Estava pensando com os meus botões: "acho que vou encurtar a história". Mas isso não é importante. Ao conto!
ParteEu continuo a narrar...
O barulho do trânsito estava relativamente baixo para uma segunda feira. Rafael estava impaciente enquanto Alicia tomava seu sorvete. Ele detestava vir à sorveteria, aliais, ele detestava ir ao cinema, ao teatro, a praça, ao clube (ele tinha piscina em casa). Mas como Alicia era uma das instrutoras dele (que o havia ensinado a andar sem ser notado) ele fazia um esforço.
Alicia – não se esqueça que amanhã o conselho se reunirá.
Rafael – por que preciso ir mesmo?
Alicia – é bom você saber sobre os acontecimentos do mundo sombrio, aliais, você pode inclusive ajudar a resolver alguns problemas, talvez...
Rafael – você sabe que eu não dou à mínima.
Alicia – ajudando você pode ser enviado para outros lugares, pode conhecer outras dimensões e inclusive ganhar armas incríveis.
Rafael – eu não preciso de armas e não me importo em conhecer outros lugares, mas talvez eu vá, até porque Kinock me prometeu que haveria alguém lá que poderia me ensinar a lançar feitiços se eu pedisse ‘educadamente’.
Alicia – acho que não é uma boa ideia você começar a mexer com magia.
Rafael – porque não?
Alicia – lembra que antes de conhecer você ouve aquele incidente em que saiu nos jornais, você botou fogo em uma aluna, só porque ela espalhou que era sua namorada, alis, duvido que esse seja o motivo.
Rafael – uma das únicas diversões que tenho é pregar peças nas pessoas, ninguém nunca vai me pegar. Mesmo que pegue eu posso muito bem tirar a alma e colocar um demônio dentro ou dar a chance de alguma alma penada de viver novamente.
Alicia – isso é maldade, Kinock que te ensinou?
Rafael – foi, eu estou praticando, e até agora já consegui extrair a alma de umas quatro pessoas.
Alicia – espera, aqueles garotos do segundo ano, que de repente eram demônios, foi você?
Rafael – foi sim, e estou ficando melhor.
Alicia – Eu acho que você deveria deixar a magia com as fadas, só de pensar me da arrepios. Tem aquela história dos sapatos que faziam dançar até a morte.
Rafael – sapatos?
Alicia – ah... Deixa pra lá. Se você quiser aprender vai acabar conseguindo.
Rafael – eu sei, sou um máximo.
Alicia – ai! Você tem feito o que para se distrair? Quer dizer, além de torturar os humanos?
Rafael – eu sai com algumas garotas.
Alicia – bom, você está namorando e como ela é?
Rafael – eu? namorando? Não me faça rir, depois do primeiro beijo elas ficam grudentas, depois da primeira tranza então, nem se fala. Por isso,depois da primeira, eu só fico uma vez e depois passo para a próxima.
Alicia – e elas não fazem escândalo?
Rafael – a primeira ficou no meu pé quando eu dispensei, mas depois eu dei um jeito nela.
Alicia – o que você fez?
Rafael – eu deixei ela... com um parafuso a menos, se é que me entende. Foi internada no hospício da cidade vizinha, Barton. Ela fica perdida e não fala mais, esta constantemente assustada. É muito engraçado.
Alicia – não quero nem saber como você deixou a garota louca. Mas e as outras? Você não pode sair por ai fazendo isso sem virar matéria do noticiário.
Rafael – não, eu só fico com garotas em outras cidades ou em bairros bem afastados da escola, pois depois que eu fico eu sumo, Kinock me ensinou a nublar a memória delas para não me reconhecerem caso topem comigo na rua, mas o truque é fraquinho e se a garota olhar bem para mim pode acabar recordando.
Alicia – assim está bom.
Rafael – olha, eu tenho que ir, é uma pena que você não possa entrar na minha casa, até amanham!
Rafael se direcionou para um beco, tirou a camisa e abriu as asas negras, ele tomou impulso e alçou voo. Ele ficou acima das nuvens para não ser notado, o fato de já ser noite ajudou bastante. Ele não se importava de ser visto, mas Kinock pediu para que ele tentar permanecer invisível e assim ele fez. Rafael considerava Kinock bastante, pois ele o ajudou em varias coisas. Mas se Rafael fosse visto nem importava, ele só precisaria matar ou dar um jeito na pessoa que o viu.
No caminho cena das mortes que ele causou passaram por sua cabeça, não que ele se importasse. Rafael não sentia mais culpa, dês de aquele dia na escola que ele quase matou o Bernardo algo despertou nele, algo grande e poderoso, que tirava qualquer peso dele. Kinock o contou que o poder dele vinha do sofrimento das pessoas, da dor, do ódio, a raiva era uma ponte para liberar seu poder. Por si só ele descobriu que podia fazer muito.
Mesmo assim, com todo esse poder, ele não fazia ideia do que era nem porque estava no mundo. Nem Kinock tinha a resposta. Rafael podia ser forte e rápido, mas não era vampiro ou lobisomem, podia se alimentar de almas, mas não era shtriga. Ele podia lançar feitiços, qualquer feitiço, mas não era uma fada. Ele podia manipular a matéria e a mente das pessoas, mas não era demônio e muito menos anjo que são imortais.
A... Rafael queria ver um anjo, infelizmente Kinock falou que os anjos raramente desciam do paraíso e quando o faziam não se deixavam observar. Rafael tinha essas asas e parecia um anjo, haviam histórias sobre as asas e os poderes dos seres celestiais, mas diferente dos anjos mitológicos, Rafael podia ser ferido como um humano.
Finalmente ele chegou a sua casa. Ele entrou pela claraboia da estufa e foi direto para o seu quarto, tomar banho. No banho ele lembrou daquele velho, se perguntou quando o veria novamente. Ninguém soube dizer quem ele era ou porque dera aquelas coisas para ele. Porque ele? A casa era claramente para alguém que tenha uma lista de amigos mais... Mortais. Que possam passar dos portões. Ninguém de seus atuais conhecidos consegui passar através da porta. Alicia pulou pela entrada e foi cuspida pela casa, toda queimada, como se ela tivesse pulado no sol. Demoraram dias para ela se recuperar, e até hoje ela mantém distancia da propriedade. Bem, agora dormir, pois amanhã seria o ‘conselho dos monstros’.
Os dois próximos capítulos já estão prontos, as publicarei eles em outra ocasião. Até a próxima.