Cap.11
Dormimos abraçadinhos novamente, sentindo toda aquela deliciosa brisa de noite no rosto. Acordei sentindo aqueles braços fortes me dando uma sensação de proteção deliciosa. Logo estávamos arrumados e prontos para mais um dia. Pedi pra que fossemos a cidade, queria ver Heloisa. Chegamos lá, e eu a procurei.
- Heloisa, tem um garoto aqui atrás de você !!!! - logo ela veio
- Oiiiii - seus olhos brilharam ao me ver- tava esperando você já.
- Vamos tomar sorvete, quero conversar.
- Tá bom.
Ela entrou e logo saiu.
- E quem é esse garoto que tá com você ?- ela perguntou, olhando pra ele
- Ele é o Jorge - ela sorriu
- Prazer, Eduard falou muito de você
- Imagino - ele falou segurando a minha mão e soltando em seguida. Ela chegou perto do meu ouvido e falou - realmente, ele parece ser um ótimo garoto.
Fomos andando por alguns metros até a sorveteria. Chegando lá, algumas pessoas olharam a gente meio de lado e começaram a cochichar. Fiz uma cara de reprovação e pedimos o sorvete. Sentamos numa das mesas e começamos a conversar.
- Olha, eu sei que não devia, mas eu contei pro Jorge sobre ontem
- Eu imaginei. Mas não tem problema. Sabe, ontem apareceu um homem, de uns 28 anos.
- E aí ?
- Eu contei pra ele aquela história, e ele me prometeu que me tiraria de lá.
- Mas será que ele não estava mentindo ?
- Acho que não. Ele me passou uma confiança incrível.
- Ai Heloisa, tenho medo que, sei lá, alguém tente fazer algo com você
- Acho que ninguém vai fazer nada, valeu pela preocupação
- De nada.
Terminamos de tomar o sorvete e deixei ela lá no bordel de novo. Voltamos pra casa andando.
- Ei, você acha que a gente vai conseguir viver juntos ?
- Não sei. Mas espero que sim, eu não sei viver sem você Jorge, ficar sem ouvir sua voz seria um imenso martírio pra mim - falei, o abraçando. Senti sua respiração em meu pescoço, me arrancando arrepios intensos em todo o corpo. Fomos andando assim até a entrada da fazenda. Todos estavam viajando e ficamos apenas nós dois e uns empregados na casa.
- Ei, vamos acampar hoje ?- ele perguntou
- Claro. Vou adorar.
A noite caiu e a escuridão apareceu. Fizemos uma fogueira e nos esquentamos ao redor dela. Comemos diversos doces bem abraçadinhos, sendo vistos apenas pela luz da lua. Um livro de poesias deu um tempero especial a aquela noite romântica.
" Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.
Luís de Camões "
Fomos pra barraca, e ficamos conversando. Ele me envolveu em seus braços e começou a beijar meu pescoço. De repente senti uma excitação. Logo sentia sua língua descobrir toda a minha boca. Sentia o clima esquentar. Será se aquilo aconteceria naquela noite ?
Continua
Trilha: Porquê eu sei que é amor (Titãs)
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