Após um bom tempo, já próximo do recesso de fim de ano assim como as festas de Natal e Ano Novo, o meu namoro estava a todo vapor. O Murilo voltou a morar comigo, e assim nossa rotina se encaixou perfeitamente. Nossos amigos comemoraram muito o nosso “retorno”, até o Manoel, por meio do Victor expressou satisfação. Mesmo com todos sofrendo para não pegar dependência, sempre nos reuníamos para fazer um jantar ou sair pra alguma baladinha, do modo como era antes de toda a confusão.
Sempre que dava, eu visitava meus pais e o Murilo ia junto, assim como meu irmão sempre ia nos visitar aos finais de semana. O Murilo já era um “terceiro filho” para meus pais, e o Matheus fazia questão de dizer que tinha um cunhado. Apesar da insistência dele para que eu revelasse a todos o nosso namoro (e por consequência minha orientação sexual), não senti em momento algum a segurança necessária para realizar tal ato. O Murilo dava apoio quanto a isso, dizendo que ele também não estava preparado.
Já no recesso das aulas, ficamos alguns dias namorando em tempo integral em casa, e beirando o Natal, cada um foi para o seio de sua família. A todo o momento em que estávamos separados mantínhamos contato por telefone, whatsapp, facebook ou sms. Não tinha nem como esquecer.
Como não estaríamos juntos no Natal, trocamos presentes antes, porém cada um iria abrir apenas no dia 25. Quando chegou o momento, tive uma grande surpresa. No grande embrulho, tinha uma caixa do meu chocolate predileto, uma caneca personalizada com meu nome e o escudo do meu time, uma camisa linda, um boné, uma corrente de ouro com um lindo pingente em que nossas inicias estavam gravadas, e um perfume que nunca tinha visto, mas que era ótimo. No fundo do embrulho tinha uma pequena carta com sua caligrafia, a qual irei compartilhar na íntegra:
“Feliz Natal, amor! Nem parece verdade que estamos juntos (porém separados fisicamente) nesta data tão especial. Quero agradecer a você por ter sido um grande homem ao me aceitar de volta. Você não sabe o quanto eu lhe sou grato por isso. Apesar de não poder te dar um abraço nesse dia, quero que sinta-se em meus braços, compartilhando meu calor. Esses presente sofram cuidadosamente selecionados, visto que você é um entojo rsrsrsrsrs. Também quero aproveitar o momento para desejar boas festas a toda a sua família, a qual sempre me recebeu de braços abertos, principalmente o Matheus. Quero também agradecer você por permitir que minha vida voltasse a ter um propósito. Eu vivo por você e quero a cada dia mais lhe oferecer mais amor. Você é um presente especial, e sinto-me o cara mais sortudo do mundo por estar sempre ao seu lado na maioria das manhãs. Assim espero que seja por muitos e muitos anos. Os obstáculos que irão surgir não serão capazes de nos desestabilizar. Enfim, boas festas!
PS: Espero que goste dos presentes”
Achei tão linda a forma como ele expressou seus sentimentos. Eu também não tinha palavras para descrever a minha alegria por estar ao lado dele. O passado doloroso ficou para trás, mas uma coisa positiva nasceu disso: nos fortalecemos apesar dos pesares.
Logo após ler a carta, recebi uma mensagem dele agradecendo os presentes que eu havia lhe dado. Assim como ele, acredito que acertei em todos os mimos. O que eu mais dediquei atenção foi um pequeno álbum de fotografias de nós dois. Claro que tive o cuidado de não colocar fotos comprometedoras, mas ainda assim era só nosso, para que ele recordasse sempre o quanto éramos importante um para o outro.
No decorrer da semana a saudade estava apertando porém era amenizada pela atenção de toda minha família. Minha casa ficou pequena para tantos parentes, e distração era o que não faltava. No dia 29 de dezembro ele pediu para que eu fosse passar o Ano Novo em sua casa. A cidade dele não era tão distante da minha, porém eu nunca havia passado uma virada de ano longe da família, e como sou muito conservador disse a ele que iria, mas já no dia primeiro pela manhã. Ele aceitou e ficou feliz. Disse que já tinha comentado sobre mim para a família e que todos estavam com vontade de me conhecer.
Chegando o momento de partir, fiquei com vontade de levar meu irmão, mas desisti da ideia, já que ele estava tão entretido com nossos primos da idade dele. É claro que ele sabia o motivo dessa viajem: matar saudades do namorado. Por isso escutei inúmeras piadinhas dele sobre eu não aguentar ficar longe do cunhadinho dele, carinhosamente apelidado por ele de “Cu”.
Meus pais ficaram um pouco chateados, mas expliquei que ficaria lá apenas três dias, e que logo estaria de volta. Pediram para que eu trouxesse o Murilo junto na volta.
Era uma viagem de duração curta, apenas umas três horas. Quando cheguei em sua cidade pedi para que ele fosse me guiar da entrada da cidade até sua casa.
Ao conhecer seus pais, logo vi que eram boas pessoas. Eram pessoas trabalhadoras e amavam muito o filho, o que dava pra perceber a cada elogio que faziam a ele. Me receberam muito bem, e logo eu já me senti em casa. Como era período de “parente em casa”, havia alguns tios e primos dele por lá. Todos muito amistosos. Rapidamente eu já estava conversando com todos, e assunto não faltava.
Quando ele foi me mostrar seu quarto, fiquei impressionado. Seu quarto era grande, cheio de troféus e medalhas espalhados por todos os cantos, um cama de casal (ainda bem), uma poltrona, uma TV, um play 3 e uma mesa de escritório com computador de mesa. Era também repleto de pôsteres de diversas bandas, muitas das quais eu também curtia.
_Caralho, que maneiro seu quarto!
_Gostou?
_Foda! Daora! Onde eu vou dormir?!
_hahahah, por sorte nossa, nenhum dos meus parentes precisou vir dormir no meu quarto por esses dias. Então, moderadamente kkkkkkk poderemos matar a saudade na cama.
_Você me chamou aqui só por isso? Kkkkkkkkkkk
_Sim!
Ficamos rindo mais um tempo, depois me instalei em seu quarto e ficamos conversando, com ele deitado em sua cama e eu na poltrona folheando alguns livros que encontrei em seu guarda roupas.
Estávamos empolgados por estarmos juntos, e sempre ele vinha até mim para me dar alguns beijos. Coisa rápida, já que era arriscado por ter muitas pessoas na casa.
_Sua família é bacana. Me trataram super bem!
_É que eu falei algumas coisas legais ao seu respeito, omitindo o seu lado obscuro kkkkkkkk
_Imagino.
_Eles gostaram de você logo de cara.
_Quem bom. Murilo, agra que eu estou aqui, você pode me mostrar os lugares que você me falou.
_Claro, mas hoje não. Muito movimento, fica meio chato sair de mansinho.
_Beleza.
Ficamos lá curtindo mais um pouco a companhia um do outro até que nos chamaram para o almoço. Se tem uma coisa que a família do Murilo curte, é comer. Nunca tinha visto tana comida em uma festa de família, e nem tinha tantas pessoas assim. E mais surpreendente ainda, era que tirando um de seus tios, todos eram magros, alguns até esqueléticos. Era até contraditório.
Depois de ser “obrigado” a comer até não caber mais, fomos todos para a piscina da casa dele, que por sinal era maior do que a dos meus pais. Ótimo, e para melhorar tudo, fomos jogar um futebol em um campinho próximo.
Como eu sempre fui “jacú” na casa dos outros, me surpreendi por estar familiarizado com todo mundo. Nem parecia que era meu primeiro dia com eles.
Ao anoitecer, o churrasco comeu solto e animação era palavra chave. Achei diferente porque as vezes minha família era muito contida nessas reuniões. Novidade para mim.
O Murilo não desgrudava de mim, e em um momento em que uma prima dele começou a dar em cima de mim ele marcou território. A guria ficou com vergonha de dizer qualquer coisa perto dele e assim fiquei tranquilo por toda a noite.
Na hora de dormir, ele rapidamente ficou só de cueca. Para garantir eu tranquei a porta e logo me joguei na cama, o beijando intensamente. Era tão bom estar ali, matando a saudade que logo já estávamos nus roçando nossos corpos.
Mais que depressa o chupei fazendo com que ele quase gritasse de prazer. Logo ele já estava me comendo de um jeito mais agressivo do que o normal. Não foi ruim, mas doeu um pouco kkkkkkkk mas foi positivo.
Depois que ele gozou eu ainda estava no zero. Então invertemos os papéis e quando eu estava comendo ele de quatro ele ficava dizendo coisas excitantes, me deixando louco. Acabamos transando a noite toda, e assim como na nossa reconciliação, eu já estava todo doido, seja na frente ou atrás.
Pela manhã ele me acordou, e por reflexo acabei sendo motivo de piada.
_Murilo, só se for com Viagra agora.
_kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só estou te chamando por café. Calma, agora só de noite. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ficamos rindo mais um tempo, e quando fomos tomar café sua família estava toda de ressaca. Era até legal hauahuahauahauah.
Após o café ele resolveu me levar pra conhecer a cidade. Era bem legal. Me mostrou muitos lugares contando inúmeras histórias de cada um. Antes de voltarmos para o almoço, ele me levou até um parque com um lago. Caminhamos por um tempo nas trilhas do parque, até que chegamos a uma quadra de esportes com uma pequena arquibancada. Nos sentamos por lá e como estava tudo vazio, ele apoiou sua cabeça no meu colo.
Me contou mais algumas histórias e entre as nossas risadas trocávamos alguns beijos rápidos.
_Fiquei feliz quando você aceitou meu convite.
_Eu estava morrendo de saudades, então é lógico que eu iria aceitar.
_Espero que você esteja mesmo gostando.
_Sem dúvidas. Pode me convidar pra vir sempre kkkkk
_Ótimo.
_Agora vamos, que o almoço deve estar saindo.
Chegando em sua casa, fomos direto para a mesa. A parte da tarde foi como a do dia anterior, com um futebol para agitar o povão. Até as meninas e os mais velhos entraram na brincadeira, gerando uma grande algazarra.
Depois do jantar, todos foram indo para a cama. Quando estávamos indo para o quarto do Murilo, demos de cara com sua mãe saindo de lá, dizendo que tinha arrumado a cama para nós (ninguém fez piada pelo fato de dormirmos juntos). Após ela nos desejar boa noite, se foi. Ao entrarmos no quarto o Murilo se vira bruscamente e me rouba um beijo. Antes que tivéssemos tempo de fechar a porta, ouvimos um baixo porém sonoro pronunciamento.
_Filho!!
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