aprender a não mexer mais comigo. Sou uma leoa pra defender meus filhos e minha vida”.
Patrícia sentou a mão diversas vezes na cara da outra, que chorava e dizia que só queria ficar com seus filhos, numa loucura crescente. Quando Paty tentou abrir novamente a porta foi atracada por sua irmã e as duas bolaram no chão. Patrícia começou a sentir dores e as crianças começaram a ficar agitadas em sua barriga. Até que ela acertou um soco bem forte no rosto da outra, levantou quebrou um vaso de lixo do banheiro na cabeça de sua oponente, que desmaiou. Patrícia sentou-se e sentiu escorrer sangue de seu ventre e ficou assustada, gritando por socorro, desmaiando em seguida.
__________________________________________________________________________________________________
Retorno da Narrativa de Christian.
Ao chegarmos, do lado de fora ouvimos um pedido de socorro e a mulher falou “É a Patrícia. Meu Deus ela está correndo risco de vida com essa irmã louca aí dentro junto com ela”. Tentamos em vão destrancar a porta e nada. Havia um silêncio assustador. Dona Virgínia foi correndo buscar ajuda com os seguranças e um aglomerado de gente foi se formando. Como eu vi que estavam demorando eu comecei a dar pisão da porta, bater com meu próprio corpo e nada. Chegou um segurança marrento e disse “Ei rapaz, você não pode fazer isso. Vai quebrar tudo e se você continuar vou ter que te prender”.
Eu gritei com ele “Em vez de me prender, você deveria era me ajudar a derrubar essa porta. Tá demorando muito a chegar essa porcaria de chave e a moça pode estar morrendo aí dentro. Se isso acontecer vou te processar por negligência e omissão de socorro”. Fiquei dando pisão na porta e o cara também me ajudou, até que conseguimos arrombar o banheiro.
Quando entramos fiquei estarrecido, vi Patrícia toda ensanguentada e Taíssa também, que acordou e disse “Só queria meus bebês”. Eu num rompante dei um soco na cara dela, que desmaiou de novo. O rapaz falou sobre Patrícia “Acho que ela está morta!”. Eu me assustei e falei “Paty, Paty fala comigo!”. Senti sua respiração bem lá no fundo e fiquei com muito medo. A peguei no colo e saí com ela. Todo mundo olhava para mim. Não poderia esperar ambulância, a coloquei no carro. A mãe de Matheus veio junto chorando. Felizmente o trânsito não estava tão ruim e havia uma maternidade pública perto dali. Saí feito louco.
Patrícia estava deitada no colo da sogra e eu disparava pela rua, buzinava, avançava sinal, até que conseguimos chegar na maternidade. Eu fiz um verdadeiro escândalo e os funcionários agiram rápido. Ela foi levada direto pra sala de cirurgia emergencial. Tinha até esquecido que deixei minha mãe no shopping, liguei pra ela e contei o ocorrido. Um enfermeiro perguntou se eu estava bem, pois estava também todo ensanguentado. Falei que o sangue não era meu.
A Sogra de Patrícia chorava, tentava ligar pro filho, mas nem conseguia falar nada. Pedi o número dele e eu mesmo liguei. Contei tudo pra ele, que no início achou que era armação minha, mas depois que falou com a mãe voltou a falar comigo e disse que estava indo pra lá. Pouco tempo depois ele chegou, abraçou a Mãe, que pedia desculpas por ter deixado a nora sozinha. Ele a consolou, mas não conseguia disfarçar o nervosismo. Ele veio até mim e disse “Obrigado Christian. Nem sei como te agradecer por tudo o que você fez”. Ele falou isso e desabou a chorar no meu ombro.
Eu acariciei seu cabelo e dei um forte abraço “Calma Matheus, a Patrícia vai sair dessa, você vai ver. Ela é uma moça saudável e forte”.
“Obrigado cara! Depois de tudo o que eu te disse antes, você está aqui me dando força!”.
“Mateus, fica calmo. Vai dar tudo certo, você vai ver”. Ele fazia sim com a cabeça.
A gente pedia notícias de todos os funcionários que passavam, mas ninguém dizia nada. Só comunicavam que Patrícia estava na sala de parto e que os médicos estava tentando uma cesária. Os pais de Patrícia chegaram e disseram que Taíssa tinha sido levada pro pronto atendimento, mas que devido ao seu nível de estresse estava sedada e que provavelmente de lá iria para uma clínica psiquiátrica. Eu contei a todos o que tinha ocorrido e todos acharam que Taíssa tinha sofrido um surto psicótico.
Depois de um bom tempo uma médica de meia idade veio falar com a gente “Vocês são os parentes da senhora Patrícia Albuquerque?”. Matheus respondeu “Sim doutora! Como está minha esposa e meus filhos?”. Ela ficou muito séria e pensativa, como se quisesse escolher melhor as palavras “Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas, infelizmente não temos boa notícia”. Matheus ficou sem chão e um tremor avassalador tomou conta de todos... Continua...
_____________________________________________________________________________________________________
Parte 2 – Narração do Autor – Mãe e Leoa
A minha alma tá armada e apontada para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)
Às vezes eu falo com a vida. Às vezes é ela quem diz
"Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?"
Às vezes eu falo com a vida. Às vezes é ela quem diz
"Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?"
As grades do condomínio são pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo. Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo (domingo!)
Procurando novas drogas de aluguel neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
Às vezes eu falo com a vida. Às vezes é ela quem diz
"Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?"
Às vezes eu falo com a vida. Às vezes é ela quem diz
"Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?"
http://letras.mus.br/o-rappa/28945/
_________________________________________________________________________________________________
Arriscar a própria vida por alguém é uma grande prova de amor. Para Wanderley Bicalho era mais que isso, era sua missão de vida. Ele amava tanto Danilo que preferia morrer a ver seu companheiro em perigo. Wander entrou com muito cuidado na mansão dos Baldinis, mas disposto a tudo para libertar seu grande amor das garras de seus algozes.
Ele entrou por uma porta lateral e ouviu que o telefone tocou. Novamente Leandro atendeu e repetiu suas exigências. Veio a ideia de que a delegada estava fazendo isso para desviar a atenção dos bandidos. Do lado de fora e por trás de uma cortina dava pra ver Danilo com as mãos e as pernas amarradas e seu meio irmão Yuri junto de seu corpo “Não era pra ser assim Nilo. Se você não tivesse contado tudo pro Wander a gente poderia ter saído do Brasil em paz”.
“Você nunca me amou, você só tem revolta por eu ter sido criado com meus pais e você não ter sido criado com os seus. Eu não tenho culpa de ter nascido rico e ser amado por meu pai. Por que você não acaba de vez com minha vida Yuri?”.
Ele deu um selinho em seu meio irmão e respondeu “Não fala bobagem Nilo!Será que você não entende que eu te amo? Eu jamais machucaria você!”.
“Você já me machucou Yuri e você não pode garantir a minha vida”.
“Claro que posso, ninguém vai te tocar. Eu vou sempre te proteger”.
Enquanto eles conversavam Leandro chegou e gritou “Chega de viadagem vocês dois!”. Yuri respondeu “Não grita comigo e o Nilo seu velho! Eu vou lá fora, ouvi um barulho estranho. Vou olhar em volta da casa e já volto e não ouse tocar num fio de cabelo dele”.
Leandro aproveitou que Yuri saiu e foi puxando Danilo “Agora seu putinho, você vai comigo abrir o cofre e me entregar todo o dinheiro e as joias que têm lá”. Ele segurou Danilo pelos cabelos e como o mesmo se recusava a ir levou vários tapas no rosto. Yuri chegou na hora e disse “O que você está fazendo seu velho desgraçado. Larga meu irmão!”.
O velhote se recusava e colocou a arma na cabeça do Danilo e o clima ficou muito tenso “Você pensa o que seu filho desnaturado? Eu vou sair dessa história com muita grana. Vou fazer com ele o que não consegui fazer com Fernando Villaverde. Vou me vingar do desgraçado do Olavo de qualquer maneira. Ele e eu sempre fomos inimigos. Não consegui acabar com os Villaverdes, mas com os Baldinis eu irei acabar e a vitória vai ter um grande sabor, já que o Olavo tem verdadeira adoração por esse moleque”.
Danilo tentou acalmar seu irmão “Deixa Yuri. Eu darei o que ele quer”. Leandro subiu puxando Danilo e falou “Fica aqui vigiando filhinho, que eu vou pegar nossa grana. Não te preocupa que eu vou deixar teu irmão vivo”.
“Se você encostar um dedo no Nilo eu te mato velho. Pega a grana, mas não encosta um dedo nele”. Ele fez que sim com a cabeça e subiu as escadas.
Eles foram para o quarto que era de Mayara e Danilo disse “ Leandro você precisa soltar minhas mãos para eu abrir o cofre”.
Ele gritou “Você acha que eu sou idiota? Fala onde está o cofre e me diz qual é a senha. Fala logo senão eu arrebento teus miolos”. Danilo ficou parado e não disse nada e Leandro começou a açoitá-lo, dando murros em seu estômago. Yuri chegou na hora e partiu pra cima do próprio pai “Agora você vai morrer seu velho desgraçado. Eu disse pra você não tocar num fio de cabelo do Nilo”.
Yuri deu um tapa na cara do velhote, que o fez cair. Ele se arrastando pegou a arma e apontou para o filho “Então você vai tomar as dores do irmãozinho? Agora eu vou é te matar e depois levar o putinho como refém”.
Danilo gritou “Chega seu desgraçado! Eu vou te dar todo o dinheiro que tem aqui, mas não mexe mais com meu irmão”. Ele sorriu e disse “O Amor entre irmãos é lindo, os dois tentando se proteger! Vamos viadinho, abre o cofre e me dá a grana que eu tenho pressa”.
E Dan falou onde ficava o esconderijo do cofre. Também disse a senha e Leandro ficou maravilhado. Havia muitos dólares, euros e todas as joias que eram de Mayara e da falecida avó de Danilo. Também havia títulos de dinheiro no exterior. Ele pego tudo colocou num saco. Sorriu e disse “Finalmente vou me dar bem, valeu a pena esperar”.
Concomitantemente a todos esses acontecimentos, Wanderley entrou na casa e procurou por Danilo. Um frio percorreu sua coluna “Meu Deus Tanja, onde está você?”. Ele procurou na cozinha, sala, biblioteca e nada, até que ouviu vozes e barulho de passos. Eles vinham descendo as escadas. Danilo vinha na frente, depois Yuri e por último Leandro, que estava com uma arma apontada para os dois. Wander tratou de se esconder atrás de uma grossa cortina.
Yuri e Leandro começaram a discutir sobre o que fazer com Danilo. O pai dizia “Vamos deixar esse desgraçado aqui, ou até mesmo matá-lo. Ele é perigoso”.
“Nem pensar em fazer nada contra o Nilo seu desgraçado. Ele vai embora comigo. Você foge com esse dinheiro e eu vou pra outro lado com ele. Eu já tenho muito dinheiro. Esse aí é teu. Vamos nos separar, é mais fácil pra despistar a polícia”.
“Será que você não vê que esse garoto é perigoso? Além de saber lutar, ele é influente. A polícia nunca vai deixar a gente em paz. Ele vai com a gente até a nossa fuga, depois temos que dar cabo da vida dele”.
Yuri gritou “Nunca! Se alguém tiver que morrer aqui é você seu desgraçado”. E o velho apontou a arma pro Yuri “Sabe que eu estou tendo outra ideia? Vou matar você e levar o viadinho como refém, depois eu dou cabo da vida dele”. Quando ele já ia puxar o gatilho, Wander numa rapidez impressionante dá um chute na arma e cai em cima do velho, desferindo um soco na nuca, que o fez cambalear e desmaiar. A arma caiu longe.
Wander gritou “Agora é nós dois de novo Yuri. Só que desta vez eu não vou te deixar vivo”.
Danilo interveio “Calma Wander. Yuri salvou minha vida diversas vezes, por favor não faz nada contra ele e me desamarra”.
“Não Dan, primeiro eu quero acabar com esse desgraçado”. Wander desferiu um soco e os dois continuaram brigando. Novamente houve troca de socos e murros no estômago. Eles estavam possessos um com o outro e Danilo sentia-se impotente, com medo de Leandro acordar, também por não poder impedir que eles se matassem.
______________________________________________________________________________________________________________
Do lado de fora da mansão
Quanto mais o tempo passava, mais Mayara ficava com o coração aflito. Ela desabafou com João “Por que a polícia não invade logo a casa? O tempo está passando e ninguém faz nada. Meu Deus!!!”.
“Calma Mayara, a polícia não pode simplesmente invadir a casa, isso é perigoso. É preciso negociar, ainda mais que Wander entrou lá também”.
Mayara começou a suar frio. A delegada começou a falar com João e ela tomada por um rompante de coragem e pela necessidade de estar com seus filhos, saiu de perto deles, na surdina. Ela entrou na casa de um vizinho, que tinha uma entrada lateral, a mesma por onde Mariana havia fugido. A mãe de Danilo entrou sorrateiramente também na mansão. Quando João percebeu já era tarde “Delegada Lúcia, acho que Mayara também entrou na casa”.
Ela respondeu visivelmente aborrecida “Droga, agora tudo se complicou de vez. Não poderei esperar. Vou ter que invadir a mansão. Seja o que Deus quiser!”.
___________________________________________________________________________________________________________
Do ladro de dentro a pancadaria entre Wander e Yuri era grande. O irmão de Danilo mais uma vez levou a pior. Wander deixou o outro visivelmente batido e caído no chão. Mesmo batido o companheiro de Danilo conseguiu desamarrá-lo. Tanto Yuri, quanto Leandro foram rendidos e amarrados.
Wanderley abraçou seu companheiro, beijaram-se com fervor e Danilo disse “Acabou Amor! Obrigado por ter vindo me salvar! Acabou tudo!”.
Ainda estavam num longo beijo quando ouviram uma gargalhada feminina e ensurdecedora “Hahahahahhahahahaha. Ainda não acabou seus desgraçados. O segundo tempo do jogo só está começando!”.
Yuri falou espantado “Alessandra? Pensei que você tinha ido embora com a grana que eu te dei! Eu te mandei sumir e não aparecer mais por aqui”.
“Hahahahaha. Você se acha muito esperto, mas você é muito burro Yuri. Você achou que iria me humilhar e ficar por isso mesmo? Eu e teu pai tramamos um golpe contra você. Fizemos isso naquele dia que você nos humilhou e nos bateu. Naquele dia tivemos certeza que você nos escorraçaria pra ficar só com o Danilo”. Ela falava isso e ao mesmo tempo desamarrava seu comparsa.
Leandro desdenhou “Isso é verdade. Finalmente eu encontrei uma parceira do meu nível. Você é bom nisso Yuri, mas tens um calcanhar de aquiles, que é a paixão que você tem pelo teu meio irmão. A gente jamais deixaria você tomar conta da situação”. Alessandra com a arma apontada para Danilo mandou que um amarrasse o outro. Eles o fizeram, mas com os nós bastantes frágeis.
Ela chegou perto do Danilo, segurou seu rosto e falou “Eu sempre tive ódio de você Danilo! Lembra como competíamos na faculdade? Eu sempre soube que um dia iria te vencer, desgraçado! Sempre odiei teu jeito de menino bonzinho, amado por todos. Só aceitei fazer parceria com o Yuri pra te ver sofrer”. Ela desferiu um tapa no rosto de Danilo, que fazia um forte barulho. Leandro gargalhava.
Depois ela chegou perto de Yuri e deu muitas bofetadas ensandecidas “E você achou que podia me humilhar e ficar por isso mesmo? Eu confesso que gostei de você, do teu jeito dominador, mas depois compreendi que você é que está dominado por essa paixão cega que tens pelo Danilo. Eu tenho nojo de você Yuri!”.
Os três estavam amarrados, mas Wander e Danilo já tinham soltado a maioria dos nós. Ela começou a dizer com graça pra Leandro, apontando para o rosto deles, um de cada vez “Quem deve morrer primeiro? Danilo? Wanderley? Yuri? Hahahahaha. Já sei, vou matar primeiro o Yuri e deixar o Danilo por último, assim ele vai sofrer vendo o irmão e o companheiro morrendo. Eu sou realmente muito péssima, muito má! Hahahahaha”.
Quando ela ia puxando o gatilho Mayara caiu com fúria em cima da outra, desferindo um soco em seu rosto “Deixa meus filhos em paz sua desgraçada!”.
Elas começaram a brigar e Alessandra ficou em pé? “Você acha que pode comigo sua velha? Eu tenho a metade da tua idade”. Enquanto elas brigavam Leandro gargalhava “Adora briga de mulher. Vai Alessandra, dá uma surra nessa velha!”.
Mayara respondeu “Você não sabe do que uma mãe é capaz de fazer pelos seus filhos. Yuri, Danilo e Wander são meus filhos e eu vou acabar com tua vida de piranha agora”.
Mayara deu vários socos na oponente, depois bateu a cabeça dela contra a parede diversas vezes, que causou um desmaio na outra.
Infelizmente Leandro estava com a arma na mão “Chega dessa história ridícula! Você me surpreendeu agora Mayara. Não sabia que teu instinto maternal era tão forte, te transformou numa leoa, até o Wanderley você adotou como filho”.
Ela implorou a ele “Leandro, deixa os três em paz. Eu vou contigo. Você pode me levar como refém, mas deixa os meninos em paz”.
E ele olhou sério pra ela e falou “É uma ótima ideia Mayara. Você está ainda mais bonita. Você vai ser minha mulher, mas antes disso eu vou matar os três na tua frente, um por um, começando pelo Danilo. Eu odeio viados!”.
Ele apontou a arma e mirou no filho de Mayara. Puxou o gatilho e ao mesmo tempo, numa rapidez impressionante, mesmo amarrado, Yuri se jogou na frente do irmão e o empurrou. Quando a arma foi disparada o tiro acertou em cheio Yuri, que caiu ensanguentado perto do irmão. Danilo gritou “Yuri!!!!”.
Mayara empurrou Leandro e Wander conseguiu se soltar, dando muita porrada no velho. A arma caiu pro lado e o velho gargalhava “Viados! Viados. Hahahahah”.
Yuri ficou no colo do irmão, todo ensanguentado. Wanderley desamarrou a todos e ficou com a arma na mão. Alessandra foi acordando, mas estava tão batida que não conseguia ter nenhuma reação.
Yuri foi ficando sem respiração e disse a Danilo “Chegou a hora Nilo. Finalmente irei te deixar em paz!”. Ele respondeu “Calma Yuri, você vai ficar bem!”.
Num momento de fúria e num gesto rápido Mayara tomou a arma das mãos de Wander, chegou perto de Leandro e falou “Você viu o que você fez com meu filho seu desgraçado? Ele está morrendo por tua culpa. Você é o culpado de tudo de ruim que aconteceu em minha vida e na vida dele”.
Leandro respondeu “O Yuri já vai tarde. No início eu até gostava dele, mas descobri que ele é mais um viado no mundo, eu quero que ele morra!”.
“Antes dele, você vai!”. Ela apontou a arma pra cabeça de Leandro e Wander pediu “Não faz isso Mayara, você vai destruir sua vida!”.
Mesmo diante da morte Leandro desdenhava “Atira sua puta! Atira se você tem coragem! Lembra do que eu fazia contigo há trinta anos? Vamos! Se vinga de mim!”.
Mayara tremia de ódio e respondeu “Você me violentava toda noite seu monstro, por isso eu fiquei grávida e tive que fugir pra você não me matar e nem matar meu filho. Mas agora chega, eu vou fazer o que eu não pude fazer há trinta anos atrás. Adeus! Te vejo lá no inferno seu velho maldito”.
Mayara disparou a arma e do lado de fora se ouviu o tiro. A delegada Lúcia falou para seus homens “Tá acontecendo morte lá dentro. Vamos invadir a casa agora!!!!”... Continua...
_________________________________________________________________________________________
Dialogando com o Manu (Comentando o Capítulo anterior)
Ru/Ruanito: o personagem parece inspirado em você, mas não leve a mal. Dr. Ruanito Benevides é poderoso, forte e dominador. Alguma semelhança contigo? Sei que tens uma personalidade peculiar. Não foi minha intenção, por isso não se sinta desprestigiado. Dr. Ruy existe mesmo. Bem, desculpe a má impressão que eu tive, achei que o desejo de morte se estendia a Dan e Wander. Abraços querido!!!! ---
Neguinha_evangélica* : pois é minha linda, impossível os bons não se ferirem nesta reta final. Vamos torcer pra superarem tudo. Um cheiro minha Marrom Bombom!!!-----
Guga05: sei do teu carinho por mim meu príncipe. Gostei de saber que você me acha surpreendente. Vamos ver o grande final. Um beijo cheio de saudades meu lindão!!! -----
Lucas M. E diiegoh' Valeu pelo apoio meus queridos. Essa semana terminaremos a saga. Continuem ligado e Beijos!!!!Renatinha31rj: não fique triste, vem aí “Olhos nos Olhos” o próximo conto. Vocês terão grandes surpresas e alegrias no final. Um beijo minha linda e manda abraços pro Ricardo. Quando eu for ao Rio eu quero conhecer esse casal lindo!!!Jhoen Jhol : o Wander surpreendeu mesmo não é? Kkkkk. Dan deveria esperar o avião decolar e jogar o cosplay do Yuri? Hahahahaha. Boa ideia, mas Dan ama o irmão louco. Abraços meu lindoMyllynhasa : sim Amore, muitos loucos nessa história. Quase todos, mocinhos e bandidos têm suas loucuras. Com certeza, ao mesmo nesta saga tudo dará certo. Um beijo princesa!!!!------
Socó: só a morte separará os casais. Também os acho bonitos juntos e o Yuri terá um final digamos, surpreendente. Beijos minha linda!!!!Edu19>Edu15: sim o Yuri ama muito o Danilo. Um amor louco, mas muito forte. Quanto à Paty e os bebês, amanhã veremos como eles irão se sair. Abraços querido!!!!!Stylo : sim amada, tragédia anunciada, mas não acabará nunca com o amor! Abraços querido!!!Sonhadora19: você viu a surra que o Wander dá sempre no Yuri, hahahahah. Mas será que o doido de plantão vai desistir? Saudades de você. Depois das 21 horas estarei livre, se quiser trocar uma ideia estarei por aqui. Beijos minha princesa linda!!!!Geo Mateus: prometo não matar o casal, hahahahah. Mas ainda haverá uma certa surpresa!!!! Beijos querido amigo!!!!Rafael Guimarães. : você tem razão querido, quem ama não age sempre racionalmente. Procurarei surpreender a todos. Mas aviso logo, sou meio tradicional, hahahahaha. Beijos querido Rafajuh#juh : também amei a surra que o Wander deu no Yuri. Minha resposta é sim. Postarei logo um novo conto e ele se chamará “Olhos nos Olhos”. Será bem mais curte, mas será escrito com o mesmo carinho. Um beijo e obrigado pelo apoioPerley: que bom que está gostando. Sei que o conto tem muitos altos e baixos, mas é a vida dos personagens que se desenvolveu assim. Sim, de um jeito ou de outro, tudo terminará bem. Um abraço querido e muito obrigado pelo pelo apoio e crítica construtiva.
THIAGO SILVA: o final dos dois já está traçado. Sim Wander e Dan ficarão bem. Nos meus contos o amor sempre vence, hahahah. Sou um romântico incorrigível. Também te adoro Thiago lindão. Um beijo!!!!
Fabi26: nãi fique triste pelo fim. Outros contos virão minha princesa linda e que bom que está gostando. Um beijo e obrigado pelo apoio!!!
Agatha1986: Você percebeu que Leandro Tupinambá vive atormentando a vida de muita gente desde o conto anterior! Sim o amor dos nossos meninos vencerá. Um beijo princesa Agatha.
___________________________________________________________________
Meu carinho também para meus queridos leitores/as.
Lando32
Jimmy lucas:
Sonidos:
chicao02:
frannnh:
juniormoreno :
ze carlos:
Plutão:
(Al):
CrazyNerd:
S#S :
ppepeu:
beulfort:
Drikita
Jan2
liehzinhaa
MONTECRISTO:
Noct:
Afonsotico
AlêLex
vicenso
LucasBH
Lena78@
NinhoSilva
Marcos Botelho
Drizo
Lipe31
Syaoran
Dericky
Trager
alhambrafb
Malura
Nina M
franzita2014
Lipe*-*:
Sei que esse capítulo foi bastante tenso, mas necessário pro desfecho da saga. Nesta Reta final quero dedicar a todos e todas que me dão apoio diretamente. Aos que comentam, mandam mensagem de estímulo pelo WhatsApp, face e MSN. Vocês são a razão da nossa saga. Até domingo lanço o último capítulo. Dan, Wander, Matheus e Paty deixarão saudade em mim. Eles são pessoas como a gente, que erram, acertam, sonham, fazem besteiras, são palhaços, emotivos, briguentos, tudo isso e muito mais. O mais importante é que eles, assim como nós, são protagonistas da vida e da história e ela é feita de erros e acertos. Teremos mais dois capítulos e então o romance se encerra. Está sendo uma honra compartilhar essa história com vocês.
Amo todos vocês meus queridos/as. Fiquem com Deus!!!!!
“Amar, nunca me coube mas sempre transbordou
O rio de lembranças que um dia me afogou”.
Abraços do Manu Costa!!!!!